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AULA 1 DIREITO ADMINISTRATIVO

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CURSO ON‐LINE – PROFESSOR: ARMANDOMERCADANTE
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www.pontodosconcursos.com.br
DDiir reei it to o AAd dmmi inni issttrra atti iv vo o - - e exxe errc cííc ciio os s 
TTRRF F 1 1ª ª RREEGGIIÃÃO O - - a annaalliisstta a j juuddiicciiáárriio o 
((jju uddi icci iáár ri ia a e e e exxe eccu uççã ão o d de e m maan ndda addo oss) ) 
((aau ul la a 1 1 – – 114 4//002 2//22001 111) ) 
Prezado(a) aluno(a), 
Nessa aula serão abordadas as seguintes matérias: 
• Administração Pública: princípios básicos (2ª parte) 
• Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder
regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. 
Qualquer dúvida utilize-se do fórum disponibilizado pelo Ponto dos Concursos. 
Grande abraço e ótima aula, 
Armando Mercadante 
mercadante@pontodosconcursos.com.br 
 
 
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PPOONNTTO O 11 
PPRRIINNCCÍÍPPIIOOS S BBÁÁSSIICCOOSS 
((ccoonnt tiin nuaçãoua çã o......)) 
1. (FCC/05/PROCURADOR MUNICIPAL/PREF. SANTOS/SP) A lei para o administrador
público significa “pode fazer assim” e para o particular “deve fazer assim”. 
Gabarito: falsa 
A questão acima se relaciona com o princípio da legalidade. Quanto a esse princípio, eu chamo
a sua atenção para que você não mais se contente com aquele conceito de que legalidade é
simplesmente observância à lei. Essa idéia está ultrapassada, pois o respeito à legalidade
implica na obediência às leis e também aos princípios. Grave a idéia: LEGALIDADE =
LEIS + PRINCÍPIOS. 
Vou dar um exemplo: determinado fiscal entra num supermercado para fazer uma fiscalização
e identifica uma lata de milho verde com a validade vencida. Suponhamos que a lei determine
o seguinte: no caso de mercadoria com validade vencida o fiscal poderá: a) advertir por escrito
o estabelecimento; b) aplicar multa; c) interditar o estabelecimento. No meu exemplo o fiscal
interditou o supermercado por causa de uma lata de milho verde vencida. Pergunto: ele agiu de
acordo com a lei? Sim, pois a lei prevê a hipótese de interdição. Faço nova pergunta: sua
conduta está de acordo com o princípio da legalidade? Não, pois foi uma atividade
desproporcional. Ele feriu o princípio da proporcionalidade. Apesar de o ato seguir a lei, ele
será ilegal por ofensa a princípio. 
Com isto, promove-se uma modificação na compreensão da expressão ordenamento jurídico,
antes associado apenas às leis, e agora também aos princípios (leis + princípios). Essa noção
corresponde ao que alguns autores e o STF denominam de bloco de legalidade. 
Relativamente ao princípio da legalidade, preocupe-se na prova com a sua moderna noção e
também com aquela comparação que os professores fazem em sala entre a conduta do
administrador público e a do particular: enquanto os indivíduos no campo privado podem
fazer tudo o que a lei não proíbe (autonomia de vontade), o administrador público só
pode fazer o que ela permite, agindo de acordo com seus comandos (agir secundum
legem). 
Esse último parágrafo explica porque a assertiva está incorreta, pois a lei para o administrador
significa “deve fazer assim” e para o particular “pode fazer assim”. 
 
 
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Com efeito, não existe autonomia de vontade nas relações firmadas pela Administração
Pública, uma vez que aos agentes públicos só é permitido fazer o que a lei determina. Na
Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. 
Por fim, é importante destacar que o princípio da legalidade veda que a Administração Pública,
por meio de atos administrativos, crie direitos e obrigações de qualquer espécie, bem como
imponha vedações aos administrados. 
Essa idéia é extraída do art. 5º, II, da CF, que preceitua que “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
(ESAF/APO-SP/2009) A Administração Pública pode, por ato administrativo, conceder
direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados.
(errada) 
Deixa eu fazer uma indagação para você: se houver um conflito entre o princípio da legalidade
e o princípio da supremacia do interesse público, qual deve prevalecer? 
Veja a questão abaixo: 
(MIN. PÚBLICO DO TCU/2004/CESPE) O princípio da legalidade pode ser afastado ante o
princípio da supremacia do interesse público, especialmente nas hipóteses de exercício
de poder de polícia. (errada) 
Com essa pergunta vou aproveitar para esclarecer que não existe um princípio mais
importante que outro. O que ocorre é que em determinadas situações haverá um conflito
entre dois princípios e um vai prevalecer por ser, naquela ocasião, o que melhor atende
ao interesse público. 
Diante dessas situações, será preciso fazer a ponderação entre os princípios em choque para
identificar qual deve prevalecer naquele momento. É o que a doutrina denomina de critério da
ponderação dos valores. 
Imagine a seguinte situação: a autoridade administrativa toma conhecimento de um ilícito
praticado por servidor, ilícito esse passível de demissão, e não dá início ao processo
administrativo disciplinar dentro do prazo de cinco anos. Ocorrerá a prescrição da pretensão
punitiva e o Poder Público não mais poderá demitir o servidor por causa daquele fato. Em que
pese a lei determinar que o servidor seja demitido - princípio da legalidade -, prevalecerá o
princípio da segurança jurídica, que justifica a existência do instituto da prescrição. Quer dizer, 
 
 
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nessa situação, o princípio da segurança jurídica prevaleceu sobre o princípio da legalidade por
melhor atender ao interesse público. 
 
Agora, quando o tema é poder de polícia, que implica na limitação de direitos individuais em
prol da coletividade (ex: proibição de avançar sinal vermelho no trânsito; proibição de
estacionar em determinados locais; obrigatoriedade do uso de sinto de segurança), não há
como afastar o princípio da legalidade relativamente às restrições impostas aos
particulares, por uma simples razão: limitações a direito individual só podem ser impostas
por lei. 
2. (FCC/2009/TRT 7ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) O
princípio da impessoalidade tem dois sentidos: um relacionado à finalidade, no sentido de que
ao administrador se impõe que só pratique o ato para o seu fim legal; outro, no sentido de
excluir a promoção pessoal das autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações
administrativas. 
Gabarito: verdadeira 
A questão se refere ao princípio da impessoalidade, que deve ser analisado sob os
seguintes aspectos: 
• à finalidade da lei; 
• ao princípio da isonomia; 
• à vedação de promoção pessoal pelos agentes públicos; 
• ao princípio da imputação volitiva. 
Portanto, de início você já percebeu que a questão está correta, pois indica dois sentidos
possíveis para o princípio da finalidade. Importante destacar que o fato de o referido princípio
poder ser analisado também sob outras óticas não torna a assertiva errada. 
Pois bem, analisaremos cada um desses aspectos: 
- Associado à finalidade da lei: 
Se eu lhe perguntar qual é a finalidade da lei, qual será sua resposta? Você não errará se
responder a preservação do interesse público. 
Dessa forma, quando o agente público exerce sua função, ele utiliza de seus poderes como
instrumentos destinados ao atendimento dos interesses públicos. 
 
