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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FREDERICO GUILHERME SCHMIDT CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA HEBER DA SILVA VASQUES INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS SÃO LEOPOLDO 2014 HEBER DA SILVA VASQUES INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Trabalho de pesquisa apresentado para a Disciplina de Medidas Elétricas I, pelo Curso Técnico em Eletrotécnica da Escola Técnica Estadual Frederico Guilherme Schmidt. Professor: Alessandro Vaz São Leopoldo 2014 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 4 2 MEDIDAS ELÉTRICAS ............................................................................. 5 2.1 CONCEITO BÁSICO ................................................................................. 5 2.2 SISTEMAS DE UNIDADES ....................................................................... 5 3 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS ......................................... 7 3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ........................ 7 3.1.1 INSTRUMENTOS ELÉTRICOS DE MEDIÇÃO (ANALÓGICOS) ...... 8 3.1.1.1 INSTRUMENTOS ELETROMAGNÉTICOS ........................................................ 9 3.1.1.1.1 INSTRUMENTO DE FERRO MÓVEL (FM) ................................................. 9 3.1.1.1.2 INSTRUMENTO DE BOBINA MÓVEL E ÍMA PERMANENTE (BMIP) ...... 10 3.1.1.2 INSTRUMENTOS ELETRODINÂMICOS .......................................................... 11 3.1.1.2.1 INSTRUMENTOS DE INDUÇÃO ............................................................... 12 3.1.1.2.2 INSTRUMENTOS DE BOBINAS CRUZADAS ........................................... 13 3.1.1.3 INSTRUMENTOS ELETROQUÍMICOS ............................................................ 14 3.1.1.3.1 SISTEMA DE MEDIÇÃO COM FIO TÉRMICO .......................................... 14 3.1.1.4 INSTRUMENTOS DINÂMICOS......................................................................... 15 3.1.1.4.1 INSTRUMENTO ELETROSTÁTICO .......................................................... 15 3.1.2 INSTRUMENTOS ELÉTRICOS DE MEDIÇÃO (DIGITAIS)............. 15 3.1.3 MEDIÇÃO DE CORRENTE ............................................................. 16 3.1.4 AMPERÍMETRO .............................................................................. 17 3.1.5 VOLTÍMETRO .................................................................................. 18 3.1.6 OHMÍMETRO ................................................................................... 20 3.1.7 WATTÍMETRO ................................................................................. 21 3.1.8 VARÍMETRO .................................................................................... 23 3.1.9 FASÍMETRO .................................................................................... 23 3.1.10 FREQUENCÍMETRO ....................................................................... 24 4 UTILIZAÇÃO ........................................................................................... 27 5 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 28 4 1 INTRODUÇÃO Os instrumentos de medição são dispositivos utilizados para realizar medi- ções nos mais variados ramos de atividades, seja no comércio nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente. Neste trabalho serão apresentados os instrumentos de medição elétrica. 5 2 MEDIDAS ELÉTRICAS 2.1 CONCEITO BÁSICO Medir é um processo de comparação de grandezas de mesma espécie, ou seja, que possuem um padrão único e comum entre elas, neste processo de medida a grandeza que serve de comparação é denominada de grandeza unitária ou padrão unitário. 