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Direito Administrativo: Teoria e Questões Comentadas para AFT 
Aula Inaugural 
Conceito e fontes do Direito Administrativo. Regime jurídico administrativo. 
A Administração Pública: Conceito. Poderes e deveres do administrador 
público. Uso e abuso do poder. Poderes Administrativos: poder vinculado, 
poder discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder 
regulamentar e poder de polícia 
Professor: Jeferson Marinho 
 
jeferson@concurseiro24horas.com.br 
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Beleza galera, 
Tudo bem? 
Ansiosos? E essa autorização hein, sai ou não? Mas, como já dizia nosso 
grande filósofo Galvão Bueno: “muita calma nessa hora!!”. Vai sair sim! Quem 
sabe quando vocês estiverem lendo esse texto, a autorização já esteja 
engatilhada para ser publicada no Diário Oficial da União. 
Para quem ainda não me conhece, meu nome é Jeferson Marinho, 
Auditor-Fiscal do Trabalho desde agosto de 2010, e um concurseiro incurável! 
Mesmo hoje, ocupando um cargo de ponta no Executivo Federal, simplesmente 
não consigo sair deste mundo. Por isso estou aqui agora, compartilhando parte 
de minha pequena longa experiência com vocês, ensinado um pouco e 
aprendendo muito. E parafraseando aquela lanchonete lá: “amo muito tudo 
isso”. 
Só pra demonstrar este longo caminho que percorri, e é só com esta 
intenção (juro mesmo, rs! ), vou listar os concursos que passei e que fui 
convocado: 
• Assessor Jurídico do Tribunal de Contas do Piauí 
• Analista Judiciário do TRF da 1º Região 
• Oficial de Justiça do Tribunal de Justiça do Piauí 
• Técnico administrativo do TRE do Maranhão 
• Técnico bancário da CEF 
 
Direito Administrativo para AFT: Teoria e Questões Comentadas 
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• Técnico previdenciário 
... E esses são só os que passei, agora imaginem quantos outros perdi..., 
porém não falemos neles agora, vamos deixar pra uma próxima aula, está 
bom? kkkkk 
Pois bem, passada esta breve introdução, rumemos ao que interessa: 
nosso curso. 
Estou propondo, nestas linhas e nas próximas, um passeio pelas questões 
que envolvem conhecimento de Direito Administrativo brasileiro. De um modo 
bem pragmático, claro, trazendo os dispositivos legais, conceitos e posições 
doutrinárias dos nossos melhores administrativistas, bem como as inclinações 
e construções jurisprudenciais das nossas mais altas Cortes. Nosso objetivo, é 
bom deixar bem claro, é reforçar o seu estudo, complementar seus 
conhecimentos. 
Nossas aulas não são indicadas para principiantes no estudo de Direito 
Administrativo. Não porque abordaremos conceitos complexos, não, pelo 
contrário! Tentarei ser o mais didático e pragmático possível, porém, como o 
curso é voltado para resolução de questões, em determinados momentos serão 
necessários conhecimentos prévios sobre determinados assuntos. 
Vamos explorar principalmente as questões elaboradas pela ESAF, porém, 
quando (e se) julgarmos necessário, vamos trazer à analise outras elaboradas 
pelo CESPE, FCC e FGV. 
Mas por que a ESAF será nosso foco inicial? Porque foi esta instituição que 
elaborou as últimas provas do concurso para ingresso na carreira de AFT! 
Também porque foi a Escola Fazendária que, há pouco tempo, elaborou provas 
para cargos de ponta do Executivo Federal (Auditor da Receita, Analista 
 
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Tributário, Procurador da Fazenda Nacional e outros), concursos estes de 
organização semelhante à que será exigida para o de AFT. 
Quanto ao conteúdo, como o edital ainda não foi publicado, acho legal 
termos por base os tópicos do último. O edital ESAF n.º 124/09, disponível no 
endereço eletrônico da organizadora (www.esaf.fazenda.gov.br). Tudo bem? 
Senhores, estarei disponível para dúvidas, elogios, críticas no e-mail: 
jeferson@concurseiro24horas.com.br. 
Nossas aulas terão o seguinte cronograma: 
Aula Inaugural - 01/01/2013 
Conceito e fontes do Direito Administrativo. Regime jurídico administrativo. A 
Administração Pública: Conceito. Poderes e deveres do administrador público. 
Uso e abuso do poder. Poderes Administrativos: poder vinculado, poder 
discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar e poder 
de polícia. 
Aula 01 – 10/01/2013 
Organização administrativa brasileira: princípios, espécies, formas e 
características. Centralização e Descentralização da atividade administrativa do 
Estado. Concentração e Desconcentração. Administração Pública. Direta e 
Indireta, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de 
Economia Mista. Entidades paraestatais. Organizações Sociais. Contratos de 
Gestão. 
Aula 02 – 18/01/2013 
 
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Atos Administrativos: fatos da Administração Pública, atos da Administração 
Pública e fatos administrativos. Conceito, formação, elementos, atributos e 
classificação. Mérito do ato administrativo. Discricionariedade. Ato 
administrativo inexistente. Atos administrativos nulos e anuláveis. 
Aula 03 – 28/01/2013 
Teoria dos motivos determinantes. Revogação, anulação e convalidação do ato 
administrativo. Serviços Públicos: conceitos: classificação; regulamentação; 
controle; permissão; concessão e autorização. 
Aula 04 – 08/02/2013 
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União: provimento e vacância 
de cargos públicos, remoção, redistribuição, direitos e vantagens, licenças e 
afastamentos e seguridade social do servidor (Lei nº 8.112, de 11/12/1990, 
atualizada). 
Aula 05 – 15/02/2013 
Regime Disciplinar dos Servidores Públicos Civis da União: Lei nº 8.112/90. 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo 
Federal – Decreto nº 1.171, de 22/6/1994. Sistema de Gestão da Ética do 
Poder Executivo Federal (Decreto nº 6.029, de 1º/2/2007). Código de Ética 
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal – Decreto nº 
1.171, de 22/6/1994. 
Aula 06 - 01/03/2013 
 
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Lei da Improbidade Administrativa (8.429/92). Código Penal Brasileiro: Título 
XI – Dos Crimes contra a Administração Pública – Capítulos I, II e II-A – arts. 
312 a 337-D. 
Aula 07 – 11/03/2013 
Responsabilidade civil do Estado. Ação de Indenização. Ação Regressiva. 
Controle da Administração Pública: Conceito. 
Aula 08 – 18/03/2013 
Tipos e Formas de Controle. Controle Interno e Externo. Controle Prévio, 
Concomitante e Posterior. Controle Parlamentar. Controle pelos Tribunais de 
Contas. Controle Jurisdicional. Meios de Controle Jurisdicional. 
Aula 09 - 29/03/2013 
Constituição Federal: Título III, Capítulo VII – Da Administração Pública. 
Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784, de 29/1/1999). 
Aula 10 – 12/04/2012 
Sugestões de temas para discursiva 
---------------------------------------------------------------------------------------- 
Então? Beleza? Deixemos de conversa e mãos à obra!!!! ;) 
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• Conceito e fontes do Direito Administrativo. 
 
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• Regime jurídico administrativo. 
• A Administração Pública: Conceito. 
• Poderes e deveres do administrador público. 
• Uso e abuso do poder. 
• Poderes Administrativos: poder vinculado, poder discricionário, 
poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar e poder 
de polícia. 
 