 
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(CESPE/2004/TÉCNICO JUDICIARIO/TRT 10ª REGIÃO) Considerando que Adriano foi
recentemente nomeado para cargo público de provimento em comissão no Ministério do
Trabalho e Emprego, julgue o seguinte item: Violaria o princípio administrativo da
impessoalidade o fato de, no exercício do cargo, Adriano dar precedência aos interesses do
partido a que é filiado, em detrimento do interesse público(adaptada). (correta) 
(FCC/2008/MPE-RS/ASSESSOR/ÁREA ADMINISTRAÇÃO) Pelo princípio da finalidade,
impõe-se à Administração Pública a prática, e tão só essa, de atos voltados para o interesse
público. (correta) 
(FCC/2010/TRE-AM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ENFERMAGEM) O administrador público está,
em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem
comum. (correta) 
(FUNDEP/2005/TJ-MG/TÉCNICO JUDICIÁRIO) O princípio da impessoalidade deve ser
respeitado nas relações da Administração Pública com os administrados e, também, com o
próprio administrador público. (correta) 
Justamente por conta desse raciocínio é que existem autores e bancas que equiparam o 
princípio da impessoalidade ao princípio da finalidade. 
Aqui vai um macete de prova: quando no enunciado a banca fizer referência à finalidade da lei 
pode estar certo que a resposta será princípio da impessoalidade. Quer exemplos? Veja as 
questões abaixo: 
(FCC/2009/TJ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA) Princípio da
impessoalidade também é conhecido como princípio da finalidade. (correta) 
(CESPE/UnB/TRE/PA/2006) A administração pública resume-se em um único objetivo: o
bem comum da coletividade administrada. No desempenho dos encargos administrativos, o
agente do poder público não tem a liberdade de procurar outro objetivo, ou de dar fim
diverso do prescrito em lei para a atividade. 
Hely Lopes Meirelles. Direito administrativo brasileiro. Editora Malheiros, 2004, p. 86.
Altair, servidor de um órgão federal, decidiu tornar a sua atuação diferenciada dos padrões
adotados no setor. Ele decidiu personalizar o atendimento aos usuários. No entanto, Altair,
apesar da boa vontade, estava infringindo um dos princípios básicos da administração
pública. Considerando o tema abordado no texto e a situação hipotética acima, assinale a
opção correspondente ao princípio infringido por Altair. 
a) princípio da legalidade b) princípio da moralidade c) princípio da finalidade 
d) princípio da razoabilidade e) princípio da publicidade 
(ESAF/ANALISTA COMPRAS RECIFE/2003) A finalidade, como elemento essencial de
validade do ato administrativo, corresponde na prática e mais propriamente à observância
do princípio fundamental de 
a) economicidade; b) legalidade; c) moralidade; d) impessoalidade; 
(FCC/2004/TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) A Constituição
Federal não se referiu expressamente ao princípio da finalidade, mas o admitiu sob a
denominação de princípio da: 
a) impessoalidade; b) publicidade; c) presunção de legitimidade; 
d) legalidade; e) moralidade. 
 
 
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Inclusive, já foi objeto de concurso público questão indagando dos candidatos se o princípio da
impessoalidade é previsto expressamente na Lei 9.784/99, que regula o processo
administrativo federal. Perguntou-se isso porque no art. 2º1 dessa lei há menção expressa ao
princípio da finalidade. Diante dessa questão, a melhor resposta é a que o princípio da
impessoalidade não foi previsto expressamente na referida norma, porém nela está
representado pelo princípio da finalidade. Além disso, ele está contido implicitamente no art.
2º, parágrafo único, cujo texto é o seguinte: “objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades”. 
Outra demonstração da presença implícita desse princípio na referida lei decorre das
normas contidas nos arts. 18 a 21, que contém regras sobre impedimento e suspeição
nos processos administrativos federais. 
Abaixo reproduzirei esses artigos cuja leitura é importante para seu estudo: 
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: 
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante,
ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
terceiro grau; 
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo
cônjuge ou companheiro. 
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à
autoridade competente, abstendo-se de atuar. 
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta
grave, para efeitos disciplinares. 
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade
íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. 
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem
efeito suspensivo. 
Dessa forma, o agente público deve perseguir a finalidade expressa ou implícita (virtual)
na lei, não promovendo perseguições ou favorecimentos aos administrados e aos
próprios integrantes do quadro de pessoal do Estado. 
O segundo aspecto do princípio da impessoalidade será abordado na próxima questão. 
1 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência. 
 
 
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3. (FCC/TRE/MG/ANAL. JUDICIÁRIO/2005) A obrigação atribuída ao Poder Público de
manter uma posição neutra em relação aos administrados, não podendo atuar com
objetivo de prejudicar ou favorecer determinada pessoa, decorre do princípio da: 
a) moralidade; b) impessoalidade; c) legalidade; 
d) motivação; e) imperatividade 
Gabarito: b 
Nessa questão, o princípio da impessoalidade será associado ao princípio da isonomia
(igualdade). 
A Administração Pública, agindo de forma impessoal, deve tratar com igualdade os 
administrados que se encontrem na mesma situação jurídica. 
(DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL-DF/2009/FUNIVERSA) O princípio constitucional da
impessoalidade tem íntima relação com o da igualdade. (correta) 
(CESPE/2009/ANATEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO) O presidente de um tribunal de
justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para
pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e
desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte
determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos
desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba
orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua
decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível
hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com
ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores.
Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue os itens subsequentes,
acerca do controle e dos princípios fundamentais da administração pública. A decisão do
presidente do tribunal de justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em que
esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o administrador deve dispensar aos
administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica. (correta) 
Você deve se lembrar do seu professor de Administrativo ou Constitucional dizendo em sala de 
aula que a essência da igualdade é tratar desigualmente os desiguais na medida de suas 
desigualdades. Isso ocorre, por exemplo, com a reserva de vagas para portadores de 
necessidades especiais nos concursos públicos. 
(FCC/2002/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Uma das possíveis
aplicações do princípio da impessoalidade é impedir que determinadas pessoas recebam
tratamento favorecido em concursos públicos, em razão de deficiência física. (errada) 
(FCC/TRE/MG/ANAL. JUDICIÁRIO/2005)A obrigação atribuída ao Poder Público de
manter uma posição neutra em relação aos administrados, não podendo atuar com objetivo
de prejudicar ou favorecer determinada pessoa, decorre do princípio da: 
a) moralidade; b) impessoalidade; c) legalidade; d) motivação; e) imperatividade 
 
 
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A realização de licitações e de concursos públicos são também expressões do princípio da
impessoalidade associado à isonomia, pois oportunidades iguais são conferidas a todos
aqueles que preencherem os requisitos previstos na lei e no edital. 
(FCC/2002/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Uma das
possíveis aplicações do princípio da impessoalidade é considerar inconstitucionais os
critérios de títulos em concursos para provimento de cargos públicos. (errada) 
(CESPE/AFPS) Uma vez que a licitação permite a disputa de várias pessoas que
satisfaçam a critérios da lei e do edital, é correto afirmar que, com isso, estão sendo
observados os princípios constitucionais da isonomia, da legalidade e da impessoalidade
da administração pública. (correta) 
Na questão abaixo, será feita a associação do princípio da impessoalidade com a vedação de
promoção pessoal de agentes públicos. 
4. (FCC/2002/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Uma das possíveis
aplicações do princípio da impessoalidade proibir que constem, na publicidade das obras e
serviços públicos, nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades. 
Gabarito: verdadeira 
O princípio também deve ser analisado como uma proibição aos agentes públicos para que
se valham de seus cargos, empregos ou funções para promoção pessoal ou de
terceiros. Ou seja, associado à vedação de promoções pessoais pelos agentes públicos. 
Essa regra está prevista no art. 37, §1º, da CF/88, cujo conteúdo determina que: 
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos. 
Portanto, determinada obra não deve ser associada ao agente público, mas sim à pessoa
jurídica. Por exemplo: “obra realizada pelo Estado de Minas Gerais” e não “obra realizada pelo
Governo Fulano de tal”. 
(CESPE/2009/SECONT-ES/AUDITOR DO ESTADO/TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO)
Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presença de nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos
públicos. (correta) 
(CESPE/2009/TRT17/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/EXECUÇÃO DE
MANDADOS) As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam 
 
 
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serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que
compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas
publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar
promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades. (errada) 
Não se deve deduzir dessa regra que os agentes públicos não podem se identificar na prática
dos atos administrativos. Pelo contrário, pois é direito dos administrados exigir a identificação
funcional das autoridades administrativas, sendo dever destes se identificarem. O que não
pode ocorrer é o agente público buscar sua promoção pessoal (“tirar proveito da situação”)
através da vinculação de seu nome a serviços, programas, obras e etc. 
 
(FCC/2002/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Uma das possíveis
aplicações do princípio da impessoalidade impedir que servidores públicos se identifiquem
pessoalmente como autores dos atos administrativos que praticam. (errada) 
É preciso ter cuidado em provas com esse art. 37, §1º, CF, pois não raro as bancas
reproduzem este dispositivo constitucional associando-o ao princípio da publicidade. Trata-se
de pegadinha, pois referida regra não dá ênfase à obrigatoriedade de divulgação – o que seria
princípio da publicidade -, mas sim à vedação da divulgação com o propósito de promover
imagem de autoridades e servidores públicos, o que constitui ofensa ao princípio da
impessoalidade. 
Aplicando o princípio sob essa ótica, o STF manifestou-se pela constitucionalidade do inciso V
do artigo 20 da Constituição do Ceará que veda ao Estado e aos Municípios atribuir nome
de pessoa viva a avenida, praça, rua, logradouro, ponte, reservatório de água, viaduto,
praça de esporte, biblioteca, hospital, maternidade, edifício público, auditórios, cidades e
salas de aula. Na visão do ministro relator deste julgado, o preceito visa impedir o culto e a
promoção pessoal de pessoas vivas, tenham ou não passagem pela Administração. Destacou
em seu voto que proibição similar é estipulada, no âmbito federal, pela Lei n. 6.454/77 (ADI
307, voto do Min. Eros Grau, julgamento em 13-2-08, DJE de 20-6-08). 
Na sequência, a próxima assertiva trará o último aspecto do princípio da impessoalidade. 
5. (FCC/Analista Judiciário Execução de Mandados - TRF 5ª Região/2003) É uma
decorrência possível do princípio da impessoalidade aplicado à Administração Pública serem
os atos praticados pelos agentes públicos imputados à entidade da Administração em nome
da qual eles agem. 
Gabarito: verdadeira 
Por fim, o princípio da impessoalidade está atrelado ao princípio da imputação volitiva, que é a
base da Teoria do Órgão. 
 