2.2 SISTEMAS DE UNIDADES É um conjunto de definições que reúnem de forma completa, coerente e con- cisa todas as grandezas físicas fundamentais e derivadas. Ao longo dos anos, os cientistas tentaram estabelecer sistemas de unidades universais como, por exemplo, o CGS (Centímetro, Grama, Segundo), MKS (Metro, quilograma, Segundo), SI (Sis- tema Internacional de Unidades). Dentre os sistemas de unidades utilizados na atualidade o SI, derivado do MKS, foi adotado internacionalmente a partir dos anos 60. E o padrão mais utilizado no mundo, mesmo que alguns países ainda adotem algumas unidades dos sistemas precedentes como Inglaterra e EUA que utilizam o Sistema Inglês “English System por razões históricas. Na tabela abaixo são apresentadas algumas unidades derivadas elétricas e magnéticas Grandeza derivada Abreviatura Unidade Simbologia Carga [Q] Coulomb [C] Energia [e] Joule [J] Potência [P] Watt [W] Tensão elétrica [U] Volt [V] Resistência [R] Ohm [Ω] Resistividade [ρ] Ohm x metro [Ω.m] Condutância [S] Siemens [S] 6 Capacitância [C] Farad [F] Indutância [L] Henry [H] Frequência [f] Hertz [Hz] Campo elétrico [E] Volt/metro [V/m] Fluxo elétrico [φ] Volt x metro [V.m] Densidade de fluxo elétrico [D] Coulomb/metro2 [C/m2] Campo magnético [H] Âmpere/metro [A/m] Fluxo magnético [Φ] Weber [Wb] Densidade de fluxo magnético [B] Weber/metro2 ou Tesla [Wb/m2] ou [T] Permissividade elétrica [ε] Coulomb/metro x metro [C/m.V] Permeabilidade magnética [µ] Weber/metro x Ampère [Wb/m.A] Tabela 1 - Unidades de medidas elétricas 7 3 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Para verificação do correto funcionamento de um circuito elétrico, comparar com os valores pré-definidos de projeto, estabelecer comparações para proteção ou realizar a tarifação, e necessário realizar medições das grandezas elétricas. Na me- dição elétrica as grandezas fundamentais são: • Corrente; • Tensão; • Freqüência; • Potência. Além disso, existem outras grandezas que podem ser medidas, tais como: • Resistência; • Capacitância; • Indutância; • Fator de potência; • Energia. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO Como existem varias grandezas elétricas a serem medidas, os instrumentos dividem-se de acordo com a finalidade e quanto aos sistemas de medição com qual funcionam, podendo ser classificados: • Quanto ao princípio de funcionamento o Instrumentos eletromagnéticos; o Instrumentos eletrodinâmicos; o Instrumentos eletroquímicos; o Instrumentos dinâmicos. 8 • Quanto à corrente o Instrumentos de corrente contínua - CC; o Instrumentos de corrente alternada - CA. • Quanto à grandeza a ser medida o Amperímetros: para a medida de corrente; o Voltímetros: adequado para a medida de tensão; o Ohmímetros: para a leitura de resistência; o Wattímetros: capa de medir a potência ativa; o Varímetros: para a medida de potência reativa; o Fasímetros: apropriado para a medida de defasagem (cosΦ); o Frequencímetros: que mede a frequência. 3.1.1 INSTRUMENTOS ELÉTRICOS DE MEDIÇÃO (ANALÓGICOS) Os instrumentos elétricos empregados na medição das grandezas elétricas apresentam um conjunto móvel que é deslocado aproveitando um dos efeitos da corrente elétrica: efeito térmico, efeito magnético, efeito dinâmico, etc. Preso a um conjunto móvel, está um ponteiro que se desloca na frente de uma escala graduada de valores da grandeza que o instrumento é destinado a medir. O instrumento analógico tem como fundamentação básica a medida de cor- rente (amperímetro); adaptações feitas neste medidor permitem que seja usado paraa medida de outras grandezas, como tensão e resistência. Figura 1 - Instrumento de medição analógico 9 3.1.1.1 INSTRUMENTOS ELETROMAGNÉTICOS 3.1.1.1.1 INSTRUMENTO DE FERRO MÓVEL (FM) Na parte interna de uma bobina, uma chapa de ferro doce fixa é montada em oposição a uma chapa móvel. Se na bobina circula corrente, então ambas as chapas são magnetizadas identicamente em relação aos pólos resultantes, e desta forma, se repelem. Quando se dá a inversão do sentido de circulação da corrente, na bobi- na, as chapas são novamente magnetizadas identicamente, e continuam se repelin- do. Por isto, os instrumentos de ferro móvel são adequados para a medição, tanto de corrente quanto de tensão, em corrente contínua e em alternada. Existem dois tipos de instrumentos básicos de ferro móvel: • Instrumento de “atração” ou de “núcleo mergulhador”: a corrente I circu- lando pela bobina fixa faz surgir um campo magnético que atrai o nú- cleo de ferro doce, dando a leitura proporcional à corrente circulante. Figura 2 - Instrumento de ferro móvel com núcleo mergulhador 10 • Instrumento de “repulsão” ou de “palheta móvel”: A corrente i, ao per- correr a bobina fixa, imanta