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Welbson do Vale Madeira Capitalismo Tardio e as veias abertas da Amazônia Brasileira

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Capitalismo Tardio e as veias abertas da Amazônia Brasileira
Welbson do Vale Madeira1
PALAVRAS-CHAVES: CAPITALISMO TARDIO; AMÉRICA LATINA; AMAZÔNIA 
BRASILEIRA
1 – INTRODUÇÃO
No ano de 1970, em um contexto histórico marcado por golpes militares e ditaduras 
sangrentas a serviço das grandes empresas transnacionais em vários países, Eduardo Galeano 
ousou publicar a hoje célebre obra “Las venas abiertas de América Latina”. De forma clara, 
para que muitos explorados e oprimidos pudessem ler o livro, mas, ao mesmo tempo, sem ser 
panfletário, o autor mostra de forma contundente como desde a chamada colonização as 
riquezas naturais da América e a exploração da sua força de trabalho têm favorecido a 
concentração interna de renda e a acumulação capitalista nos países centrais. Nas palavras do 
autor, “a história do subdesenvolvimento da América Latina integra (...) a história do 
desenvolvimento do capitalismo mundial” (GALEANO, 2004, p. 14)
Enquanto “ponto de apoio” do “desenvolvimento” capitalista a Amazônia Brasileira, 
espaço localizado no norte do Brasil, aparece em dois momentos na obra de Galeano (2004): 
por ocasião do chamado “Ciclo da Borracha”, da década de 1890 até o início da década de 
1920, e a partir da década de 1950 – quando o governo dos Estados Unidos e algumas grandes 
empresas deste país constataram a viabilidade econômica de explorar diversos recursos 
minerais (ferro, ouro, prata, manganês, bauxita, etc.) na parte oriental da Amazônia, e se 
articularam com as classes dominantes brasileiras e com o governo federal no sentido de 
implementar isso. Neste artigo discute-se este segundo momento.
Considera-se que a dinâmica da Amazônia neste segundo período mencionado é 
essencialmente um reflexo das novas características do Capitalismo no Brasil a partir da 
década de 1950, quando o Estado passou a cumprir novas funções em favor do capital. Este 
fato, por sua vez, é melhor compreendido a partir do referencial teórico da Economia Política 
Crítica. Em particular, entende-se que a intervenção do Estado na parte oriental da Amazônia 
representa uma boa ilustração de algumas idéias apresentadas em uma outra grande obra: O 
Capitalismo Tardio, de Ernest Mandel.
Desta forma, este texto está estruturado da seguinte forma: partindo de Galeano 
(2004), após esta introdução apresenta-se uma síntese do processo de “abertura das veias da 
Amazônia Brasileira”, desde o final do século XIX até o início da década de 1980; em seguida 
analisam-se as mencionadas novas características do capitalismo no Brasil a partir da década 
de 1950, ressaltando-se o caráter classista do Estado e suas formas de intervenção na 
economia, principalmente por meio do II Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico 
(1975 – 79); Na penúltima parte, busca-se entender melhor, porque o Estado no Brasil passou 
1 Professor e ex-chefe do Departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão/Brasil. 
a ter essas feições anteriormente descritas. Nessa perspectiva, resgatam-se idéias de Marx, 
Engels e de autores que dialogaram com os mesmos na perspectiva de analisar o Estado 
Capitalista. Por fim, são feitas as considerações finais acerca da atualidade das obras de 
Galeano (2004) e Mandel (1982) para entender as veias abertas da América Latina, e em 
particular da parte oriental da Amazônia Brasileira.
2 – O PROCESSO DE “ABERTURA DAS VEIAS” DA AMAZÔNIA 
BRASILEIRA
Do “período colonial” até a primeira metade do século XIX, na região amazônica 
foram desenvolvidas basicamente atividades ligadas ao extrativismo, com limitadas 
repercussões econômicas. Conforme Weinstein (1993, p.30) “a Amazônia continuou a ser, 
comercialmente, um lugar atrasado até o momento em que a inaudita demanda do mundo 
industrializado pela borracha bruta tornou lucrativa a extração em larga escala”. Como a 
região brasileira era rica na planta posteriormente denominada hevea brasiliensis, que 
proporcionava o látex, se consolidou como a maior produtora mundial desta matéria-prima até 
aproximadamente 1912. Por outro lado, como demonstra MARQUES (2007), durante quase 
todo o ciclo mais de 50% da renda interna da Amazônia foi transferida para outras regiões 
brasileiras ou para outros países.
