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1 ESTUDO DO DIREITO CONSTITUCIONAL: O estudo do direito constitucional é proposto, interpretado e sistematizado nos princípios e normas fundamentais do Estado. É um ramo do Direito Público. * Referese: à organização do Estado; ao funcionamento; articulação dos seus elementos; ao estabelecimento das bases da estrutura política. * Objetiva: estrutura do Estado; forma de governo; modo de aquisição e exercício do poder; estabelecimento de seus órgãos; limites de sua atuação; direitos fundamentais do homem e respectivas garantias; regras básicas da ordem econômica e social. 2 CONTEÚDO CIENTÍFICO/DISCIPLINAS: D. Const. Comparado: estuda as diferenças e as semelhanças entre os ordenamentos jurídicos de diferentes Estados (CF’s diversos). Exemplo: Brasil x Argentina D. Const. Geral: é uma disciplina que se dedica à análise dos conceitos jurídicos fundamentais que são comuns aos diferentes sistemas jurídicos ou ramos do direito. Isto é, ela busca estudar o ordenamento jurídico em sua totalidade, a partir da observação dos vários sistemas jurídicos, definindo, assim, os grandes eixos de construção e aplicação do direito. D. Const. Positivo: estuda os princípios e normas de uma determinada e vigente Constituição, de um determinado Estado. Está constitucionalizado, em forma de lei; parte do que está escrito. D. Const. Internacional: asilo político (proteção ao estrangeiro contra ameaças políticas, raciais e sociais). Constituição de outro país. D. Const. Comunitário: 3 CONCEPÇÕES SOBRE AS CONSTITUIÇÕES: SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO: Sentido Jurídico: É o conjunto de normas essências que disciplinam a organização do Estado e dá fundamento de validade à suas leis. Norma pura; Sentido Político: Com a decisão política fundamental, que trata da participação do povo no governo, da estrutura e órgãos do Estado, dos seus poderes e dos direitos e garantias individuais, dentre outras questões de alta relevância; Sentido Sociológico: A constituição corresponde ao somatório dos fatores reais de poder que vigoram em um país e impõem a forma e o conteúdo da mesma. CONEXÃO DE SENTIDO: A Constituição tem: Como FORMA: um complexo de normas; Como CONTEÚDO: a conduta humana motivada pelas relações sociais; Como FIM: a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; Como CAUSA CRIADORA E RECRIADORA: o poder que emana do povo. 4 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES: Quanto ao conteúdo: a) Material: é a constituição de sentido amplo, que se identifica com a organização total do Estado, com regime político. E também constituição de sentido estrito que designa as normas constitucionais escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais. b) Formal: é a constituição que mostra o existir do Estado, sob forma escrita, é um documento estabelecido por um órgão constituinte, modificada somente por processos e formalidades nela estabelecidos. Quanto à forma: a) Escrita: codificada e sistematizada num texto único. É o mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade. b) Não Escrita: é a constituição que possui normas não escritas em um determinado papel solene, baseada em costumes. Quanto ao modo de elaboração: a) Dogmática: é a constituição sempre escrita, elaborada por um órgão constituinte, sistematiza os dogmas ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito dominantes no momento. b) Histórica: é a constituição não escrita, que caminha junto com a formação histórica, com o evoluir das tradições. Quanto à origem: a) Promulgadas/democráticas/populares: Deriva de um trabalho de uma assembléia Nacional Constituinte que é composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração. C.F.B: 1891,1934,1946,1988 b) Outorgadas: é a constituição elaborada e estabelecida sem a participação do povo e sim por governantes (reis, imperador, presidente, ditador, junta governativa). C.F.B: 1824,1937,1967,1969 c) Cesarista: constituição não democrática e parecida com a outorgada, pois o plebiscito popular é formado pelo Imperador ou Ditador, onde a suas vontades são feitas. Quanto à estabilidade: a) Rígida: é a constituição que somente pode ser alterada mediante processos, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que os de formação das leis ordinárias ou complementares. Permite emendas, reformas e revisões, adaptandose as normas constitucionais às novas necessidades sociais. b) Flexível: é a constituição que pode ser livremente modificada pelo legislador c) Semirrígida: é a constituição que contém uma parte rígida e outra flexível. Quanto à extensão: a) Analítica: é a constituição que examina e regulamenta todos os assuntos que entenda relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado. b) Sintética: é a constituição que prevê somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado. Quanto à finalidade: a) Dirigente/Programática: é a constituição que além de estruturar e delimitar o poder do Estado, prevê um plano de metas e programas a serem atingidos pelo Estado. É recheado de normas programáticas, carecendo da atuação do legislador para tornála efetiva, o que, para muitos, é temeroso. A título de exemplo, a Constituição de 1988, que é dirigente, possui diversos dispositivos programáticos, sendo o mais emblemático o art. 3 onde prevê desenvolvimento nacional, diminuição das desigualdades sociais, dentre outras previsões. b) Garantia: é a constituição que tem por fim a limitação do poder estatal. É a chamada Constituição negativa, porque estabelece limites sobre a