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UESC- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CROMATOGRAFIA ILHÉUS-BAHIA 2015 UESC- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS QUÍMICA BACHARELADO CROMATOGRAFIA Relatório apresentado como parte dos critérios de avaliação da disciplina de Química Orgânica II, realizado pelas discentes Ellen Reis Silva e Talyta Silva Prado. Professor: Reinaldo Gramacho. ILHÉUS-BAHIA 2015 1.RESUMO A cromatografia é uma técnica de separação baseada na distribuição dos componentes de uma mistura entre um fluido (fase móvel ou eluente) e um adsorvente (fase estacionária). A fase estacionária pode ser um sólido ou um líquido depositado num sólido inerte, empacotado numa coluna ou espalhado por uma superfície formando uma camada fina. Nesse processo a fase móvel induz a mistura através de uma fase estacionária, onde solventes polares atraem componentes polares, e solventes apolares atraem componentes apolares. Esta técnica é muito útil no mundo científico, ela pode ser realizada mediante vários processos, dentre eles: a cromatografia em papel, em coluna e também em camada delgada (CCD). 2. INTRODUÇÃO Até meados do século XX, as separações analíticas eram, em grande parte, realizadas usando métodos clássicos como a precipitação, destilação e extração. Hoje, contudo, as separações analíticas são mais comumente feitas por cromatografia e eletroforese, particularmente em amostras complexas e que contenham muitos componentes. Segundo Vogel, a cromatografia é uma técnica de separação especialmente adequada para ilustrar conceitos de interações intermoleculares, polaridade e propriedades de funções orgânicas com uma abordagem ilustrativa e relevante. É por este motivo, que a mesma permite também a determinação e identificação de diversos componentes muito semelhantes de misturas complexas, as quais se realizadas utilizando-se de outros métodos, muitas dessas separações seriam impossíveis. A técnica foi descoberta pelo botânico italiano Mikahail Tswettn em 1906. Tswettn desenvolveu vários trabalhos experimentais no domínio da separação de extratos de plantas por adsorção diferencial em colunas, usando carbonato de cálcio como fase estacionária e di-sulfureto de carbono como eluente. Nestas experiências, verificou-se a formação de bandas de cores diferentes nas colunas utilizadas devido à adsorção diferencial dos pigmentos corados, que percolavam com velocidades diferentes e emergiam separadamente da coluna, assim, a esse gradiente deu-se o nome de cromatograma. (STROBEL, 1973) Uma das técnicas mais sensíveis de separação de misturas, a cromatografia se destaca entre as demais técnicas por ser muito barata e por fornecer informações qualitativas e quantitativas, sendo amplamente utilizada em laboratórios forenses, ou para comparar amostras de fluidos, por produtores de alimentos que necessitam testar a qualidade dos produtos ou até em Marte, para buscar evidências de vida. (HARRIS, 2002) A cromatografia pode ser realizada por diversos processos, dentre eles destacam-se: a técnica em papel, em coluna e em camada delgada. Segundo Strobel, a cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição líquido– líquido, estando um deles fixado a um suporte sólido (figura 1). Baseia-se na diferença de solubilidade das substâncias em questão entre duas fases imiscíveis, sendo geralmente a água um dos líquidos. O solvente é saturado em água e a partição se dá devido à presença de água em celulose (papel de filtro). Este método, embora menos eficiente que a CCD, é muito útil para a separação de compostos polares, sendo largamente usado em bioquímica. A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária. Por ser um método simples, rápido, visual e econômico, a CCD é a técnica predominantemente escolhida para o acompanhamento de reações orgânicas, sendo também muito utilizada para a purificação de substâncias e para a identificação de frações coletadas em cromatografia líquida clássica. O parâmetro