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TECNOLOGIA PLC: Transmissão de Dados e Voz via Rede Elétrica

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
Beatriz Quintanilha Curvello 
Queila de Souza Cordeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECNOLOGIA PLC: 
Transmissão de Dados e Voz via Rede Elétrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2011 
 
 
 
 
Beatriz Quintanilha Curvello 
Queila de Souza Cordeiro 
 
 
 
TECNOLOGIA PLC: 
Transmissão de Dados e Voz via Rede Elétrica 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso subme-
tido ao Curso de Tecnologia em Siste-
mas de Computação da Universidade 
Federal Fluminense como requisito par-
cial para obtenção do título de Tecnólo-
go em Sistemas de Computação. 
 
 
 
 
Orientador: 
Diego Passos 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2011 
 
 
 
Beatriz Quintanilha Curvello 
Queila de Souza Cordeiro 
 
 
TECNOLOGIA PLC: 
Transmissão de Dados e Voz via Rede Elétrica 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso subme-
tido ao Curso de Tecnologia em Siste-
mas de Computação da Universidade 
Federal Fluminense como requisito par-
cial para obtenção do título de Tecnólo-
go em Sistemas de Computação. 
 
Niterói, ___ de _______________ de 2011. 
Banca Examinadora: 
_________________________________________ 
Diego Passos, M.S., – Orientador 
UFF – Universidade Federal Fluminense 
 
_________________________________________ 
Prof. Ricardo Campanha Carrano, M.S., – Avaliador 
UFF – Universidade Federal Fluminense 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos esse trabalho às nossas famílias 
que tanto nos ajudaram nessa caminhada e 
a Deus pelo seu infinito amor e bondade pa-
ra conosco, pois sem fé nada seria possível. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 A Deus, que sempre iluminou nossos passos 
durante nossa caminhada. 
 
Ao nosso Orientador Diego Passos, pela sua 
dedicação e orientação na elaboração deste 
trabalho. 
 
Aos Colegas de curso pelo incentivo e troca 
de experiências, bem como na participação 
da nossa pesquisa. 
 
Ao grupo compCEDERJ pelo apoio na divul-
gação do nosso trabalho. 
 
A todos os nossos familiares e amigos pelo 
apoio e colaboração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Faça as coisas o mais simples que você 
puder, porém não se restrinja às mais sim-
ples” Albert Einstein 
 
 
 
 
RESUMO 
O acesso à Internet demanda tecnologias que barateiam a instalação e provisão de 
seus serviços, proporcionando, dessa forma, a disseminação da informação e a in-
clusão digital. Este trabalho aborda uma tecnologia alternativa, que dispõe de infra-
estrutura pronta, uma vez que utiliza a rede de distribuição de energia elétrica como 
meio de comunicação, conhecida como tecnologia Power Line Communication – 
PLC. 
 
Este trabalho inclui uma breve descrição dos principais conceitos (como modulação 
e multiplexação), características da tecnologia PLC (tais como topologia, rede de 
transporte, acesso, entre outros), além de um comparativo entre o PLC e outros ser-
viços de Internet Banda Larga (ADSL e Cable). São apresentadas as primeiras tec-
nologias utilizadas para transmissão de dados pela rede elétrica e a descrição de 
alguns projetos implementados no Brasil e no mundo. Por fim, apresentam-se os 
resultados de uma Pesquisa de Opinião Pública sobre a tecnologia PLC, conduzida 
ao longo do desenvolvimento deste trabalho. A pesquisa realizada mostra que exis-
tem muitas dúvidas entre os participantes a respeito desta nova tecnologia. 
 
A tecnologia PLC, tal como qualquer outro método de comunicação, possui vanta-
gens e desvantagens, mas apesar dos prós e contras a mesma possui um futuro 
promissor. 
Palavras-chaves: PowerLine Communication (PLC), Transmissão de dados pe-
la rede elétrica, Pesquisa de opinião pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Internet access demands technologies that are able to lower the costs of installation 
and provision of their services, thus helping the dissemination of information and digi-
tal inclusion. This work discusses an alternative technology that uses a readily avail-
able infrastructure, since it uses the network of power distribution as the transmission 
medium, known as Power Line Communication - PLC. 
 
This work includes a brief description of the main concepts (such as modulation and 
multiplexing), characteristics of PLC technology (such as topology, transmission, ac-
cess, etc.), along with a comparison between the PLC and other broadband Internet 
services (ADSL and Cable). This work also discusses the first technologies used for 
data transmission over the power grid and the description of some projects imple-
mented in Brazil and worldwide. Finally, we present the results of a Public Opinion 
Poll on the PLC technology, conducted during the development of this work. The sur-
vey shows that there are many doubts among the participants regarding this new 
technology. 
 
The PLC technology, like any other method of communication, has advantages and 
disadvantages, but despite them it has a promising future. 
Key words: PowerLine Communication (PLC), data transmission over the grid, 
public opinion survey. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 2.1: Modulação de onda contínua em amplitude 21 
Figura 2.2: Modulação de onda contínua do tipo analógica 22 
Figura 2.3: Modulação por pulso em amplitude 24 
Figura 2.4: Exemplo de modulação por pulso digital 24 
Figura 2.5: Densidade espectral de um sinal em banda base e um sinal “espalha-
do” 26 
Figura 2.6: Espectro de 3 subportadoras utilizando OFDM 28 
Figura 2.7: Topologia de uma rede PLC. 31 
Figura 2.8: Rede de acesso 33 
Figura 2.9: Rede de comunicação interna do usuário. 34 
Figura 4.1:Arquitetura do Sistema REMPLI. 43 
Figura 4.2:configuração típica do projeto CEMIG. 46 
Figura 4.3:Configuração geral do projeto PLC da COPEL. 47 
Figura 5.1:Site do COMPCEDERJ. 49 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 2.1: Comparações entre tecnologias 35 
Tabela 2.2: Comparativo entre as tecnologias e suas velocidades 36 
Tabela 2.3 Comparativo entre as tecnologias que aproveitam redes existentes 
 36 
Tabela 5.1: Resultados – Dados Demográficos 51 
Tabela 5.2: Relação da velocidade e tipos de conexões utilizadas pelo usuário 
 54 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 5.2: Estados Participantes. 50 
Gráfico 5.3: Computador por participante 52 
Gráfico 5.4: Relação dos participantes que possuem acesso a internet 53 
Gráfico 5.5: Redação dos locais de acesso a internet 53 
Gráfico 5.6: Redação da satisfação dos participantes referentes a velocidade de 
conexão. 55 
Gráfico 5.7: Relação do interesse dos participantes com a tecnologia PLC. 56 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ADSL – Asymmetric Digital Subscriber Line 
AES – Advanced Encryption Standard 
AM – Amplitude Modulation 
ANSI – American National Standards Institute 
ASCOM – Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Goiás 
BPL – Broadband over Power Lines 
BRZ – bipolar return-to-zero 
CA – Corrente Alternada 
CAL – Common Application Language 
CDM – Code-Division Multiplexing 
CEBus – Consumer Electronic Bus 
CEDERJ – Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais 
CIC – CEBus Industry Council 
COMPCEDERJ – Blog do grupo dos alunos do curso de computação do CEDERJ 
COPEL – Companhia Paranaense de Energia 
CSMA – Carrier Sense Multiple Access 
CSMA/CD – Carrier Sense Multiple Access / Collision Detection 
CTP – Centralized Token Passing 
DES– Data Encryption Standard 
DPL – Digital Power Line 
DSMA – Datagram Sensing Multiple Access 
EIA – Associação das Indústrias de Eletrônica 
EUA – Estados Unidos da América 
FDM – Frequency-Division Multiplexing 
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos 
FSK – Frequency Shift Keying 
GMSK – Gaussian Minimum Shift Keying 
 
 
HDTV – High-Definition Television 
IAB – Interactive Advertising Bureau 
IBM – International Business Machines 
IEEE – Institute of Electrical and Electronics Engineers 
ISO/OSI – Open Systems Interconnection 
IP – Internet Protocol 
LAN – Local Area Network 
LON – Local Operating Network 
MAC – Media Access Control 
NIST – National Institute of Standards and technology 
NRZ – nonreturn-to-zero 
OFDM – Orthogonal Frequency Division Multiplexing 
OPLAT – Onda Portadora de Linha de Alta Tensão 
PLC – Power Line Communication 
PLX – Power Line Exchange 
PM – Frequency modulation 
PR – Paraná 
REMPLI – Real-time Energy Management via Power Lines and Internet 
RF – Rádio Frequência 
RZ – return-to-zero 
TCP/IP – Transmission Control Protocol/Internet Protocol 
TDM – Time-Division Multiplexing 
USB – Universal Serial Bus 
VDSL – Very-high-bit-rate Digital Subscriber Line 
xDSL – Digital Subscriber Line 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO 7 
ABSTRACT 8 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 9 
LISTA DE TABELAS 10 
LISTA DE GRÁFICOS 11 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 12 
1. INTRODUÇÃO 16 
1.1. OBJETIVO DO TRABALHO 17 
1.2. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 18 
2. TECNOLOGIA PLC 19 
2.1. CONCEITOS BÁSICOS 19 
2.1.1. MODULAÇÃO 19 
2.1.1.1. MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA 20 
2.1.1.1.1. MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA POR AMPLITUDE 20 
2.1.1.1.2. MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA POR ÂNGULO 21 
2.1.1.2. MODULAÇÃO POR PULSOS 23 
2.1.1.2.1. MODULAÇÃO POR PULSOS ANALÓGICA 23 
2.1.1.2.2. MODULAÇÃO POR PULSOS DIGITAL 24 
2.1.2. MULTIPLEXAÇÃO DO SINAL 25 
2.1.2.1. SPREAD SPECTRUM 25 
2.1.2.2. ORTHOGONAL FREQUENCY DIVISION MULTIPLEXING 27 
2.2. CARACTERÍSTICAS DA TECNOLOGIA PLC 28 
2.2.1. TOPOLOGIA 30 
2.2.2. REDE DE TRANSPORTE 32 
2.2.3. REDE DE DISTRIBUIÇÃO 32 
2.2.4. REDE DE ACESSO 32 
2.2.5. REDE DE COMUNICAÇÃO INTERNA 34 
2.2.6. COMPARAÇÕES TECNOLÓGICAS BÁSICAS 35 
3. ALGUMAS TECNOLOGIAS PLC 37 
3.1. X10 PLC 37 
3.2. INTELLON CEBus 38 
 