 
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Tal teoria, que se baseia no princípio da imputação volitiva, conforme já dito, preceitua que
os atos praticados pelos agentes públicos são imputados à pessoa jurídica em nome da qual
atua. 
(FGV/2008/TCM-RJ/PROCURADOR) A assertiva "que os atos e provimentos
administrativos são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou
entidade administrativa em nome do qual age o funcionário" encontra respaldo,
essencialmente no princípio da impessoalidade (adaptada) (correta) 
(FCC/2010/CASA CIVIL/SP/EXECUTIVO PÚBLICO) O princípio ou regra da
Administração Pública que determina que os atos realizados pela Administração Pública,
ou por ela delegados, são imputáveis não ao funcionário que os pratica, mas ao órgão
ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionário é o da impessoalidade.
(correta) 
Dessa forma, os agentes públicos são instrumentos para manifestação da vontade da
Administração Pública. Com base nessa teoria, se um servidor público causar prejuízo a um
particular, como por exemplo, agredindo-o fisicamente a ponto de causar-lhe lesões, a ação
judicial pleiteando a reparação civil (gastos com uma cirurgia plástica, por exemplo) será
proposta contra o ente público em nome da qual agiu o servidor agressor. Se nesse exemplo o
servidor for lotado na autarquia INSS, será contra esta entidade que a vítima das lesões
proporá a ação indenizatória. Posteriormente, se o INSS suportar algum prejuízo, ajuizará ação
regressiva contra o agente causador dos danos. 
(FCC/2002/TRE-CE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA) Uma das
possíveis aplicações do princípio da impessoalidade considerar que o servidor age em
nome da Administração, de modo que a Administração se responsabiliza pelos atos do
servidor, e este não possui responsabilidade. (errada) 
Ainda aplicando o princípio da imputação volitiva, merece destaque a validade dos atos
praticados por “funcionários de fato” (“agentes de fato”), que são aqueles irregularmente
investidos na função pública (ex: servidor que ingressou sem o obrigatório concurso público),
mas cuja situação tem aparência de legalidade. 
Atribui-se validade aos seus atos sob o fundamento de que foram praticados pela
pessoa jurídica e com o propósito de proteger a boa-fé dos administrados.Imaginem um servidor que foi nomeado sem concurso público e ao longo dos anos praticou
diversos atos. Há uma irregularidade em sua investidura (ausência de concurso), o que, com
base na teoria do órgão, não invalidará os seus atos se praticados de acordo com o
ordenamento jurídico, pois, conforme já dito, consideram-se praticados pela pessoa jurídica a
qual integra. 
 
 
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 (PGE/PE/PROCURADOR/2009/CESPE) De acordo com o princípio da impessoalidade,
é possível reconhecer a validade de atos praticados por funcionário público
irregularmente investido no cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos
configuram atuação do órgão e não do agente público. (correta) 
6. (FCC/Analista Judiciário Área Administrativa TRT 24ª Região/2003) O princípio da
moralidade administrativa diz respeito 
(A) à moral paralela, que, embora ilegítima, deve ser acatada, porque é lícita. 
(B) ao próprio princípio da legalidade e se identifica com a moral aceita pelo homo medius. 
(C) à economia interna da Administração, excluída sua apreciação pelo Poder Judiciário. 
(D) à desonestidade e, portanto, se subordina ao interesse público ou finalidade do ato. 
(E) ao conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração 
Gabarito: E 
Vamos agora ver mais um princípio, dessa vez o da moralidade. Questões envolvendo esse
princípio geralmente são bem fáceis. 
O princípio da moralidade exige que o agente público atue de forma ética, observando a moral
administrativa (moral jurídica – composta de regras de boa administração), que difere da 
moral comum. 
Enquanto a moral comum vincula o indivíduo em sua conduta externa, preocupando-se
em diferenciar o bem do mal, a moral administrativa está associada à disciplina interna
da Administração. 
O princípio da moralidade também se aplica ao particular que se relaciona com a
Administração Pública. 
(RECEITA FEDERAL/ESAF/AUDITOR FISCAL/2005) O princípio da moralidade
administrativa incide apenas em relação às ações do administrador público, não sendo
aplicável ao particular que se relaciona com a Administração Pública. (Gabarito: errada) 
Grave que a moralidade constitui requisito de validade de todo ato da Administração
Pública! 
(CESPE/TCE-PE/2004) Um ato administrativo que ofenda o princípio constitucional da
moralidade é passível de anulação e, para que esta ocorra, não é indispensável, em
todos os casos, examinar a intenção do agente público. (Gabarito: correta) 
(TÉCNICO JUDICIÁRIO/TER-MA/2006/CESPE) A moralidade administrativa não
constitui, a partir da Constituição de 1988, pressuposto de validade de todo ato da
administração pública. (Gabarito: errada) 
 
 
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São diversos os instrumentos de combate à imoralidade administrativa previstos no
ordenamento jurídico pátrio, tais como a ação popular, ação civil pública e a Lei de
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92), que regulamenta o art. 37, §4º, da CF, cuja
redação é a seguinte: 
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Muita atenção na prova quanto a esse dispositivo constitucional, pois as bancas costumam
inverter “suspensão dos direitos políticos” e “perda da função pública” colocando que os
atos de improbidade geram a perda de direitos políticos (o que não existe no Brasil) e a
suspensão da função pública. 
Quando eu tratar de nepotismo, destacarei que não é preciso editar lei formal para
regulamentar o tema, uma vez que a sua proibição decorre dos princípios constitucionais. Essa
mesma discussão existiu quanto ao princípio da moralidade, sustentando o STF que não é
preciso lei formal para dar eficácia ao princípio da moralidade, podendo, inclusive, a
Administração Pública disciplinar o assunto por meio de atos normativos infralegais, tais como
decretos e regulamentos. Tome como exemplo o recente decreto sobre nepotismo (Decreto nº 
7.203/10) e o Código de Ética dos Servidores Federais (Decreto nº 1.171/94). 
(AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/AUDITORIA DE OBRAS
PÚBLICAS/TCU/CESPE/2009) Os princípios constitucionais, assim como as regras, são
dotados de força normativa. Com base nesse entendimento doutrinário, o Supremo
Tribunal Federal (STF) tem entendido que o princípio da moralidade, por exemplo,
carece de lei formal que regule sua aplicação, não podendo a administração
disciplinar, por meio de atos infralegais, os casos em que reste violado esse princípio,
sob pena de desrespeito ao princípio da legalidade. (errada) 
Recentemente, houve grande progresso no combate ao nepotismo com a edição da súmula
vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal: 
Súmula Vinculante nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou
de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
Analise comigo quais são as possíveis informações constantes dessa súmula que podem ser
objeto de questão de prova. 
 