as duas lâminas de ferro doce A1 e A2 no mesmo sentido, criando assim uma força de repulsão entre elas. A1 é fixa à bobina e A2 é móvel e solidária ao eixo, ao qual está também so- lidário o ponteiro. Figura 3 - Instrumento de ferro móvel de repulsão 3.1.1.1.2 INSTRUMENTO DE BOBINA MÓVEL E ÍMA PERMANENTE (BMIP) No campo de um imã permanente, é montada uma bobina móvel, giratória, al- ternada por corrente elétrica. A corrente é levada até a bobina por meio de molas espiras, que simultaneamente desenvolvem o conjugado de oposição ao desloca- mento da bobina. A rotação da bobina e consequente deflexão do ponteiro são pro- porcionais à corrente o que faz com que os intervalos sobre a escala estejam igual- mente distanciados. O ponto zero da escala pode tanto ficar no meio quanto na ex- tremidade. Quando ocorre inversão do sentido de circulação da corrente, ocorre também a inversão da rotação da bobina ou da deflexão do ponteiro. Disto resulta que este instrumento apenas pode ser usado para medição de tensão ou corrente contínua. 11 Figura 4 - Instrumento de bobina móvel e imã permanente 3.1.1.2 INSTRUMENTOS ELETRODINÂMICOS O sistema de medição eletrodinâmico consiste de uma bobina móvel e uma fixa. Perante a passagem de determinada corrente, as bobinas apresentarão a mesma polaridade e assim levarão o ponteiro à deflexão, por repulsão. A corrente que alimenta a bobina móvel é levada a esta por meio de 2 molas espirais, que, si- multaneamente, desenvolvem uma força contrária ao deslocamento angular. 12 Figura 5 - Instrumento eletrodinâmico Numa inversão do sentido da corrente, ambas as bobinas invertem ao mesmo tempo a sua polaridade. Com isto, as condições de repulsão entre as bobinas não se alteram e a deflexão do ponteiro se dá sempre para o mesmo lado. Por esta ra- zão, o instrumento pode ser utilizado tanto em corrente contínua quanto alternada. Usado como amperímetro ou como voltímetro, ambas as bobinas são ligadas em série ou, perante correntes muito elevadas, são ligadas em paralelo. A principal aplicação deste tipo de instrumento é encontrada nos medidores de potência (Wat- tímetros). Como a potência é obtida do produto da tensão pela corrente, a bobina fixa é dimensionada como bobina de corrente, e a móvel como de tensão. A potên- cia, em watts, pode assim ser obtida diretamente por simples leitura. Na medição de potências em corrente alternada, a potência indicada é a potência útil, porque ape- nas aquela parte da corrente efetuará um trabalho, que estiver em fase com a ten- são, e assim seu valor (P = U x I x cosϕ). 3.1.1.2.1 INSTRUMENTOS DE INDUÇÃO Este instrumento se compõe de um corpo de ferro quadripolar, que possui dois pares de bobinas cruzadas entre si. No circuito de corrente de um destes pares de bobinas, inclui-se uma indutância. Disto resulta um deslocamento de fase entre os pares de bobinas e desta forma, a existência de um campo girante. Um tambor de alumínio, montado de tal modo que apresente um movimento giratório, fica sob 13 efeito indutivo deste campo girante. As correntes induzidas neste tambor desenvol- vem um conjugado e, com isto, uma deflexão do ponteiro. A força contrária a esta deflexão é conseguida da ação das molas espirais. Figura 6 - Instrumento de medição por indução O instrumento de indução, também chamado de instrumento de campo giran- te ou instrumento de Ferraris, apenas pode ser usado para corrente alternada. 3.1.1.2.2 INSTRUMENTOS DE BOBINAS CRUZADAS Entre os pólos de um imã permanente, duas bobinas interligadas entre si, po- rém cruzadas, estão dispostas de tal forma que possam girar. Cada uma das bobi- nas é ligada à determinada tensão. Por esta razão, cada uma das bobinas influi com certa força magnética sobre o imã permanente. 14 Figura 7 - Instrumentos de medição por bobinas cruzadas 3.1.1.3 INSTRUMENTOS ELETROQUÍMICOS 3.1.1.3.1 SISTEMA DE MEDIÇÃO COM FIO TÉRMICO Neste instrumento, é utilizada a dilatação que um fio fino sofre devido ao calor originado pela passagem da corrente. Fixa-se um fio de tração a um fio esticado de platina-irídio, estando o fio de tração fixo a uma mola, passando por um rolo ou bo- bina. Quando da dilatação do fio térmico, a bobina é movimentada pela ação da mo- la, e o ponteiro é ativado, deslocando-se. Figura 8 - Sistema de medição por fio térmico 15 O instrumento é adequado para corrente contínua e alternada, sendo empre- gado, sobretudo nas medições em alta freqüência. 