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Resumo constitucional

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1­ ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL:
O estudo do direito constitucional é proposto, interpretado e sistematizado nos 
princípios e normas fundamentais do Estado. É um ramo do Direito Público.
* Refere­se:
­ à organização do Estado; 
­ ao funcionamento;
­ articulação dos seus elementos;
­ ao estabelecimento das bases da estrutura política. 
* Objetiva: 
­ estrutura do Estado;
­ forma de governo;
­ modo de aquisição e exercício do poder;
­ estabelecimento de seus órgãos;
­ limites de sua atuação;
­ direitos fundamentais do homem e respectivas garantias;
­ regras básicas da ordem econômica e social.
2­ CONTEÚDO CIENTÍFICO/DISCIPLINAS:
D.  Const.  Comparado:  estuda  as  diferenças  e  as  semelhanças  entre  os 
ordenamentos jurídicos de diferentes Estados (CF’s diversos). 
Exemplo: Brasil x Argentina 
D.  Const.  Geral:  é  uma  disciplina  que  se  dedica  à  análise  dos  conceitos 
jurídicos  fundamentais  que  são  comuns  aos  diferentes  sistemas  jurídicos  ou 
ramos  do  direito.  Isto  é,  ela  busca  estudar  o  ordenamento  jurídico  em  sua 
totalidade,  a  partir  da  observação  dos  vários  sistemas  jurídicos,  definindo, 
assim, os grandes eixos de construção e aplicação do direito. 
D.  Const.  Positivo:  estuda  os  princípios  e  normas  de  uma  determinada  e 
vigente Constituição, de um determinado Estado. Está constitucionalizado, em 
forma de lei; parte do que está escrito.
D. Const. Internacional: asilo político (proteção ao estrangeiro contra ameaças 
políticas, raciais e sociais). Constituição de outro país.
D. Const. Comunitário: 
3­ CONCEPÇÕES SOBRE AS CONSTITUIÇÕES:
SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO:
Sentido  Jurídico:  É  o  conjunto  de  normas  essências  que  disciplinam  a 
organização do Estado e dá fundamento de validade à suas leis. Norma pura;
Sentido Político: Com a decisão política fundamental, que trata da participação 
do povo no governo, da estrutura e órgãos do Estado, dos seus poderes e dos 
direitos e garantias individuais, dentre outras questões de alta relevância;
Sentido Sociológico: A constituição corresponde ao somatório dos fatores reais 
de poder que vigoram em um país e impõem a forma e o conteúdo da mesma.
CONEXÃO DE SENTIDO:
A Constituição tem:
Como FORMA: um complexo de normas;
Como CONTEÚDO: a conduta humana motivada pelas relações sociais;
Como  FIM:  a  realização  dos  valores  que  apontam  para  o  existir  da 
comunidade; 
Como CAUSA CRIADORA E RECRIADORA: o poder que emana do povo.
4­ CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES:
Quanto ao conteúdo: 
a) Material:  é  a  constituição  de  sentido  amplo,  que  se  identifica  com  a 
organização total do Estado, com regime político. E também constituição 
de  sentido  estrito  que  designa  as  normas  constitucionais  escritas  ou 
costumeiras,  inseridas  ou  não  num  documento  escrito,  que  regulam  a 
estrutura  do  Estado,  a  organização  de  seus  órgãos  e  os  direitos 
fundamentais. 
b) Formal: é a constituição que mostra o existir do Estado, sob forma 
escrita,  é  um  documento  estabelecido  por  um  órgão  constituinte, 
modificada  somente  por  processos  e  formalidades  nela 
estabelecidos. 
Quanto à forma: 
a) Escrita: codificada e sistematizada num texto único. É o mais alto 
estatuto jurídico de determinada comunidade.
b) Não  Escrita:  é  a  constituição  que  possui  normas  não  escritas  em  um 
determinado papel solene, baseada em costumes.