 
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Veja se concorda com as minhas conclusões: 
• Quem está sujeito ao nepotismo: cônjuge, companheiro e parente até o 3º grau; 
Pegadinha: banca substituir “3º grau” por “2º grau”. 
• Com quem ocorrem os vínculos acima para caracterização do nepotismo: autoridade
nomeante ou servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento; 
Pegadinha: banca substituir “cargo de direção, chefia ou assessoramento” por “cargo
efetivo”, ou acrescentar essa expressão na assertiva, pois não haverá nepotismo se a
nomeação for para ocupar cargo efetivo (cujo ingresso se dá por meio de concurso
público). 
• Nepotismo caracteriza-se em quais cargos/funções: cargos em comissão ou funções de
confiança 
Pegadinha: banca substituir “cargo em comissão ou função de confiança” por “cargo
efetivo”, conforme já dito acima. 
Em resumo, haverá nepotismo nas seguintes hipóteses: 
• se a autoridade nomear seu cônjuge, companheiro ou parente até o 3º grau para ocupar
cargo em comissão ou exercer função de confiança; 
• se o servidor nomeado for cônjuge, companheiro ou parente até o 3º de servidor da mesma
pessoa jurídica que ocupe cargo de direção, chefia ou assessoramento; 
• se ocorrer nepotismo cruzado, em que a autoridade A nomeia, por exemplo, o cônjuge da
autoridade B, e esta nomeia o irmão da autoridade A. São as designações recíprocas
citadas na súmula. 
Além dessas colocações, existem alguns pontos não constantes da súmula vinculante nº 13,
mas que foram discutidos e decididos pelos Ministros do STF: 
 
 
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• Não há nepotismo nas nomeações para cargos de natureza política, tais como os 
cargos de Secretários de Governo e Ministros de Estado2, salvo se for nepotismo 
cruzado; 
(CESPE/2009/AGU/ADVOGADO) Considere que Platão, governador de estado da
Federação, tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui formação superior na área
de engenharia, para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se que
Aristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação, conclui-se que
esta não vai de encontro ao posicionamento adotado em recente julgado do STF.
(correta) 
(ADVOGADO DA UNIÃO/ADV AGU 2009/CESPE) Com base no princípio da eficiência
e emoutros fundamentos constitucionais, o STF entende que viola a Constituição a
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.
(correta) 
(SEAPA/CESPE/2009/CONHECIMENTOS BÁSICOS) O nepotismo corresponde a
prática que pode violar o princípio da moralidade administrativa. A esse respeito, de
acordo com a jurisprudência do STF, seria inconstitucional ato discricionário do
governador do DF que nomeasse parente de segundo grau para o exercício do cargo de
secretário de Estado da SEAPA/DF. (errada) 
(IBRAM/CESPE/2009/ANALISTAS DE ATIVIDADES DO MEIO AMBIENTE) Ofende os
princípios constitucionais que regem a administração pública, a conduta de um prefeito
que indicou seu filho para cargo em comissão de assessor do secretário de fazenda do
mesmo município, que efetivamente o nomeou. (correta) 
• Não há necessidade de que a vedação ao nepotismo seja prevista em lei formal, pois 
de acordo com o STF a sua proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37 
da CF, mais precisamente dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e 
eficiência. 
(CESPE/AGU/2009) Segundo entendimento do STF, a vedação ao nepotismo não exige
edição de lei formal, visto que a proibição é extraída diretamente dos princípios
constitucionais que norteiam a atuação administrativa. (correta) 
2 O STF não procedeu à enumeração de quais são os cargos considerados políticos para fins de
nepotismo, o que afastaria as dúvidas que têm surgido. De qualquer forma, por enquanto, considere
apenas os cargos de Secretário de Governo e de Ministro de Estado. As eventuais dúvidas deverão ser
dirimidas pelo próprio STF, como fez quando foi provocado a decidir se o cargo de Conselheiro do
Tribunal de Contas é político, ocasião em que decidiu que não, mas sim cargo administrativo, sujeito,
portanto, às regras do nepotismo.
 
 
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(ESAF/CONTADOR RECIFE/2003) A rejeição à figura do nepotismo no serviço
público tem seu amparo original no princípio constitucional da: 
a) moralidade; b) legalidade; c) impessoalidade; d) razoabilidade; e) eficiência 
(MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA/FINEP/ANALISTA/ADMINISTRAÇÃO DE
MATERIAL E LICITAÇÕES/CESPE) Exige-se edição de lei formal para coibir a prática
do nepotismo, uma vez que a sua vedação não decorre diretamente dos princípios
contidos na Constituição Federal (CF). (errada) 
É interessante destacar, para finalizar, que a prática de nepotismo constitui ato de
improbidade administrativa por ofensa aos princípios da Administração Pública (art. 11 da Lei 
8.429/92), cuja caracterização, conforme vem decidindo o Superior Tribunal de Justiça,
independe de dano ou de lesão material ao erário. 
77.. (DPE-SP/FCC/Defensor Público/2007) O princípio da publicidade obriga a
presença do nome do administrador nos atos, obras, serviços e campanhas do
Poder Público. 
Gabarito: falsa 
Na realidade, a presença do nome do administrador nos atos, obras, serviços e campanhas do
Poder Público constitui ofensa ao princípio da impessoalidade. 
O princípio da publicidade prevê a obrigatoriedade de divulgação dos atos da
Administração Pública produtores de efeitos externos, sendo poucas as exceções em que
se admite o sigilo (para a preservação do interesse público e para a defesa da intimidade). 
Com o que eu disse agora já fique ligado na prova, pois nem todos os atos da
Administração Pública devem ser publicados, mas apenas aqueles que produzem efeitos
externos (exs: aposentadoria, demissão, decisão em processo administrativo), ressalvando-se
ainda os casos de intimidade e de interesse público. 
A publicidade dos atos oficiais tem basicamente dois objetivos: 
• fazer com que o conteúdo do ato chegue ao conhecimento dos administrados
(divulgação), iniciando-se a partir daí a produção de seus efeitos externos (um edital de
concurso público apenas produz efeitos externos após sua regular divulgação, por exemplo,
por meio de sua publicação na Imprensa Oficial); 
• propiciar que os administrados exerçam controle sobre a validade do ato divulgado
(aproveitando o exemplo anterior, caso um candidato considere que o edital do concurso 
 
 
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público divulgado contém alguma ilegalidade, poderá exercer o controle de sua validade
impetrando um mandado de segurança). 
Já vi bancas perguntando em prova se a publicidade é elemento formativo dos atos
administrativos. Cuidado, pois não é! A publicidade é requisito para validade, eficácia
(produção de efeitos jurídicos) e moralidade do ato administrativo. 
Vale chamar a sua atenção para o fato de a publicidade não se limitar à divulgação dos atos
oficiais, mas também alcançar a sua disponibilização para exame dos administrados (art. 5º,
XXXIII, CF), ressalvando-se, contudo, os atos protegidos legitimamente pelo sigilo. 
Quanto à publicação dos atos em meio oficial, destaca-se que os mesmos, em regra, devem
ser publicados no Diário Oficial (no âmbito federal, por exemplo, no Diário Oficial da União). 
Contudo, nem todos os municípios possuem Imprensa Oficial. Nesses casos, a divulgação será
feita por meio de jornal particular de circulação local, que funcionará a partir de sua contratação
como um meio oficial de publicações dos atos da Administração Pública. 
Entretanto, não se pode esquecer que em diversos municípios sequer existem jornais de
circulação local, sendo a solução para esses casos a afixação dos atos nas sedes dos órgãos
públicos municipais (como exemplo, no prédio da Prefeitura). 
Cuidado na prova, pois divulgações em imprensa particular não contratada, rádio ou
televisão não produzem efeitos jurídicos. É o que ocorre, por exemplo, com a veiculação de
notícias pela Voz do Brasil, que não será suficiente para atender ao princípio da publicidade. 
8. (FCC/2010/AL-SP/AGENTE TÉCNICO LEGISLATIVO) O princípio da eficiência com o
advento da Emenda Constitucional nº 19/98 ganhou acento constitucional, passando a
sobrepor-se aos demais princípios gerais aplicáveis à Administração. 
Gabarito: falsa 
O princípio da eficiência tornou-se expresso na Constituição Federal de 1988 com a
edição da Emenda Constitucional nº 19/98, que o inseriu na redação do caput do art. 37,
pois até tal momento era princípio implícito (reconhecido). Portanto, correta a assertiva ao
afirmar que referido princípio possui acento constitucional. 
(FCC/Analista Judiciário Área Administrativa TRE BA/2003) Dentre os princípios de
observância obrigatória pela administração pública, expressamente previstos na
Constituição Federal, está o da 
 