3.1.1.4 INSTRUMENTOS DINÂMICOS 3.1.1.4.1 INSTRUMENTO ELETROSTÁTICO O funcionamento deste instrumento baseia-se na atração recíproca de corpos eletricamente carregados, com polaridades contrárias. O instrumento se compõe de placas fixas e móveis, às quais é ligada a tensão a ser medida. Sobre o eixo do dis- co móvel, é montado um ponteiro. Uma mola atua no sentido contrário ao desloca- mento deste. Figura 9 - Instrumento eletrostático Instrumentos eletrostáticos se destinam especificamente à medição de ten- sões elevadas, pois apenas estas são capazes de desenvolver um conjugado sufici- entemente elevado. O instrumento pode ser usado tanto em corrente contínua, quanto em corrente alternada. 3.1.2 INSTRUMENTOS ELÉTRICOS DE MEDIÇÃO (DIGITAIS) Se nos instrumentos analógicos o modelo básico é o amperímetro, a opera- ção dos aparelhos digitais tem como fundamento a medida de tensão (voltímetro). A alteração da configuração inicial permite que sejam medidas outras grandezas, co- mo corrente, resistência, freqüência, temperatura e capacitância. 16 Figura 10 - Instrumento de medição digital 3.1.3 MEDIÇÃO DE CORRENTE Todos os instrumentos destinados a medir correntes, que atualmente são uti- lizados, baseiam o seu funcionamento na ação magnética da corrente. Medidores de corrente ou amperímetros são ligados em série com o circuito de corrente, apresen- tando uma pequena resistência interna. Instrumentos de ferro móvel são fabricados para correntes até 250A, enquanto os de bobina móvel são executados para medir correntes de apenas alguns ampères. Abaixo segue a descrição de medição de corrente de alguns instrumentos: • Voltímetro (CC e CA) - Volt: Mede a tensão e é ligado em paralelo com o circuito a ser medido; • Amperímetro (CC e CA) - Ampère: mede a corrente e é ligado em serie com o circuito a medir; • Wattímetro (CC e CA) - Watt: Mede a potência útil. É constituído por uma bobina de correnteque é ligado em série com o circuito a medir e uma bobina de tensão ligada em paralela; • Varímetro (CA) – Volt Ampère- Reativo (VAr): Mede potência reativa. A ligação é idêntica a do Wattímetro; 17 • Fasímetro (CA) - cosΦ: Medir o fator de potência, ou seja, a diferença de fase entre tensão e corrente. A ligação é idêntica a do wattímetro; • Frequencímetro (CA) Hertz: Mede a freqüência e é ligado em paralelo ao circuito; • Medir a indutância (CA) - Henry: Mede a indutância de uma bobina; • Medir a capacitância (CA) - Farad: Mede a capacitância de capacitores. 3.1.4 AMPERÍMETRO É um instrumento destinado a medir correntes elétricas, comumente podemos chamar de miliamperímetros e microamperímetros, instrumentos que medem corren- tes da ordem de miliampéres e microampéres, respectivamente. Podem ser dos ti- pos bobina móvel, ferro móvel e eletrodinâmicos. Ao contrário dos voltímetros, os amperímetros são tanto mais precisos quanto menor for a sua resistência interna. Para a medição de corrente elétrica podemos utilizar um instrumento de bobi- na móvel e ímã permanente (BMIP) conectado em série com a carga. Desta forma, a corrente que circula pela carga circulará também pelo instrumento BMIP. Porém, uma vez que a corrente nominal ou de fundo de escala do instrumento BMIP é muito pequena, nossa medição ficará limitada a correntes de pequena intensidade (da or- dem de µA ou mA no máximo). Figura 11 – Amperímetro e simbologia Se quisermos medir correntes de maior intensidade, devemos colocar em pa- ralelo com o instrumento BMIP um resistor para desviar parte da corrente de carga do instrumento. Este resistor é denominado de resistor "SHUNT" ou "DERIVAÇÃO". 