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CRIMINOLOGIA Mod VII

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VII. PREVENÇÃO DO DELITO NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO.
Conceitos de Prevenção.
Prevenir é dissuadir o infrator potencial com a ameaça do castigo, para desmotivá-lo. Baseia-se, portanto, na eficácia preventiva da pena pela dissuasão do criminoso.
Prevenção é a dissuasão mediata, indireta, através da modificação dos elementos do cenário criminal como espaço físico, atitudes das vítimas, efetividade do sistema penal, utilizando a colocação de obstáculos com efeitos inibitórios.
Prevenção é o efeito dos programas de ressocialização e reinserção do condenado, equiparando-se à prevenção especial, pois visa apenas o condenado e a reincidência.
Atualmente, entende-se que: 
- a prevenção está ligada à gênese do crime, subentendendo intervenção dinâmica e positiva que neutralize suas causas, enquanto a mera dissuasão deixa as raízes do delito intactas; 
- a prevenção deve ser social, com mobilização de toda a sociedade a fim de enfrentar o problema do crime, que é social;
- evitar a reincidência é uma intervenção tardia, restrita aos condenados e às instâncias legais.
Tipos de prevenção.
Di Tullio, em 1938, estabeleceu dois tipos de prevenção:
- Prevenção geral, que atua nas causas que direta ou indiretamente possam perturbar o desenvolvimento físico e moral dos indivíduos;
- Prevenção especial, que age sobre as famílias e sobre os menores em situação irregular ou delinqüentes, através da implantação de programas de profilaxia nos juizados de menores, nos centros de observação, assistência, orientação e reeducação da família e do menor, podendo incluir a participação da polícia. Engloba, também, o combate às causas da criminalidade (Farias Junior, pág.46). 
Podem-se estabelecer três tipos de prevenção, de acordo com os programas utilizados, os destinatários aos quais se dirigem, os instrumentos e mecanismos que se utilizam, os âmbitos e fins perseguidos.
Prevenção primária:
Os programas de prevenção dirigem-se à raiz do conflito para neutralizá-la antes que o problema se manifeste, utilizando estratégias de política cultural, econômica e social como educação, trabalho, qualidade de vida etc..
Direcionada a todos os cidadãos, opera a médio e longo prazo.
É a mais eficaz e genuína por atuar na gênese do crime, mas depende do investimento dos governantes numa sociedade melhor a médio e longo prazo.
Entretanto, a sociedade reclama soluções repressivas, em curto prazo. 
Prevenção secundária.
Atua quando e onde os efeitos do crime se manifestam ou se exteriorizam.
Age a curto e médio prazo, seletivamente, nos grupos e subgrupos com risco de sofrer ou protagonizar o problema criminal. 
Está relacionada com a política legislativa penal e com a ação policial direcionada à prevenção geral, que incluem programas de prevenção policial e controle de meios de comunicação.
Prevenção terciária.
Tem por objetivo evitar a reincidência, atuando sobre destinatários identificados, isto é, presos e condenados.
É a que possui maior caráter punitivo, e seus programas reabilitadores e ressocializadores operam no âmbito penitenciário, distante das origens do crime.
É uma intervenção não compensadora por ser:
- tardia, operando após o delito;
- parcial, porque se dirige apenas aos condenados;
- insuficiente, já que não neutraliza as causas.
Mas é útil para evitar a reincidência.
Modelos de prevenção.
Modelo clássico.
Funda-se na capacidade dissuasória da gravidade do castigo, isto é, da pena.
Entretanto, o sucesso depende da natureza da prevenção e, não, dos efeitos que produz, do castigo.
A pena reflete o fracasso, a ausência de soluções, e apenas atemoriza, não conduzindo à diminuição dos crimes porque não intimida.
Igualmente, o abrandamento das penas não significa aumento de crimes, pois o infrator não pondera custos e benefícios, isto é, não leva em conta a gravidade do castigo.
Se indeciso em relação à prática de um delito, analisa as conseqüências imediatas, isto é, o risco de ser preso e, não, a gravidade da pena.
Assim, na medida em que conta com a probabilidade de evitar o castigo, comete o delito.