 
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(A) proporcionalidade. (B) autotutela. (C) eficiência. (D) razoabilidade. (E) hierarquia. 
Contudo, o erro da questão reside no que já foi analisado por nós em outra questão: a
inexistência de hierarquia entre os princípios. O princípio da eficiência não se sobrepõe aos
demais princípios, conforme consta no enunciado. 
Fique muito atento(a) na prova, pois é comum as bancas perguntarem se a EC 19/98 inseriu o
princípio da eficiência no nosso ordenamento jurídico. 
De forma nenhuma, pois referido princípio já era de observância obrigatória, porém não
constava expressamente na CF, sendo, por isso, princípio implícito. O que fez a EC 19/98
foi tão somente torná-lo um princípio expresso ao modificar a redação do art. 37, caput,
CF, incluindo explicitamente referido princípio. 
Também foi previsto expressamentena Lei 9.784/99 (lei que regula o processo administrativo
no âmbito federal). 
Referido princípio veicula a obrigatoriedade de que os agentes públicos busquem em
seus desempenhos os melhores resultados possíveis, valendo também esse raciocínio
para a Administração Pública, que deve se aparelhar e se estruturar de sorte a viabilizar a
eficiente atuação de seus agentes. 
(ESAF/APO-SP/2009) O modo de atuação do agente público, em que se espera melhor
desempenho de suas funções, visando alcançar os melhores resultados e com o menor
custo possível, decorre diretamente do princípio da razoabilidade. (errada, pois o
correto seria princípio da eficiência) 
(CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/RIO DE JANEIRO/2002) A qualidade do
serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do usuário de
exigi-la, é consectário do princípio constitucional da: 
a) eficiência; b) moralidade; c) motivação necessária; d) continuidade dos serviços
públicos 
Por isso o gerenciamento irresponsável de recursos públicos, o que ofende o princípio da
economicidade, também constitui lesão ao princípio da eficiência. 
Um outro reflexo desse princípio foi o acréscimo do inciso LXXVIII ao art. 5º da CF, cujo
conteúdo busca uma maior celeridade nos processos judiciais e administrativos. Eis sua
redação: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 
 
 
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Outro exemplo de manifestação desse princípio é o pedido de reconsideração, previsto, por 
exemplo, na Lei 9.784/99 e na Lei 8.112/90, que possibilita à autoridade que proferiu 
determinada decisão reconsiderá-la, a requerimento do interessado, evitando assim a remessa 
do processo para órgão superior visando à apreciação de recurso administrativo, o que 
certamente aumentaria o prazo de duração do processo. 
O princípio em tela também está associado à noção de administração gerencial, que é um 
modelo de administração que privilegia a desburocratização administrativa e a descentralização 
administrativa, cuja introdução no Brasil se deu com a reforma administrativa de 1967, operada 
pelo Decreto-Lei 200. 
(ESAF/AFRF/2005) Os princípios constitucionais da legalidade e da moralidade
vinculam-se, originalmente, à noção de administração: 
a) patrimonialista; b) descentralizada; c) gerencial; d) centralizada; e) burocrática. 
Ao inserir o princípio da eficiência na CF, o legislador constituinte previu outros mecanismos 
destinados a facilitar sua concretização, tais como os §3º e 8º do art. 37: 
“§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública
direta e indireta, regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,
emprego ou função na administração pública.” 
“§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas
de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal.” 
SSIIMMUULLAADDOO SSOOBBRREE PPRRIINNCCÍÍPPIIOOSS 
01) Os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em quatro regras
de observância permanente e obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade,
impessoalidade e publicidade. 
02) A Constituição de 1988 não se referiu expressamente ao principio da finalidade, mas o
admitiu sob a denominação de principio da impessoalidade. 
03) A legalidade, como principio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o
administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei
e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar
ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. 
 
 
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04) A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. 
05) A moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da Administração
Pública. 
06) No Direito Administrativo, não há diferença entre moral comum e moral jurídica. 
07) A moral comum é imposta ao homem para sua conduta externa; a moral administrativa é
imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a
que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum. 
08) O princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988, nada mais é que o
clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato
para o seu fim legal. 
09) Fim legal é aquele que, dentre outros, a norma de Direito indica expressa ou virtualmente
como objetivo do ato, de forma impessoal. 
 
10) O principio da eficiência também deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas. 
11) Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos
externos. 
 
12) A publicidade, além de ser é elemento formativo do ato, é requisito de eficácia e
moralidade. 
13) Os atos irregulares se convalidam com a publicação. 
14) Os atos regulares não dispensam a publicação para sua exeqüibilidade, quando a lei ou o
regulamento a exige. 
15) Todo ato administrativo deve ser publicado. 
16) O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus
efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo
povo em geral. 
17) A publicação que produz efeitos jurídicos é tanto a do órgão oficial da Administração como
a divulgação pela imprensa particular, pela televisão ou pelo rádio, desde que em horário
oficial. 
18) Por meio oficial entendem-se exclusivamente o Diário Oficial das entidades públicas. 
19) Vale também como publicação oficial a afixação dos atos e leis municipais na sede da
Prefeitura ou da Câmara, onde não houver órgão oficial, em conformidade com o disposto na
Lei Orgânica do Município. 
20) O princípio da impessoalidade, constante do caput do art. 37 da CF, nada mais é que o
clássico princípio da finalidade. 
21) O princípio da publicidade, basilar do estado de direito e fundamento da administração
pública brasileira, determina que toda e qualquer ingerência estatal deverá ser publicada em
órgão oficial, sob pena de malferimento ao referido preceito. 
 
 
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22) Uma vez que a licitação permite a disputa de várias pessoas que satisfaçam a critérios da
lei e do edital, é correto afirmar que, com isso, estão sendo observados os princípios
constitucionais da isonomia, da legalidade e da impessoalidade da administração pública. 
23) A qualidade do serviço público prestado à população, a que corresponde o direito do
usuário de exigi-la, é consectário do princípio constitucional da eficiência. 
24) O art. 39, § 3º, da CF/88 autoriza a lei a estabelecer requisitos diferenciados de admissão a
cargo público, quando a natureza do cargo o exigir. A pertinência desses requisitos, em relação
a determinado cargo a ser provido, é aferida mediante a aplicação do princípio da
razoabilidade.25) Só é legítima a atividade do administrador público se estiver condizente com preexistente
norma geral, impessoal e abstrata que a autorize. O enunciado traduz o princípio da
moralidade. 
26) A exigência constitucional de provimento por concurso público dos cargos efetivos tem seu
fundamento doutrinário básico no princípio da isonomia. 
27) A rejeição à figura do nepotismo no serviço público tem seu amparo original no princípio
constitucional da moralidade. 
28) A Administração Pública ao realizar suas atividades deve obediência, exclusivamente, ao
princípio da legalidade estrita. 
29) Contraria o princípio constitucional de publicidade da administração pública o fato de um
fiscal de contribuições previdenciárias autuar empresa exclusivamente porque o proprietário é
seu desafeto. 
30) O princípio da proporcionalidade tem como fundamentos: adequação, exigibilidade e
proporcionalidade em sentido estrito. 
Gabarito: 01) E (faltou eficiência), 02) C, 03) C, 04) C, 05) C, 06) E (há diferença), 07) C, 08) C, 09) C, 10) E
(princípio da impessoalidade), 11) C, 12) E (não é elemento formativo), 13) E (somente se o vício sanável for por
ausência de publicação), 14) C, 15) E (nem todos; apenas os que produzem efeitos externos), 16) C, 17) E (televisão
e rádio não), 18) E (também os jornais particulares contratados), 19) C, 20) V, 21) F (nem toda), 22) V, 23) V, 24) V, 
25) F (princípio da legalidade), 26) V, 27) V, 28) F (o erro está na palavra exclusivamente), 29) F (princípio da
impessoalidade), 30) V. 
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PPOONNTTO O 22 
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9. (FCC/2010/TRE-AC/Analista Judiciário/Área Judiciária) Poder que a lei confere à
Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos
e requisitos necessários à sua formalização: poder vinculado. (adaptada) 
Gabarito: verdadeira 
No exercício do poder vinculado o agente público não tem liberdade para agir, pois a lei
não lhe confere escolhas. Não há análise de conveniência e de oportunidade quando da prática
do ato. O agente público (você!), por exemplo, a aplicar uma multa por descumprimento de
obrigação acessória, não faz uma análise subjetiva para agir (será que é conveniente e/ou
oportuno para o Poder Público multar o infrator?). A lei determina que ele aplique a punição e
não há outro caminho a seguir, sob pena de cometer infração disciplinar. 
(AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/1997/CESPE) Considere que Cândido seja fiscal do
instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA),
usando na à exploração ilegal de madeiras, e que, pelas normas aplicáveis a seu
trabalho, Cândido seja obrigado apreender a madeira ilegalmente extraída que encontrar
no trabalho de fiscalização e a aplicar multa aos responsáveis pela e pelo transporte do
madeirame. Assim, estes são exemplos de atos resultantes do poder discricionário que 
Cândido detém. (errada) 
Observe que no exercício do poder vinculado a lei já determina previamente como deve agir o
agente público, não cabendo a este realizar escolhas. 
(CESPE/PAPILOSCOPISTA PF/1997) Nos atos praticados em razão do poder
vinculado, a atuação subjetiva do administrador fica restrita ao ato de julgar se a situação
de fato está ou não amoldada aos contornos legais. (correta) 
Exemplos: licença para construir; aposentadorias (quaisquer delas: compulsória, voluntária ou
por invalidez); exoneração de servidor reprovado no estágio probatório. Em todas essas
situações, presentes os requisitos para conceder a licença, a aposentadoria ou exonerar o
servidor, outras não poderão ser as condutas da autoridade administrativa. 
(ESAF/AFTN/89) Poder vinculado é aquele que o direito 
a) atribui ao Poder Público para aplicar penalidades às infrações funcionais de seus
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração (poder disciplinar)
b) confere ao Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e
rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os
servidores de seu quadro de pessoal (poder hierárquico) 
c) confere à Administração Pública de modo explícito ou implícito, para a prática de atos
administrativos, com liberdade na escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo
(poder discricionário) 
 
