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Wuchereria bancrofti Filariose linfática Glêzia Renata da Silva Lacerda Graduada em Biomedicina / ASCES Mestre em Biotecnologia Industrial/ UFPE Doutoranda em Ciências Biológicas/ UFPE Filariose linfática Causada por helmintos da classe Nematoda, pertencentes às espécies: Wuchereria bancrofti Brugia malayi Brugia timori Após a malária, é a parasitose transmitida por vetores mais importante no mundo, devido à incapacidade física e perdas econômicas que ocasiona; Conhecida, popularmente, como elefantíase. NÃO SÃO ENCONTRADAS NAS AMÉRICAS ESTIMA-SE EM 120 MILHÕES DE PESSOAS PARASITADAS NO MUNDO, SENDO QUE, APROXIMADAMENTE, 112 MILHÕES SÃO PORTADORES DE Wuchereria bancrofti. Distribuição da Filariose linfática no mundo • Doença endêmica em regiões com clima tropical e subtropical, atingindo países da África, Ásia e Américas. Wuchereria bancrofti Morfologia – Vermes adultos o Cor branca leitosa; o Corpo delgado; o Extremidade anterior bastante afilada e posterior enrolada ventralmente; o Mede de 3,5 a 4 cm de comprimento por 0,1 mm de largura. MACHO Wuchereria bancrofti Morfologia – Vermes adultos FÊMEA o Cor branca leitosa; o Corpo delgado; o Possui órgãos genitais duplos, exceto a vagina que é única, próxima à extremidade anterior; o Mede de 7 a 10 cm de comprimento por 0,3 mm de largura. Wuchereria bancrofti Morfologia – Vermes adultos MACHO FÊMEA Wuchereria bancrofti Morfologia – Microfilária Também chamada de embrião; Mede de 250 a 300 µm de comprimento; Movimenta-se ativamente na corrente sanguínea do hospedeiro vertebrado; Possuem uma membrana de revestimento delicada que funciona como uma “bainha flexível”; A presença da bainha é importante como diagnóstico diferencial, pois alguns filarídeos encontrados no sangue não possuem tal estrutura. Wuchereria bancrofti Morfologia Wuchereria bancrofti Morfologia – Larvas Encontradas no inseto vetor; A larva de primeiro estágio (L1) mede cerca de 300 µm de comprimento e é originária da microfilária; A larva de segundo estágio (L2) é duas a três vezes maior e diferencia-se em larva infetante (L3), que mede de 1,5 a 2 µm de comprimento. Wuchereria bancrofti Biologia Permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos, vivendo em média de 8 a 10 anos; Encontrados nas regiões pélvica (pernas e escroto), mamas e braços; Frequentemente localizados nos vasos linfáticos. Quando eliminadas pelas fêmeas, saem dos ductos linfáticos e atingem a circulação sanguínea do hospedeiro vertebrado. VERMES ADULTOS MICROFILÁRIAS Wuchereria bancrofti Periodicidade Durante o dia, as microfilárias localizam-se nos capilares profundos, principalmente nos pulmões; À noite, são encontradas no sangue periférico, com pico de microfilaremia por volta de meia-noite, decrescendo novamente até o final da madrugada; Microfilaremia periférica coincide, na maioria das regiões endêmicas, com o hábito de hematofagismo do vetor, Culex quinquefasciatus. Ciclo Biológico Parasito Heteroxeno FÊMEA DO MOSQUITO Culex quinquefasciatus INOCULA LARVAS L3 DURANTE O REPASTO SANGUÍNEO INÍCIO DO CICLO Ciclo Biológico Parasito Heteroxeno 1 Ao exercer hematofagismo, a fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus infectada com L3, libera esta larva no hospedeiro vertebrado; 2 As larvas penetram na pele, migram para os vasos linfáticos e, meses depois, tornam-se vermes adultos; 3 As fêmeas grávidas produzem as primeiras microfilárias que migram para o sangue periférico do homem; 4 Durante o repasto sanguíneo em pessoas infectadas, a fêmea do mosquito ingere microfilárias; 5 e 6 Microfilárias perdem a bainha, atravessam o estômago e se alojam nos músculos torácicos, transformando-se em L1; L1 após alguns dias transforma-se em L2; 7 Após cerca de 15 dias L2 muda para L3, que migra para a probóscide do mosquito. 