 
3.3. ECHELON LONWORKS 39 
3.4. ADAPTIVE NETWORKS 40 
3.5. PLUG-IN 40 
4. ESTUDOS SOBRE O PLC 42 
4.1. NO EXTERIOR 42 
4.2. NO BRASIL 44 
4.2.1. PROJETO PLC CEMIG 45 
4.2.2. PROJETO COPEL 46 
5. PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA – PLC 48 
5.1. METODOLOGIA DA PESQUISA 48 
5.2. DADOS PESSOAIS DOS PARTICIPANTES 50 
5.3. DADOS SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL 52 
5.4. OPINIÃO PÚBLICA SOBRE TECNOLOGIA PLC 55 
CONCLUSÃO 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60 
ANEXOS 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1 INTRODUÇÃO 
Estar conectado à rede mundial passou a ser uma necessidade. A Inter-
net tornou-se algo indispensável nos dias atuais, devido a sua enorme utilidade na 
área acadêmica, no trabalho, na vida social, entre outras coisas. É impossível pen-
sar no mundo sem Internet. Ela tem um valor significativo, pois em questão de se-
gundos é possível saber tudo o que está acontecendo no mundo. Além disso, ela 
possibilita a interação entre as pessoas em tempo real. Devido a esse fato, o núme-
ro de pessoas que a utiliza aumenta a cada dia. 
A conectividade da Internet pode ser feita de várias maneiras. Dentre elas 
podemos destacar: satélite, cabos coaxiais das operadoras de TV por assinatura, 
xDSL, sistemas wireless e conexão dial-up (também conhecida como internet disca-
da). Cada uma delas possui características diferentes e determinantes, as quais in-
fluenciam no custo do serviço e na disponibilidade de acesso para o usuário final (a 
chamada “última milha”). No entanto, os custos do serviço ainda são muito elevados 
e a disponibilidade de acesso insuficiente. Conforme, uma pesquisa realizada em 
vários países, onde foram feitas a comparação do preço e a qualidade do serviço de 
banda larga, o Brasil ficou em último lugar. “Aqui se paga até vinte vezes mais por 
um serviço vinte vezes mais lento” [6]. Segundo o estudo divulgado pela empresa 
The Nielsen Company, a qualidade de conexão no Brasil não é satisfatória. No resul-
tado apresentado, 48% usam a Internet com uma conexão considerada média 
(512Kbps a 2Mbps), enquanto 31% navegam a uma velocidade lenta, abaixo de 
512Kbps. Já as conexões super-rápidas (acima de 8Mbps), correspondem a apenas 
6% da população conectada [4]. De acordo com as estimativas da Interactive Adver-
tising Bureau (IAB), em 2011 está previsto o aumento de 10% na audiência da Inter-
net. Com esse aumento da audiência, se torna cada vez maior a necessidade de 
criar outras formas de conectividade de melhor facilidade de acesso e baixo custo, 
pois é cada vez maior o número de pessoas das classes C, D, E que acessam a In-
ternet, cerca de 52,8% em 2010 [38]. 
 
 
17 
 
Uma possível solução encontrada para atender a essas necessidades é a 
tecnologia Power Line Communication (PLC), que está em processo de evolução. 
Sua grande vantagem é permitir a transmissão de dados, imagem e voz pela rede 
elétrica. Do ponto de vista econômico, a tecnologia PLC apresenta uma grande van-
tagem com relação às outras tecnologias para a transmissão de dados: a existência 
e a utilização de infraestrutura básica para a comunicação. Já do ponto de vista so-
cial, a tecnologia pode representar a democratização dos meios de transmissão de 
informação e a inclusão digital 
A idéia de transmitir dados, imagem e voz, pela rede elétrica não é recen-
te. Desde a década de 1920, empresas de transmissão de energia elétrica utilizam a 
técnica Power Line Carrier, também conhecida como OPLAT (Onda Portadora em 
Linhas de Alta Tensão) [13]. A Power Line Carrier era muito usada em redes de alta 
tensão de 69KV a 500KV pelas concessionárias de energia elétrica para comunica-
ção de voz e dados entre as subestações. A conexão era de baixa velocidade e não 
ultrapassava os 9,6Kbps, operando na faixa de freqüência de 30 a 400 KHz. Em 
2010, foi atingida uma velocidade de 400Mbps e, no futuro, estima-se que poderão 
ser atingidas velocidades de até 2 Gbps [13]. 
 
1.1 OBJETIVO DO TRABALHO 
 Por haver uma enorme necessidade de se prover o acesso à Internet 
por meio de banda larga, um obstáculo à realização disso é a pouca abrangência, 
seja por questões técnicas ou estruturais, das tecnologias utilizadas com esse fim 
até agora. Foi através dessa necessidade que surgiu a motivação para buscar ou-
tras formas de se conectar a internet. 
O objeto desse trabalho é realizar uma pesquisa exploratória sobre a tec-
nologia PLC, a fim de se entender mais sobre seu funcionamento, já que esta é uma 
tecnologia fácil de ser implantada, devido à rede elétrica já estar presente em mais 
de 97% dos lares [2]. Além disso, o trabalho apresenta também uma pesquisa de 
opinião pública sobre essa tecnologia caso venha ser implantada e disponibilizada 
comercialmente. 
18 
 
1.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
Nesse capitulo será feita uma introdução sobre a tecnologia PLC (Power 
Line Communication). Foram apresentados argumentos que justificam a escolha 
dessa tecnologia para estudo. 
No Capítulo 2, serão abordados os conceitos básicos da tecnologia PLC, 
bem como suas características. 
No Capítulo 3, serão discutidas algumas tecnologias PLC existentes. 
No Capítulo 4, serão relatados estudos realizados no Brasil e no exterior 
sobre a tecnologia PLC. 
No Capítulo 5, seráapresentado o relatório da pesquisa de opinião públi-
ca sobre a tecnologia PLC e outras tecnologias existentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
2. TECNOLOGIA PLC 
A tecnologia PLC (Power Line Comunication) consiste na transmissão de 
dados, imagens e voz em banda larga. Essa tecnologia tem como meio de transmis-
são uma das redes mais utilizadas em todo o mundo: a rede elétrica. Como a infra-
estrutura já se encontra disponível, sua implementação não é necessária. Na insta-
lação da tecnologia PLC nos domicílios, por exemplo, cada tomada elétrica vai se 
comportar como um ponto de conexão à rede. 
2.1. CONCEITOS BÁSICOS 
O princípio básico do funcionamento das redes PLC é o de que a comuni-
cação de dados e a energia elétrica não se “misturam”. Isso ocorre porque os dois 
sinais elétricos utilizam freqüências diferentes. 
A tecnologia PLC, assim como todo sistema de comunicação moderno, u-
tiliza como base o conceito de modulação e multiplexação. Esses conceitos estarão 
sendo abordados nas seções subseqüentes. 
2.1.1. MODULAÇÃO 
O objetivo do sistema de comunicação é entregar uma informação para o 
destinatário final, ou seja, entre a fonte e o receptor. Para que a informação seja en-
tregue, é imprescindível que o transmissor a modifique de forma que seja possível 
transmiti-la por um canal de comunicação. A modificação é realizada por um proces-
so chamado de modulação que consiste na conversão da informação a ser transmi-
tida através de um determinado meio físico (canal) em uma forma mais adequada. O 
receptor recria a informação original a partir do sinal modulado que se propagou a-
través do canal de comunicação. 
20 
 
O desenvolvimento da tecnologia PLC, só foi possível com o avanço das 
técnicas de modulação [18]. 
À recriação da informação no receptor dá-se o nome de demodulação, 
que é o processo inverso da modulação. Entretanto, a presença de ruído e a 
distorção do sinal durante a transmissão da informação pelo canal impossibilitam a 
recriação exata da informação original. A degradação do sinal no sistema como um 
todo é influenciada pelo tipo de modulação usado, sendo algumas técnicas mais 
propensas a ruídos e distorções que outras [18]. 
Uma modulação pode ser classificada como modulação de onda continua 
ou modulação por pulsos. 
2.1.1.1. MODULAÇÃO DE ONDA CONTINUA 
Na modulação de onda contínua, uma onda senoidal é utilizada como por-
tadora para transmitir a informação. Segundo [18], existem duas famílias de sistema 
de modulação de onda contínua: modulação por amplitude e modulação por ângulo. 
2.1.1.1.1. MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA POR AMPLITUDE 
Nesse tipo de modulação a amplitude da onda portadora é variada de a-
cordo com o sinal a ser transmitido. A Figura 2.1 mostra um sinal a ser transmitido e 
o seu equivalente após a modulação em amplitude. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A simplicidade de implementação é a vantagem da modulação em ampli-
tude. Entretanto, a sua desvantagem é: 
- Desperdício de potência: a onda portadora usada é completamente 
independente da informação e é transmitida junto com o sinal gastando mais 
potência; 
Essa desvantagem pode ser superada fazendo o uso de formas lineares 
de modulação em amplitude, mas que ocasionam uma complexidade maior ao sis-
tema [18]. 
2.1.1.1.2. MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA POR ÂNGULO 
Nesse tipo de modulação o ângulo é variado de acordo com o sinal a ser 
transmitido pela onda portadora. Os dois métodos mais comuns desse tipo de modu-
lação são: modulação em fase (Phase Modulation – PM) e modulação em freqüência 
(Frequency Modulation – FM). 
A modulação em fase consiste em variar linearmente o ângulo do sinal 
modulado, enquanto a modulação em freqüência varia, conforme o próprio nome 
Figura 2.1 [18]: Modulação de onda contínua em amplitu-
de. (a) onda portadora. (b) sinal a ser transmitido. (c) 
sinal modulado em amplitude. 
22 
 
sugere, a freqüência do sinal modulado. Um sinal FM pode ser obtido de um sinal 
PM e vice-versa. Logo, todas as propriedades de um sinal FM podem ser deduzidas 
das propriedades de um sinal PM [18]. A Figura 2.2 mostra o resultado de uma mo-
dulação em freqüência e uma modulação em fase apresentando suas peculiarida-
des. 
 