 
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d) positivo confere à Administração Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua formação 
e) incumbe às autoridades administrativas para explicitar a lei na sua correta execução
ou expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência, ainda não
disciplinada por lei (poder regulamentar) 
10. (FCC/2010/TRE-AC/Analista Judiciário/Área Judiciária) Poder que o Direito concede à
Administração Pública, de modo implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos
com liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo: poder discricionário 
Gabarito: verdadeira 
Em que pese também existir subordinação do agente público à lei, esta lhe confere certa
margem de liberdade. Calcado num juízo de mérito (oportunidade e conveniência), o
agente público poderá fazer escolhas, dentre as opções indicadas pela legislação,
elegendo aquela que na sua visão melhor atende ao interesse público. Nesse momento, o
agente público estará exercendo o seu poder discricionário. 
Exemplos: autorização para fechamento de rua; nomeação para cargo em comissão (também
a exoneração); gradação da pena de suspensão (de 1 a 90 dias, de acordo com a Lei 
8.112/90). 
Abordando o mérito administrativo, veja as questões abaixo: 
(ESAF/CGU/2004) O mérito administrativo, na atuação do administrador público, cujo
controle jurisdicional sofre restrições, condiz em particular com o exercício regular do seu
poder 
a) disciplinar; b) hierárquico; c) de polícia; d) discricionário; e) vinculado 
(ANALISTA MPU/2004) Os poderes vinculado e discricionário, simultaneamente, podem
ser exercidos pela autoridade administrativa, na prática de um determinado ato,
ressalvado que esse último se restringe à conveniência e oportunidade, bem como
quanto 
a) ao conteúdo; b) à forma; c) à finalidade; d) à competência; e) ao modo. 
Por fim, é interessante ressaltar que os atos praticados no exercício do poder
discricionário, apesar de estarem sujeitos à análise subjetiva do administrador público
(oportunidade + conveniência), podem ser apreciados quanto à legalidade pelo Poder
Judiciário. 
Muita atenção nesse ponto, pois é tema muito cobrado pelas bancas. A discricionariedade não
impede que o Judiciário aprecie o ato praticado, pois a análise não incidirá sobre a
oportunidade e conveniência (critérios exclusivos de quem praticou o ato), mas sim sobre a
sua legalidade. 
 
 
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Veja as questões abaixo cujas assertivas estão incorretas: 
(ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE/AL/2004/CESPE) Caso determinado ato administrativo
seja praticado com base no exercício do poder discricionário, não competirá ao Poder
Judiciário reexaminá-lo nem lhe decretar nulidade, salvo se padecer de vício de forma. 
(JUIZ SUBSTITUTO/TJSE/2004/CESPE) Não é possível a apreciação judicial de ato da
administração pública, praticado no exercício de seu poder discricionário, porque tal
apreciação implica análise do mérito administrativo. 
(OAB/CESPE/2006.3) O poder discricionário não comporta nenhuma possibilidade de
controle por parte do Poder Judiciário. 
Antes de encerrar, separeiuma questão para você treinar exemplos de poder vinculado e
discricionário. Apesar de o enunciado fazer referência a atos administrativos o raciocínio é
idêntico para poderes: 
(ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/1999) Assinale a letra que contenha a ordem que
expresse a correlação correta: 1 – ato vinculado 2 – ato discricionário 
( ) aposentadoria compulsória por implemento de idade 
( ) gradação de penalidade em processo administrativo 
( ) nomeação de servidor para cargo em comissão 
( ) exoneração de servidor em estágio probatório 
( ) concessão de alvará para atividade comercial 
a) 2/1/1/2/2; b) 1/2/2/1/1; c) 2/2/2/1/1; d) 1/2/1/2/1; e) 1/1/2/2/2 
11. (FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado) O Poder disciplinar
atribuído à Administração pública é o poder de editar atos normativos para ordenar a atuação
dos diversos órgãos e agentes dotados das competências especificadas em lei. 
Gabarito: falsa 
A assertiva está errada, pois traz o conceito de poder regulamentar e não poder disciplinar, que
será estudado oportunamente. 
O poder regulamentar também é denominado de poder normativo. 
O nome desse poder serve de auxílio para identificação de sua função: regulamentar as leis. 
Daí eu pergunto: para que regulamentar as leis? Resposta: para viabilizar a sua execução! 
Portanto, por meio do poder regulamentar a Administração Pública edita normas
complementares às leis viabilizando a sua execução. 
 
 
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(ADASA/ADVOGADO/2009/FUNIVERSA) O poder regulamentar, atribuído ao chefe do
Poder Executivo, compreende a edição de normas complementares à lei, para sua fiel
execução. (correta) 
(DPE/PI/DEFENSOR/2009) Em razão da impossibilidade de que as leis prevejam todas
as contingências que possam surgir na sua execução, em especial nas diversas
situações que a administração encontrar para cumprir as suas tarefas e optar pela
melhor solução, é necessária a utilização do poder administrativo denominado poder 
a) hierárquico; b) de polícia; c) vinculado; d) regulamentar; e) disciplinar. 
(PROCURADOR DA AGU/2001) Quando o presidente da República expede um decreto
para tornar efetiva uma lei, ele exerce poder regulamentar. (correta) 
(OAB/CESPE/2006.3) A possibilidade de o chefe do Poder Executivo emitir decretos
regulamentares com vistas a regular uma lei penal deriva do poder de polícia. (errada) 
Nessa outra questão, cuja assertiva está correta, o CESPE desqualifica determinada resolução 
como exemplo de poder regulamentar, pois a mesma não foi editada como norma 
complementar a uma lei preexistente. 
(TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE/AL/2004) - Considere que o
TRE/AL editou resolução alterando o seu regimento interno. Essa resolução não pode
ser considerada um ato que configure exercício de poder regulamentar. (correta) 
Como exemplos de normas complementares (atos normativos secundários): decretos, 
regulamentos, portarias e resoluções. Atentar para a necessidade de analisar o contexto 
para confirmar se tais normas foram utilizadas como instrumentos do poder regulamentar. 
Lembre-se da questão acima indicada. 
É muito importante que você saiba que o papel do poder regulamentar é complementar, 
significando que o ato normativo editado só poderá abordar matérias previstas na lei 
regulamentada. 
(ESCRIVÃO DA PF/2002/CESPE) Uma das competências do chefe do Poder Executivo
federal é a expedição de decretos, com a finalidade de regulamentar as leis no seio da
Administração Pública; essa competência não dá ao presidente da República, porém, o
poder de baixar decretos tratando amplamente de matérias ainda não disciplinadas por
lei, ou seja, não pode ele, na vigente ordem constitucional, editar os chamados decretos
autônomos. (correta) 
(TRE-MT/TÉCNICO JUDICIÁRIO/CESPE/2010) Poder regulamentar é a prerrogativa
conferida à administração pública de editar atos de caráter geral que visam
complementar ou alterar a lei, em face de eventuais lacunas e incongruências. 
(errada) 
Guarde o que vou lhe dizer agora: somente por lei é possível inovar (criar direitos e 
obrigações), significando que por meio do poder regulamentar não há inovação! 
Decretos, regulamentos, portarias e etc. não são instrumentos hábeis para criação de direitos 
 