18 Para se medir a intensidade de corrente elétrica num trecho do circuito, é ne- cessário que essa corrente percorra o medidor, que deve estar introduzido em série com o circuito, no trecho considerado. Figura 12 - Modo de medição com amperímetro Figura 13 - Amperímetro 3.1.5 VOLTÍMETRO Os Voltímetros são instrumentos destinados a medir a tensão. Pode ser de bobina móvel, ferro móvel ou eletrodinâmico. A precisão dos voltímetros é tanto maior quanto maior a sua resistência inter- na. Assim, a precisão de um instrumento de 100kV é menor do à de 1MV. Sempre 19 que usamos um voltímetro, devemos verificar se a escala escolhida é compatível com a grandeza a ser medida. Por exemplo, se formos medir a tensão de aproxima- damente 120 volts, poderemos usar a escala de 0-150V, nunca uma escala menor, porque poderão ocorrer avarias no instrumento. Caso não se saiba a ordem de grandeza da tensão a ser medida, deverá ser usada às escalas mais altas. Figura 14 - Voltímetro e simbologia Os voltímetros usuais medem tensões de até 500 a 600 volts (baixa tensão). Para se medir altas tensões é necessário o uso de transformadores de potencial (TP), que transformam a alta tensão em baixa tensão. Para se efetuar a leitura da tensão, basta colocar os terminais do instrumento entre os dois pontos do circuito e ler a grandeza na escala escolhida. As leituras mais precisas são aquelas efetuadas no meio da escala. Figura 15 - Voltímetro 20 3.1.6 OHMÍMETRO É um instrumento utilizado na medição de resistências de pequeno e médio valor. É constituído basicamente de duas pontas de prova, uma bateria, um instru- mento BMIP, uma resistência fixa R1 e uma resistência variável R2 ligados em série. Figura 16 - Medição com Ohmímetros O Ohmímetro funciona da seguinte maneira: Quando as pontas de prova es- tão em aberto, não há corrente circulando pelo mecanismo BMIP e o ponteiro fica em repouso na extremidade esquerda da escala. Este ponto é identificado com o símbolo de infinito (∞), pois corresponde a uma resistência infinita ou muito maior que a capacidade do instrumento em medir. Conectando-se as ponteiras de prova do Ohmímetro nos terminais de um re- sistor R, a bateria interna gera uma corrente elétrica que circula pelo instrumento BMIP, fazendo com que o ponteiro do instrumento se desloque para uma posição da escala que depende do valor desta corrente e, conseqüentemente do valor do resis- tor R. Porém, a escala do medidor é marcada em ohms, com o zero ohms à direita, e não em unidade de corrente, pois o que queremos medir é o valor do resistor conec- tado nas ponteiras de prova do Ohmímetro. O potenciômetro R2 permite que se faça o ajuste de zero ohms na deflexão de fim de escala e também tem como função compensar a diminuição da tensão da bateria. Toda vez que formos efetuar medidas de resistências devemos curto- circuitar as pontas de prova e variar a resistência R2 (potenciômetro de ajuste) até que o ponteiro do instrumento se desloque para a posição de zero ohms. 21 O resistor R1 tem a função de limitar a corrente a um valor suportável pelo instrumento BMIP, mesmo que a resistência do potenciômetro R2 seja nula. Um Ohmímetro é um instrumento de várias faixas que possibilita uma ampla gama de medidas. Um Ohmímetro típico possui faixas de x1, x10, x1K, x10K que possibilitam a leitura de resistências desde zero até vários megohms. Nos Multitestes com indica- ção analógica (com ponteiro), geralmente o pólo positivo da bateria interna está co- nectado no borne comum (-) (borne preto) do instrumento, enquanto que o pólo ne- gativo está conectado no borne (+) (borne vermelho). Este conhecimento é importante quando se deseja identificar os terminais de um componente eletrônico, como por exemplo, anodo e catodo de um diodo, ou i- dentificar o tipo de transistor, NPN ou PNP. Em geral nos Multitestes digitais esta inversão não ocorre. Figura 17 - Ohmímetro 3.1.7 WATTÍMETRO Os medidores de potência elétrica são conhecidos como wattímetros, pois sabemos que a potência é expressa em watts por meio das fórmulas conhecidas: P = U.I (corrente contínua) P = U.I.cosΦ (corrente alternada monofásica) P = 1,73. U.I.cosΦ (corrente alternada trifásica) 22 Assim, para que um instrumento possa medir a potencia de um circuito elétri- co, será necessário o emprego de duas bobinas: uma de corrente e outra de poten- cial. A ação mútua dos campos magnéticos gerados pelas duas bobinas provoca o deslizamento de um ponteiro em uma escala graduada em watts proporcional ao produto Volts x Ampères. Figura 18 - Medidor de potência A bobina de tensão ou de potencial está ligada em paralelo