A produção e a exportação da matéria-prima amazônica basearam-se em um sistema 
econômico e social relativamente complexo e com pouca circulação monetária em sua base, 
denominado “Sistema de Aviamento”, que envolvia o trabalhador direto na floresta e os 
vários intermediadores da exportação. Enquanto resultado imediato do ciclo da borracha 
verificou-se o enriquecimento e a extravagância de uma elite na região norte brasileira, 
paralelamente ao máximo da degradação humana de centenas de milhares de trabalhadores2. 
Por outro lado, este ciclo também se constituiu enquanto saída emergencial para praticamente 
viabilizar o início da indústria automobilística mundial (FURTADO, 1991; WEINSTEIN, 
1993; GALEANO, 2004).
Em 1913 teve início a decadência da produção da borracha na Amazônia e nos 
últimos anos da década de 1920 esta atividade experimentou um último suspiro a partir dos 
devaneios de Henry Ford, que tentou construir no meio da selva a sua “ Fordlândia” – para 
viabilizar a oferta de látex para as suas fábricas. Todavia, falhas no planejamento e, 
principalmente, o nível de exploração e opressão dos trabalhadores, acabaram por frustrar os 
objetivos do capitalista estadunidense (GRANDIN, 2010). Deste período até a década de 1950 
a Amazônia Brasileira passou por um processo de involução econômica.
O segundo momento histórico importante da Amazônia teve início na segunda 
metade da década de 1950, quando aumentaram os investimentos e o fluxo migratório para 
região e foram iniciadas pesquisas para verificar a viabilidade econômica da exploração de 
recursos naturais. Esses elementos se constituem em marcos da nova expansão da fronteira 
econômica da Amazônia, pois foram determinantes para a incorporação de novos territórios e 
da própria região “às estruturas produtivas e ao mercado global” (REGO, 2002; CASTRO, 
2007; BECKER, 2007; SILVEIRA, 1993). Relacionando-se a isso, passaram a ser tomadas 
várias iniciativas políticas por parte do governo federal e dos governos locais.
Em 1950 o Banco de Crédito da Borracha foi transformado em Banco de 
Desenvolvimento da Amazônia, e em 1953 foi criada a Superintendência do Plano de 
Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). Após o golpe militar de 1964 aumentou 
ainda mais o nível de intervenção estatal na região amazônica.
2 Conforme Galeano (2004), de forma paralela a um regime análogo à escravidão, os “barões da borracha” 
mantiveram um padrão de consumo semelhante aos ricos dos países centrais e tiveram um notável desprezo pela 
cultura e pela gente local.
Em 1966 foi criada a “Operação Amazônia”, com o objetivo declarado de 
modernizar a economia regional e implantar grandes projetos que contribuíssem para o 
processo de substituição de importações. Como desdobramentos da Operação, foram 
estabelecidos incentivos fiscais e tributários, abertura de linhas de crédito e projetos de 
melhoria de infra-estrutura. A SPVEA foi transformada em Superintendência do 
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), estabeleceu-se o Fundo de Investimentos Privados 
no Desenvolvimento da Amazônia (FIDAM) e reorganizou-se o Banco da Amazônia. Esse 
processo se constituiu no marco da expansão do grande capital na Amazônia (SILVEIRA, 
1993; REGO, 2002; MARQUES, 2007).
Em 1967 foram feitas descobertas de grandes reservas de minérios na parte oriental 
da Amazônia, em especialna localidade Serra dos Carajás3, no Estado do Pará, e foi 
estabelecido um primeiro Plano de Desenvolvimento da Amazônia (1967 – 1971). No início 
da década de 1970 foi estabelecido o I Plano de Desenvolvimento da Amazônia (I PDA - 
1972 – 1974) e a partir de políticas estabelecidas no II Plano Nacional de Desenvolvimento 
(II PND – 1975 - 1979) posteriormente foram criados o II PDA (1975 – 1979) e o Programa 
de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia (POLAMAZÔNIA). 