Figura 2.2 [34]: Modulação de onda contínua do tipo analógica 
Uma conseqüência de se fazer o ângulo dependente da mensagem a ser 
transmitida é que o cruzamento em zero do sinal PM ou FM perde a sua regularida-
de no espaçamento. O cruzamento em zero é o instante de tempo em que a onda 
muda do positivo para o negativo e vice-versa. Esta característica distingue as mo-
dulações por amplitude das modulações por ângulo, como foi visto na Figura 2.2. 
Outra diferença é que o envelope (forma da onda) do sinal PM ou FM é constante e 
igual à amplitude da onda portadora, enquanto o envelope do sinal AM é dependen-
te da mensagem a ser transmitida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
2.1.1.2. MODULAÇÃO POR PULSOS 
Na modulação por pulsos, ao contrário de uma onda senoidal, um trem de 
pulsos é usado para transmitir informações. A base desta modulação é o processo 
de amostragem. 
A amostragem consiste em um processo no qual são retiradas amostras 
do sinal original em determinados instantes de tempo que serão utilizadas para a 
reconstituição desse sinal no receptor. É necessária a escolha adequada da taxa de 
amostragem de forma que a seqüência de pulsos gerada defina unicamente o sinal 
analógico original. Esse processo foi provado por Nyquist, através da teoria da a-
mostragem, no qual valores de um sinal analógico tomados a intervalos de tempo 
regulares contêm a mesma informação do sinal original desde que a taxa de amos-
tragem seja ser maior que o dobro da frequência máxima do sinal analógico [36]. 
Pode-se distinguir duas famílias de modulação por pulsos: analógica e di-
gital. 
2.1.1.2.1. MODULAÇÃO POR PULSOS ANALÓGICA 
Nesse tipo de modulação, utiliza-se um trem de pulsos periódico como 
onda portadora e varia-se alguma propriedade de cada pulso conforme o valor a-
mostrado correspondente do sinal da mensagem. As variações nos pulsos podem 
ocorrer na amplitude, durações ou posições de formato fixo conhecido. De acordo 
com a Figura 2.3 podemos visualizar a variação nos pulsos em amplitude, no qual a 
informação é transmitida de forma analógica, mas em instantes de tempo discreto 
[18]. 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1.1.2.2. MODULAÇÃO POR PULSOS DIGITAL 
Nesse tipo de modulação, a mensagem é representada de tal forma que é 
discreta tanto na amplitude quanto no tempo, permitindo, então a sua transmissão 
de forma digital como uma seqüência de pulsos binários codificados. No código bi-
nário, por exemplo, cada símbolo pode ter um de dois valores: ausência ou presença 
de pulso. 
Existem diversos tipos de modulação por pulsos digital: os códigos NRZ, 
nas suas versões: polar e unipolar sem retorno a zero, unipolar com retorno a zero 
(RZ), bipolar com retorno a zero (BRZ) e Código Manchester. A Figura 2.4 mostra 
alguns exemplos desses tipos de modulação. 
 
Figura 2.4 [18]: Exemplos de modulação por pulsos digital 
Figura 2.3 [18]: Modulação por pulso em amplitude 
25 
 
 
2.1.2. MULTIPLEXAÇÃO DO SINAL 
Nesta seção, será abordado outro importante requisito da transmissão da 
informação: a multiplexação. Multiplexação consiste num processo no qual sinais de 
mensagens derivados de fontes independentes são combinados num sinal composto 
adequado para a transmissão por um canalcomum [18]. Dentre os métodos básicos 
de multiplexação pode-se citar: 
- Frequency-Division Multiplexing (FDM): No receptor, são usados vários filtros 
para separar os diferentes sinais e prepará-los para demodulação. A 
multiplexação por divisão de freqüência favorece o uso da modulação por 
onda contínua para colocar cada sinal em uma freqüência específica da 
banda. 
- Time-Division Multiplexing (TDM): A multiplexação por divisão de tempo 
favorece o uso da modulação por pulsos para posicionar os sinais em 
diferentes fatias de tempo. 
- Code-Division Multiplexing (CDM): Na multiplexação por divisão em código 
cada sinal é identificado por uma seqüência (código) diferente, ou seja, os 
sinais são separados através de técnicas de codificação. 
Essas técnicas de multiplexação formam a base para outras mais robus-
tas utilizadas na tecnologia PLC: o spread spectrum (espalhamento espectral) e a 
Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM). 
2.1.2.1. SPREAD SPECTRUM 
Spread Spectrum é uma técnica de codificação para a transmissão digital 
de sinais. A principal vantagem nesta técnica de modulação é a sua capacidade de 
rejeitar interferências na transmissão da informação. Segundo [18], uma modulação 
spread spectrum satisfaz duas definições: 
26 
 
- Espalhamento espectral é uma forma de transmissão na qual a informação 
ocupa uma banda maior que a banda mínima para transmiti-la. 
- O espalhamento do espectro é realizado antes da transmissão através do uso 
de um código independente da informação. O mesmo código é usado pelo 
receptor para recuperar a informação original. 
Neste tipo de modulação, perde-se eficiência em termos de banda e po-
tência em prol da segurança nas transmissões em ambientes hostis. Quando é es-
palhado no espectro de potência, ele apresenta a aparência de um sinal de ruído. A 
Figura 2.5 mostra como fica o espectro de potência para um sinal espalhado em um 
sinal de banda base. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.5 [35]: Densidade espectral de um sinal em banda base 
 e um sinal “espalhado”. 
 
As vantagens desse tipo de modulação são: 
- Resiste à interferência intencional e não intencional. 
- Baixa densidade espectral de potência. 
- A probabilidade de diferentes usuários utilizarem a mesma seqüência de 
canais é muito pequena. 
- Os canais que o sistema utiliza para operação não precisam ser seqüenciais. 
As desvantagens desse tipo de modulação são: 
- Uso da largura de banda ineficiente. 
- A implementação é um pouco mais complexa. 
 
 
27 
 
 
2.1.2.2. ORTHOGONAL FREQUENCY DIVISION MULTIPLEXING 
Segundo [39], a multiplexação por divisão de freqüência ortogonal iniciou-
se na década de 1960 e foi desenvolvida na década de 1970 a 1980. A técnica 
OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) foi criada visando minimizar a 
interferência entre canais de freqüência próximos uns aos outros e está baseada em 
ortogonalidade entre sinais. A idéia é dividir a banda disponível em sub-portadoras. 
Em cada sub-portadora, o OFDM transmite uma parte da mensagem que se deseja 
enviar, utilizando quaisquer dos métodos já explicados até aqui. Para que a trans-
missão nestas sub-portadoras possa ser feita em paralelo, estas devem ser ortogo-
nais, isto é, as freqüências destas sub-portadoras devem ser tais que uma transmis-
são em uma não afete as demais. 
 O OFDM é uma variação da multiplexação por divisão de freqüência 
(FDM), e é usada nos sistemas de telefonia, TV Digital, TV Digital de Alta Definição 
(HDTV), e nas tecnologias de redes de acesso como ADSL, VDSL e em redes wire-
less. A tecnologia é complexa e exige processamento digital de sinais múltiplos. 
A multiplexação ortogonal é uma técnica de transmissão multi-portadoras 
que divide o espectro em várias sub-bandas. As subportadoras são posicionadas de 
tal forma que os zeros de cada uma coincida com os das outras. Neste tipo de mo-
dulação pode-se transmitir digitalmente, a altas taxas de bits para receptores mó-
veis, portáteis e fixo. Na figura 2.6 pode-se visualizar o espectro de três subportado-
ras utilizando o sinal OFDM. 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.6 [30]: Espectro de 3 subportadoras utilizando OFDM 
 
As vantagens do OFDM são: maior número de canais para uma mesma 
faixa espectral quando comparado com a técnica FDM, resistência à interferência 
entre freqüências e pouca distorção causada por caminhos múltiplos. Isso é impor-
tante porque em um típico cenário de broadcast os sinais transmitidos chegam ao 
receptor através de vários caminhos de diferentes comprimentos. 
2.2. CARACTERÍSTICAS DA TECNOLOGIA PLC 
A tecnologia PLC pode utilizar a rede elétrica de baixa tensão e/ou média 
tensão. É adequada tanto às redes de baixa tensão aérea quanto às redes de distri-
buição subterrânea. Porém, a rede elétrica não foi preparada adequadamente para 
transferência de dados, devido à época de seu desenvolvimento não se imaginar 
que esta seria também utilizada para esse propósito [36]. 
Por não receber o devido tratamento, o canal PLC varia de acordo com o 
tempo e o local, possui grande atenuação para transmissão de dados, várias formas 
de ruído e percursos não restritos. Com isso, a tecnologia PLC diferencia-se nos ní-
veis de estrutura, topologia, propriedades físicas e capacidade da rede elétrica. Es-
tes fatores tornam a caracterização e a modelagem do canal muito importante [33]. 
Entretanto, em estudos realizados, houve testes bem sucedidos para transmissão de 
dados chegando a velocidades superiores a 200 Mbps [13]. 
29 
 