1 – (ESAF/Fiscal do Trabalho/2003) O regime jurídico administrativo 
consiste em um conjunto de princípios e regras que balizam o 
exercício das atividades da Administração Pública, tendo por objetivo a 
realização do interesse público. Vários institutos jurídicos integram 
este regime. 
Assinale, entre as situações abaixo, aquela que não decorre da 
aplicação de tal regime. 
a) Cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos. 
b) Auto-executoriedade do ato de polícia administrativa. 
c) Veto presidencial a proposição de lei. 
d) Natureza estatutária do regime jurídico prevalente do serviço 
público. 
 
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e) Concessão de imissão provisória na posse em processo 
expropriatório. 
 
Comentários 
Esta questão foi cobrada pela ESAF no concurso para ingresso na carreira 
de Fiscal do Trabalho (hoje Auditor-Fiscal do Trabalho) em 2003. 
Praticamente todas as questões que envolvem conceitos de regime 
jurídico administrativo são doutrinárias. Esta, especificamente, exige que o 
candidato conheça as características do referido regime, e mais, que também 
reconheça tais atributos em institutos legais previstos no nosso ordenamento 
jurídico. 
Para entender este tema (Regime Jurídico Administrativo), faz-se 
necessário antes entendermos o que é Direto Administrativo. 
Segundo o mestre Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo é o 
“conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e 
as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os 
fins desejados pelo Estado.”. 
Este ramo do Direito cuida das normas que devem reger as atividades do 
Estado enquanto Administração Pública! Entendeu? Não? Vou explicar! 
Os senhores já ouviram falar na Teoria da Separação dos Poderes? Ouviu, 
mas não lembra? Vamos então refrescar a sua memória: por esta Teoria, 
alinhavada pelos gregos antigos, consolidada por Montesquieu, e aperfeiçoada 
no último século, o Poder estatal, para evitar abusos, deve ser divido em três 
faces distintas: Poder Judiciário, Poder Legislativo e Poder Executivo. Caberia, 
 
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portanto, ao Direito Administrativo, reger as atribuições do Estado na sua 
função executiva, enquanto Administração Pública! 
Como nosso foco aqui não é Constitucional, vamos nos contentar com 
esse breve resumo da teoria acima, sem considerar as novas tendências de 
que o Poder é único, logo não pode ser divido..., o que pode é ter funções 
diferentes, e tal... Aqui não o momento para se discutir isso! Foco senhores, 
foco! 
Por disciplinar tais atividades, tais agentes e tais órgãos, sempre visando 
o interesse coletivo, as regras inerentes à Administração Pública não podem 
ser iguais àquelas que regem as relações privadas, né? Só para você perceber 
a diferença, imagine que você tem uma empresa de impressão de livros, e seu 
irmão tenha outra de industrialização de folhas de papel, para ajudá-lo em 
momento difícil, você poderia concentrar todos os seus pedidos de folhas na 
empresa dele, mesmo que fosse o fornecedor mais caro da região. O negócio é 
seu! O prejú também será! Agora, se o negócio envolvesse uma editora 
pública, que necessitasse de um grande carregamento de folhas de papel, o 
responsável pela compra não pode simplesmente escolher de quem ele vai 
comprar não! Quando as negociações envolverem interesse público, é 
necessária transparência, o processo de aquisição tem seguir princípios e 
regras pré-determinadas, que prezem sempre SUPREMACIA e 
INDISPONIBILIDADE do INTERESSE PÚBLICO. 
Na realidade, toda essa introdução acima foi só pra demonstrar isso: 
 
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Regime Jurídico Administrativo, repetindo, pode ser traduzido a partir 
desses dois princípios: 
a. Princípio da supremacia do interesse público sobre o direito 
privado – Por este postulado, a Administração Pública dispõe de uma 
série de prerrogativas que podem ser usadas, sempre fundamentas no 
interesse público, para garantir a implementação dos anseios de todos. É 
com base neste princípio basilar que o Estado pode intervir na 
propriedade privada (limitações, servidões administrativas, tombamento, 
requisição...)., rever seus próprios atos, alterar, suspender e rescindir 
unilateralmente contratos administrativos, executar diretamente as 
garantias oferecidas em por conta de tais contratos. É por ele também, 
que se justificam as prerrogativas processuais do Estado, como por 
exemplo, o prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer, 
juízo privativo, além da execução por regime de precatórios. 
b. Princípio da indisponibilidade do interesse público – Aqui seria o 
outro lado da moeda! Seriam as restrições impostas aos administradores 
 
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públicos consubstanciadas na observância obrigatória do bem coletivo 
em todas suas ações e decisões. O interesse público, os direitos dos 
administrados coletivamente considerados são inegociáveis, 
indisponíveis. É justamente este princípio que justifica a contratação de 
servidores através de concurso público, a obrigatoriedade de publicação 
de alguns atos administrativos (veremos adiante), a necessidade do 
estabelecimento do processo licitatório para a contratação de serviços ou 
fornecimentos de bens, isso entre várias outras restrições. 
Bem, feitas essas considerações iniciais, passeamos agora a análise das 
assertivas: 
a) Cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos. 
Comentário: 
Nos contratos firmados pela Administração, celebrados segundo as regras 
de Direito Público, há certas cláusulas (disposições contratuais) que 
extrapolam as regras do direito privado, mitigando a igualdade formal prevista 
na Teoria Geral do Contrato. 
O interesse coletivo, que impulsiona o Estado nestes pactos, exige que se 
estabeleça certa desigualdade entre os contratantes, concedendo uma posição 
de superioridade para Administração Pública, a partir de uma série de 
prerrogativas legais que devem ser observadas. Dentre estas prerrogativas 
estão as famosas cláusulas exorbitantes. 
Esta proteção especial é decorrente do princípio da supremacia do 
interesse público. Imagine só: De um lado, o Estado, representando toda a 
coletividade, realiza uma compra de medicamentos para um hospital de 
criancinhas. De outro lado, uma sociedade empresária, representando o 
 
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interesse de umas poucas pessoas, vendendo tais remédios. Nesta situação, é 
razoável igualar os contratantesem todos os aspectos? Claro que não. O 
interesse público, pela quantidade de pessoas que atinge e pela atividade que 
exerce, é mais relevante e merece determinada proteção! 
Quer outro exemplo? Beleza. Existe uma regra no Direito Privado, na 
Teoria Geral dos Contratos, chamada exceção do contrato não cumprido. O 
que é isso? Resumidamente: Pedro celebra a venda de 10 bois para Cláudio, 
mediante o pagamento de R$ 2.000,00. Compra e venda consuma-se com o 
acordo. Tranqüilo! Cláudio não paga os R$ 2.000,00, pergunto: Pedro pode 
simplesmente deixar de entregar os boizinhos? Claro que pode! Nem precisa 
ser mestre em direito para saber disso. Rsrs! Se um contratante não cumprir 
sua parte em um acordo, o outro pode perfeitamente negar sua prestação 
avençada. 
Agora..., no serviço público é diferente! Viajando mais um pouquinho, 
imagine que uma Prefeitura contrata um serviço de transporte especial para 
conduzir doentes renais de sua residência até o hospital para tratamento. 
Suponhamos que em determinado mês, por um motivo ou outro, a Prefeitura 
atrase o pagamento! O dono das vans pode simplesmente, por sua conta, 
deixar de transportar os enfermos? Não, de modo algum. O interesse público 
inserido no serviço prestado impõe uma série de requisitos prévios para o 
empresário suspender suas atividades prestadas à Administração Pública. 
As duas situações acima demonstram um exemplo de cláusula 
exorbitante, a mitigação da regra do contrato não cumprido. (CUIDADO, 
porque às vezes esse danado pode aparecer em latim: exceptio non adimpleti 
contractus.) 
 