Já a avaliação da quantidade da pena varia para cada infrator e para o delito que pretende cometer levando-o ao ometer ou ne para o delito que pretende cometer.������������������������������������������������������.
Assim, numa mesma situação delitiva, essa avaliação pode ser favorável para um potencial infrator e desfavorável para outro.
O efeito dissuasório real da pena está, então, ligado à percepção subjetiva do infrator relacionada à virtualidade da sua imposição.
O infrator habitual é otimista, pois com sua experiência faz uma avaliação realista da pouca efetividade do sistema penal e da alta probabilidade de ficar impune.
Entretanto, dependendo do infrator e do crime previsto, o grau de otimismo pode variar.
O criminoso sexual não pensa na possibilidade de castigo.
Os infratores do patrimônio, de trânsito, do meio ambiente, do sistema sócio-econômico e as corporações calculam racionalmente o risco.
O delinqüente terrorista independe de qualquer percepção subjetiva do castigo.
Logo, a razão estava com Beccaria quando pregava que a certeza da imposição rápida da pena seria o fator intimidativo, não importando a sua quantidade e severidade.
Modelo neoclássico.
Entende que o efeito dissuasório preventivo está ligado à efetividade do sistema legal.
A estratégia para prevenir a criminalidade consiste em melhorar a infra-estrutura e a dotação orçamentária do sistema legal, além de melhorar a qualidade dos juízes e policiais.
Portanto, a sociedade tem os crimes que quer ter.
Apesar da relevância desse modelo, não objetiva atacar as causas da criminalidade, sendo efetivo apenas em curto prazo, fracassando em médio e longo prazo.
Tem como resultado o aumento do número de prisões e de condenados, pois se baseia no fortalecimento do controle formal, mas não leva ao decréscimo da criminalidade. Apenas aproxima a criminalidade oficial da criminalidade real, já que menor contingente de infratores fica impune.
Mas a prevenção eficaz não depende de fortalecimento do controle formal e, sim, da sincronização entre o controle formal e informal. 
O importante é criar uma política criminal com base etiológica, positiva e assistencial.
Prevenção situacional.
Baseia-se na seletividade do crime, encarado como opção racional que busca o espaço adequado, o momento oportuno e a vítima propícia.
Não se interessa pelas causas do delito, como ocorre na prevenção primária, mas pelas suas formas de manifestação. 
Concentra suas investigações e programas nas baixas classes sociais urbanas.
Preconiza a redução das oportunidades delitivas através do aumento das dificuldades e dos riscos, além da diminuição das expectativas e dos lucros, afetando a relação custo-benefício.
Para tal, aumenta as barreiras, determinando a proteção dos locais com cadeados, diminui a convergência de pessoas em certos locais através do fechamento de ruas, praças, entre outras medidas.
Entretanto, o fator oportunidade nem sempre é previsível, além de ser este modelo eticamente questionável porque afeta a liberdade de terceiros.
 Modelo socialista.
Baseado na transformação das causas econômicas e sociais ligadas à criminalidade, o modelo socialista teve resultados indiscutíveis, mas obtidos à custa de determinados meios e conseqüências, como restrição da liberdade dos cidadãos.
Bases da moderna política criminal de prevenção do delito.
1. O objetivo final de uma política eficaz de prevenção é o controle razoável do crime, uma vez que sua erradicação é uma utopia que conflita com a normalidade do fenômeno delitivo.
2. Os meios ou instrumentos sociais utilizados na prevenção devem ser compatíveis com os custos sociais.
3. Prevenir é intervir na etiologia do crime, atacando suas causas.
4. Aefetividade dos programas ocorre a médio e longo prazo, conforme consiga atacar as causas do crime. Assim, a prevenção primária é mais eficaz que a secundária e, esta, mais efetiva que a terciária. 
5. A prevenção prioritária é a social e comunitária.
6. A prevenção do delito implica prestações positivas e esforços solidários que neutralizem situações de desequilíbrio e conflito, reestruturando a convivência social.
7. A prevenção científica depende de estratégia coordenada e pluridirecional, baseada no estudo do cenário criminal e dos fatores que nele atuam.
8. Não basta a prevenção da reincidência, devendo-se prevenir mais delitos para diminuir a criminalidade.

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