Existem dois tipos de redes PLC. A primeira é a interior (indoor), onde a 
transmissão é conduzida usando a rede elétrica interna de uma casa ou de um pré-
dio. O segundo tipo é o exterior (outdoor), onde a transmissão é conduzida usando a 
rede pública exterior de energia elétrica [36]. 
A tecnologia PLC trabalha na camada 2 do modelo ISO/OSI (O-
pen Systems Interconnection), ou seja, na camada de enlace. Logo, pode ser agre-
gada a uma rede TCP/IP (camada 3) já existente. 
Em questão de segurança, toda comunicação na rede PLC é criptografa-
da [9]. Dispositivos anteriores a 2000, e alguns existentes atualmente, utilizam a 
criptografia DES (Data Encryption Standard) 56 bits [37]. O método de criptografia 
DES foi desenvolvido na década de 1970 pela empresa americana IBM (Internatio-
nal Business Machines). O objetivo era criar um método padronizado para o acesso 
de dados. Assim como qualquer algoritmo de criptografia de chave simétrica, o DES 
funciona da seguinte forma: a chave secreta, previamente distribuída aos participan-
tes da comunicação, é utilizada para o processo de cifragem dos dados através da 
aplicação de varias operações não-lineares. A partir do valor resultante, é matemati-
camente inviável a recuperação dos dados originais, a menos que se tenha a verda-
deira chave [32]. 
Entretanto, a segurança é ponto extremamente crítico a ser tratado. O al-
goritmo de criptografia DES teve sua confiabilidade considerada “pobre”, ou seja, é 
relativamente fácil de ser quebrada. Esta fragilidade se deve ao fato da chave ser 
relativamente pequena, levando-se em conta o poder computacional disponível hoje. 
O método de ataque mais comum é a força bruta que testa todas as combinações 
possíveis de chave, tentando encontrar a que corretamente decodifica os dados. 
Logo, como o tamanho da chave determina o número máximo de possibilidades, 
uma chave pequena torna o método susceptível a ataques. Porém, seu algoritmo de 
criptografia tem sido alterado e melhorado. Além disso, com o intuito de substituir o 
DES foi lançado um concursoem 2000 pelo NIST (National Institute of Standards 
and Technology), o qual o resultado foi o algoritmo de criptografia AES (Advanced 
Encryption Standard) de 128 bits buscando desta forma, trazer maior confiabilidade 
ao sistema. Dispositivos posteriores a esta data utilizam o AES que permite a auten-
ticação individual [9, p. 65]. 
Além da criptografia na rede, existe também a possibilidade de se detec-
tar alguma intrusão, ou seja, outro equipamento PLC conectado a rede sem autori-
30 
 
zação. Para fazer a detecção de um dispositivo “extra”, que não foi legalmente insta-
lada em uma rede PLC, pode-se fazer um teste simples, ligando um equipamento 
PLC na rede e verificando se ele detecta a presença de algum outro. Caso já haja 
uma rede PLC instalada é possível, através de softwares, verificar quais são os en-
dereços MAC dos nós da rede e assim detectar o possível intruso [9, p. 72]. 
2.2.1 TOPOLOGIA 
 A topologia de uma rede de acesso PLC é dada pela topologia de forne-
cimento da rede de baixa tensão utilizada como meio de transmissão. No entanto, 
não existem ainda padronizações na tecnologia PLC. A Figura 2.7 representa uma 
sugestão de topologia de uma rede PLC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Figura 2.7 a rede de distribuição acopla o sinal PLC proveniente de 
um determinado operador de telecomunicações através de um equipamento Mestre 
de média tensão que interliga os repetidores de sinal de média para baixa tensão, 
instalados junto aos transformadores de distribuição de energia elétrica. Quatro ní-
veis são apresentados na Figura 2.7: rede de transporte, rede de distribuição, rede 
de acesso e a rede de comunicação interna do usuário final. 
 
 Figura 2.7 [33]: Topologia de uma rede PLC 
32 
 
2.2.2 REDE DE TRANSPORTE 
A rede de transporte envolve as Operadoras de Telecomunicações. Estas 
tratam de fazer a interconexão com a internet. Comumente, o meio de comunicação 
utilizado passa a ser a fibra óptica [12]. 
2.2.3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO 
A rede de distribuição é a responsável pela interligação entre a Rede de 
Transporte e a Rede de Acesso usando a estrutura da rede elétrica de média ten-
são, caracterizada pela tensão nominal maior que 1 kV e menor que 69 kV [3]. Esta 
interligação é feita através do equipamento denominado Master de Média Tensão 
que introduz o sinal de dados na rede elétrica. 
Uma rede PLC pode ser constituída de apenas quatro tipos de equipa-
mento, localizados em quatro níveis: o Master de Média Tensão, o Repetidor de Mé-
dia/ Baixa Tensão, Repetidor de Baixa Tensão e o Modem PLC. É válido salientar 
que dependendo do comprimento e topologia da rede, o repetidor de Baixa Tensão 
poderá ser suprimido, restando três níveis. Caso a interligação com a rede de trans-
porte se dê através da linha de baixa tensão, poderemos ter apenas o Master de 
Baixa Tensão e os modems PLC [13]. 
2.2.4 REDE DE ACESSO 
Na topologia apresentada na seção 2.2.1, as redes de baixa tensão são 
utilizadas como um meio de transmissão para as redes de acesso PLC. Na Figura 
2.8 temos as redes de baixa tensão que são compostas de transformadores e cabos 
de energia. Estes são conectados aos usuários finais que realizam a função de 
segmento de acesso (“última milha”) da rede de telecomunicação, na qual se inicia 
junto ao medidor de energia elétrica do usuário com introdução do equipamento re-
33 
 
petidor ou equipamento intermediário. Este equipamento tem a função de receber 
sinais PLC gerados nos diversos modems existentes na rede. 
Na residência do usuário, o modem pode ser conectado na rede local 
LAN possibilitando a conexão de alta velocidade diversos pontos. 
O modem PLC converte o sinal recebido em um sinal padrão que podem 
ser processados por sistemas convencionais de comunicação permitindo que o 
computador do usuário conecte-se com a rede através de interfaces de comunica-
ção (como Ethernet ou USB) [19]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 2.8[33]: rede de acesso 
34 
 
2.2.5 REDE DE COMUNICAÇÃO INTERNA 
A rede de comunicação interna da residência é constituída pela rede de 
distribuição elétrica e também pelos modems que serão utilizados para conexão dos 
equipamentos que utilizarão o serviço de banda larga. Inúmeros modems podem 
estar conectados nas tomadas de energia elétrica disponíveis em uma instalação 
doméstica, como podemos visualizar na Figura 2.9. 
A Tecnologia PLC ainda fornece uma alternativa ao usuário final que pode 
criar um ponto de acesso 802.11 através do modem PLC, disponibilizando sinal wi-
reless na rede de banda larga. Caso o usuário já possua uma rede cabeada distri-
buída, este poderá também utilizar essa rede para o acesso em banda larga nos di-
versos pontos existentes [36]. 
A interface dos modems PLC tem como padrão o RJ45 para rede Ether-
net; RJ11 para conexão de telefones, pois o modem proporciona ao usuário um ga-
teway onde poderá usar o serviço de voz sobre IP (VoIP), e também a conexão USB 
para utilização em demais aparelhos [36]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.9[10]: rede de comunicação interna do usuário. 
35 
 
 
2.2.6 COMPARAÇÕES TECNOLÓGICAS BÁSICAS 
Como tecnologia de telecomunicações, a Internet via rede elétrica aplica-
se no segmento de acesso e distribuição, permitindo flexibilidade e universalidade 
na composição da rede de telecomunicações. No requisito instalações existentes ou 
implementações novas, a tecnologia PLC é uma opção eficiente. Na Tabela 2.1 po-
demos visualizar a síntese de sua aplicação em relação a outras tecnologias [36]. 
Tabela 2.1[36]: comparações entre tecnologias
 
Como tecnologia de acesso, a Internet via rede elétrica está bem posicio-
nada, com velocidade acima de 200Mbps, e se tornando uma alternativa competitiva 
com relação às outras tecnologias de acesso. Para compreensão desta evolução, 
foram utilizadas como referência as mais conhecidas tecnologias que utilizam redes 
pré-existentes como base: a xDSL (empresas de telefonia), sendo a mais conhecida 
a ADSL, e “Cable-modem” (empresas de TV a cabo) [13]. 
A tecnologia ADSL, inicialmente provia comunicação na faixa de 128 
kbps. Essa tecnologia evoluiu e atualmente, já se encontra disponível as versões 
ADSL2 e ADSL2+ com velocidades na ordem de 12Mbps e 24Mbps, respectivamen-
te (velocidade disponível nas grandes metrópoles), porém ainda com limitações. Por 
exemplo, o usuário não pode estar a mais de 4 Km da central telefônica. Quanto 
mais longe estiver, menos velocidade o usuário pode ter e a conexão pode sofrer 
instabilidades ocasionais. Isso se deve ao ruído (interferência) que ocorre entre um 
ponto e outro. Quanto maior essa distância, maior é a perda na intensidade do sinal, 
o que o torna mais suscetível ao ruído [29]. Há muitas variações da tecnologia DSL, 
(medium 
 voltage) 
PLC LV (low voltage) 
36 
 
pois além da ADSL2+ existe outro tipo que é superior no quesito velocidade: a tec-
nologia VDSL. A tecnologia VDSL possui características semelhantes ao ADSL, po-
rém se difere na velocidade podendo atingir até 52 Mbps. A Tabela 2.2 fornece uma 
comparação entre as várias tecnologias aqui citadas com suas respectivas velocida-
des. 
 