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Todas as cláusulas exorbitantes estão previstas no artigo 58 da Lei 
8.666/93, abaixo transcritas: 
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído 
por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a 
prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às 
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do 
contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no 
inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou 
parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente 
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto 
do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar 
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, 
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. 
Atenção: A existência das cláusulas exorbitantes não significa total 
exclusão das regras de Direito Privado nos contratos administrativos, na 
verdade, a própria lei 8.666/93, no seu artigo 54, prescreve que as regras 
privadas da teoria geral do contrato aplicam-se supletivamente nas avenças 
administrativas. 
Pelo visto, as cláusulas exorbitantes são decorrentes da supremacia do 
interesse público, logo justificadas pelo Regime Jurídico Administrativo. 
 
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Item verdadeiro, não é essa a resposta. 
 
b) Auto-executoriedade do ato de polícia administrativa. 
Comentário: 
Para matar essa questão, antes precisamos saber o que é auto-
executoriedade e atos de polícia. 
Auto-executoriedade é o atributo dos atos administrativos pelo qual a 
Administração Pública pode executá-los direta e imediatamente, sem a 
necessidade de manifestação ou autorização de nenhum outro Poder, 
notadamente o Poder Judiciário. 
Traduzindo: a partir de um determinado ato, o Estado pode criar uma 
obrigação, exigir o seu cumprimento, e, em certos casos, a própria 
Administração pode garantir sua efetiva implementação sem passar pela 
análise e determinação do Judiciário. 
Já, atos de polícia são aqueles decorrentes do poder de polícia. Claro! 
Rsrs! 
O conceito de poder de polícia está escrito no artigo 78 do Código 
Tributário Nacional: 
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, 
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, 
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
 
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econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder 
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
Para entendermos o conceito de polícia administrativa, vamos esquecer as 
ideias de polícia judiciária e ostensiva. Neste ponto, esqueça “esse negócio" de 
Polícia Civil e Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Legislativa... Isso não tem 
nada haver com poder de polícia administrativa. (Desculpem tanta “polícia”, é 
pra enfatizar bem!!!! Rsrs). 
Mais uma vez traduzindo: Poder de Polícia Administrativa é uma atividade 
pública, que, visando garantir os interesses públicos, regula, disciplina e limita 
as atividades privadas. É manifestação desse poder, por exemplo, um 
regulamento geral, emitido por uma Secretaria de Segurança Pública, 
determinando que todos os bares da cidade fechem às 02h00min da manhã; 
ou uma portaria de uma Superintendência Municipal de Habitação que proíba a 
construção de hotéis em um determinado bairro residencial. Ainda citamos, 
como exemplo, o ato de recolhimento de mercadorias com prazo de validade 
vencido das prateleiras de um supermercado, o embargo de obra que 
apresente grave e iminente risco para os trabalhadores..., e por aí! 
Agora vamos sistematizar os conceitos e relacioná-los com o regime 
administrativo. Para isso vamos usar uns dos exemplos acima: Imaginem um 
fiscal sanitário que em uma inspeção dentro de um supermercado constata a 
existência de várias caixas de leite com prazo de validade vencido. O que ele 
deve (e pode) fazer para garantir a saúde e o bolso dos consumidores 
(interesse público)? Entrar na Justiça e pedir uma ordem de recolhimento dos 
laticínios? Não, claro que não. Ele mesmo pode determinar a retirada e a 
destruição dos produtos imediatamente, sem passar pela via judicial. 
 
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Aí está. A auto-executoriedade em atos polícia é plenamente aceitável e 
justificável com base na indisponibilidade de alguns relevantes interesses 
público. 
Item correto. Não é a resposta da nossa questão. 
c) Veto presidencial a proposição de lei. 
Comentário. 
Esta é a resposta da nossa questão! Veto presidencial é ato de processo 
legislativo (ato político), em nada tem relação com a atividade estatal 
enquanto função administrativa. 
Lembra da Teoria da Separação do Poderes? Do Executivo, Legislativo e 
Judiciário? Lembra também que o regime jurídico administrativo trata do 
Estado enquanto Administração Pública? Então! O veto presidencial, embora 
ato do chefe do Executivo, está inserido no processo legislativo, de criação das 
lei. 
Vamos aproveitar o “gancho” e explicar logo um importante tópico, que, 
vez ou outra, é cobrado pela ESAF. 
A funçãoexecutiva, enquanto função de Poder, assume dois aspectos 
distintos: a função política e a função administrativa propriamente dita. 
A função política refere-se às decisões superiores de direção da 
Administração Pública, às definições do rumo político que o Estado deve seguir. 
Exemplo: Celebração de tratado, veto e sanção de lei, decretação de 
intervenção federal, nomeação de ministros do STF, STJ,.... 
 
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Claro que tais atos não são objetos do Direito Administrativo e não se 
inserem dentro do regime jurídico especial desta disciplina. 
A função administrativa, por sua vez, é aplicação prática das políticas 
traçadas, consubstanciando-se em atos práticos de gestão e administração 
pública. É tudo que já vimos anteriormente. 
Item falso. Esta é a resposta da nossa questão. 
d) Natureza estatutária do regime jurídico prevalente do serviço 
público. 
Comentário 
Desconsiderando, neste momento, as inúmeras teorias que definem os 
conceitos, os escopos e as limitações do serviço público, podemos certamente 
afirmar que o fim último do deste instituto é justamente atender o interesse 
coletivo. 
Em um regime democrático de direito como o nosso, não existe outra 
fonte para a definição dos interesses públicos que não a lei (em sentido 
amplo). 
Pois bem, os serviços públicos, por representarem meios para o 
atingimento do bem comum, estão inseridos dentro do regime jurídico 
administrativo, logo devem seguir cegamente os princípios anteriormente 
citados: Supremacia e Indisponibilidade do interesso público. Por sua vez, tais 
princípios vinculam a disciplina da matéria (serviço público) à lei, lei aqui 
considerada como manifestação do povo. 
 
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Entendeu? Não? Vamos explicar com um exemplo: No caso dos servidores 
públicos, sua relação com o Estado é disciplinada por uma lei, enquanto, por 
exemplo, a relação dos empregados da iniciativa privada com seus 
empregadores é estabelecida por contrato. E isso por quê? Porque as 
atividades exercidas pelos servidores do Estado são de interesse público 
(supremo e indisponível), sendo vinculadas e disciplinas por lei (regime jurídico 
administrativo), e não por um contrato, onde ser observa prevalência de 
interesses privados, suprimíveis e disponíveis. 
Item correto. Não é a resposta da questão. 
e) Concessão de imissão provisória na posse em processo 
expropriatório. 
Comentários 
Imissão provisória? Processo expropriatório? Isso come o quê? Rsrs!!! 
Calma, vamos explicar! 
Processo expropriatório é uma modalidade de intervenção da 
Administração Pública na propriedade privada. O Estado, sempre impulsionado 
pelo interesse coletivo pode pleitear judicialmente a desapropriação, ou seja, a 
transferência de um bem privado para o Patrimônio Público. Isso mesmo, 
meus caros! Caso a Administração Pública considere que um bem seu é 
indispensável para a consecução dos objetivos de todos, ela pode 
simplesmente pedir, mediante justa indenização, que o juiz autorize a 
“tomada” deste valor. 
E vai mais além! Caso a Administração declare, isto mesmo, declare, no 
ato expropriatório, que a transferência do bem é urgente, e faça o depósito do 
 
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valor da indenização, ela pode imitir-se (tomar) na posse provisoriamente, 
antes mesmo do final do processo. 
Exemplo: A Prefeitura da cidade “A” pretende construir uma grande 
avenida ligando os bairros “X” e “W” para desafogar o trânsito no centro da 
cidade. Porém, você tem uma lojinha bem no meio de onde passará a nova 
via. Neste caso, a Prefeitura pode, por meio de um decreto, considerar sua loja 
(a destruição dela!) com de utilidade pública e pleitear, em juízo, a 
transferência do seu imóvel para o acervo público, mediante o pagamento de 
indenização, geralmente por ela mesma arbitrada. Mais: Se ela declarar que a 
obra é urgente e fizer o depósito prévio do valor da indenização, pode pleitear 
que o seu bem seja provisoriamente transferido para o Patrimônio Público, 
antes mesmo da declaração final do juiz. 
Este instituto está previsto no Decreto-Lei 3.365/41. 
Esta situação só pode justifica-se devido à supremacia e a 
indisponibilidade do interesse público, típico do regime administrativo. 
Item correto. Não é a resposta da questão. 
 