 De acordo com as avaliações oficiais a parte oriental da Amazônia teria sete núcleos 
com “vocação econômica industrial”, em função de suas disponibilidades de recursos 
minerais estratégicos, facilidades para os transportes ferroviário, hidroviário e rodoviário e 
produção de energia elétrica com baixo custo. Desta forma, o II PND estabeleceu o 
aproveitamento destas ditas “Vantagens Comparativas”, inclusive na perspectiva contribuir 
para superávits na balança comercial brasileira, e indicou que fosse construído um complexo 
minero-metalúrgico para o minério de ferro e a siderurgia, compreendendo o esquema 
integrado Carajás, no Estado do Pará, ao Porto de Itaqui, no Estado do Maranhão. Foi 
instituído, portanto, o Programa Grande Carajás (PGC) por meio do Decreto-Lei 1.813, de 
24/11/1980, abarcando partes dos Estados do Pará, Tocantins e Maranhão (SUDAM, 1976; 
BRASIL, 1981; FEITOSA, 1998; JICA, 1985; CASTRO e SOUZA, 1985).
Por outro lado, a partir do final da década de 1970 verificou-se uma reestruturação 
em termos espaciais da indústria de alumínio em âmbito mundial4, e como conseqüência as 
grandes empresas reduziram suas produções nos E.U.A. e Europa e inauguraram plantas 
industriais nos países periféricos. Incorporando-se aos PDA e ao PGC, na parte oriental da 
Amazônia Brasileira foram instalados os empreendimentos MRN – Mineração Rio do Norte, 
para a produção de bauxita em Oriximiná (PA), ALUNORTE - A Alumina do Norte do Brasil 
S.A., em Barcarena (PA); ALBRAS - Alumínio Brasileiro S.A., na cidade de Barcarena (PA), 
e em São Luís o Consórcio de Alumínio do Maranhão (ALUMAR), do grupo estadunidense 
Aluminium Company of América (Alcoa).
Todos os grandes projetos da indústria de alumínio na Amazônia nasceram 
subordinados às grandes corporações transnacionais do setor5, e para produzirem de forma 
lucrativa necessitaram de subsídios. E de fato, receberam amplo apoio do governo federal e 
dos governos estaduais e municipais, e foram beneficiados através de energia barata, cessão 
de terras públicas, autorização para coleta praticamente ilimitada de água e auto-
monitoramento de suas poluições (MOREIRA, 1989; BECKER, 2009).
3 Em 1970 foi formada uma joint venture entre a então empresa estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e 
a estadunidense US Steel, para exploração e exportação dos minerais.
4 Segundo Lima e Mota (2009) dada a sua complexidade e os altos custos envolvidos, a produção industrial de 
alumínio somente se tornou viável economicamente no século XX, através de grandes corporações 
transnacionais capazes de obter economias de escala e de escopo, e que formam um cartel em âmbito mundial. 
5 Já em 1974 a CVRD estabeleceu acordos com grupos japoneses para a produção de alumina na Amazônia. 
Como resultado verificou-se a participação do governo do Japão e de um consórcio formado por 33 empresas 
japonesas, denominado Nippon Amazon Aluminiun Corporation (NAAC), na Albrás e na Alunorte. 
(MONTEIRO & MONTEIRO, 2009, p. 17-18)
 Há uma interpretação majoritária de que em geral os custos econômicos e sociais 
das políticas dos governos brasileiros para a Amazônia Oriental foram maiores que os 
benefícios. Na verdade praticamente foram estabelecidas “Economias de Enclaves” na região, 
que permanece subdesenvolvida e periférica (SILVEIRA, 1993; ALMEIDA, 1995; 
MONTEIRO, 2004).
Na medida em que os elementos elencados deixam claro o papel do Estado no 
“sangramento das veias da Amazônia brasileira”, há necessidade de se refletir sobre o seu 
caráter classista, bem como sobre suas particularidades no Brasil. Fazemos isso a seguir. 