Tabela 2.2: comparativo entre as tecnologias existentes e suas velocidades 
TIPO DE CONEXÃO VELOCIDADE MÁXIMA 
PLC 200 Mbps 
VDSL 52 Mbps 
ADSL2+ 24 Mbps 
ADSL2 12 Mbps 
CABLE 100 MbpsDa mesma maneira, as empresas de TV a cabo inicialmente disponibiliza-
vam a comunicação de dados na faixa de 100kbps. Hoje estão comercialmente dis-
poníveis velocidades na ordem de 100Mbps [27]. 
De forma análoga, as Companhias de Energia Elétrica podem dispor de 
sua rede instalada e prover comunicação de alta velocidade. Na Tabela 2.2 pode-
mos observar a comparação das tecnologias citadas em relação à comunicação de 
última milha. 
Tabela 2.3 [13]: comparativo entre as tecnologias que aproveitam redes existentes 
TECNOLOGIA ADSL CABLE PLC 
Rede de Acesso Telefonia TV a Cabo Elétrica 
Cobertura 10% 2% 30% 
Solução de Expan-
são 
Nova Rede Nova Rede Adequação 
 
 
 
 
37 
 
 
3. AS PRIMEIRAS TECNOLOGIAS PLC 
As primeiras tecnologias PLC surgiram por volta de 1920. Neste período 
foram realizados os primeiros testes utilizando as linhas de potência. Inicialmente, as 
soluções encontradas eram simplesmente destinadas ao controle de dispositivos 
domésticos e apresentavam bastantes restrições de taxas de transferências, custos, 
etc [36]. Nos dias atuais a tecnologia PLC está mais moderna e alcançando níveis 
bastante satisfatórios. Dentre as primeiras tecnologias PLC que surgiram, algumas 
existe até hoje. 
Entretanto, algumas destas tecnologias, como X-10, INTELLON CEBus, 
ECHELON LONWORKS, ADAPTIVE NETWORKS são utilizadas apenas a aplica-
ções específicas como por exemplo, controle de equipamentos eletrônicos (i.e., con-
trole de iluminação, sistema de segurança, etc.). Por outro lado, a tecnologia PLUG-
IN pode ser utilizada em redes TCP/IP de acesso a Internet. Note, no entanto, que a 
tecnologia ECHELON LONWORKS pode ser integrada a redes TCP/IP com o uso do 
padrão de tunelamento de IP – ANSI/CEA-852, embora este não seja um uso co-
mum. 
3.1 X-10 PLC 
Em 1970 a tecnologia X-10 PLC (Power Line Carrier) foi desenvolvida pe-
la Pico Eletronics, na Escócia. Ela foi criada inicialmente para integrar baixo custo e 
controle de equipamentos. Possivelmente foi a primeira tecnologia domótica inven-
tada. Embora tenha sido originalmente unidirecional, hoje em dia é possível encon-
trar produtos bidirecionais [23]. 
38 
 
Os módulos transmissores do X-10 são adaptadores que conectados à 
tomada de luz que enviam sinais aos módulos receptores para controlar equipamen-
tos simples: interruptores, controles remoto, sensores de presença, entre outros. 
Essa tecnologia consiste em transmitir dados binários através da corrente 
elétrica utilizando a modulação por amplitude (AM Amplitude Modulation). A portado-
ra utiliza a passagem por “zero” Volts da onda senoidal (60Hz ou 50Hz) da linha elé-
trica de corrente alternada (CA), tanto no ciclo positivo quanto no negativo. A trans-
missão na passagem por zero justifica-se por ser este o instante de menor ruído e 
interferência de outros equipamentos ligados à rede. 
A informação é codificada por meio de rajadas de sinais de alta freqüên-
cia. O bit “um” é representado através da inserção de um pulso de 120kHz durante 
1ms seguido de por uma ausência de pulsos (i.e., o transmissor deixa de transmitir a 
onda portadora durante 1ms). A representação do bit “zero” utiliza a lógica inversa: 
ausência de pulsos na freqüência de 120kHz, seguida por 1ms de pulsos nesta fre-
qüência. Dessa forma, cada bit precisa de um ciclo completo de 60Hz para ser 
transmitido, limitando a taxa em 60 bits por segundo [23]. 
Todo comando é transmitido duas vezes, no entanto os receptores X-10 
só precisam receber uma vez para operar. A duplicação de comando ajuda a asse-
gurar que o comando foi recebido mesmo com a presença de ruído na transmissão. 
Um comando completo do X-10, para ser transmitido, consiste de dois pacotes com 
um intervalo de 3 ciclos entre eles. Cada pacote contém duas mensagens idênticas 
de 11 ciclos. No total são necessários 47 ciclos em uma transmissão padrão para se 
transmitir um comando, o equivalente a 0,8s. Essa limitação de velocidade acabou 
restringindo a tecnologia ao controle de aplicações simples como iluminação e segu-
rança [21]. 
3.2 INTELLON CEBus 
A Intellon produz equipamentos de acordo com o padrão CEBus (Consu-
mer Electronic Bus). O CEBus é um padrão aberto, desenvolvido pela Associação 
das Indústrias de Eletrônica (EIA) desde 1984. Sua primeira especificação surgiu em 
1992 e apresenta essas camadas físicas para a comunicação por linhas de potência, 
39 
 
par trançado, cabo coaxial, infravermelho, RF e fibra ótica. As maiores motivações 
para este desenvolvimento foram [11]: 
- Desenvolver um método universal e de baixo custo para que 
os dispositivos de uma casa possam se comunicar, 
independente do fabricante; 
- Reunir todos os requisitos de controle domésticos num único 
padrão de rede; 
- incluir controles além dos tradicionais "On", "Off", "Dim", 
"Bright", "All Lights On" e "All Lights Off"; 
- Basear-se no Modelo de Referência ISO/OSI; 
 Em 1994, o desenvolvimento e o refinamento do padrão passaram a ser 
feitos pela CIC (CEBus Industry Council). O CIC é uma entidade sem fins lucrativos 
formada por representantes de várias firmas eletrônicas. Desde 1995, o padrão CE-
Bus foi submetido ao ANSI (American National Standards Institute) para que se tor-
nasse também um padrão ANSI e mundial, sob a denominação EIA-600. Sob esta 
denominação o CEBus também inclui uma linguagem para as aplicações (CAL, 
Common Application Language), que permite aos dispositivos enviar comandos e 
solicitações de status usando uma linguagem de alto nível comum a todos. Além 
disso, o sistema utiliza o modelo de comunicação ponto-a-ponto e adota a técnica 
CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access / Collision Detection ) para evitar colisão 
dos dados [11]. 
A tecnologia da Intellon tem como objetivo prover capacidade de controle 
a redes residenciais e consiste de dois componentes: um transceiver implementando 
spread spectrum e um microcontrolador para executar o protocolo. Os pacotes são 
transmitidos a uma taxa de 10 Kbps. As desvantagens da Intellon são o custo, que a 
afasta de consumidores residenciais, e a pouca oferta de produtos CEBus [11]. 
3.3 ECHELON LONWORKS 
LonWorks é uma tecnologia desenvolvida pela Echelon Corporation que 
tem como objetivo oferecer uma infra-estrutura para a operação de rede local deno-
minada LON (Local Operating Network). Está baseada no protocolo de comunicação 
40 
 
proprietário LonTalk (ANSI 709.1), e está embarcado no chip Neuron, também pro-
prietário [15]. 
Este sistema pode ser usado através de par trançado, cabo coaxial, RF, 
infravermelho, fibra ótica e rede elétrica. O sistema PLC apresenta comunicação 
ponto-a-ponto, adotando o protocolo CSMA (Carrier Sense Multiple Access) como 
estratégia de acesso ao meio. A tecnologia spread spectrum é utilizada para modu-
lação das mensagens [15]. 
3.4 ADAPTIVE NETWORKS 
A Adaptive Networks também utiliza a tecnologia spread spectrum. Possui 
uma grande variedade de implementações baseada em chipsets com taxas de 
19,2Kbps e 100Kbps. O acesso ao meio é feito através de um hybrid token passing, 
que minimiza tokens desnecessários em ambientes com cargas leves e preserva 
integridade do token em situações de muita carga [1]. 
Apesar de possibilitar taxas de transmissão maiores que as anteriormente 
mencionadas, a tecnologia da Adaptive não é adequada para aplicações banda lar-
ga como compartilhamento de arquivos, voz digital e transmissão de vídeo. 
Assim como a Echelon e a Intellon, seus chipsets ainda são muito caros 
para serem incorporados a produtos destinados a consumidores residenciais ou de 
pequenos escritórios. 
3.5 PLUG-IN 
A tecnologia PLUG-IN foi desenvolvidapela Intelogis, Inc. e está baseada 
na implementação de vários protocolos [21]: 
- PLUG-IN Intelogis Commom Application Language (iCAL) – 
camada de aplicação; 
- PLUG-IN Power Line Exchange (PLX) – camada de rede; 
- PLUG-IN Digital Power Line (DPL) – camada física. 
41 
 