2 - (ESAF/PFN/2003) Assinale, entre os atos abaixo, aquele que não 
pode ser considerado como de manifestação da atividade finalística da 
Administração Pública, em seu sentido material. 
a) Concessão para exploração de serviço público de transporte coletivo 
urbano. 
 
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b) Desapropriação para a construção de uma unidade escolar. 
c) Interdição de um estabelecimento comercial em razão de violação a 
normas de posturas municipais. 
d) Nomeação de um servidor público, aprovado em virtude de concurso 
público. 
e) Concessão de benefício fiscal para a implantação de uma nova 
indústria em determinado Estado-federado. 
 
Pessoal, lembra quando falamos que o objeto do Direito Administrativo é a 
função executiva, o Estado como Administração Pública! Lembrou? Beleza! 
Bem, a doutrina nacional costuma definira Administração Pública em duas 
linhas distintas, a partir do foco de regência do Direito Administrativo 
(atividade finalística): 
a. Sentido subjetivo, formal ou orgânico – Aqui, o foco da atividade 
administrativa são os sujeitos que compõem a estrutura formal, o 
esqueleto orgânico do Estado. Administração Pública seria, portanto, o 
conjunto de pessoas, entidades, agentes públicos e órgãos que 
desempenhariam atividades de interesse coletivo. 
b. Sentido objetivo, material ou funcional – Neste sentido, a 
Administração Pública é definida a partir de seu objeto ou função 
primordial: a atividade público-administrativa, a função executiva do 
Estado de aplicação concreta da lei. 
 
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Fácil, não? Só gostaria de lembrar que é muito importante saber, para 
resolver este tipo de questão, que sentido subjetivo é o mesmo que sentido 
formal que é o mesmo que sentido orgânico. Ao passo que sentido objetivo é o 
mesmo que sentido material e funcional. Isso porque não sabemos qual 
sinônimo o examinador pode usar no texto da questão. 
Agora tá mole resolver. Pelas alternativas apresentadas, a única que se 
refere aos sujeitos relativos à Administração Pública (sentido formal) é a letra 
“d”, todas as outras se relacionam com o Estado a partir da atividade 
administrativa, Administração Pública no sentido material. 
Reposta “d”. 
 
3 – (ESAF/AFT/2010) Sabendo-se que o agente público, ao utilizar-se 
do poder que lhe foi conferido para atender o interesse público, por 
vezes o faz de forma abusiva; leia os casos concretos abaixo narrados 
e assinale: (1) para o abuso de poder na modalidade de excesso de 
poder; e (2) para o abuso de poderna modalidade de desvio de poder. 
Após, assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o 
removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a 
associação sindical da qual o referido servidor faz parte; 
( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar 
constituída para apurar eventual prática de infração disciplinar; 
 
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( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente 
pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta 
reunião que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os 
servidores da localidade de destino; 
( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita 
estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um 
único produto com prazo de validade expirado. 
a) 2 / 1 / 2 / 1 
b) 1 / 1 / 2 / 2 
c) 1 / 2 / 1 / 2 
d) 2 / 2 / 1 / 2 
e) 2 / 1 / 1 / 2 
 
Comentário 
A questão trata das espécies de desvios do poder discricionário da 
Administração Pública. Para resolvê-la, vamos por partes. Antes, é bom 
conceituarmos poder discricionário, para em seguida discorrermos sobre o 
desvio deste poder e suas espécies. 
Poder discricionário é a faculdade que o administrador público tem para, 
segundo os critérios de conveniência e oportunidade, escolher uma, dentre as 
várias alternativas previstas na lei. Em hipótese, a lei aponta alguns caminhos 
 
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diferentes para garantir a efetivação do interesse público, cabendo à 
Administração Pública optar por um deles, de acordo com as circunstâncias do 
caso concreto. 
Porém, a liberdade de escolha não é irrestrita, ela deve seguir parâmetros 
mínimos impostos pela lei e pelos princípios jurídicos explícitos ou implícitos no 
texto constitucional. Quando o poder discricionário ultrapassa ou foge destes 
limites, invariavelmente o responsável pelo ato incorre em abuso. 
Primordialmente, o abuso de poder pode assumir duas formas: 
a) Excesso de poder – O administrador encontra este vício quando 
ultrapassa os limites de atuação (competência) determinados ou pela lei ou 
pelos princípios constitucionais. A professora Maria Sylvia Di Pietro afirma que 
“o excesso de poder ocorre quando o agente público excede os limites de sua 
competência; por exemplo, quando a autoridade, competente aplicar a 
penalidade de suspensão impõem penalidade mais grave, que não é de sua 
atribuição; ou quando a autoridade policial se excede no uso da força para 
praticar ato de sua competência.”. 
b) Desvio de poder – Este defeito relaciona-se com a finalidade do ato 
praticado. Antes é importante esclarecer que todas as decisões tomadas pelos 
agentes da Administração têm precipuamente dois fins, o imediato, que é o 
efeito direto a ser atingindo com a prática e o mediato, que é sempre o 
interesse público inscrito na lei. Visto isso, qualquer alternativa 
administrativa escolhida que não a prevista diretamente no texto e no espírito 
legal, tendente a concretizar os anseios coletivos, leva ao desvio de poder. 
 
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Deu para entender? Fácil, não? Vamos agora análise a os itens e 
classificá-los. 
( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o 
removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a 
associação sindical da qual o referido servidor faz parte; 
Comentário 
Remoção de ofício (ex officio), de acordo com inciso I, artigo 36 da Lei 
8.112/90, é o deslocamento do servidor, dentro do mesmo quadro, com ou 
sem mudança de domicílio, no exclusivo interesse da Administração. Deve-se 
aqui entender que a alteração de ofício da lotação do servidor é impulsionada e 
justificada (finalidade) pela necessidade imperiosa do serviço público. Qualquer 
outro motivo enquadra o administrador em desvio de finalidade. 
Marcar 2. 
( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar 
constituída para apurar eventual prática de infração disciplinar; 
Comentário 
Aqui é o seguinte: Pela 8.112/90, a Comissão de Processo Administrativo 
Disciplinar (que vamos chamar de CPAD), constituída por 3 servidores 
 
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estáveis, tem por função apurar o cometimento de infrações disciplinares, 
garantindo a observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. 
O trabalho da CPAD encerra-se com a elaboração de um minucioso 
relatório que se inclina em reconhecer, ou não, o desvio do servidor e elevá-lo 
a qualidade de acusado. É só! Aplicar sanção não é de sua competência. Senão 
vejamos o que diz o artigo 166 do referido diploma: 
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será 
remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para 
julgamento. 
Assim, a participação da CPAD no processo administrativo disciplinar 
encerra-se com este relatório. A imposição de qualquer penalidade exorbita 
suas atribuições. 
As autoridades com competência para aplicação da pena (a partir do 
relatório da CPAD), por sua vez, estão previstas no artigo 141 da Lei 8.112/90: 
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: 
 I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do 
Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da 
República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, 
ou entidade; 
 II - pelas autoridades administrativas de hierarquia 
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior 
quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; 
 