3 – DINÂMICA CAPITALISTA NO BRASIL E O “PAPEL” DA AMAZÔNIA
 Diversos autores, como por exemplo Furtado (1975), Tavares (1977), Afonso e 
Souza (1977), Mantega e Moraes (1979) e Dreiffus (1981) entendem que na segunda metade 
da década de 1950 começou uma nova fase nas relações capitalistas no Brasil, marcada pela 
disputa de vários setores da economia deste país por oligopólios mundiais e pela atuação 
conjunta destes com grandes empresas brasileiras e com o Estado, formando o chamado “tripé 
econômico”.
Certamente se relacionando ao aumento de empresas estrangeiras no Brasil a partir 
da década de 1950, verificou-se o início da hegemonia de pessoas ligadas às mesmas nas 
direções da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e da Confederação 
Nacional das Indústrias (CNI) e a criação do Conselho das Classes Produtoras (CONCLAP), 
em 1955. Além disso, conforme Dreiffus (1981), foram criadas duas das entidades da “elite 
orgânica” no Brasil: O Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), e o Instituto de 
Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES). A terceira entidade da “elite orgânica”, na opinião do 
autor, foi a Escola Superior de Guerra (ESG), fundada em 1948, e que até 1960 teve a 
presença de oficiais do exército dos E.U.A. em sua direção. Todos estes fatos, por sua vez, se 
refletiram na ocupação de diversos cargos no governo federal por pessoas ligadas às grandes 
empresas e suas associações classistas a partir desta fase.
O IPES reuniu em seus quadros um conjunto de pessoas ligadas às grandes empresas, 
que passaram a assumir alguns dos cargos mais estratégicos em praticamente todos os 
governos após o golpe de 1964. Além de terem elaborado as linhas gerais das políticas que 
foram adotadas pelo primeiro governo pós-golpe, membros do IPES ou seus aliados 
ocuparam os Ministérios do Planejamento, da Fazenda, das Relações Exteriores, da Educação 
e da Saúde, a maior parte da diretoria do Banco Central, do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico (BNDE), da Agência Especial de Financiamento Industrial 
(FINAME), do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal (CEF), do Instituto Brasileiro 
de Reforma Agrária e da Superintendência Nacional de Abastecimento (SUNAB). Também 
foram majoritários no Conselho Nacional de Economia, posteriormente transformado em 
Conselho Monetário Nacional (DREIFFUS, 1981).
A “conquista do Estado” por grandes grupos capitalistas evidentemente teve 
conseqüências em termos das políticas econômicas que passaram a ser adotadas. Um dos 
primeiros elementos neste sentido foi a Instrução 113/55, da Superintendência da Moeda e do 
Crédito (SUMOC), através da qual as empresas estrangeiras puderam importar máquinas e 
equipamentos (em alguns casos obsoletos em seus países de origem) pagando taxas de 
importação 45% menores do que as pagas por empresas brasileiras. Esse mecanismo foi 
fundamental para o Brasil receber um grande volume de investimentos externos diretos no 
período de 1955 a 1962 (BANDEIRA, 1975; DREIFFUS, 1981). 
Após o golpe de 1964 aumentaram os incentivos fiscais e creditícios para entrada do 
capital estrangeiro, e com a Lei 4.390/64 a remessa de lucros com base em reinvestimentos 
aumentou de 10% para 12%. Com todo esse processo houve aquisição em massa de várias 
empresas brasileiras por corporações transnacionais, o que levou uma Comissão Parlamentar 
de Inquérito em 1966 a concluir que havia “(...) rápido processo de desnacionalização, 
entendido esse não apenas como aquisição de empresas nacionais por estrangeiras, como 
tambémo controle de importantes setores da economia brasileira pelos capitalistas do 
exterior” (BANDEIRA, 1975, p. 107) 6. Além disso, a partir da segunda metade da década de 
1960 várias empresas estrangeiras passaram a atuar no Brasil sob a forma de joint-ventures 
com o Estado, o que lhes possibilitou captar recursos públicos e diminuir riscos em 
empreendimentos que demandavam altos volumes de capital.