Ao contrário das outras tecnologias que utilizam o tipo de comunicação 
ponto-a-ponto, o iCAL utiliza cliente-servidor. Esta configuração permite armazenar a 
informação de cada nó da rede em um nó central (Servidor). As tarefas que exigem 
grande processamento, inteligência e armazenamento são realizadas por este nó 
central (Servidor), deixando os nós clientes responsáveis por executarem apenas as 
funções imediatas [21]. 
O PLX tem como principal função definir o protocolo de controle de aces-
so ao meio (MAC). Este protocolo utiliza dois mecanismos independentes: DSMA 
(Datagram Sensing Multiple Access) e CTP (Centralized Token Passing). O servidor 
atual da rede é um nó que foi inserido com a utilização do DSMA e é responsável 
pelo gerenciamento do token. O PLUG-IN PLX possui uma arquitetura que pratica-
mente elimina colisões em sistemas PLC preservando a largura de banda para a 
transmissão de dados [21]. 
O PLUG-IN DPL é um conjunto de regras que definem como a informação 
é transmitida pelos componentes (transceivers) da rede. O PLUG-IN Digital Power 
Line é a tecnologia que funciona na camada física da rede de energia. A modulação 
utilizada é FSK (Frequency Shift Keying), cujo valor de custo é mais barato que o 
custo de produção dos circuitos para modulação por spread spectrum. O FSK con-
siste em enviar sinais digitais através da linha de energia usando duas ou mais fre-
qüências separadas que estão em uma faixa bastante estreita. Cada uma dessas 
freqüências é designada para representar um símbolo específico, como um "1" ou 
um "0" em binário. Utilizando esta metodologia, a informação é enviada através da 
linha de energia, transmitindo a freqüência correta para enviar a seqüência de sím-
bolos desejada. As taxas de transmissão chegam a 350 Kbps. Estas características 
fazem com que esta tecnologia seja muito bem aceita em aplicações comerciais e 
residenciais [21]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
4. ESTUDOS SOBRE O PLC 
É notório que a tecnologia PLC vem ganhando popularidade entre os 
pesquisadores. Isto ocorre por vários fatores, dentre quais podemos citar, por exem-
plo, a possibilidade da popularização da Internet, ou seja, o acesso à Internet de 
forma ampla possibilitando a inclusão digital. Devido a esse motivo, existem em vá-
rios locais do Brasil e do mundo estudos e projetos sendo desenvolvidos utilizando a 
tecnologia PLC. 
Em relação ao mercado, já estão disponíveis desde circuitos integrados 
até produtos completos, plug-and-play, prontos para serem ligados na tomada e 
transmitirem dados [37]. Foi criado em 2010 um padrão IEEE 1901 que impulsiona a 
tecnologia [20]. Alguns produtos trabalham com modulação por uma portadora (CD-
MA - Code Division Multiple Access, GMSK - Gaussian Minimum Shift Keying), com 
velocidades de 2Mbps e outras com modulação de múltiplas portadoras (OFDM), 
com velocidades mais elevadas de até 200Mbps [37]. 
A seguir serão apresentados os estudos sobre a tecnologia PLC no mun-
do e no Brasil. 
4.1. NO EXTERIOR 
No Exterior existem vários estudos e implantações da tecnologia PLC 
como, por exemplo, na Espanha onde toda a cidade de Puerto Real tem Internet e 
telefonia providos pela empresa local de energia elétrica [13]. Já nos EUA existem 
36 projetos em desenvolvimento [22]. Devido à aplicabilidade da tecnologia PLC, o 
governo Obama, em parceria com o Banco da IBM, está investindo cerca de US$ 
2,5 Bilhões para inclusão digital em áreas rurais [13]. 
43 
 
Entretanto, um dos projetos mais conhecido no exterior é o do grupo 
REMPLI (Real-time Energy Management via Power Lines and Internet), o qual é fi-
nanciado pela comunidade Européia e que congrega empresas e Universidades da 
França, Áustria, Portugal e Alemanha [7]. 
Esse projeto consiste em realizar transição entre o PLC e a rede TCP/IP 
utilizando três dispositivos: Access Points, Bridges e Nodes. A Figura 4.1 exemplifica 
uma aplicação da arquitetura proposta pelo projeto. O Access Point realiza a comu-
nicação entre a rede de última milha e a Internet (passando por uma rede privada da 
companhia de fornecimento de energia elétrica). Este dispositivo se comunica atra-
vés das linhas de média tensão com os Bridges, instalados em edifícios e residên-
cias atendidos pela linha. Por sua vez, os Bridges se comunicam com os Nodes a-
través das linhas de baixa tensão internas aos edifícios. Desta forma, dispositivos 
como sensores e alarmes podem utilizar a infra-estrutura da rede PLC para se co-
municar com servidores externos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.1 [7]: Arquitetura do Sistema REMPLI 
44 
 
4.2. NO BRASIL 
O principal problema para disseminar a Internet atualmente no Brasil é 
conhecido como a última milha, mas por outro lado o sistema da rede elétrica no 
Brasil atinge 97% da população [2]. Isto significa que a estrutura da rede para distri-
buição de Internet banda larga utilizando a tecnologia PLC já esta praticamente 
pronta. 
No Brasil, algumas empresas de distribuição de energia elétrica investi-
ram em pesquisas de tecnologia PLC como, por exemplo, a CEMIG de Minas Ge-
rais, COPEL do Paraná, a ELETROPAULO de São Paulo e a LIGHT do Rio de Ja-
neiro, nas quais implantaram projetos-piloto no intuito de avaliar a viabilidade da tec-
nologia PLC através de suas redes. Entretanto, os equipamentos utilizados na im-
plantação do sistema são 100% importados inviabilizando a prestação desse serviço 
em larga escala. Por outro lado, existem diversas iniciativas voltadas para o incenti-
vo do uso da tecnologia de transmissão de dados via rede elétrica como, por exem-
plo, a fabricação de equipamentos no Brasil. Nesse sentido, já existe um projeto em 
andamento financiado pela FINEP/Empresa privada, com previsão de término em 
2012 cujo objetivo é de desenvolver um chipset de Modem PLC baseado em siste-
mas multi-portadora que possa operar na faixa de freqüência entre 9kHz e 80MHz e 
que forneçam taxas de transmissão superiores à 300Mbps na camada física. Neste 
projeto, também é proposto o desenvolvimento dos dispositivos de acoplamento pa-
ra as redes de baixa e média tensão [31]. 
A seguir serão apresentados dois projetos que utilizam PLC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
4.2.1. PROJETO PLC CEMIG 
A Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, em novembro de 
2001 implantou um projeto piloto que permitia o acesso a Internet banda larga 
através das linhas de potência. Este projeto foi implantado na cidade de Belo 
Horizonte, nos bairros de Belvedere e Vila Paris. A velocidade inicial era de 2Mbps a 
qual era superior em 50 vezes a velocidade da rede telefônica, ou seja, da linha 
discada [12]. 
A Empresa investiu cerca de R$ 200 mil para implantação dos equipa-
mentos em 40 pontos de acesso na capital mineira. Os equipamentos usados no 
projeto foram da ASCOM [12]. 
Na Figura 4.2 podemos visualizar a configuração do projeto que consistia 
em instalar um master PLC em um ponto da rua que recebia um sinal de um cabo 
modem fornecido pela operadora de telecomunicações. No interior das residências 
foi instalado um modem PLC que recebia um sinal da rede elétrica e transmitia os 
dados via interface Ethernet ou USB [12]. 
O objetivo desse projeto foi de gerar mais conhecimento sobre a tecnolo-
gia PLC para identificar a sua viabilidade comercialmente.Nos resultados obtidos 
ficou clara a influência da carga da rede no desempenho do sistema: quanto maior a 
carga, maior a degradação nos acessos dos usuários. Essa situação está diretamen-
te relacionada ao perfil do usuário, sendo necessário o desenvolvimento de técnicas 
de correção dinâmica para compensar as variações da carga na rede. Em 2003, os 
seus resultados foram finalizados e publicados [12]. 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
Figura 4.2 [12]: Configuração típica do projeto da CEMIG 
 
4.2.2. PROJETO COPEL 
A Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL, em 2001, tam-
bém implantou um projeto piloto que permitia o acesso a Internet banda larga atra-
vés das suas redes de energia, se tornando a pioneira nos experimentos PLC no 
país. Este projeto foi implantado na cidade de Curitiba, abrangendo 50 domicílios. A 
velocidade inicial era de 2Mbps [13]. 
Desde então a tecnologia PLC evoluiu muito e devido a esse fato a 
empresa COPEL implantou no inicio 2009, um projeto-piloto em Santo Antônio da 
Platina – PR, localizada a 370km de Curitiba, com o propósito de se ter uma 
avaliação mais precisa sobre o atual estado da tecnologia e obter mais 
conhecimento nessa área. Segundo a empresa, a cidade foi escolhida para o teste 
por não ser um grande centro, ter uma rede elétrica com capacidade de suportar 
várias ligações em único circuito, estar no anel principal da rede de fibra óptica da 
empresa e ter disponibilidade de técnicos da Copel, tanto na área de energia, quanto 
 