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 III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos 
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência 
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; 
 IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se 
tratar de destituição de cargo em comissão. 
Moleza agora, sim? Só para arrematar: A CPAD não tem competência 
legal para aplicar nenhum tipo de pena, logo, algo deste tipo, invariavelmente 
implica em excesso de poder. 
Marcar 1. 
( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente 
pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta 
reunião que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os 
servidores da localidade de destino; 
Comentário 
Deslocamento e destacamento de servidor com pagamento de diárias 
somente no para atender a necessidade do serviço público. Nesta hipótese 
criada pela banca, há claro desvio de finalidade do ato de pagamento. 
Marcar 2. 
( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita 
estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um 
único produto comprazo de validade expirado. 
Comentário 
 
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Lembra que há pouco falamos que o abuso de poder, na modalidade 
excesso, é vício inerente a competência considerada a partir da lei ou de 
princípios constitucionais? Beleza! 
Esta assertiva traz exemplo da referida modalidade de abuso justamente 
pela inobservância do princípio da razoabilidade. 
A razoabilidade, enquanto princípio, está implícita em nosso ordenamento 
jurídico constitucinal. Ser razoável significa agir de forma adequada frente uma 
necessidade de se resguardar um interesse público (Pense sempre nisso: 
razoabilidade = adequação da ação + necessidade de intervenção). 
Agora vamos “jogar” as informações acimas na afirmação. Será que, por 
exemplo, é realmente adequado interditar um estabelecimento todo por 
apenas um produto com validade vencida? A necessidade de preservação da 
saúde pública e dos direitos do consumidor justifica esta ação? Obviamente 
não. O instrumento escolhido pelo agente público claramente exorbita a 
razoabilidade e atinge de forma desproporcional o direito do administrado. 
Aqui há, portanto, excesso de poder. 
Marcar 1. 
 
A sequencia correta é 2-1-2-1, letra “a”. 
 
 
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4 – (ESAF/AFRFB/2009) São elementos nucleares do poder 
discricionário da administração pública, passíveis de valoração pelo 
agente público: 
a) a conveniência e a oportunidade. 
b) a forma e a competência. 
c) o sujeito e a finalidade. 
d) a competência e o mérito. 
e) a finalidade e a forma. 
 
Comentários 
Questão muito simples. Jamais podemos negar um presente deste tipo em 
um concurso tão concorrido. Rsrs! 
Então... Já sabemos que o poder discricionário é a faculdade conferida 
pela lei para o administrador público escolher uma, entre as várias soluções 
apontadas para garantir a efetiva implementação do interesse público. Caberá 
à Administração escolher, segundo as circunstâncias concretas da situação, 
qual a melhor opção a ser seguida. 
A liberdade de atuação, porém, não é ilimitada. É restrita apenas a 
conveniência e a oportunidade da prática do ato, base do chamado mérito 
administrativo. Ora, pensar o contrário e vincular todos os elementos 
 
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administrativos à estrita letra da lei é o mesmo que transferir a função 
executiva do Estado para o Poder Legislativo. 
Resposta “a”. 
 
5 - (ESAF/ATRFB/2009)- Marque a opção incorreta. 
a) A expressão Administração Pública, em sentido estrito, 
compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos 
administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função 
administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais 
e, no segundo, a função política. 
b) A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada 
para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de 
direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. 
c) Em decorrência do princípio da continuidade do serviço público, há a 
impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar 
a exceptio non adimpleti contractus nos contratos que tenham por 
objeto a execução de serviço público. 
d) Por meio do princípio da tutela, a Administração Pública direta 
fiscaliza as atividades dos seus entes, com o objetivo de garantir a 
observância de suas finalidades institucionais. 
e) O abuso de poder pode ser definido, em sentido amplo, como o vício 
do ato administrativo que ocorre quando o agente público exorbita em 
 
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suas atribuições (desvio de poder), ou pratica o ato com finalidade 
diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei (excesso de 
poder). 
 
Boa questão, embora lendo as assertivas iniciais pareça difícil, vamos ver que 
o item correto, ou melhor, incorreto, salta aos olhos! 
a) A expressão Administração Pública, em sentido estrito, 
compreende, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos 
administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função 
administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais 
e, no segundo, a função política. 
Comentários 
Certo. Irretocável a afirmação: Lembra o que falamos anteriormente tanto 
em relação ao conceito de Administração Pública e a diferença entre função 
administrativa e política? 
Neste item, é interessante ressaltarmos só dois pontos: órgãos 
governamentais e função política. 
Entendo que orgãos governamentais são os mesmos órgãos 
independentes da classificação do mestre Hely Lopes Meirelles. São aqueles 
cuja sua existência está prevista e garantida no próprio texto constitucional, 
ocupando o ápice da organização política do Estado, não se relacionando 
diretamente com a função administrativa. Exemplo: Supremo Tribunal Federal, 
 
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Câmara dos Deputados, Tribunal de Contas da União, Ministério Público 
Federal e por vai... Pegou? 
Quanto à função política, também já vimos anteriormente que não se 
trata de objeto do Direito Administrativo, visto que se relacionam com 
conceitos além da gerência prática do Estado. 
b) A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada 
para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de 
direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. 
Comentário: 
Perfeita a afirmação. Calma, calma! Rsrs! Explico: Falamos anteriormente 
de regime jurídico administrativo, mas não ainda de regime jurídico da 
Administração Pública. E não é a mesma coisa? Não, não é. Um é gênero, 
outro é espécie. 
Dentro da função executivo-administrativa, as relações assumidas pelo 
Estado podem ser regidas por regras de direito público ou de direito privado. 
Quanto ao regime jurídico administrativo, baseado na supremacia e na 
indisponibilidade do interesse público, já comentamos nas questões anteriores. 
Acontece que, em determinadas hipóteses, as regras de direito público 
não podem ser plenamente aplicadas, devido a própria natureza dos negócios 
assumidos. Assim, por exemplo, em um contrato de locação de imóveis 
realizado por uma Prefeitura, que embora, em essência, conserve regras de 
direito público, tal avença não tem como ser firmada fora das regras do direito 
privado que regem um típico contrato comum de aluguel. 
 
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Em suma, o que eu estou tentando dizer, é que, em determinadas 
situações, não há como o Estado fugir das regras de direito privado. Visto isto, 
a doutrina nacional, para facilitar o estudo da disciplina, criou o gênero: 
Regime Jurídico da Administração, que abrange tanto às relações, em sede 
privada, assumidas pelo Estado, como aquelas integrantes do Regime JurídicoAdministrativo, onde existe a preponderância e a indisponibilidade do interesse 
público sobre o particular. 
c) Em decorrência do princípio da continuidade do serviço público, há a 
impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar 
a exceptio non adimpleti contractus nos contratos que tenham por 
objeto a execução de serviço público. 
Comentário: 
Item correto. Lembra lá do exemplo do transporte dos doentes renais que 
criamos anteriormente? Pois bem, é justamente a resposta desta questão. O 
serviço público prestado dentro do regime jurídico administrativo goza de 
supremacia e indisponibilidade, o que veda a simples aplicação da exceção do 
contrato não cumprido por parte do contratado. 
Atenção (I): O inciso XV, artigo 78 da Lei 8.666/93, permite que o 
contratado suspenda a execução do pacto ou solicite sua rescisão, caso a 
Administração atrase sua prestação por mais de 90 dias, salvo em caso de 
calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra. 
Atenção (II) Mesmo nesta hipótese, a medida a ser tomada pelo 
administrado é mitigada. Ora, diretamente, mesmo com atraso de 90 dias, ele 
 