Marini (2000, p.19) avalia que em troca de capitais estrangeiros considerados 
necessários, a burguesia brasileira “deu ampla liberdade de ingresso e de ação” aos grupos 
estrangeiros, “renunciando, portanto, à política nacionalista que havia se esboçado com 
Getúlio Vargas”. Cardoso (1977) identifica alianças entre frações da burguesia brasileira, 
envolvendo “os interesses do setor internacionalizado da burguesia e das burocracias públicas 
e de empresas estatais” aos quais se juntaram os burgueses ligados às empresas nacionais. 
Evans (1982) também avalia que os representantes do capital estrangeiro se incorporaram de 
forma definitiva à ordem econômica, política e social do Brasil após o golpe de 1964, sendo o 
“tripé econômico” a manifestação da aliança entre frações da burguesia, o que denominou de 
“tríplice aliança”. 
Um dos elementos mais marcantes da intervenção estatal na economia brasileira 
durante a ditadura militar, com repercussões na Amazônia, foi o II Plano Nacional de 
Desenvolvimento (II PND – 1975 – 1979).
Na opinião de Castro e Souza (1985) o II PND fez o Brasil andar em “marcha 
forçada” na segunda metade da década de 1970. De fato, com o aprofundamento da crise 
capitalista mundial foi ficando cada vez mais claro ser impossível manter os níveis de 
crescimento econômico do período do chamado “Milagre Econômico Brasileiro” (1968 – 
1973). Ou seja, para que o “carro” continuasse “andando” era preciso “forçar a marcha”, ou 
melhor: era necessária uma “força extra, e isso se concretizou exatamente por meio do 
aumento das intervenções estatais. Entretanto, o real significado do II PND é um pouco mais 
complexo.
Por um lado o Plano envolveu interesses de grupos que buscavam se legitimar 
politicamente no contexto da ditadura militar, para os quais era importante que a economia 
continuasse em crescimento. Dessa forma, o II PND foi anunciado pelo governo enquanto 
uma possibilidade doBrasil “nadar contra a corrente” da economia mundial, na medida em 
que a maior parte dos países já estava sofrendo as conseqüências do ciclo recessivo. Uma das 
estratégias neste sentido foi aumentar os investimentos estatais, na perspectiva de compensar 
o declínio dos investimentos privados. Outro ponto central foi abrir ainda mais a economia 
brasileira para o capital estrangeiro, e atraí-lo para associações com as empresas estatais, que 
ficaram com a incumbência de captar recursos no exterior (FURTADO, 1982; GREMAUD, 
1999; BAER, 1988; GOLDENSTEIN, 1994; REICHSTUL e COUTINHO, 1993; CASTRO e 
SOUZA, 1985).
As estratégias de financiamento do II PND, todavia, acabaram por colocar o Brasil 
em uma armadilha. Com o agravamento da crise capitalista mundial a partir do final da 
década de 1970, manifestado, entre outras coisas através do aumento das taxas de juros de 
títulos públicos dos governos dos E.U.A. e da Inglaterra, houve um aumento dramático da 
dívida externa brasileira, e o governo passou a enfatizar mais a necessidade dos projetos 
vinculados ao Plano favorecerem a resolução deste novo problema. De acordo com Castro e 
Souza (1985, p. 55) na opinião do então Ministro da Fazenda, Delfin Neto, por exemplo, o 
6 Relacionado a este último aspecto, segundo Bandeira (1975), também aumentaram as compras de terras no 
Brasil por empresas estrangeiras, principalmente após a descoberta de minerais na região amazônica com base 
em estudos feitos pela Força Aérea dos Estados Unidos.
Programa Grande Carajás deveria ser uma prioridade nacional, e a partir de suas exportações 
“a ele caberia equacionar o problema da dívida externa”. 
Por outro lado o “problema da dívida externa” e a necessidade de legitimação 
política de grupos locais, com as suas conseqüentes estratégias, não são suficientes para 
explicar a maior abertura da economia brasileira. Na verdade, as tomadas de empréstimos 
pelo governo federal, as captações de recursos no exterior através das empresas estatais, assim 
como o aumento das benesses às empresas estrangeiras, decorrem essencialmente do próprio 
caráter do Estado no Capitalismo. Na seção seguinte problematizamos um pouco mais isso do 
ponto de vista teórico.