47 
 
na de telecomunicações. O projeto foi realizado em parceria com empresa BPL 
Global, que funcionou como integradora das soluções da sueca Ilevo [13]. 
Os equipamentos foram instalados para atender até 300 usuários, 
distribuidos em até 15 áreas da cidade (15 circuitos secundários de energia elétrica), 
tanto residenciais quanto comerciais, e de diferentes classes sociais, de maneira a 
representar os diferentes tipos de usuários do serviço de internet. Como podemos 
visualizar na Figura 4.3, a configuração adotada no projeto da Copel consiste em se 
utilizar a rede de fibras ópticas da empresa, levando-a até modems acopladores 
instalados no alto de postes instalados nas ruas. Esses modems extraem o sinal da 
rede de fibra óptica e o injetam na rede elétrica de baixa tensão. 
O resultado final do projeto mostrou-se satisfatório atendendo as 
expectativas, de forma que é possível afirmar que a tecnologia PLC por si funciona, 
porém ficou evidente que o sistema PLC é extremamente sensível à interferência, 
portanto, o uso de filtros (i.e., filtros de tomada, de luminária, de quadros de 
distribuição e de quadro de medição.) foi considerado fundamental. O projeto piloto 
já foi concluído e os resultados foram publicados em 2010 em relatório disponível no 
site da COPEL para consulta [13]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 4.3 [13]: Configuração geral do Projeto PLC da Copel 
48 
 
 
5 PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA – PLC 
No intuito de se obter dados e informações a respeito do grau de interes-
se e o potencial da tecnologia PLC entre os usuários, foi realizada uma pesquisa de 
opinião pública. Segundo Novelli [28, p.165]: 
“A pesquisa de opinião tem se mostrado instrumento tão valioso para a so-
ciedade contemporânea, que, muitas vezes, deixa de ser compreendida 
como técnica de medição da opinião pública para tornar-se a própria exten-
são desta. Sua aplicação extrapolou os limites do campo político [...], e, ho-
je, tornou-se reconhecido método de investigação científica para a maioria 
dos campos de conhecimento, inclusive para a Comunicação Social” [28, 
p.165]. 
 
Devido a essa importância, a seguir apresenta-se o desenvolvimento da 
pesquisa, entre os usuários, sobre a tecnologia PLC, em seus parâmetros, aplicação 
e coleta de dados, bem como a interpretação dos dados obtidos. 
5.1 METODOLOGIA DA PESQUISA 
Para a metodologia, foi elaborada uma pesquisa quantitativa de opinião 
para coleta de dados, na forma de questionário on line, estilo survey [17]. O 
formulário foi elaborado utilizando a plataforma oferecida pelo Google Docs 
(www.google.com/docs). É necessário ressaltar que a ferramenta do Google 
utilizada se justifica pelo fato de ser gratuita e acessível, tornando viável o trabalho 
de pesquisa. As respostas foram recepcionadas entre 25 de julho e 03 de outubro, 
quando foi feito o bloqueio de acesso ao formulário eletrônico da pesquisa. As 
relações das perguntas desta pesquisa estão apresentadas no Anexo C 
A divulgação da pesquisa foi realizada no meio acadêmico e na 
comunidade local através de Telecentros comunitários. Foram utilizadas como meio 
de divulgação as redes sociais, e-mails através da plataforma CEDERJ e o site do 
COMPCEDERJ (www.compcederj.com.br) em sua página principal, como pode-se 
49 
 
visualizar na Figura 5.1. O pedido de colaboração na participação da pesquisa está 
relacionada nos Anexos A e B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
J 
 
A pesquisa teve como público-alvo o usuário de Internet do território 
nacional, a fim de coletar informações sobre seu comportamento e tendências de 
acesso, bem como as dificuldades que o mesmo teve ou tem para ter este acesso, 
ou seja, dificuldades econômicas ou estruturais como, por exemplo, o tipo de acesso 
utilizado. 
O questionário on line incluía a solicitação de dados como idade, sexo e 
grau de escolaridade, importantes para a caracterização do público da pesquisa. A 
pesquisa foi dividida em quatro tópicos: dados pessoais, utilização da Internet, nível 
de satisfação e o interesse do participante na tecnologia PLC juntamente com a sua 
opinião a respeito da mesma. 
Figura 5.1: site do COMPCEDERJ 
50 
 
A seguir serão apresentados os itens pesquisados e os gráficos 
resultantes dessa pesquisa. 
5.2 DADOS PESSOAIS DOS PARTICIPANTES 
Os participantes da pesquisa se identificavam de forma espontânea, 
através do nome. O estado da federação, idade, sexo, e grau de escolaridade eram 
requisitos obrigatórios a fim de obter dados estatísticos dos participantes. Foi obtido 
um total de 491 (quatrocentos e noventa e uma) respostas recebidas, sendo que 
dentre estas apenas 490 (quatrocentos e noventa) respostas foram válidas, devido à 
existência de uma resposta duplicada. As respostas válidas foram utilizadas no 
processamento estatístico e analítico da pesquisa, a partir do qual foram extraídos 
os resultados e conclusões do presente trabalho. 
Em termos geográficos, observou-se no Gráfico 5.2 uma participação 
expressiva do estado do Rio de Janeiro, com 86%, o que pode ser associado à 
abrangência e disseminação da informação por meio da plataforma do CEDERJ, e 
também o grupo COMPCEDERJ, o qual é formado pelos alunos do curso de 
Computação. Em segundo lugar, ficou o estado de Minas Gerais com 7%. Os 
estados do Espírito Santo e São Paulo ficaram com 2% respectivamente, e os 
demais estados onde a participação foi menor ou igual a 3 somam 3% do total de 
participantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0 100 200 300 400 500 
Rio de Janeiro 
Espirito Santo 
Minas Gerais 
São Paulo 
Outros Estados 
Número de participantes 
Estados Participantes da Pesquisa 
Gráfico 5.2: Estados Participantes 
51 
 
 
Com relação aos dados demográficos da Pesquisa PLC, listados na 
Tabela 5.1, foram analisados os parâmetros como faixa etária, sexo e grau de 
escolaridade. Nos resultados obtidos observa-se que a predominância dos 
respondentes encontra-se na faixa de 21 a 30 anos, com 45%. Em relação aogênero, o maior percentual de participantes foi do sexo masculino. Já no grau de 
escolaridade obteve-se a maioria do nível de ensino superior com 66% do total de 
participantes. 
 
Tabela 5.1: Resultados – Dados Demográficos. 
Indicador Parâmetro Percentual [%] 
Faixa Etária 
Menos de 20 anos 
De 21 a 30 anos 
De 31 a 40 anos 
De 41 a 50 anos 
De 51 a 60 anos 
De 61 a 70 anos 
Mais de 70 anos 
15 % 
45 % 
22 % 
11 % 
5 % 
1 % 
1 % 
Sexo 
Masculino 
Feminino 
65 % 
35 % 
Grau de escolaridade 
Ensino Fundamental 
Ensino Médio 
Ensino Superior 
7 % 
27 % 
66 % 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
5.3 DADOS SOBRE A INCLUSÃO DIGITAL 
Além dos dados demográficos foi necessário obter informações a respeito 
dos participantes com relação à Internet. Neste caso, a pergunta referencial era re-
lacionada ao computador. A inclusão digital e o acesso a informação significam me-
lhoria das condições de vida de uma determinada região ou comunidade com a aju-
da da tecnologia. O que chama mais a atenção é que ainda existem pessoas que 
não possuem um computador, como podemos visualizar no Gráfico 5.3, e conse-
qüentemente possuem dificuldades de acesso a Internet. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aproveitando a pergunta referencial, foi feito um levantamento da quanti-
dade de usuários que possuem acesso à Internet, em seus domicílios. O Gráfico 5.4 
resume os resultados obtidos. Nota-se que, dentro do universo de pessoas consul-
tadas durante esta pesquisa, existe um percentual considerável sem acesso à Inter-
net em suas residências. Por outro lado, a forma que encontram para acessar esse 
meio de comunicação é através do local de trabalho, nas escolas, em Lan House, 
entre outras. De uma maneira geral, a informação pode proporcionar oportunidades, 
inclusão social e digital, as quais a tecnologia PLC pode vir a contribuir. 
99% 
1% 
Usuários Equipados com 
Computadores 
Possui computador Não Possui computador 
Gráfico 5.3: Computador por participante 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na questão relacionada ao local de acesso, nota-se que as pessoas estão 
utilizando cada vez mais a Internet em seus domicílios. Este aumento se deve pelo 
fato da presença do computador com acesso a Internet. Entretanto, como foi 
mencionado anteriormente, ainda existem pessoas sem este acesso, que, por isso, 
utilizam outras formas para se conectarem à Internet. Os resultados podem ser 
visualizados no Gráfico 5.5, onde os participantes puderam indicar os locais 
utilizados para acessar a Internet. Neste caso, os participantes puderam informar 
mais de uma opção, logo o somatório das percentagens pode ultrapassar 100%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao tipo de conexão utilizada, na Tabela 5.2, observa-se que o 
percentual maior dos participantes utiliza o tipo ADSL como meio de se conectar a 
Internet. Já em relação à velocidade de conexão, a predominância entre os partici-
98% 
2% 
Acesso a Internet 
Possui acesso a Internet Não possui acesso a Internet 
0 100 200 300 400 500 
Em casa 
No Trabalho 
Na Escola/Faculdade 
Na Biblioteca 
Em Cyber Cafés 
92 % 
57 % 
35 % 
5 % 
8 % 
número de participantes 
Locais de Acesso a Internet 
Gráfico 5.4: Relação dos participantes que possuem acesso a In-
ternet 
 
Gráfico 5.5: Relação dos locais de acesso a Internet 
54 
 
pantes é de 1Mbps, porém nota-se que mais da metade dos participantes utilizam 
conexões com velocidades entre 150kbps e 1Mbps comprovando pesquisas anterio-
res como, por exemplo, resultados divulgados pela empresa The Nielsen Company, 
citadas no Capítulo 1. 
Outro fator importante é a freqüência com que as pessoas estão aces-
sando a Internet. Segundo os dados obtidos, nota-se que cada vez mais essa fonte 
de informação é buscada de forma contínua, tornando-a parte do nosso dia a dia. Na 
Tabela 5.2 apresentam-se os resultados alcançados. 
 