Quanto ao modo de elaboração: 
a) Dogmática:  é  a  constituição  sempre  escrita,  elaborada  por  um 
órgão constituinte, sistematiza os dogmas ou  ideias  fundamentais 
da teoria política e do Direito dominantes no momento. 
b) Histórica:  é  a  constituição  não  escrita,  que  caminha  junto  com  a 
formação histórica, com o evoluir das tradições.
Quanto à origem: 
a) Promulgadas/democráticas/populares: Deriva de um trabalho de uma 
assembléia Nacional Constituinte que é composta de representantes do 
povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração.
C.F.B: 1891,1934,1946,1988
b) Outorgadas:  é  a  constituição  elaborada  e  estabelecida  sem  a 
participação do povo e sim por governantes (reis, imperador, presidente, 
ditador, junta governativa). C.F.B: 1824,1937,1967,1969
c) Cesarista:  constituição  não  democrática  e  parecida  com  a  outorgada, 
pois o plebiscito popular é  formado pelo  Imperador ou Ditador, onde a 
suas vontades são feitas. 
Quanto à estabilidade:
a) Rígida:  é  a  constituição  que  somente  pode  ser  alterada mediante 
processos, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e 
mais  difíceis  que  os  de  formação  das  leis  ordinárias  ou 
complementares.  Permite  emendas,  reformas  e  revisões, 
adaptando­se  as  normas  constitucionais  às  novas  necessidades 
sociais.
b) Flexível:  é  a  constituição  que  pode  ser  livremente  modificada  pelo 
legislador 
c) Semirrígida:  é  a  constituição  que  contém  uma  parte  rígida  e  outra 
flexível. 
Quanto à extensão:
           a) Analítica:  é  a  constituição que  examina  e  regulamenta  todos os 
assuntos  que  entenda  relevantes  à  formação,  destinação  e 
funcionamento do Estado.
      b) Sintética: é a constituição que prevê somente os princípios e as normas 
gerais de regência do Estado.
Quanto à finalidade: 
           a) Dirigente/Programática: é a constituição que além de estruturar e 
delimitar  o  poder  do  Estado,  prevê  um  plano  de  metas  e  programas  a 
serem  atingidos  pelo  Estado.  É  recheado  de  normas  programáticas, 
carecendo  da  atuação  do  legislador  para  torná­la  efetiva,  o  que,  para 
muitos,  é  temeroso. A  título  de  exemplo,  a Constituição  de  1988,  que  é 
dirigente,  possui  diversos  dispositivos  programáticos,  sendo  o  mais 
emblemático  o  art.  3  onde  prevê  desenvolvimento  nacional,  diminuição 
das desigualdades sociais, dentre outras previsões.
     b) Garantia: é a constituição que tem por fim a limitação do poder estatal. É 
a  chamada Constituição  negativa,  porque estabelece  limites  sobre  a  atuação 
do Estado na vida do cidadão, um non facere. Ex: Constituição dos E.U.A.
.  
          c)  Balanço:  é  a  constituição  que  registra  o  estágio  onde  se  encontra  as 
relações  de  poder  no  Estado.  A  constituição  registra  a  ordem  política 
econômica  e  social  existente,  refletindo  a  luta  de  classes  no  Estado.  A 
Constituição  soviética  adotava  este  modelo,  a  cada  novo  estágio  rumo  a 
construção do comunismo, uma nova Constituição era promulgada, por  isso a 
URSS possuiu Constituições em 1924, 1936, 1977. 
Quanto à ideologia:
      a) Eclética: é a constituição que abre espaço a mais de uma ideologia. 
A  Constituição  do  Brasil,  por  exemplo,  ao  mesmo  tempo  em  que 
reconhece  a  propriedade  privada  exige  que  ela  cumpra  uma  função 
social. 
          b)  Ortodoxa:  Segue  apenas  uma  ideologia,  seja  esta  de  um  grupo 
organizado, ou simplesmente de um indivíduo.