mais importante a ser considerado em CCD é o fator de retenção (Rf), o qual é a razão entre a distância percorrida pela substância em questão e a distância percorrida pela fase móvel (figura 2). A sílica gel é a fase estacionária mais utilizada, sendo seguida pela alumina, pela terra diatomácea e pela celulose. Para a preparação das placas, faz-se uma suspensão do adsorvente em água, sendo a mesma depositada sobre a placa manualmente ou com o auxílio de um espalhador. Após a deposição, deixa-se a placa secar ao ar. A etapa final da preparação da placa é sua ativação, a sílica, por exemplo, é ativada a 105-110 °C por 30 a 60 minutos. (CHAVES, 1997) Figura 1: Fases da cromatografia em papel A cromatografia em coluna consiste em uma coluna de vidro, metal ou plástico, preenchida com um adsorvente adequado. O adsorvente pode ser colocado na coluna diretamente (seco) ou suspendido em um solvente adequado (geralmente o próprio eluente a ser usado no processo de separação). De acordo com Collins, os principais adsorventes normalmente utilizados são a sílica gel, a alumina, o carbonato de cálcio, o óxido de magnésio, o carvão ativado, a sacarose e o amido, entre outros. A substância a ser separada ou analisada é colocada na coluna pela parte superior e o eluente é vertido após, em quantidade suficiente para promover a separação. A coluna pode ser um simples tubo de vidro, aberto em ambas as extremidades, ou semelhante a uma bureta (figura 3). Em alguns casos aplica-se vácuo pela parte inferior da coluna ou uma ligeira sobpressão pela parte superior da mesma. Quando a amostra a ser cromatografada possui cor, pode-se visualizar as diferentes zonas coloridas descendo pela coluna, que são recolhidas, separadamente, pela extremidade inferior. Assim, este relatório tem como objetivo o aprendizado ás técnicas de cromatografia, realizando a separação, identificação e purificação de uma mistura de compostos orgânicos. Figura 2: Esquematização de um cromatograma obtido por CCD. Figura 3: Ilustração de uma coluna cromatográfica 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Cromatografia em camada delgada (CCD) Em uma placa cromatográfica previamente preparada fez-se um “spot” da substancia A (azul), da substancia B (laranja) e da substancia C (marrom), deixando o solvente evaporar. Em seguida, transferiu-se essa placa para uma cuba de vidro contendo uma pequena quantidade de etanol absoluto, quantidade esta que não ultrapassasse a altura dos “spots”, seguindo da eluição da placa cromatográfica. Inseriu-se dentro da cuba, um pedaço de papel de filtro, apoiado em uma das paredes, localizada atrás da placa. Tampou-se a cuba, até que fosse concluída a eluição. Depois da eluição, retirou-se a placa e a deixou secar a temperatura ambiente. Por fim, se mediu o Rf , em cm, com a ajuda de uma régua para cada substancia. 3.2 Cromatografia em coluna Inicialmente, lavou-se a colunacromatográfica (bureta), com acetona e a deixou secar completamente. Em seguida, colocou-se na extremidade inferior, logo acima da torneira, um pequeno chumaço de algodão seco, levemente compactado. Daí , pensou-se 4g de sílica em gel em um béquer de 50 mL e adicionou ao mesmo um volume de 10 mL de Hexano, até cobrir toda a sílica. Após a homogeneização da mistura, a mesma foi transferida para a coluna esperando-a decantar. Posteriormente, empacotou-se a coluna passando 25 mL da mistura hexano/etanol, numa proporção de 1:1, recolhendo a mistura em um erlenmeyer. Após, adicionou-se com cuidado, a mistura a ser separada, colocando em seguida, outro chumaço de algodão logo acima da mistura. Acrescentou-se um volume correspondente a 10 mL de etanol, de forma a não permitir a secura da coluna. Assim, frações foram coletadas em erlenmeyers até um volume próximo de 10 mL, numa quantidade de 4 erlenmeyers. Por fim, adicionou-se 20 mL da mistura de etanol/acido acético, numa proporção de 1:1, recolhendo também frações, de 10 mL aproximadamente, em erlenmeyers, até a secura total da