4 – ESTADO CAPITALISTA E INTERVENÇÃO ESTATAL 
Em “O Manifesto Comunista” (1848), Marx e Engels enfatizaram a importância da 
luta de classes ao longo de toda a história da humanidade, a tendência à mundialização do 
capital e que “o poder executivo do Estado moderno não passa de um comitê para gerenciar 
os assuntos comuns de toda a burguesia” (MARX e ENGELS, 1996, p.12). A maneira 
contundente como a idéia foi exposta contribuiu para que alguns críticos avaliassem que Marx 
e Engels negligenciaram a complexidade do Estado no capitalismo. Todavia, essa questão foi 
tratada de forma menos simplificada em outras obras dos próprios autores e de outros que se 
referenciaram na Economia Política Crítica.
Antes mesmo do “Manifesto”, por exemplo, Marx e Engels já admitiam que: 
Como o Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer 
seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma época, segue-se que 
todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma 
política. Daí a ilusão de que a lei se baseia na vontade e, mais ainda, na vontade destacada de 
sua base real – na vontade livre (MARX E ENGELS, 1986, p. 98)
Além disso, tomando como base empírica de análise a ascensão ao governo de Luis 
Bonaparte na França, no início da década de 1850, Marx (1978) ressalta as tensões 
institucionais e deixa clara a importância de considerar os conflitos e alianças entre frações 
das classes dominantes na disputa pelo Estado.
As idéias centrais de Marx e Engels foram expressas em outras obras suas, e também 
foram compartilhadas posteriormente por vários autores, que em muitos casos tentaram 
contextualizá-las dentro do capitalismo contemporâneo. Poulantzas (1978), por exemplo, 
admite as características centrais do capitalismo contemporâneo, na forma expressa por Lênin 
(1987), e ao mesmo tempo ressalta que o Estado não é um simples aparelho da fração 
monopolista do capital, mas sim que o mesmo tem algumas ações relativamente autonômas na 
perspectiva de conciliar interesses de diferentes frações da burguesia.
 Enquanto isso, propondo-se a contribuir para o entendimento da dinâmica do 
capitalismo Pós-Segunda Guerra Mundial a partir das formulações de Marx, Mandel (1982) 
entende que o Estado funciona como uma espécie de “capitalista total ideal”, cujas decisões 
têm conseqüências sobre os interesses de diferentes frações do capital – o que leva às 
intervenções políticas dos grupos organizados de capitalistas dentro das instituições. A partir 
desse entendimento critica Poulantzas (1978) por este supostamente ter supervalorizado as 
funções políticas do Estado, e salienta que “a autonomia do poder do Estado na sociedade 
burguesa é decorrência da predominância da propriedade privada e da concorrência 
capitalista. Mas essa mesma predominância impede que essa autonomização deixe de ser 
relativa” (MANDEL, 1982, p. 337).
Segundo Mandel (1982), a redução do tempo de rotação do capital fixo, a aceleração 
da inovação tecnológica e o aumento dos custos dos principais projetos deacumulação de 
capital têm por conseqüência “aumentar não só o planejamento econômico do Estado, como 
também a aumentar a socialização estatal dos custos (riscos) e perdas em um número 
constantemente crescente de processos produtivos” inclusive “grandes projetos industriais” 
caracterizando o que denomina de “fase do capitalismo tardio” (MANDEL, 1982, p. 339). 
Considera-se que as teses centrais de Mandel (1982) são pertinentes e de fato 
compatíveis com as concepções de Marx e Engels acerca do Estado Capitalista. Por outro 
lado, podem ser complementadas por elaborações de alguns outros autores, na perspectiva de 
favorecer o entendimento das razões da maior “abertura das veias da Amazônia Brasileira” a 
partir da segunda metade da década de 1950.