Quanto à essência:
          a)  Normativa:  é  a  constituição  que  regula  a  vida  política,  tem 
consonância com a  realidade social,  é nominativa, visa, mas não  regula 
descompasso com realidade.
      b) Semânticas: é a constituição que não limita o poder, formaliza e mantém 
o poder político.
Quanto à mutabilidade:
     a) Imutável ou inalterável: é a constituição que não admite alteração no seu 
conteúdo após a sua promulgação. Totalmente inflexível.
     b) Parcialmente imutável: é a constituição que não permite a alteração 
de uma parte de seus dispositivos, denominados cláusulas pétreas. Estas 
cláusulas não serão objeto de abolição. A atual Constituição Federal do 
Brasil, de 1988, em seu art. 60, §4°, relaciona as suas cláusulas pétreas:
§ 4º  ­ Não será objeto dedeliberação a proposta de emenda  tendente a 
abolir:
I ­ a forma federativa de Estado;
II ­ o voto direto, secreto, universal e periódico;
III ­ a separação dos Poderes;
IV ­ os direitos e garantias individuais.
5­ ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO: 
 
Estrutura­se em:
Elementos orgânicos: regulam a estrutura do Estado e do poder
Ex: Título III (Da Organização do Estado),  IV (Da Organização dos Poderes e 
do Sistema de Governo).
Elementos  limitativos: manifestam  nas  normas  que  consubstanciam  o  elenco 
dos  direitos  e  garantias  fundamentais:  direitos  individuais  e  suas  garantias, 
direitos de nacionalidade e direitos políticos e democráticos, limitam a ação dos 
poderes estatais.
Ex: Título II (Direitos e Garantias Fundamentais).
Elementos  sócio­ideológicos:  revelam  o  caráter  de  compromisso  das 
constituições  modernas  entre  o  Estado  individualista  e  o  Estado  Social, 
intervencionista. Direitos sociais.
Ex: Capítulo II do Título II (Direitos Sociais), Título VII (Da Ordem Econômica e 
Financeira) e Título VIII (Da Ordem Social).
Elementos  de  estabilização  constitucional:  presta  a  fazer  valer  o  que  está 
escrito na constituição.
Ex: art.102, capítulo I, alínea a) 
Art. 34 a 36
Art. 59, capítulo I
Art. 60, 102 e 103
Título V, capítulo I
Elementos formais de aplicabilidade (eficácia): estatuam as regras de aplicação 
das constituições, o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação e as 
disposições constitucionais transitórias.
Ex: Capítulo 1º do art. 5º
6­ RELAÇÕES DO DIREITO COM OUTRAS CIÊNCIAS: 
Ciência Política: é a ciência de organização jurídica do poder.
Economia: condiciona o êxito das formas de governo.
História: como se formam as leis com base nos contextos históricos.
Filosofia: informa sobre os valores que inspiram as organizações políticas.
Sociologia:  mostra  a  inter­relação  dos  fenômenos  sociais,  entre  os  quais 
podemos citar os jurídicos e o político.
Teoria do Estado: fornece subsídios seguros sobre problemas capitais como o 
do reflexo dos ideais políticos sobre o funcionamento dos regimes de governo.
Antropologia: analisar os atos, contextualizar, percepções.
Biologia: para compreender as pautas biológicas (o que é dia? Quando começa 
a vida? (direito à vida)). 
Medicina:  acompanhar  as  inovações  medicinais.  Ex:  mudança  de  sexo  era 
proibida, mas nos dias atuais é possível conforme as leis.
Física: a constituição diz sobre as ‘’uniões’’, jazidas, questões nucleares.
Educação:  dever  do  Estado,  direito  de  todos,  obrigação  da  família/  direito 
ambiental.
Religião: influências da igreja, liberdade religiosa, respeito aos ateus e também 
a  quem  não  é  cristão,  ensino  religioso  facultativo  nas  entidades  públicas.  O 
governo não pode ter vínculo religioso, mas também não pode proibir. 