bureta. Observaram-se as separações 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Cromatografia em camada delgada (CCD): A cromatografia é utilizada como um processo de análise para separar, identificar e até mesmo purificar tanto substâncias inorgânicas quanto orgânicas, usando como parâmetro a velocidade que essas substâncias se movem por uma fase estacionária, nesse caso a fase estacionária utilizada foi a sílica. Ao adicionarmos a camada delgada de sílica, já com os “spots” das substâncias desejadas (substâncias A,B e C), a uma cuba de vidro contendo cerca de 10mL etanol absoluto e fecharmos a cuba notou-se o início da eluição da substância B, que apresentou uma cor alaranjada, em seguida a substância C também começou a eluir, mais lentamente que a substânica B, apresentando uma cor azulada. Já a substância A não apresentava eluição. Após algum tempo a eluição começou a ficar mais rápida e efetiva nas substâncias B e C ( a substância C se tornou amarelada), enquanto a substância A apresentou apenas uma eluição mínima, quase que insignificante. Ao término da eluição pudemos concluir que a substância A seria a mais polar, por não eluir praticamente nada com o etanol. A substância B seria a substância menos polar entre as três, pois acompanhou a eluição do etanol, apresentando uma cor alaranjada. A substância C teria uma polaridade intermediária, pois apesar de ter se apresentado azul no início da eluição, ao fim da mesma apresentava uma coloração amarelada. Os fatores de retenção (Rf) apresentados foram: RfA = 0,4/ 4,8 = 0,08 RfB = 3,3/ 4,9 = 0,7 RfC = 3,6/ 4,7 = 0,8 Acredita-se que a substância C seja uma mistura, já que possuía originalmente uma cor amarronzada e no decorrer do processo passou a ser azul e no final possuía uma coloração amarelada. 4.2. CROMATOGRAFIA EM COLUNA: Ao colocarmos a substância que desejávamos separar na coluna em contato com a mistura de sílica gel, hexano e hexano/etanol (1:1), notou-se a separação de “fases” na coluna uma que variava do laranja escuro para um laranja bastante claro, e acima dessa outra fase que variava do azul claro ao azul escuro. A primeira amostra recolhida foi de cerca 10 mL de uma solução laranja bem clara, quase que incolor, já a segunda amostra também de cerca de 10 mL, foi de uma solução laranja bastante forte, já a terceira também foi também de um laranja forte, porém mais fraco que o da segunda amostra, enquanto isso a quarta amostra apresentou uma cor laranja mais fraca, e a quinta apresentou uma coloração semelhante a da primeira amostra recolhida. Essa foi a última amostra alaranjada recolhida. Após o recolhimento das fases alaranjadas foi acrescentado à coluna uma mistura etanol/ácido acético (5%) 1:1, e foram recolhidas duas fases, a primeira possuía uma coloração azul escuro bem forte e a segunda amostra um azul bem fraquinho. A fase alaranjada interagiu mais com a fase móvel por ser apolar, por isso foi a primeira a ser recolhida enquanto isso a fase azulada é polar, não tendo interagido com o álcool sozinho, somente após ter entrado em contato com a mistura etanol/ ácido acético (5%) 1:1. 5. CONCLUSÃO Através do experimento foi possível atingir o objetivo da prática de purificar e separar uma mistura de compostos orgânicos, além de introduzir aos discentes a técnica de cromatografia. A partir do experimento também foi possível inferir a diferença de polaridade entre as substâncias utilizadas. 6. REFERÊNCIAS: COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993. HARRIS, C Daniel. Análise Química Quantitativa 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002 LOUGH, W.J. e CHAVES, M.H.; Análise de extratos de plantas por CCD: uma metodologia aplicada à disciplina “Química Orgânica”. Química Nova, v. 20, n. 5, p. 560-562, 1997. STROBEL,Howar A.;Chemical Instrumentation: A Systematic Approach. 2. ed. Addsison-Wesley Publishing company, 1973 VOGEL;Análise Química Quantitativa 6.ed. Rio de Janeiro: S.A, 2002.
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