atuação do Estado na vida do cidadão, um non facere. Ex: Constituição dos E.U.A. . c) Balanço: é a constituição que registra o estágio onde se encontra as relações de poder no Estado. A constituição registra a ordem política econômica e social existente, refletindo a luta de classes no Estado. A Constituição soviética adotava este modelo, a cada novo estágio rumo a construção do comunismo, uma nova Constituição era promulgada, por isso a URSS possuiu Constituições em 1924, 1936, 1977. Quanto à ideologia: a) Eclética: é a constituição que abre espaço a mais de uma ideologia. A Constituição do Brasil, por exemplo, ao mesmo tempo em que reconhece a propriedade privada exige que ela cumpra uma função social. b) Ortodoxa: Segue apenas uma ideologia, seja esta de um grupo organizado, ou simplesmente de um indivíduo. Quanto à essência: a) Normativa: é a constituição que regula a vida política, tem consonância com a realidade social, é nominativa, visa, mas não regula descompasso com realidade. b) Semânticas: é a constituição que não limita o poder, formaliza e mantém o poder político. Quanto à mutabilidade: a) Imutável ou inalterável: é a constituição que não admite alteração no seu conteúdo após a sua promulgação. Totalmente inflexível. b) Parcialmente imutável: é a constituição que não permite a alteração de uma parte de seus dispositivos, denominados cláusulas pétreas. Estas cláusulas não serão objeto de abolição. A atual Constituição Federal do Brasil, de 1988, em seu art. 60, §4°, relaciona as suas cláusulas pétreas: § 4º Não será objeto dedeliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I a forma federativa de Estado; II o voto direto, secreto, universal e periódico; III a separação dos Poderes; IV os direitos e garantias individuais. 5 ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO: Estruturase em: Elementos orgânicos: regulam a estrutura do Estado e do poder Ex: Título III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo). Elementos limitativos: manifestam nas normas que consubstanciam o elenco dos direitos e garantias fundamentais: direitos individuais e suas garantias, direitos de nacionalidade e direitos políticos e democráticos, limitam a ação dos poderes estatais. Ex: Título II (Direitos e Garantias Fundamentais). Elementos sócioideológicos: revelam o caráter de compromisso das constituições modernas entre o Estado individualista e o Estado Social, intervencionista. Direitos sociais. Ex: Capítulo II do Título II (Direitos Sociais), Título VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e Título VIII (Da Ordem Social). Elementos de estabilização constitucional: presta a fazer valer o que está escrito na constituição. Ex: art.102, capítulo I, alínea a) Art. 34 a 36 Art. 59, capítulo I Art. 60, 102 e 103 Título V, capítulo I Elementos formais de aplicabilidade (eficácia): estatuam as regras de aplicação das constituições, o dispositivo que contém as cláusulas de promulgação e as disposições constitucionais transitórias. Ex: Capítulo 1º do art. 5º 6 RELAÇÕES DO DIREITO COM OUTRAS CIÊNCIAS: Ciência Política: é a ciência de organização jurídica do poder. Economia: condiciona o êxito das formas de governo. História: como se formam as leis com base nos contextos históricos. Filosofia: informa sobre os valores que inspiram as organizações políticas. Sociologia: mostra a interrelação dos fenômenos sociais, entre os quais podemos citar os jurídicos e o político. Teoria do Estado: fornece subsídios seguros sobre problemas capitais como o do reflexo dos ideais políticos sobre o funcionamento dos regimes de governo. Antropologia: analisar os atos, contextualizar, percepções. Biologia: para compreender as pautas biológicas (o que é dia? Quando começa a vida? (direito à vida)). Medicina: acompanhar as inovações medicinais. Ex: mudança de sexo era proibida, mas nos dias atuais é possível conforme as leis. Física: a constituição diz sobre as ‘’uniões’’, jazidas, questões nucleares. Educação: dever do Estado, direito de todos, obrigação da família/ direito ambiental. Religião: influências da igreja, liberdade religiosa, respeito aos ateus e também a quem não é cristão, ensino religioso facultativo nas entidades públicas. O governo não pode ter vínculo religioso, mas também não pode proibir. 7 SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: A rigidez constitucional tem uma maior dificuldade para modificarse do que as possíveis alterações das normas jurídicas da ordenação estatal, ou seja, a Constituição em si, é um ordenamento maior, de dificultosa modificação, já as leis/decretos, sendo assim um ordenamento inferior, possui uma maneira menos difícil e são subordinados à Constituição, pois a mesma está no topo, em razão de trazer consigo as normas fundamentais de Estado, a estrutura do mesmo e a organização de seus órgãos, sendo assim, a lei suprema do Estado. O governo Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, são limitados e submissos à Constituição Federal, exercem suas funções de acordo com o que está previsto e estabelecido na mesma. 8 PODER CONSTITUINTE: É a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. Sendo assim, a vontade do povo expressa por meio de seus representantes. 