7­ SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO:
A rigidez constitucional tem uma maior dificuldade para modificar­se do que as 
possíveis  alterações  das  normas  jurídicas  da  ordenação  estatal,  ou  seja,  a 
Constituição em si, é um ordenamento maior, de dificultosa modificação, já as 
leis/decretos,  sendo  assim  um  ordenamento  inferior,  possui  uma  maneira 
menos difícil e são subordinados à Constituição, pois a mesma está no  topo, 
em razão de trazer consigo as normas fundamentais de Estado, a estrutura do 
mesmo  e  a  organização  de  seus  órgãos,  sendo  assim,  a  lei  suprema  do 
Estado. 
O governo Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal,  são  limitados e 
submissos à Constituição Federal, exercem suas funções de acordo com o que 
está previsto e estabelecido na mesma. 
8­ PODER CONSTITUINTE: 
É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e 
juridicamente organizado. Sendo assim, a vontade do povo expressa por meio 
de seus representantes.
1­ PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: 
O Poder Constituinte originário estabelece a Constituição de um novo Estado, 
organizando­o e criando os poderes destinados a reger os  interesses de uma 
comunidade. Tanto haverá Poder Constituinte no surgimento de uma primeira 
Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior. 
A  ideia  da  existência  de  um  Poder  Constituinte  é  o  suporte  lógico  de  uma 
Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico e que, em regra, não 
poderá  ser  modificada  pelos  poderes  constituídos.  É,  pois,  esse  Poder 
Constituinte, distinto, anterior e  fonte da autoridade dos poderes constituídos, 
com eles não se confundindo.
O  Poder  Constituinte  caracteriza­se  por  ser  inicial,  ilimitado,  autônomo  e 
incondicionado:
­ Inicial, pois sua obra ­ a Constituição ­ é a base da ordem jurídica;
­  Ilimitado  e  autônomo,  pois  não  está  de  modo  algum  limitado  pelo  direito 
anterior,  não  tendo  que  respeitar  os  limites  postos  pelo  direito  positivo 
antecessor;
­  Incondicionado,  pois  não  está  sujeito  a  qualquer  forma  prefixada  para 
manifestar  sua  vontade;  não  tem  ela  que  seguir  qualquer  procedimento 
determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
2­ PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
O  Poder  Constituinte  derivado  está  inserido  na  própria  Constituição,  pois 
decorre  de  uma  regra  jurídica  de  autenticidade  constitucional,  portanto, 
conhece  limitações  constitucionais  expressas  e  implícitas  e  é  passível  de 
controle de constitucionalidade.
 Apresenta as características de derivado, subordinado e condicionado:
­ Derivado porque retira sua força do Poder Constituinte originário; 
­ Subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas 
no  texto  constitucional,  às  quais  não  poderá  contrariar,  sob  pena  de 
inconstitucionalidade; 
­  Condicionado  porque  seu  exercício  deve  seguir  as  regras  previamente 
estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
 O  Poder  Constituinte  derivado  subdivide­se  em  poder  constituinte 
reformador e decorrente:
­ O Poder Constituinte derivado reformador, denominado por parte da doutrina 
de  competência  reformadora,  consiste  na  possibilidade  de  alterar­se  o  texto 
constitucional,  respeitando­se  a  regulamentação  especial  prevista  na  própria 
Constituição Federal  e  será  exercitado  por  determinados  órgãos  com  caráter 
representativo.  No  Brasil,  pelo  Congresso  Nacional.  Logicamente,  só  estará 
presente  nas Constituições  rígidas  e  será  estudado mais  adiante  no  capítulo 
sobre emendas constitucionais. (É A CONSTITUIÇÃO)
­  O  Poder  Constituinte  derivado  decorrente,  por  sua  vez,  consiste  na 
