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DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 1 “Elefantíase” Doença parasitária endêmica, encontrada em várias regiões com clima tropical e subtropical. Parasito Heteróxeno Reino Animalia Filo Nematódea Classe Secernentea Ordem Spirurida Subordem Spirurina Família Onchocercidae Subfamília Onchocercinae Gênero Wuchereria Espécie W. bancrofti VERMES ADULTOS • Formas evolutivas que parasitam • Apresentam Dimorfismo Sexual - Fêmea apresenta corpo delgado e branco-leitoso, medindo de 7 a 10cm de comprimento e 0,3mm de diâmetro. Possui órgãos genitais duplos, exceto a vagina (esta é única e se exterioriza em uma vulva localizada próximo à extremidade anterior). Tem extremidade posterior retilínea. - Macho apresenta corpo delgado e branco leitoso, medindo de 3,5 a 4cm de comprimento e 0,1mm de diâmetro. Tendo extremidade anterior afilada e posterior enrolada ventralmente • Habitat: Normalmente machos e fêmeas permanecem juntos nos vasos e gânglios linfáticos e vivem de 8 a 10 anos Normalmente ficam na região pélvica, localizados principalmente nos vasos linfáticos do cordão espermático, raramente atingindo braços e mamas. Filariose Linfática Filariose Linfática DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 2 MICROFILÁRIAS “EMBRIÃO” • Formas evolutivas que parasita • Eliminadas pela fêmea, saem dos ductos linfáticos atingindo a circulação sanguínea do hospedeiro • Possuem uma membrana extremamente delicada (de revestimento) e que funciona como uma ‘bainha flexível’ • Mede de 250 a 300μm de comprimento LARVAS • Formas encontradas no inseto vetor • L1 (larva de primeiro estágio) o Mede em torno de 300μm de comprimento o Originária da transformação da microfilária ingerida pelo vetor • L2 (larva de segundo estágio) o Diferenciação da L1 o Mede 2 a 3 vezes mais que a L1 • L3 (larva de terceiro estágio) o Forma infectante o Diferenciação da L2 o Mede entre 1,5 e 2,0 μm de comprimento O agente transmissor é o nematódeo Wulchereria bancrofti e tem como vetor o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo, muriçoca ou carapanã. DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 3 Ciclo biológico Monóxeno • Hospedeiro Intermediário (mosquito Culex quinquefasciatus) Ciclo dura de 15 a 20 dias Fêmea do mosquito vetor suga o sangue do hospedeiro humano infectado e ingere as microfilárias presentes no sangue. Após algumas horas já presentes no estômago do mosquito as microfilárias perdem a bainha e atravessam a parede estomacal do inseto, logo caem na cavidade geral e alojam-se nos músculos torácicos onde sofrem muda para L1. Após 6 a 10 dias a ingestão da microfilárias ocorre a muda de L1 para L2. Após 10 a 15 dias sofre novamente muda para L3 (forma infectante) Após esse processo ocorre a migração pelo interior do inseto até atingir a região da probóscida do inseto (aparelho picador), se alojando nos lábios do inseto. • Hospedeiro definitivo (homem) O período infecção humana varia de 7 a 9 meses Fêmea do vetor infectada com larvas L3 exerce o hematofagismo (ato de sugar o sangue) no hospedeiro humano, picando a pele e alocando as larvas L3, que penetram no orifício da picada (as larvas L3 são depositadas e não inoculadas). Ao ocorrer a penetração no organismo as L3 migram pelos vasos sanguíneos e atingem o sistema linfático. Após meses nos vasos e/ou gânglios linfáticos a L3 transformam-se em vermes adultos que acasalam entre si. As fêmeas grávidas produzem e liberam as microfilárias que migram para o sangue do hospedeiro, dando inicio a um novo ciclo DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 4 Unicamente pela picada do inseto vetor (fêmea de C. quinquefasciatus) e deposição das larvas infectantes na pele machucada (lesionada) das pessoas. Importante salientar que a vida média de um mosquito do gênero Culex é de aproximadamente um mês e o ciclo biológico do parasito no interior deste vetor ocorre em torno de vinte dias. Desta forma, têm-se um curto período no qual o vetor pode transmitir o parasito ao ser humano. Caracterizada por uma variedade de manifestações clínicas que podem ser devido ao verme adulto no sistema linfático ou à resposta imune/inflamatória do hospedeiro contra microfilárias • Assintomáticos São aqueles com microfilárias no sangue e sem sintomatologia aparente. Apresentam danos nos vasos linfáticos (alterações do endotélio, sem reação inflamatória) ou no sistema renal (hematúria microscópica) • Manifestações Agudas Principalmente linfangite retrógada (inflamação dos vasos linfáticos) localizada principalmente nos membros e adenite (também chamada de linfadenite - inflamação nos glânglios linfáticos), associadas a febre e mal- estar. • Manifestações Crônicas Linfedema (acúmulo de líquido linfático), hidrocele (acúmulo anormal de líquido ao redor do testículo dentro do escroto – é a mais comum), quiluria (presença da linfa na urina, comprometimento renal) e elefantíase (geralmente apresentando-se na região escrotal e membros inferiores, associada a episódios inflamatórios recorrentes). Importante!! Elefantíase - A incidência e gravidade das manifestações aumentam com a idade e lesões crônicas podem tornar-se irreversíveis DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 5 • Manifestação Rara Eosinofilia Pulmonar Tropical (EPT) – síndrome caracteriza por sintomas de asma brônquica (ocorre o aumento da produção de IgG e IgE) • Clínico Difícil devido à semelhança das alterações provocadas pela W. bancrofti com aquelas produzidas por outros agentes etiológicos com efeitos parecidos. Em áreas endêmicas, pacientes com histórico clínico de febre recorrente, linfangite e linfedema é indicativo de uma filariose. Alterações pulmonares, eosinofilia sanguínea e altos níveis de IgE total no soro levam à suspeita de EPT (Eosinofilia Pulmonar Tropical). • Laboratorial Pesquisa de microfilárias no sangue periférico (Método parasitológico) - Gota espessa: sangue colhido por punção de capilar digital Métodos imunológicos - Pesquisa de Ag solúveis: Elisa, imunocromatografia desenvolvido pelo ICT, • Pesquisa de vermes adultos Ultrassonografia Biopsia dos tecidos afetados • Tratamento dos infectados • Combate ao mosquito do gênero Culex • Saneamento básico • Uso de repelentes • Telas em janelas • Inseticidas de ação residual DAVILLANNE COELHO VALENTIM ESTUDANTE MEDICINA VETERINÁRIA 6 Tem três objetivos 1) Reduzir ou prevenir a morbidade de indivíduos com infecção ativa 2) Correção das alterações provenientes do parasitismo (edema, hidrocele) 3) Impedir a transmissão a novos hospedeiros Sendo indicado para todos os enfermos com infecção ativa, independente de apresentar ou não manifestações clínicas • Cidrato de dietilcarbamazina (DEC) • DEC associado a ivermectina (atua nas microfilárias) • DEC associado a albendazol (atua nos vermes adultos) Em caso de linfedema, deve-se associar antibióticos com higiene local. Em alguns casos é necessário fisioterapia ou drenagem postural Em caso de elefantíase deve ocorrer intervenção cirúrgica
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