com o circuito, e a bobina de corrente, em série. Figura 19 - Wattímetro 23 3.1.8 VARÍMETRO É um instrumento utilizado para medir a potência elétrica reativa (Q) de um circuito. Basicamente é semelhante ao Wattímetro, mas é incorporado ao aparelho indutores e capacitores ligados à resistência ôhmica do medidor para gerar uma mudança de fase de 90° entre a tensão e a corrente n o voltímetro de bobina. Assim, como resultado é obtida a medição da potência reativa do circuito. A unidade é o VAr (Volt-Ampere reativo). O nome Varímetro é derivado da unidade de medida que o mesmo se destina a medir. Existe Varímetros para diversos tipos de aplicação, em sistemas de grande potência geralmente se usa o MVAr (Mega Volt-Ampere reativo), tendo como medi- dor o Megavarímetro. Figura 20 - Varímetro 3.1.9 FASÍMETRO Os Fasímetros, também conhecidos como medidores de fator de potencia, são instrumentos destinados a medir a relação existente entre a potência ativa e a potência aparente de um circuito reativo indutivo ou reativo capacitivo. Esses Instrumentos têm seu funcionamento baseado no principio eletrodinâ- mico exercido entre bobinas fixas e bobinas móveis cruzadas. Como é de nosso conhecimento, a relação existenteentre a potência ativa e a potência aparente, nos circuitos indutivos ou capacitivos, é definida pela defasagem existente entre a tensão e a corrente do circuito. Logo, o fasímetro, serve para medir a diferença entre as fases, ou seja, o fator de potência. 24 Sua maior aplicabilidade é na obtenção do fator de potência, verificação de fase aberta e de sequência de fase. Figura 21 - Fasímetro Os Fasímetros podem ser monofásicos ou trifásicos. 3.1.10 FREQUENCÍMETRO É um instrumento eletrônico utilizado para medição da frequência de um sinal periódico. A unidade de medida utilizada é o hertz (símbolo Hz). Um frequencimetro possui um mostrador digital que pode ser em cristal líquido ou de LEDs, informando a frequência medida em Hz, kHz, MHz e GHz, conforme a escala utilizada. Figura 22 - Frequencímetro 25 Muitos frequencímetros podem medir também o período do sinal medido (em segundos, milissegundos, microssegundos, nanosegundos). Os frequencímetros eletrônicos digitais fazem uso de uma base de tempo precisa (um cristal de quartzo) e circuitos contadores digitais para realizar a medição da frequência. São muito utilizados em laboratórios de eletrônica e medição em campo. Além dos frequencímetros digitais, existem os eletromecânicos, usados para medir a baixa frequência da rede elétrica. Estes se compõem de barras de ferro doce, que vibram em determinadas fre- quências de ressonância e são instalados em painéis de equipamentos elétricos. Existem 03 tipos de frequencímetros: Figura 23 - Frequencímetros eletrodinâmicos Figura 24 - Frequencímetros de indução 26 Figura 25 - Frequencímetros de lingueta vibratória 27 4 UTILIZAÇÃO Os instrumentos normalmente utilizados na medição elétrica são do tipo: • Bobina móvel (A, V, Ω); • Ferro móvel (A, V); • Eletrodinâmicos (W, A, V, cos φ); • Lâminas vibratórias (Hz); • Indução (kΩ); • Eletrostáticos (V); • Eletrônicos (A, V, Hz); • Multímetros (A, V, R). 28 5 REFERÊNCIAS Apostila de Medidas Elétricas - Marcus Vinicius Araujo Fernandes Medidas elétricas e materiais elétricos e magnéticos – Pitágoras faculdade Eletricista força e controle – Medidas elétricas – Prominp Eletricista montador – Medidas elétricas – Prominp Instrumentação e medidas elétricas – Cefet/SC Aula 01 - medidas elétricas e materiais elétricos e magnéticos – UFSC Medidas elétricas – SENAI Elétrica – Medidas elétricas - CPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manu- tenção – SENAI http://www.eletr.ufpr.br/marlio/medidas/apostila/apostila1a.pdf http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/biblioteca/caderno_elet/cap_06.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Frequenc%C3%ADmetro http://www.curso-eletronica.com.br/perguntas/o-que-e-um-frequencimetro http://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADmetro http://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADmetro http://www.passeidireto.com/arquivo/985798/aula---instrumentos-de-medidas
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