possibilidade  que  os  Estados­membros  têm,  em  virtude  de  sua  autonomia 
político­administrativa,  de  se  auto­organizarem  por meio  de  suas  respectivas 
constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas 
pela Constituição Federal. (SÃO AS EMENDAS)
A Constituição Luso­Brasileira de 1822
A  fracassada  constituição  luso­brasileira  de  1822  foi  uma  continuação  da 
Constituição  Portuguesa  de  1822  e  resultado  das  Cortes  Extraordinárias 
Constituintes  eleitas  em  Portugal,  no  Brasil  e  na  África,  por  pressão  da 
Revolução liberal do Porto. Participaram dela 2 delegados brasileiros. Devido à 
complexidade do processo de independência do Brasil, que não se conclui com 
os episódios de 7 de setembro , a Constituição continuou sendo discutida até o 
dia 23 de setembro, embora delegados baianos e sulistas tenham demonstrado 
divergência  particular  em  relação  aos  critérios  estabelecidos  de  cidadania  e 
autonomia provincial desde maio. Duas semanas após a ruptura formal de sete 
integrantes  das  bancadas  paulista  e  baiana,  seria  lançado  o  manifesto  de 
Falmouth,  onde  se  explicita  os  motivos  de  divergência  com  as  Cortes 
portuguesas.  Cumpreobservar,  contudo,  que  as  províncias  do  Piauí,  do 
Maranhão  e  do  Pará  se  mantiveram  leais  à  constituição  promulgada  em 
Portugal  (o  Pará  enviou  três  delegados  para  a  assembleia  constituinte 
portuguesa, mas nenhum para a assembleia convocada pelo imperador), tendo 
enfrentado os artífices da independência brasileira na famosa Guerra Brasileira 
da Independência.
Na teoria, a Constituição luso­brasileira de 23 de setembro de 1822, assinada 
por representantes de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, 
de  Alagoas,  do  Ceará,  de  Santa  Catarina,  etc.  contemplaria,  conforme  seu 
artigo  número  20,  “os Portugueses  de  ambos os  hemisférios”  (ênfase  para  a 
ausência de uma consciência de nacionalidade  “brasileira”), considerando ser 
seu  território  “o  Reino  Unido  de  Portugal,  Brasil  e  Algarves”,  incluindo  as 
colônias portuguesas da África Ocidental e da Ásia. A Constituição inovava ao 
humanizar  o Direito  penal  e  penitenciário,  proibindo  a  tortura  e  outras  penas 
cruéis ao mesmo tempo em que previa visitas, a limpeza das cadeias, etc. (Art. 
10  °; Art.  208  °). A  constituição  também ordenava a  criação de escolas para 
portugueses de ambos os sexos. Como forma de governo, adota a monarquia 
constitucional hereditária parlamentarista (Art. 29 °), com divisão dos poderes, 
onde o Rei assume o papel de chefe do executivo  (junto de um Conselho de 
Estado),  as  Cortes  o  papel  de  chefe  do  legislativo,  e  o  Supremo  Tribunal  o 
papel de chefe do judiciário. A Constituição de 1822 também entregava direitos 
de cidadão aos  libertos  (Art. 71 °, capítulo V).6 Embora sendo mais  liberal do 
que  as  constituições  que  a  sucederam  em  ambos  os  países,  a  Constituição 
Luso­Brasileira  não  foi  instituída  na  prática  devido  ao  processo  de 
independência do Brasil.
1824
Outorgada  a  24  de  Março  de  1824  por  Pedro  I  após  a  dissolução  da 
Assembleia  Constituinte  de  1823.  Sua  principal  fonte  foi  a  doutrina  do 
constitucionalista liberal­conservador francês Benjamin Constant de Rebecque. 
Previa,  além  dos  três  poderes  da  doutrina  clássica  de Montesquieu,  o  poder 
moderador,  concebido  pelo  mencionado  Benjamin  Constant  atribuindo  ao 
Imperador  o  posto  de  chefe  supremo do Estado  brasileiro.  Foi marcada  pelo 
desequilíbrio entre os poderes constituintes, sendo que o Poder Moderador do 
Imperador subjugava os outros três poderes (legislativo executivo e judiciário). 