 
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ou obrigações. Essa regra é simples conseqüência da aplicação do princípio da legalidade
em nosso ordenamento jurídico. Concorda? 
Nas questões abaixo, apenas a primeira e a última assertivas estão corretas: 
(JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF/5ª REGIÃO/2004) - Se uma lei estatuir que, para o
gozo de determinado direito por ela criado, o cidadão precisa fazer prova documental de
certos fatos à autoridade administrativa, poderá o chefe do Poder Executivo, no exercício
válido do poder regulamentar, estipular que documentos serão aceitos como prova,
desde que não crie obrigação nova para os cidadãos. (Gabarito: correta) 
(CESPE/1996) No exercício do poder regulamentar, o administrador poderá expedir
decreto regulamentado por inteiro a matéria não constante da lei regulamentada. 
(CESPE/1996) Cabe ao decreto, especificando os comandos da lei regulamentada, criar
novos direitos e obrigações, desde que respeite o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada. 
(CESPE/1996) O decreto, observando o princípio da supremacia do interesse público,
pode prever a perda da propriedade privada por infrações cometidas por particular. 
(OAB/CESPE - 2008.2) No exercício do poder regulamentar, a administração não pode
criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer
normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida. 
Analise agora a questão abaixo: 
(TJ/PI/JUIZ/2007/CESPE) O poder normativo, no âmbito da administração pública, é
privativo do chefe do Poder Executivo. (errada) 
Veja o que diz o art. 84 (“Comete privativamente ao Presidente da República:”), em seu inciso
IV: “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução”. 
Pergunto-lhe: o exercício do poder normativo limita-se à expedição de decretos e
regulamentos? Você já viu comigo que não, outros atos são manifestações do poder
regulamentar, tais como resoluções, portarias, instruções e etc... 
(OAB/CESPE/2006.3) O poder regulamentar é exercido apenas por meio de decreto.
(errada) 
Outra pergunta: todos esses atos citados são de competência privativa do chefe do Poder
Executivo? Não, apenas os decretos e regulamentos (leia de novo o art. 84, IV e confirme essa
resposta). 
 
 
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Portanto, o exercício do poder normativo não é privativo do Chefe do Poder Executivo,
podendo ser exercido por outras autoridades administrativas. 
(TRF1/JUIZ/2009/CESPE) Compete privativamente ao presidente da República expedir
instruções para a execução de leis, decretos e regulamentos. (errada) 
Linhas acima destaquei a natureza complementar do poder regulamentar, dando ênfase à
necessidade de observância da matéria tratada pela lei regulamentada. Ou seja, a
Administração Pública não pode por meio do poder normativo regular matéria diferente da
prevista na lei regulamentada. 
Quanto a esse tema, você não precisar ter dúvidas na sua prova, pois STF e STJ possuem
posição pacífica que o papel do poder regulamentar não é inovador, ou seja, por meio do
poder regulamentar não é possível criar direitos ou obrigações. 
O STJ homenageia o princípio da legalidade mantendo a sua posição quanto à impossibilidade
de a Administração Pública regulamentar, por meio de atos normativos secundários, situações
não pré-definidas em lei, tais atos são veículos para explicitação do modo de execução das leis
regulamentadas, conforme disposto no art. 84, IV, CF. 
A posição sustentada pelo STF é idêntica, o que sepode confirmar do julgamento da ADI
3232-TO (DJe 02/10/08), de relatoria do Min. Cezar Peluso, por meio da qual o Pleno declarou
a inconstitucionalidade do art. 5º, da Lei 1.124/00, do Estado do Tocantins, que autorizava o
Chefe do Poder Executivo criar cargos públicos por meio de decreto, fixando-lhes
competências, denominações e atribuições. 
Inclusive, a Constituição Federal, em seu art. 49, V, confere competência exclusiva ao
Congresso Nacional para sustar atos normativos expedidos pelo Poder Executivo que
extrapolem os limites do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
Esse inciso V do art. 49 é famoso em provas de concursos públicos: 
(CESPE/PAPILOSCOPISTA PF/1997) Se o Presidente da República exorbitar no
exercício do poder regulamentar, o Congresso Nacional poderá sustar os atos que
caracterizarem o excesso de poder. (correta) 
(CESPE/DELEGADO PF/2002) O Congresso Nacional tem competência para controlar o
poder regulamentar do presidente da República. (correta) 
(FCC/2010/TRE/RS/ANALISTA JUDICIÁRIO) Quando o Poder Executivo exorbita do
seu poder regulamentar pode ter seus atos sustados pelo Congresso Nacional. (correta) 
 
 
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Atenção, pois as bancas, como pegadinha, substituem a palavra “sustar” por “anular” ou
“revogar”. Outra pegadinha consiste em trocar “Congresso Nacional” por “Câmara dos
Deputados”, “Senado Federal” ou “Tribunal de Contas da União”. Fique ligado(a) nisso!!! 
(PROCURADOR DO ESTADO DO CEARÁ/2004/CESPE) Caso o Poder Executivo
exorbite na utilização de seu poder regulamentar, o Poder Legislativo poderá anular o
ato normativo editado. (Gabarito: errado) 
(AUGEM/2008/AUDITOR/CESPE) A CF autoriza o TCU a sustar atos normativos do
Poder Executivo que exorbitem do poder de regulamentação. (Gabarito: errada –
Congresso Nacional) 
Até esse momento estudamos os decretos executivos, utilizados pela Administração Pública
para esclarecer o conteúdo das leis viabilizando a sua execução. 
Diferentemente do executivo, o decreto autônomo é inovador, pois seu papel não é explicitar
o conteúdo das leis, mas sim servir como instrumento para criação do Direito (criação de
direitos e obrigações). 
Alguns países adotam esses dois decretos, o que não ocorre no Brasil desde a
promulgação da Constituição Federal de 1988, apesar de existir forte corrente doutrinária
sustentando que a emenda constitucional nº 32, ao alterar a redação do art. 84, VI, da CF,
restabeleceu no Brasil os decretos autônomos, uma vez que possibilitou ao Chefe do Poder
Executivo, por meio de decreto, dispor sobre: 
• organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; 
• extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
(CESPE/AUDITOR INSS/2003) Em razão do princípio da legalidade, a Constituição da
República não admite que o Presidente da República disponha, mediante decreto,
acerca da extinção de funções ou cargos públicos. (errada) 
Leia novamente as duas situações acima e me responda: em alguma delas há criação de
direito ou deveres?! Veja a primeira regra: é possível organizar a administração federal desde
que não haja aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos públicos. Quer dizer,
organizo sem criar direitos ou obrigações! Da mesma forma, cargos e função, se vagos,
podem ser extintos, ou seja, a extinção não afetará o direito de ninguém! 
Em ambas as hipóteses não há inovação, característica principal do decreto autônomo. 
 
 
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Na realidade, a melhor posição doutrinária é a que defende a inexistência de decretos e
regulamentos autônomos no Brasil, mesmo após a EC 32/01, pois referidos atos
normativos, para se caracterizarem como tal, devem ser instrumentos de criação de direitos e
de obrigações. 
(MPE/RN/CESPE/2009) O decreto autônomo é, em regra, admitido no ordenamento
jurídico brasileiro, desde que não viole direitos fundamentais. (errada) 
Definitivamente, com o respeito dos que pensam de forma diferente, a figura do decreto
autônomo não encontra guarida no nosso ordenamento jurídico pátrio, por resistência imposta
pelo princípio constitucional da reserva legal (art. 5º, II, da CF). 
Destaco que a posição que prevalece nos concursos públicos é pela inexistência de
decretos autônomos criadores de direitos e de obrigações. 
O que se pode admitir é a utilização da expressão “decreto autônomo” não como referência
aos decretos autônomos existentes anteriormente à CF/88, mas sim para diferenciar os
decretos previstos no art. 84 VI dos executivos, pois esses existem para possibilitar a execução
de uma lei preexistente, enquanto aqueles não regulamentam nenhuma lei, tendo existência
independente (autônoma). 
Basta você pensar: um decreto que extingue um cargo vago está regulamentando qual lei?
Nenhuma, daí atribuir o adjetivo “autônomo” para enfatizar essa sua característica. 
(MPE/RN/CESPE/2009) O decreto, no ordenamento jurídico brasileiro, não pode inovar
na ordem jurídica, visto que tem natureza secundária, e deve sempre regulamentar
uma lei. (errada) 
Enquanto os decretos executivos buscam sua validade na lei regulamentada, os decretos
autônomos do art. 84, VI, buscam sua validade diretamente da CF. 
12. (FCC/2010/TRE/RS/ANALISTA JUDICIÁRIO) Por força do poder disciplinar o Chefe do
Executivo pode distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a atuação
dos seus agentes. 
Gabarito: falsa 
Equivoca-se a assertiva, pois a definição apresentada é de poder hierárquico. 
 