Tabela 5.2: Relação da velocidade e tipos de conexões utilizadas pelo usuário 
Indicador Parâmetro Percentual [%] 
Tipo de conexão 
ADSL 47 % 
Cabo 24 % 
Via Rádio 16 % 
Satélite 1 % 
Discada 3 % 
Outros 9 % 
Velocidade de conexão 
150kbps 10 % 
300kbps 15 % 
600kbps 13 % 
1Mbps 25 % 
2Mbps 11 % 
5Mbps 8 % 
10Mbps 4 % 
15Mbps 3 % 
Outros 11 % 
Freqüência de acesso 
Todos os dias 93 % 
Apenas nos finais de 
semana 
1 % 
3 vezes por semana 4 % 
Raramente 1 % 
 
55 
 
 Quanto ao nível de satisfação, apresentado no Gráfico 5.6, referente à 
velocidade de conexão das tecnologias existentes no cotidiano dos participantes, 
observou-se uma satisfação de 45% dos respondentes. Contudo, observou-se um 
índice de insatisfação bastante expressivo, cerca de 55%. As reclamações são das 
mais diversas, desde a falta de opção de acesso a Internet, velocidade lenta e até os 
valores cobrados por esses serviços, pois o custo ainda é alto. Isto demonstra que 
existe espaço para a tecnologia PLC suprir as insatisfações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4 OPINIÃO PÚBLICA SOBRE TECNOLOGIA PLC 
Em uma análise inicial dos dados obtidos da Pesquisa, pode-se visualizar 
o grau de interesse dos participantes mediante a alternativa de acesso a Internet. 
Conforme o Gráfico 5.7, observa-se que 93% dos participantes informaram que se a 
Companhia de Energia Elétrica fornecesse a Tecnologia PLC, usariam este serviço 
contra 7% que informaram por não optar por este serviço. Estes resultados podem 
servir de indicativo para os diversos segmentos que apresentam potencial para ex-
plorar a tecnologia PLC - setor elétrico e de telecomunicações. 
Satisfeito 
45% 
Não Satisfeito 
55% 
Nível de Satisfação 
Gráfico 5.6: Relação da satisfação dos participantes referentes à velocida-
de de conexão 
56 
 
 
 
Entretanto, ainda persistem muitas dúvidas entre as pessoas que utilizam 
esse meio de comunicação. Na última pergunta dessa Pesquisa, foi solicitado ao 
participante, de forma espontânea, que deixasse sua opinião em relação à 
Tecnologia PLC, caso ela fosse implantada no Brasil. Dentre as mais diversas 
opiniões obtidas destacamos as principais dúvidas dos participantes com relação ao 
uso dessa tecnologia. 
 Velocidade: caso a velocidade de conexão fosse maior que as 
atuais existentes no mercado com certeza adotariam essa 
tecnologia. 
 Qualidade: é essencial em qualquer tecnologia, logo é um atributo 
importante e questionado pelos usuários. 
 Segurança: os participantes demonstraram uma preocupação com 
a segurança, pois pelo fato dessa tecnologia ser pouco divulgada 
muitos não possuem conhecimento sobre a segurança adotada 
nessa tecnologia. 
 Preço: uma das maiores insatisfações dos usuários de Internet é o 
custo por esse serviço. O custo das atuais tecnologias existentes 
ainda é muito alto. Logo, este é um fator estratégico para a 
aceitação da tecnologia PLC, que teoricamente promete menores 
custos por ter uma estrutura de distribuição já implantada. 
 Serviços: é um espaço a ser conquistado para a satisfação dos 
consumidores. 
93% 
7% 
Interesse pela Tecnologia PLC 
Usaria Tecnologia PLC 
Não Usaria Tecnologia 
PLC 
Gráfico 5.7: Relação do interesse dos participantes com a tecnologia PLC 
57 
 
Estes fatores são estratégicos e podem levar aos potencias usuários da 
tecnologia PLC a adotá-la ou não e devem ser estudados de forma contínua dentro 
do planejamento estratégico das empresas e organizações envolvidas na 
implantaçãoda tecnologia PLC, antes, durante e após a sua implantação. 
Outro fator importante a ser considerado esta relacionado à divulgação 
dessa tecnologia, pois observou-se que muitos participantes não possuíam 
conhecimento da sua existência (19%). Por isso a divulgação e explicitação da 
tecnologia PLC tende a influenciar na tomada de decisão dos potenciais usuários da 
mesma. 
 
CONCLUSÃO 
Através do levantamento bibliográfico realizado, foram obtidos conceitos 
fundamentais para o entendimento da comunicação via rede elétrica. Após analisar 
alguns relatórios de testes realizados no Brasil, pôde-se concluir que a tecnologia 
PLC, tal como qualquer outro método de comunicação, possui vantagens e desvan-
tagens. 
DESVANTAGENS DA TECNOLOGIA PLC 
Na tecnologia PLC ainda persistem alguns problemas na propagação de 
sinais, devido ao fato das linhas de potência não terem sido construídas com o intui-
to de realizar transmissões de dados. O principal fator que dificulta a propagação 
dos dados é a interferência, ou seja, ruídos que são gerados por aparelhos que este-
jam ligados à rede elétrica como, por exemplo, lâmpadas fluorescentes e equipa-
mentos com fonte chaveada (tais como carregador de celular, televisores, etc). São 
obstáculos ainda o grande nível de atenuação e impedância da rede, além da falta 
58 
 
de padronização nas instalações da rede elétrica nos domicílios. Além desses fato-
res, ainda existe o problema do sinal se corromper devido a distâncias muito longas. 
Outro fator que pode ser considerado como uma desvantagem é o fato do 
meio ser compartilhado por muitos usuários por subsistema. Ou seja, todos os domi-
cílios ligados numa mesma subestação elétrica compartilhando a largura de banda 
disponível. Isso significa que o desempenho da conexão pode variar de acordo com 
a quantidade de usuários que estiverem fazendo o uso da Internet simultaneamente. 
Além disso, como a banda é compartilhada, é necessário utilizar esquemas de segu-
rança para evitar ataques, pois essa característica torna possível escutar transmis-
sões alheias. O risco é devido não somente a confidencialidade dos dados dos usu-
ários, mas também às tentativas de fraudes e acessos indevidos a serviços não au-
torizados. Outro ponto negativo é que a rede elétrica no Brasil é uma rede aérea, ou 
seja, se encontra ao ar livre, o que a torna suscetível a fatores climáticos, possibili-
tando interrupções nas transmissões de dados. 
Apesar de existirem vários problemas na implantação dessa tecnologia, 
as pesquisas e estudos relacionados continuam em busca de melhores soluções. 
VANTAGENS DA TECNOLOGIA PLC 
A tecnologia PLC possui uma grande vantagem sobre as outras tecnolo-
gias: a solução de problemas de comunicação na última milha (last mile), pois a utili-
zação da rede elétrica como infra-estrutura evita gastos maiores com a adaptação 
do ambiente e devido a esse fato se torna um dos maiores atrativos da tecnologia. 
Ou seja, simplifica a instalação, unifica conexões e reduz o número de cabos nos 
locais de acesso. 
A flexibilidade e praticidade são outro ponto positivo desta tecnologia, pois 
permitem que cada tomada elétrica existente possa ser uma via de comunicação, se 
tornando um ponto de acesso a rede. Ademais, a tecnologia PLC não interfere na 
rede elétrica. 
Outra vantagem a ser considerada é a velocidade de transmissão dos da-
dos. A tecnologia PLC possui taxas bastante elevadas estando ao nível e às vezes 
59 
 
até superior às taxas oferecidas pela concorrência no acesso à Internet por banda 
larga. 
A transmissão de dados pela rede elétrica possui muitas possibilidades de 
aplicações, desde acesso à Internet em Banda Larga até serviços de controle de 
eletrodomésticos, segurança predial, entre outros. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Banda Larga é considerada como um fator importante para a estrutura 
econômica e educacional, de forma que é necessário torná-la acessível à popula-
ção. Já não é mais cabível, nos dias atuais, manter-se excluído de serviços básicos 
de informação e comunicação. 
Apesar dos prós e contras, a tecnologia PLC possui um futuro promissor. 
Não deve ser encarada como uma tecnologia que vem para substituir as outras já 
existentes, no acesso à Internet banda larga, mas sim como mais uma que pode a-
gregar valor a essa tecnologia e, principalmente, como uma alternativa de baixo cus-
to para a grande massa da população. 
Como proposta para trabalhos futuros sugere-se a continuação de estu-
dos e pesquisas sobre a tecnologia, com parcerias entre Universidades e Centros de 
Pesquisa a fim de mitigar as desvantagens da tecnologia PLC. Ademais, propõe-se 
a continuidade do estudo sobre tecnologia PLC, desenvolvendo-se uma campanha 
de esclarecimento para o público em geral, disseminando o conceito e benefícios 
que esta tecnologia pode proporcionar, seja em palestras, seja na mídia, em todas 
as formas de comunicação a fim de levar esta informação ao público alvo da tecno-
logia PLC, principalmente da população excluída digitalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
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de abril de 2009. Regulamento sobre condições de uso de radiofreqüên-
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<http://bandnewstv.band.com.br/conteudo.asp?ID=121391&CNL=20> acesso 
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8 CAMPOS, ALessandro Souza. TELECO. Tutoriais Telefonia Fixa, 2007. 
Disponível em 
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10 CASTLENET TECHNOLOGY INC. POWERLINE, 2011. Disponível em 
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2011 
11 CEBus INDUSTRY COUNCIL, INC. BRINGING INTEROPERABILITY TO 
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