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só pode suspender sua prestação! Para rescindir o pacto, somente mediante a 
concordância da Administração ou com autorização judicial. 
d) Por meio do princípio da tutela, a Administração Pública direta 
fiscaliza as atividades dos seus entes, com o objetivo de garantir a 
observância de suas finalidades institucionais. 
Comentários: 
 
Perfeito. Tutela é justamente isto. Este princípio, no âmbito federal, 
também é conhecido como supervisão ministerial. E é isso mesmo, é um 
controle finalístico que o Poder central exerce sobre outras entidades que 
compõe a Administração Pública. 
 Às observações: 
Atenção (I): Princípio da tutela não significa poder hierárquico puro, 
simples. Não há vinculação escalonada entre superiores e subordinados, há 
simplesmente um indicação finalística de missões e objetivos. 
Atenção (II) Princípio da tutela não significa princípio da autotutela. O 
último, decorrente da supremacia e da indisponibilidade do interesse público, 
está relacionado com a possibilidade da Administração rever seus próprios atos 
quando já inoportunos ou inconvenientes (revogação) ou ilegais (anulação), 
sem necessidade de intervenção do Judiciário. 
e) O abuso de poder pode ser definido, em sentido amplo, como o vício 
do ato administrativo que ocorre quando o agente público exorbita em 
 
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suas atribuições (desvio de poder), ou pratica o ato com finalidade 
diversa da que decorre implícita ou explicitamente da lei (excesso de 
poder). 
Comentários 
Errado. Já viu o erro? Não? Leia de novo? Rsrs! 
O examinador só embaralhou, trocou os conceitos. Onde consta desvio, 
deveria haver excesso, e vice-versa! 
Desvio de poder é vício referente a finalidade, excesso é vício de 
competência! 
Resposta “e”. 
6 – (ESAF/Fiscal do Trabalho/2003) Tratando-se dos poderes 
administrativos, correlacione as duas colunas, vinculando a cada 
situação o respectivo poder: 
1- poder hierárquico 
2- poder disciplinar 
3- poder discricionário 
4- poder de polícia 
( ) penalidade em processo administrativo 
( ) nomeação para cargo de provimento em comissão 
 
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( ) delegação de competências 
( ) limitação do exercício de direitos 
a) 2/3/1/4 
b) 4/2/1/3 
c) 4/3/2/1 
d) 2/1/3/4 
e) 4/2/3/1 
 
( ) penalidade em processo administrativo 
Comentários: 
Fácil, né? A aplicação de penalidade disciplinar decorre claramente do 
poder..., isso mesmo, disciplinar. 
Poder disciplinar também é isso, porém não é somente isso! Rsrs! Dentro 
da esfera disciplinar, não está somente a atribuição de aplicação de 
penalidade, mas também a possibilidade de apuração da possível falta 
funcional. 
Atenção (I) O poder disciplinar não alcança somente servidores públicos, 
mas qualquer pessoa física ou jurídica que se relacione com a Administração 
Pública, como por exemplo, o contratado por processo licitatório, o estudante 
 
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de uma instituição federal, o beneficiário de um programa social custeado com 
recursos públicos.... 
( ) nomeação para cargo de provimento em comissão 
Comentários: 
Clara manifestação do poder discricionário. Já vimos anteriormente que o 
núcleo deste poder é a conveniência e oportunidade que a o administrador 
público tem para, em determinada situação, escolher uma dentre várias 
opções ofertadas pela lei. Não pode haver exemplo mais clássico da 
manifestação deste poder que a nomeação de servidor para ocupar cargo em 
comissão. 
( ) delegação de competências 
Comentários: 
Competência é a medida do poder conferida ao administrador público para 
a prática de determinado ato administrativo. É o poder legal conferido para o 
desempenho das funções públicas. 
Via de regra, a competência é irrenunciável, só podendo ser executada 
por aquele agente que a lei expressamente determinou capaz. Porém, a 
estrutura hierarquizada da Administração, permite que um órgão 
administrativo ou um outro agente, desde que não haja expressa vedação 
legal, delegue parte de suas atribuições para pessoas ou outros órgãos, 
mesmo que não hierarquicamente subordinado (artigo 12 da Lei n.º 9.784/99). 
 
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Deu para entender, ou ficou meio jogado? Vou repetir, só que forma 
diferente. 
O poder hierárquico é um dos fundamentos da estrutura administrativa 
brasileira. É através dele que a Administração Pública organiza, ordena, 
corrige, escalona e distribui suas atividades. Assim, a definição de competência 
e sua distribuição é uma clara manifestação do poder hierárquico do Estado. 
( ) limitação do exercício de direitos 
Comentários: 
Muito fácil. Já comentamos inclusive tópico semelhante. A limitação e o 
disciplinamento de interesse privado em virtude do interesse público, é típica 
atividade de polícia administrativa. 
Respostas: 2/3/1/4 – Letra a 
 
7 - (ESAF/AFT/2010) - Ao exercer o poder de polícia, o agente público 
percorre determinado ciclo até a aplicação da sanção, também 
chamado ciclo de polícia. Identifique, entre as opções abaixo, a fase 
que pode ou não estar presente na atuação da polícia administrativa. 
a) Ordem de polícia. 
b) Consentimento de polícia. 
c) Sanção de polícia. 
 
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d) Fiscalização de polícia. 
e) Aplicação da pena criminal. 
 
Comentários: 
Muito boa a questão. Este tema, ciclo de polícia administrativa, vem sendo 
bastante cobrado pela ESAF, porém ainda é pouco abordado pela doutrinanacional. 
Vamos lá: 
O ciclo completo do poder de polícia é: ordem de polícia/consentimento de 
polícia/fiscalização de polícia/sanção de polícia. 
Para demonstrar (o ciclo completo), imaginemos o processo de obtenção e 
fiscalização de uma licença para a construção de um edifício residencial: 
Primeiro surge, a partir da lei, a ordem de polícia para disciplinar as obras 
residenciais na cidade. Para a obtenção do consentimento administrativo, os 
interessados devem cumprir determinados requisitos previamente 
estabelecidos. Uma vez autorizada a construção, a obra ficará vinculada aos 
limites traçados na licença, ficando sujeita a fiscalização por parte dos órgãos e 
autoridades competentes. Em caso de descumprimento dos termos 
determinados, sanções administrativas serão aplicadas, de acordo com a lei. 
Então pessoal, o ciclo completo apresenta a seguinte sequência: ordem-
concessão-fiscalização-sanção. 
 
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Até aqui tudo bem! 
Complica só um pouquinho agora. Há certos interesses, reputados pela lei 
tão importante, que o disciplinamento da polícia administrativa simplesmente 
proíbe a prática do ato, considerado muito ofensivo, como por exemplo, a 
vedação de concessão de autorização para compra e posse de armas de fogo 
de determinados calibres. Nestes ciclos, ditos “incompletos”, falta o 
consentimento (há ordem, há fiscalização e pode haver sanção, porém, jamais 
haverá consentimento, expressamente vedado pela lei). 
Visto isto, podemos categoricamente afirmar que das 04 etapas do ciclo 
de polícia, somente o consentimento pode ou não está presente. 
Ficou fácil, né? 
A resposta é letra “b”. 
O que poderia confundir seria a informação constante na letra “e”. O fato 
dela referir-se a sanção penal ou criminal, já denuncia o seu erro. Polícia 
administrativa está inserida em âmbito administrativo, e em nada se relaciona 
com a sede penal. Acontece que, jamais a “aplicação da lei penal” será uma 
etapa do já referido ciclo e a questão quer uma fase que pode ou não estar 
presente na atuação da polícia administrativa. 
Só nos resta realmente a letra “b”. 
 