Também instituiu o regime de padroado, subjugando o poder da igreja católica 
ao  poder  do  imperador.  Abriu  caminho  para  a  instituição  do  governo 
parlamentar no Brasil.
Sofreu uma grande reforma em 1834, durante o período regencial, através das 
emendas aprovadas no Ato Adicional.
1891
Decretada e promulgada pelo Congresso Constituinte de 1891, convocado pelo 
governo provisório da República recém­proclamada. Teve por principais fontes 
de  influência  as  Constituições  dos  Estados  Unidos  e  da  França. 
Institucionalizava  o  Estado  brasileiro  como  República  Federal,  sob  governo 
presidencial.  Estabeleceu  o  sufrágio  universal  masculino  para  todos  os 
brasileiros alfabetizados maiores de 21 anos de idade, com voto a descoberto. 
O voto era aberto, excluindo ainda analfabetos, mulheres e militares de baixa 
patente.
1934
Constituição  promulgada  pela  Assembleia  Nacional  Constituinte  de  1934. 
Desde  a  Revolução  de  1930,  Getúlio  Vargas,  na  qualidade  de  Chefe  do 
Governo Provisório, governava o país por decreto. Só em 1933, após a derrota 
da  Revolução  Constitucionalista  de  1932,  em  São  Paulo,  é  que  foi  eleita  a 
Assembleia Constituinte  que  redigiu  a Constituição  da República Nova. Suas 
principais  fontes  foram  a  Constituição  alemã  de  Weimar  e  a  Constituição 
republicana  da  Espanha  de  1931.  Tinha  como  principais  inovações  a 
introdução  do  voto  secreto  e  o  sufrágio  feminino,  a  criação  da  Justiça  do 
Trabalho,  definição  dos  direitos  constitucionais  do  trabalhador  (jornada  de  8 
horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas). Segundo Pedro Lenza, 
no  livro  Direito  Constitucional  Esquematizado,  o  voto  feminino  e  secreto  já 
havia  sido  previsto  no  Código  Eleitoral  de  1932  (Dec.  n.  21.076,  de 
24.02.1932).
1937
Constituição do Estado Novo. Outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10 
de Novembro de 1937, mesmo dia em que implanta a ditadura do Estado Novo. 
É a quarta Constituição do Brasil. Ocorreu centralização de poder na figura de 
Getúlio Vargas. Também conhecida como a Constituição Polaca, por  ter  sido 
baseada na Constituição autoritária da Polônia.
1946
Promulgada. Constituição da República Populista.
A Constituição de 1946 foi promulgada em 18 de setembro de 1946. A mesa da 
Assembleia  Constituinte  promulgou  Constituição  da  República  Federativa  do 
Brasil  e  o  Ato  das  Disposições  Constitucionais  Transitórias  no  dia  18  de 
setembro  de  1946,  consagrando  as  liberdades  expressas  na Constituição  de 
1934, que haviam sido retiradas em 1937.
1967
Semioutorgada.  Foi  elaborada  pelo  Congresso  Nacional,  a  que  o  Ato 
Institucional  n.  4  atribuiu  função  de  poder  constituinte  originário  ("inicial, 
ilimitado,  incondicionado  e  soberano").  O  Congresso  Nacional,  transformado 
em  Assembleia  Nacional  Constituinte  e  já  com  os  membros  da  oposição 
afastados,  elaborou  sob  pressão  dos militares  uma  Carta  Constitucional  que 
legalizasse os governos militares (1964­1985).
1969
A  Constituição  de  1967  recebeu  em  1969  nova  redação  por  uma  emenda 
decretada pelos "Ministros militares no exercício da Presidência da República". 
É  considerada  por  alguns  especialistas,  em  que  pese  ser  formalmente  uma 
emenda à constituição de 1967, uma nova Constituição de caráter outorgado.