7 a 9 meses 15 a 20 dias Ciclo Biológico no Inseto Vetor L1 L2 L3 Transmissão Apenas através da picada do inseto vetor infectado (fêmea do C. quinquefasciatus, nas Américas) e deposição das larvas infectantes L3 na pele lesada do hospedeiro. TEMPO DE VIDA DO MOSQUITO: APROXIMADAMENTE 1 MÊS CICLO BIOLÓGICO NO INSETO: 15 A 20 DIAS Manifestações Clínicas Ocorrem devido a: Presença dos vermes adultos no sistema linfático Resposta imune do hospedeiro contra as microfilárias e antígenos do parasito. PACIENTES ASSINTOMÁTICOS ALTA MICROFILAREMIA PACIENTES COM MANIFESTAÇÕES CRÔNICAS NÃO APRESENTAM MICROFILAREMIA PERIFÉRICA OU ESTA É BASTANTE REDUZIDA Manifestações Clínicas Processos Inflamatórios São desencadeados pela morte dos vermes: Linfangite (inflamação e dilatação dos vasos linfáticos, formando varizes); Linfadenite (inflamação dos gânglios linfáticos); Funiculite (inflamação do cordão espermático); Orquiepididimite (inflamação dos testículos e epidídimo); Hidrocele (distensão e espessamento da túnica escrotal, desorganização da camada muscular e acúmulo de fluido seroso e claro). Manifestações Clínicas Processos obstrutivos São desencadeados pelo enovelamento dos vermes: Linfoedema (reação inflamatória e fibrose que pode causar a obstrução da circulação linfática) o Quando a dificuldade circulatória é maior pode acumular linfa nos tecidos formando o EDEMA LINFÁTICO OU LINFOEDEMA. Elefantíase, que geralmente acomete membros inferiores e região escrotal o Sequência de eventos: linfangite, linfadenite, linfangiectasia (dilatação e hipertrofia dos vasos linfáticos), linforragia (extravasamento de linfa), linfoedema, hipertrofia da epiderme e aumento do volume do órgão, com queratinização e rugosidade da pele; o Infecções bacterianas ou fúngicas agravam o quadro. Manifestações Clínicas Infecções bacterianas e fúngicas podem ocorrer devido a perda da elasticidade da pele, a qual torna-se ressecada e com rachaduras, facilitando a entrada de patógenos; A gravidade das manifestações aumenta com a idade e lesões crônicas podem se tornar irreversíveis, provocando incapacidade e preconceito social; Nem todo quadro de elefantíase é de origem filarial. Diagnóstico Laboratorial Parasitológico Gota espessa: 60 – 80 µL de sangue colhido por punção capilar digital, entre 22h e 24h, devido à periodicidade noturna das microfilárias. PESQUISA DE MICROFILÁRIAS NO SANGUE PERIFÉRICO DO HOSPEDEIRO VERTEBRADO Diagnóstico Laboratorial Pesquisa de microfilárias no sangue através de filtração de sangue em membrana de policarbonato ou pelo método de Knott; Pesquisa de antígenos solúveis por ELISA (soro) ou por imunocromatografia rápida em cartão (sangue total ou soro); Pesquisa do DNA do parasito por PCR; Pesquisa de vermes adultos por ultrassonografia. Profilaxia Tratamento dos indivíduos infectados para eliminar a microfilária do sangue, interrompendo a transmissão; A OMS recomenda o tratamento em massa para populações em risco, pela administração de uma dose anual de dietilcarbamazina, em áreas de alta prevalência; Combate ao inseto transmissor; Saneamento básico eliminação de criadouros Uso de inseticidas e larvicidas químicos combate às larvas e aos insetos Uso de repelentes em áreas expostas do corpo; Uso de mosquiteiros; Telar janelas e portas. Tratamento A OMS tem recomendado o tratamento do hospedeiro com duas drogas simultaneamente. IVERMECTINA OU ALBENDAZOL DIETILCARBAMAZINA – DEC 6 mg/kg/dia, via oral, durante 12 dias Ocorre o desaparecimento das microfilárias nas primeiras horas de tratamento
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