8 - (ESAF/Sefaz-CE/Analista Contábil-Financeiro/2007) O Poder de 
Polícia é exercido em quatro fases que consistem no ciclo de polícia, 
 
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correspondendo a quatro modos de atuação. Assinale a opção que 
contenha a ordem cronológica correta do ciclo de polícia. 
a)Sanção/fiscalização/ordem/consentimento 
b)Ordem/consentimento/sanção/fiscalização 
c)Fiscalização/sanção/consentimento/ordem 
d)Consentimento/ordem/fiscalização/sanção 
e) Ordem/consentimento/fiscalização/sanção de polícia. 
 
Comentários: 
Moleza né? Agora..., para quem não é aluno do Concurseiros 24 horas 
pode encontrar dificuldade na resolução de uma simples questão como esta. 
Como disse lá atrás, embora recorrente em provas da ESAF, o ciclo de polícia 
não está tão difundido na doutrina ainda. 
Letra “e”. Dúvidas? Leia os comentários da questão anterior. 
 
9 - (ESAF/ATRFB/2009) - O poder hierárquico e o poder disciplinar, 
pela sua natureza, guardam entre si alguns pontos característicos 
comuns, que os diferenciam do poder de polícia, eis que 
a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente 
neste último, no qual predomina o poder vinculante. 
 
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b) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem 
tributária, o que não pode decorrer deste último. 
c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois 
primeiros, mas não é exercido neste último. 
d) os dois primeiros se inter-relacionam, no âmbito interno da 
Administração, enquanto este último alcança terceiros, fora de sua 
estrutura funcional. 
e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a 
qual é necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele 
é exercido. 
 
Comentários: 
Outra excelente questão. Basicamente trata das semelhanças e 
diferenças, a partir do âmbito de repercussão, entre o poder hierárquico, poder 
disciplinar e poder de polícia. 
Como já dito, o poder hierárquico é uma das bases de organização da 
estrutura administrativa brasileira. É a partir deste poder que a Administração 
estabelece os critérios de organização, distribuição e escalonamento das 
funções públicas entre os seus entes, agentes e órgão. Repercute em âmbito 
interno. 
O poder disciplinar, por sua vez, trata da possibilidade de apuração de 
desvios administrativos e a aplicação de sanções, de mesma natureza, por 
 
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parte da Administração em relação aos seus servidores, contratados ou 
qualquer outra pessoa física ou jurídica que se relacione internamente com o 
Estado. 
Já o poder de polícia causa repercussões nas esferas particulares dos 
administrados, pessoas localizadas fora da estrutura da administração e sem 
relação direta com o Estado. As limitações e as sanções possivelmente 
aplicadas atingem particulares que, inicialmente, não tem nenhuma relação 
com o aparelho estatal. 
Resposta, letra “d”. Porém, seria muito interessante e esclarecedor 
analisarmos os outros itens, não? Rsrs. Let´s go!!!! 
 
a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente 
neste último, no qual predomina o poder vinculante. 
Comentários: 
Ótimo! Muito oportuna esta assertiva. 
Senhores, a discricionariedade, em princípio, é atributo inerente ao poder 
de polícia. Confesso: errei muitas questões marcando que o poder de polícia 
era somente vinculado, e não quero que vocês demorem tanto tempo quanto 
eu para entender isso! 
Assim, frente a determinadas situações, a lei confere ao agente público a 
discricionariedade para agir ou não, considerando o interesse público, para 
disciplinar e limitar o interesse privado. Pense, por exemplo, na autorização 
 
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para o porte de arma, ou na autorização para exploração dos serviços de táxis 
em uma cidade, ou ainda na autorização para uso do calçadão público para 
instalação de uma banca de jornais. O que tais autorizações teriam em 
comum? Simples, ambas decorrem do poder de polícia administrativa e são 
discricionárias. 
Por favor, não pensem que todos os atos decorrentes da polícia 
administrativa são discricionários. Não, não é isso que digo. Há alguns que 
vinculam sim a atuação do administrador. Nos atos de polícia vinculados há 
uma espécie de “gatilho”, que uma vez acionado, só uma conduta pode ser 
praticada pelo agente. Imagem, nesta esteira, um fiscal sanitário que encontra 
vários produtos vencidos em um mercado, ou um AFT, que encontra uma 
situação de grave e iminente risco em uma obra, outros atos não são 
admissíveis, senão a apreensão dos produtos e o embargo da obra, 
respectivamente. 
Disso tudo, quero que fique bem claro paraos senhores, que atos de 
polícia podem ser vinculados ou discricionários, e só no caso concreto, a partir 
da lei que criou a ordem e o tutelou o interesse, podemos verificar qual 
atributo se sobressai. 
b) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem 
tributária, o que não pode decorrer deste último. 
Comentários 
Falso. Em relação aos poderes hierárquico e disciplinar não há que se falar 
implicação tributária. Qualquer possível repercussão pecuniária advinda de 
uma sanção disciplinar, por exemplo, caso venha existir, jamais terá caráter 
 
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tributários. Isso, pois o Código Tributário Nacional é categórico ao afirmar que 
nenhuma sanção por ato ilícito terá natureza de tributo. Senão vejamos o que 
diz o artigo 3º do referido diploma: 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
Porém, em relação, ao poder de polícia o negócio é diferente. O exercício 
regular deste poder é um dos fatos geradores das taxas, uma espécie 
tributária: 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas 
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto à sua disposição. 
Nosso foco não é Direito Tributário, por isso não pretendo estender muito 
neste assunto, assim, sendo bem sintético, poderíamos dizer que 
determinados valores, pagos em razão do serviço de disciplinamento ou de 
limitação de algumas atividades privadas (atos de polícia administrativa) são 
tributos. Como exemplo, citamos as taxas para emissão de um porte de arma, 
ou de uma carteira nacional de habilitação, ou daquela necessária para 
emissão de um alvará de funcionamento de uma loja e tal... Deu pra sacar? 
Isso tudo, decorrente do poder de polícia, são taxas, tributos. 
 
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Só para terminar bem o tópico, vamos fazer uma observação: a taxa 
(tributo) é paga em razão do exercício do poder de polícia (atividade), e não 
de uma possível sanção aplicada ao particular, que como afirmado acima, não 
tem esta natureza. 
c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois 
primeiros, mas não é exercido neste último. 
Comentários: 
Falsa. Na verdade esta questão admite duas análises, ambas nos levam a 
mesma conclusão de que a assertiva á falsa. 
Análise (I) – poder regulamentar como Poder Regulamentar. Como 
assim? Partindo do pressuposto que o examinador referiu-se a outro poder 
administrativo (o Regulamentar), que ocupa o mesmo status que o poder 
hierárquico, que o poder disciplinar e o poder de polícia, está totalmente 
errada a afirmação. Um poder não contém o outro, não existe este tipo de 
relação entre eles. Cada um possui seu âmbito de autuação distinto. 
Poder Regulamentar é aquele que confere ao chefe do Executivo a 
possibilidade de editar atos administrativos normativos, gerais e abstratos 
(decretos, por exemplo), para garantir a fiel execução de uma lei, ou 
disciplinar matéria ainda não alcançada pelos diplomas legais. 
Entendeu? Com um exemplo melhora? Tá bom. Digamos que o município 
“A” edite uma lei que estabeleça o zoneamento urbano, criando áreas 
específicas para residências, comércio e indústrias, e deixe ao chefe do 
Executivo à missão de definir, na prática, onde ficará cada zona, quais os 
critérios de construção entre outros aspectos. Esta complementação de uma lei 
 