 
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Sempre que estiver estudando ou fazendo provas lembre-se do que vou dizer agora:
aparecendo a expressão “hierarquia” pense em Administração Pública. 
A organização administrativa tem como pressupostos a distribuição de competências
(distribuição de atribuições entre os diversos órgãos, cargos e funções que compõem a
Administração Pública) e a hierarquia (relação de coordenação e subordinação existente entre
os órgãos/agentes administrativos). 
Já estudamos que a expressão “administração pública” em sentido amplo abrange os três
Poderes do Estado quando no exercício de função administrativa. 
Por isso existe hierarquia tanto no Poder Executivo, como nos Poderes Legislativo e
Judiciário. 
Mas faço questão de destacar que não existe hierarquia entre os Poderes! Da mesma
forma, não há hierarquia nos Poderes Legislativo e Judiciário quando exercem suas
funções típicas (funções próprias, respectivamente, legislar e julgar conflitos com
definitividade). A hierarquia é inerente à Administração Pública, podendo se fazer
presente nos citados Poderes quando seus agentes estejam no exercício de função
administrativa. 
(PGE/PE/PROCURADOR/2009/CESPE) O poder disciplinar, que confere à
administração pública a tarefa de apurar a prática de infrações e de aplicar penalidades
aos servidores públicos, não tem aplicação no âmbito do Poder Judiciário e do MP,
por não haver hierarquia quanto ao exercício das funções institucionais de seus
membros e quanto ao aspecto funcional da relação de trabalho. (Gabarito: errada – o
poder disciplinar, que é decorrência do poder hierárquico, tem aplicação quando os
órgãos dos Poderes exercem função administrativa) 
De acordo com Hely Lopes Meirelles3, poder hierárquico é o “de que dispõe o Executivo para
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal”. 
Apesar de o autor referir-se a “Executivo”, peço para que você leia o conceito substituindo essa
expressão por “Administração Pública”, pois já vimos que todos os três Poderes exercem os
poderes administrativos. 
3 Direito Administrativo Brasileiro, pag. 121. 
 
 
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Para facilitar seu estudo, abaixo listarei condutas de agentes público que são exemplos de
manifestação do poder hierárquicos: 
• edição de atos normativos com efeitos apenas internos disciplinando a atuação dos
órgãos subordinados (atenção, pois esses atos não se confundem com os regulamentos,
uma vez que não obrigam estranhos à Administração Pública, mas apenas produzem
efeitos internos); 
(ESAF/PFN/1998) Não é atribuição da Administração Pública decorrente do poder
hierárquico: 
a) editar atos regulamentares b) aplicar sanções disciplinares 
c) avocar e/ou delegar atribuições d) controlar as atividades dos órgãos subordinados 
e) anular atos ilegais praticados por órgãos inferiores 
• dar ordens aos subordinados (só pode dar ordem quem está numa posição
hierarquicamente superior); 
(ADASA/ADVOGADO/2009/FUNIVERSA) Incluem-se entre os objetivos fundamentais
do poder hierárquico da Administração Pública a prerrogativa de ordenar, coordenar,
controlar e corrigir as atividades administrativas. (correta) 
(FCC/2010/AL-SP/Agente Técnico Legislativo Especializado) O Poder disciplinar
atribuído à Administração pública caracteriza-se como o poder conferido às autoridades
administrativas de dar ordens a seus subordinados e de controlar as atividades dos
órgãos inferiores. (errada) 
• poder de fiscalização das atividades desempenhadas pelos órgãos e agentes
subordinados; 
(CESPE/BACEN/1997) Do exercício do poder hierárquico decorrem as faculdades de
fiscalizar, rever, delegar, dar ordens e avocar. São características da fiscalização
hierárquica: a permanência e a automaticidade. (correta) 
• exercício da autotutela (poder de revisão), de ofício ou mediante provocação, por meio do
controle dos atos praticados pelos órgãos inferiores, anulando-os quando ilegais ou
revogando-os quando inconvenientes e/ou inoportunos. 
(ESAF/ANALISTA MPU/2004) No âmbito do poder hierárquico, insere-se a faculdade de
revogarem-se atos de órgãos inferiores, considerados inconvenientes, de ofício ou por
provocação. (correta) 
(PAPILOSCOPISTA POLICIAL/SECTEC/GO/2010/FUNIVERSA) Na administração
pública, uma autoridade pode controlar o mérito e a legalidade dos atos praticados por
seus subordinados. (correta) 
• aplicação de sanções nos casos de infrações funcionais (disciplinares); 
 
 
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(CESPE/PAPILOSCOPISTA PF/2000) No exercício do poder hierárquico, o superior, em
certas circunstâncias, pode tanto avocar a prática de determinado ato, quanto, ele
próprio, aplicar sanções punitivas a seus subordinados. (Gabarito: correta) 
• avocação e delegação de competências; 
(OAB/CESPE/2006.3) O poder de delegação e o de avocação decorrem do poder
hierárquico. (correta) 
, mas sim • exoneração de servidores (muito cuidado aqui, pois exoneração não é punição
ato decorrente de hierarquia). 
Por fim, não posso deixar de chamar sua atenção para que você não confunda subordinação
administrativa com vinculação administrativa. 
A vinculação administrativa, que será estuda oportunamente, é resultante da supervisão
ministerial desempenhada pela Administração Direta sobre os atos praticados pelas
pessoas administrativas integrantes da Administração Indireta. Tome-se como exemplo a
supervisão desempenhada pelo Ministério da Educação (órgão da União) sobre as
Universidades de ensino constituídas sob a forma de autarquias ou fundações (ambas
entidades da Administração Indireta). 
Já a subordinação administrativa está ligada ao poder hierárquico, mais especificamente
à desconcentração administrativa. 
Raciocine da seguinte forma: enquanto a subordinação administrativa vincula-se à
desconcentração (distribuição de competências para os órgãos integrantes de uma pessoa
jurídica) a vinculação administrativa associa-se à descentralização administrativa
(distribuição de competências entre pessoas diversas). 
(OAB/CESPE/2008.2) Uma autarquia ou uma empresa pública estadual está ligada a um
estado-membro por uma relação de subordinação decorrente da hierarquia. (errada) 
Seja nos estudos dos atos administrativos, dos poderes administrativos ou da Lei 9.784/99, lá
estão a avocação e a delegação sendo objeto de perguntas das bancas. 
Para resolver a grande maioria das questões será suficiente a leitura dos artigos 12 a 15 da
Lei 9.784/99. 
 
 
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- Delegação: 
Portanto, vamos estudar esses artigos, começando pelo art. 12, que é uma fonte de questões
de provas: 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. 
Para começar, a expressão “se não houver impedimento legal” demonstra que a regra em
nosso ordenamento jurídico é a possibilidade de delegação, independentemente de
autorização legal expressa. 
Portanto, o agente público poderá delegar sua competência, salvo nas hipóteses em que
a lei proíba. 
(CESPE/PAPILOSCOPISTA PF/1997) Mesmo em decorrência e no exercício do poder
hierárquico, o superior não pode delegar quaisquer atribuições a seus subordinados.
(Gabarito: correta) 
Mas a lei é clara ao preceituar que a delegação não pode ser total, mas somente parcial. 
Além disso, a delegação é ato discricionário, pois a norma faz referência à conveniência da
delegação. 
Agora o importantíssimo art. 13... 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Considerando-se que a regra é delegar, a lei traz as hipóteses em que será proibida a
delegação. Muito cuidado com duas pegadinhas de concurso público: 1ª) envolvendo o
inciso II: a banca pode substituir a expressão “recursos administrativos” por “impugnação
administrativa”. Se ela fizer isso aí muda de figura, pois as decisões de impugnação
administrativa podem ser objeto de delegação; 2ª) envolvendo o inciso III: a banca pode
substituir a palavra “exclusiva” por “privativa”. A competência privativa pode ser objeto de
delegação. 
 
 
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Exemplos de delegação estão no art. 84, parágrafo único, da CF, que prevê a possibilidade de
o Presidente da República delegar a competência para prover cargos públicos a Ministro de
Estado, Advogado Geral da União ou Procurador Geral da República. 
Inclusive, quanto a esse dispositivo constitucional, o STF decidiu que a competência para
prover cargos públicos (ex: nomeação) abrange também a para desprover (ex: demissão),
matéria inclusive objeto de questão de prova: 
(TCU/AUDITOR/2007/CESPE) Nos termos da lei federal que dispõe sobre o regime
jurídico dos servidores públicos civis da União, a conduta do administrador público no
sentido de fraudar a licitação e desviar dinheiro público sujeita-o à pena de demissão, a
ser aplicada pelo presidente da República, sendo pacífica a jurisprudência do STF no
sentido da indelegabilidade dessa atribuição. (errada) 
 
Quanto ao próximo artigo, em função de sua clareza, vou apenas transcrevê-lo, sendo
desnecessário fazer comentários: 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da
atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade

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