A  Constituição  de  1967  foi  alterada  substancialmente  pela  Emenda  Nº  1, 
baixada pela  Junta Militar  que assumiu o governo com a doença de Costa e 
Silva,  em  1969.  Esta  intensificou  a  concentração  de  poder  no  Executivo 
dominado  pelo  Exército  e,  junto  com  o  AI­12,  permitiu  a  substituição  do 
presidente por uma Junta Militar,  impedindo a posse do vice­presidente Pedro 
Aleixo, um civil.
Além dessas modificações, o governo também decretou uma Lei de Segurança 
Nacional,  que  restringia  severamente  as  liberdades  civis  (como  parte  do 
combate  à  subversão)  e  uma  Lei  de  Imprensa,  que  estabeleceu  a  Censura 
Federal que durou até o governo José Sarney.
O Ato  Institucional Número Cinco deu poderes ao presidente para  fechar, por 
tempo  indeterminado,  o Congresso Nacional,  as Assembleias Estaduais  e  as 
Câmaras Municipais, para suspender os direitos políticos por 10 anos e caçar 
mandatos efetivos e ainda decretar ou prorrogar estado de sítio. Foi  instituída 
no mandato do Marechal Arthur Costa e Silva. Pode não ser considerada uma 
Constituição  por  ter  sido  outorgada  pelos  três  ministros  militares  sob  a 
aparência de emenda constitucional durante o  recesso  forçado do Congresso 
Nacional.
1988
Decretada e promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte de 1988, deu 
forma ao  regime político  vigente. Manteve o governo presidencial,  garantindo 
que  fossem  eleitos  pelo  povo,  por  voto  direto  e  secreto,  o  Presidente  da 
República,  os  Governadores  dos  Estados,  os  Prefeitos  Municipais  e  os 
representantes  do  poder  legislativo,  bem  como  a  independência  e  harmonia 
dos poderes constituídos. Ampliou os direitos sociais e as atribuições do poder 
público, alterou a divisão administrativa do país que passou a  ter 26 estados 
federados e um distrito federal. Instituiu uma ordem econômica tendo por basea  função  social  da  propriedade  e  a  liberdade  de  iniciativa,  limitada  pelo 
intervencionismo estatal..
Outros importantes avanços da constituição:
 Instituição  de  eleições  majoritárias  em  dois  turnos  caso  nenhum 
candidato consiga atingir a maioria dos votos válidos;
 Implementação do SUS, o sistema único de saúde do Brasil;
 Voto facultativo para cidadãos de 16 e 17 anos;
 Maior autonomia dos municípios;
 Estabelecimento da função social da propriedade privada urbana;
 Garantia da demarcação de terras indígenas;
 Proibição de comercialização de sangue e seus derivados;
 Leis de proteção ao meio ambiente;
 Garantia  de  aposentadoria  para  trabalhadores  rurais  sem  precisarem 
necessariamente ter contribuído com o INSS;
 Fim  da  censura  à  emissoras  de  rádio  e  TV,  filmes,  peças  de  teatro, 
jornais e revistas, etc.
CONSTITUIÇÃO OUTORGADA/PROMULGADA ANO CARACTERÍSTICAS
CPI BR Outorgada 1824 4 poderes – monarquia
CREU BR Promulgada 1891 3 poderes ­ presidencialista
CREU BR Promulgada 1834 Vargas – voto fem. – justiça 
eleitoral
CEU BR Outorgada 1937 Pós­guerra – repressiva – 
(+) executivo
CREU BR Promulgada 1946 Pós 2º guerra – (=) 3 
poderes
C BR Outorgada 1967 AI – 2
CRF BR Outorgada 1969 Emenda – Ministros da 
Marinha de Guerra e 
Exército da Aeronáutica 
Militar
CRF BR Promulgada 1988 Constituição cidadã – semi­
rígida
RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES – DIREITO CONSTITUCIONAL 24/04/2014
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