As formulações de Mathias e Salama (1983), por exemplo, são compatíveis com as 
de Mandel (1982), e nelas há um destaque para a relação orgânica entre acumulação de capital 
e Estado. Para estes autores a intervenção estatal é determinada a partir da lei da queda 
tendencial da taxa de lucro, do diferencial das taxas de lucro e do nível atingido pelas forças 
produtivas. Destacam que a intervenção no setor produtivo dos países “subdesenvolvidos” em 
geral é mais importante do que a existente nos mais “desenvolvidos”, pois naqueles o modo 
de produção foi trazido do exterior e “resulta dessa particularidade que a difusão das relações 
mercantis é incompleta e específica” (MATHIAS e SALAMA, 1983, p. 29)
Fernandes (1977) também destaca as particularidades do capitalismo na América 
Latina, e entende que as classes dominantes desta região são obrigadas a dividir o excedente 
com segmentos burgueses dos países centrais. Avalia que se consolidou um padrão de 
acumulação de capital associado e com relações de dependência (econômica, política e 
cultural) que tenderiam a ser redefinidas historicamente, mas manteriam a sua essência. Como 
resultado, haveria nos países da América Latina uma dependência em relação aos dinamismos 
externos e uma permanente desnacionalização do crescimento e do desenvolvimento, com as 
classes dominantes só se propondo a resolver os “problemas nacionais” que se relacionassem 
“com seus próprios interesses de classes” (FERNANDES, 1977, p. 212).
Com base em Mandel (1982), Mathias e Salama (1983) e Fernandes (1977), conclui-
se que o permanente escoamento de riquezas da Amazônia Brasileira para outras regiões e, 
principalmente para o exterior, decorre da dinâmica geral do capitalismo. Em última instância, 
na verdade, representa um dos fatores de contratendência de queda da taxa de lucro (MARX, 
1986). Por outro lado, como ressaltam Mathias e Salama (1983) e Fernandes (1977), a 
intervenção estatal na América Latina tende a ser no sentido de conciliar interesses de frações 
locais da burguesia com setores burgueses dos países centrais.
Desta forma, e por fim, consideram-se relevantes as elaborações de Gramsci. De 
acordo com este o autor:
Todo grupo social, nascendo no terreno originário de uma função essencial no 
mundo da produção econômica, cria para si, ao mesmo tempo, organicamente, uma ou mais 
camada de intelectuais que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não 
apenas no campo econômico, mas também no social e político: o empresário capitalista cria 
consigo o técnico da indústria, o cientista da economia política, o organizador de uma nova 
cultura, de um novo direito, etc. (GRAMSCI, 2001, p. 15)
Com base em Gramsci (2001), Dreiffus (1986) apresenta o conceito de “elite 
orgânica”, que seria constituída por “agentes coletivos político-ideológicos especializados no 
planejamento estratégico e na implementação da ação política de classe, através de cuja ação 
se exerce o poder de classe” (DREIFFUS, 1981, p. 24). Esse agrupamento teria a função 
principal de coordenar a defesa dos interesses gerais da burguesia, mediando os conflitos 
entre as diversas frações e fazendo com que os interesses dessa classe parecessem ser de toda 
a sociedade. E de fato, a “conquista do Estado” (Dreiffus, 1981) pelas organizações 
capitalistas ligadas ao capital estrangeiro a partir da década de 1950 se constituiu no fator 
decisivo para o nível e a forma de intervenção estatal na Amazônia.
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora esteja completando 40 anos em 2010, “Las venas abiertas de América 
Latina”, permanece enquanto obra de referência para conhecer o histórico processo de 
escoamento de riquezas da nossa região em favor de grandes grupos capitalistas da Europa, 
Japão e E.U.A. Por outro lado, obviamente, também são necessários outros estudos para 
melhor entender este processo. Entende-se que a Economia Política Crítica oferece as análises 
fundamentais neste sentido.
Além da atualidade das formulações de Marx, considera-se que as análises de 
Mandel (1982) são fundamentais para entender o capitalismo contemporâneo, principalmente 
em função de suas crises a partir do final da década de 1970. Desta forma, pode-se afirmar 
que a intervenção relacionada aos “Grandes Projetos” na parte oriental da Amazônia 
Brasileira, aumentando a “abertura de suas veias”, é essencialmente uma manifestação do 
Estado na fase do Capitalismo Tardio.
6 – REFERÊNCIAS
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