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existente se dá através de um decreto de execução. Típica manifestação do 
poder regulamentar. 
E aí, beleza? Beleza. Você já deve ter concluído então que, para garantir a 
devida separação das funções do Poder, a existência de um decreto está 
condicionada a prévia existência de uma lei, né? Ora, se um decreto visa a 
execução de uma lei, só há decreto se já existir um lei que precise de 
complementação. Certo? Não, errado! 
Estamos estudando Direito, não matemática. Aqui, nem sempre 2 + 2 = 
4, pode ser 22! Rsrs. Brincadeira! O negócio é organizado sim. Rsrs. 
A Emenda Constitucional n.º 32 de 2001 criou a figura do Decreto 
Autônomo no direito brasileiro. Isso mesmo, meus caros! Uma espécie 
normativa até então criada para “viver” em função de outra, ganhou força 
própria! 
Porém, este “Frankstein” jurídico só pode disciplinar matéria não 
reservada à lei, principalmente aquelas relativas à organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar em aumento de 
despesa, nem criação ou extinção de órgão público, sendo também permitida 
sua edição para extinção de cargos ou funções públicas, quando vagos. Olha aí 
o texto da CF/88: 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da 
República: 
 
 
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VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
 
 a) organização e funcionamento da administração federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos 
 
Atenção (I). Neste momento, pela excepcionalidade da situação, esta 
figura, o Decreto Autônomo, só existe em âmbito federal. 
Atenção (II). No exemplo acima, configurei uma situação que a lei prévia 
só teria força normativa depois de explicada e detalhada por um decreto, 
porém, qualquer lei, inclusive aquelas já prontas, que já produzem efeitos 
sozinhas podem ser regulamentadas pelo Executivo, claro, desde que, tal 
complementação não contrarie o seu espírito, criando ou impondo obrigações 
novas. Em suma: Qualquer lei pode ser regulamentada pela Administração 
Pública. 
 
Análise (II). Aqui, poder regulamentar, visto como a capacidade de 
disciplinar as relações decorrentes entre a Administração Pública e seus entes, 
agentes, órgão, contratados, permissionários e administrados. Já sabemos 
perfeitamente que o poder de polícia, em essência, limita, disciplina e regula 
 
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atividades privadas em função do interesse público, atingindo particulares que 
primariamente não guardam nenhuma relação com o Estado. 
Para todos os efeitos, a questão está errada. 
e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a 
qual é necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele 
é exercido. 
Comentários 
Errada. Ora senhores, a possibilidade de apuração de ilícito e a aplicação 
de penalidade administrativa pressupõe, invariavelmente, a existência de uma 
estrutura hierarquizada da Administração Pública, não? Quer um exemplo? 
Vamos analisar o artigo 141 da Lei 8.112/90: 
 
Art. 141. As penalidadesdisciplinares serão aplicadas: 
 I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das 
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo 
Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor 
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade; 
 II - pelas autoridades administrativas de hierarquia 
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso 
anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 
(trinta) dias; 
 
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Você já imaginou o motivo pelo qual cabe ao Presidente da República, no 
Executivo Federal, aplicar a penalidade de demissão? Certamente porque a 
gravidade da sanção exige manifestação do superior hierárquico máximo do 
poder em questão. Não há, portanto, como dissociar as atribuições que 
compõe o poder disciplinar sem considerar uma estrutura de comando 
devidamente hierarquizada e escalonada. Olha aí o inciso II acima! Concorda? 
Para a próxima então! 
 
10 (ESAF/AFC/CGU/2012 – adaptada) - A Coluna I abaixo traz 
exemplos de atos punitivos da Administração enquanto que na Coluna 
II encontram-se os fundamentos de sua prática. Correlacione as 
colunas para, ao final, assinalar a opção que contenha a sequêcia 
correta. 
Coluna I Coluna II 
( ) Penalidade de Demissão (1) Poder Disciplinar 
( ) Multa de Trânsito (2) Poder de Polícia 
( ) Apreensão de Veículo 
 
 
( ) Declaração de 
Inidoneidade para Licitar ou 
Contrata com a 
Administração Pública 
 
 
 
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a) 1 / 1 / 2 / 2 
b) 2 / 1 / 2 / 2 
c) 1 / 2 / 2 / 1 
d) 1 / 2 / 2 / 2 
e) 2 / 2 / 1 / 2 
Comentários: 
Fácil. 
Pessoal, vocês já estão cansados do conceito do poder de polícia e do 
poder disciplinar. Na realidade, para resolver esta questão só basta saber o 
âmbito de autuação destes dois poderes: 
O poder disciplinar relaciona a Administração Pública com seus servidores, 
contratados, ou qualquer outra pessoa física ou jurídica que possua uma 
mínima relação com Estado. Já, o poder de polícia rege e limita atividades 
privadas segundo os interesses públicos, a priori¸são relações polarizadas por 
particulares em uma ponta e a Administração em outra. 
Bizú: PODER DISCIPLINAR = ÂMBITO INTERNO 
PODER de POLÍCIA = ÂMBITO EXTERNO 
Vamos lá aplicar nosso esqueminha: Penalidade de demissão 
(Administração-servidor), Declaração de Inidoneidade para licitar ou contrata 
com a Administração Pública (Administração-contratado) – Poder disciplinar. 
 
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Multa de trânsito (Administração-particular) e Apreensão de veículo 
(Administração-particular) – Poder de polícia. 
Sequencia: 1/2/2/1. Letra “c”. 
11 (ESAF/AFC/CGU/2012) - Assinale a opção que contempla três 
atributos do poder de polícia. 
a) Discricionariedade, Auto-executoriedade e coercibilidade. 
b) Vinculação, coercibilidade e delegabilidade. 
c) Razoabilidade, proporcionalidade e legalidade. 
d) Hierarquia, discricionariedade e delegabilidade. 
e) Coercibilidade, hierarquia e vinculação. 
Comentários 
Meus atuais e futuros colegas, já falamos sobre a discricionariedade (ou 
vinculação) do poder de polícia. Então não esqueçam: via de regra os atos de 
polícias são discricionários, porém, em determinadas situações, a lei vincula a 
atuação do administrador! E como saber, Jeferson? Só no caso concreto! Mas 
para prova objetiva, se tiver discricionariedade como atributo de polícia 
administrativa, marque! Caso seja na subjetiva, sorria e viaje (não muito) no 
seu texto!!!!! Rsrs! 
Além deste atributo, o poder de polícia possui como traço distintivo a 
auto-executoriedade e a coercibilidade. 
 
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Vamos recorrer novamente ao nosso amigo Lineu! Lineu, o fiscal sanitário 
do exemplo inicial, que encontrou as caixas de leite vencidas em um mercado 
e providenciou a apreensão imediata para destruição? Lembrou? Pois bem. A 
auto-executoriedade é justamente o ato de apreender a mercadoria 
diretamente, sem a necessidade de manifestação prévia do Judiciário. 
Do que ainda não tínhamos falado era da coercibilidade. Coercibilidade é a 
imposição imperativa dos comandos de polícia para o seu cumprimento. Neste 
sentido, admite-se até mesmo o emprego de força física para concretização do 
ato. 
Beleza? Ficou fácil! Letra “a”. 
.............................................................................................................. 
Futuros colegas de trabalho, 
encerramos aqui nossa aula inaugural. 
Deixo aqui o convite para que venham a consolidar conosco os conhecimentos 
do Direito Administrativo, sempre focando o concurso para Auditor-Fiscal do 
Trabalho. 
E não esqueçam. Qualquer dúvida, sugestão ou crítica, peço para que me 
enviem um email ou deixem uma mensagem no Fórum das aulas. combinado? 
vamos que vamos nesse ano de 2013, rumo à tão sonhada aprovação. 
abraço para quem é de abraço. 
beijo para quem é de beijo 
rsrs 
Caro aluno(a), 
confira no nosso site, os demais cursos para 
o concurso Auditor-Fiscal do Trabalho. 
Bom estudo!!!

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