1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: O Poder Constituinte originário estabelece a Constituição de um novo Estado, organizandoo e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade. Tanto haverá Poder Constituinte no surgimento de uma primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior. A ideia da existência de um Poder Constituinte é o suporte lógico de uma Constituição superior ao restante do ordenamento jurídico e que, em regra, não poderá ser modificada pelos poderes constituídos. É, pois, esse Poder Constituinte, distinto, anterior e fonte da autoridade dos poderes constituídos, com eles não se confundindo. O Poder Constituinte caracterizase por ser inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado: Inicial, pois sua obra a Constituição é a base da ordem jurídica; Ilimitado e autônomo, pois não está de modo algum limitado pelo direito anterior, não tendo que respeitar os limites postos pelo direito positivo antecessor; Incondicionado, pois não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade; não tem ela que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização. 2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO: O Poder Constituinte derivado está inserido na própria Constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e é passível de controle de constitucionalidade. Apresenta as características de derivado, subordinado e condicionado: Derivado porque retira sua força do Poder Constituinte originário; Subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas no texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; Condicionado porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. O Poder Constituinte derivado subdividese em poder constituinte reformador e decorrente: O Poder Constituinte derivado reformador, denominado por parte da doutrina de competência reformadora, consiste na possibilidade de alterarse o texto constitucional, respeitandose a regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo. No Brasil, pelo Congresso Nacional. Logicamente, só estará presente nas Constituições rígidas e será estudado mais adiante no capítulo sobre emendas constitucionais. (É A CONSTITUIÇÃO) O Poder Constituinte derivado decorrente, por sua vez, consiste na possibilidade que os Estadosmembros têm, em virtude de sua autonomia políticoadministrativa, de se autoorganizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal. (SÃO AS EMENDAS) A Constituição LusoBrasileira de 1822 A fracassada constituição lusobrasileira de 1822 foi uma continuação da Constituição Portuguesa de 1822 e resultado das Cortes Extraordinárias Constituintes eleitas em Portugal, no Brasil e na África, por pressão da Revolução liberal do Porto. Participaram dela 2 delegados brasileiros. Devido à complexidade do processo de independência do Brasil, que não se conclui com os episódios de 7 de setembro , a Constituição continuou sendo discutida até o dia 23 de setembro, embora delegados baianos e sulistas tenham demonstrado divergência particular em relação aos critérios estabelecidos de cidadania e autonomia provincial desde maio. Duas semanas após a ruptura formal de sete integrantes das bancadas paulista e baiana, seria lançado o manifesto de Falmouth, onde se explicita os motivos de divergência com as Cortes portuguesas. Cumpreobservar, contudo, que as províncias do Piauí, do Maranhão e do Pará se mantiveram leais à constituição promulgada em Portugal (o Pará enviou três delegados para a assembleia constituinte portuguesa, mas nenhum para a assembleia convocada pelo imperador), tendo enfrentado os artífices da independência brasileira na famosa Guerra Brasileira da Independência. Na teoria, a Constituição lusobrasileira de 23 de setembro de 1822, assinada por representantes de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Alagoas, do Ceará, de Santa Catarina, etc. contemplaria, conforme seu artigo número 20, “os Portugueses de ambos os hemisférios” (ênfase para a ausência de uma consciência de nacionalidade “brasileira”), considerando ser seu território “o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”, incluindo as colônias portuguesas da África Ocidental e da Ásia. A Constituição inovava ao humanizar o Direito penal e penitenciário, proibindo a tortura e outras penas cruéis ao mesmo tempo em que previa visitas, a limpeza das cadeias, etc. (Art. 10 °; Art. 208 °). A constituição também ordenava a criação de escolas para portugueses de ambos os sexos. Como forma de governo, adota a monarquia constitucional hereditária parlamentarista (Art. 29 °), com divisão dos poderes, onde o Rei assume o papel de chefe do executivo (junto de um Conselho de Estado), as Cortes o papel de chefe do legislativo, e o Supremo Tribunal o papel de chefe do judiciário. A Constituição de 1822 também entregava direitos de cidadão aos libertos (Art. 71 °, capítulo V).6 Embora sendo mais liberal do que as constituições que a sucederam em ambos os países, a Constituição LusoBrasileira não foi instituída na prática devido ao processo de independência do Brasil. 1824 Outorgada a 24 de Março de 1824 por Pedro I após a dissolução da Assembleia Constituinte de 1823. Sua principal fonte foi a doutrina do constitucionalista liberalconservador francês Benjamin Constant de Rebecque. Previa, além dos três poderes da doutrina clássica de Montesquieu, o poder moderador, concebido pelo mencionado Benjamin Constant atribuindo ao Imperador o posto de chefe supremo do Estado brasileiro. Foi marcada pelo desequilíbrio entre os poderes constituintes, sendo que o Poder Moderador do Imperador subjugava os outros três poderes (legislativo executivo e judiciário). Também instituiu o regime de padroado, subjugando o poder da igreja católica ao poder do imperador. Abriu caminho para a instituição do governo parlamentar no Brasil. Sofreu uma grande reforma em 1834, durante o período regencial, através das emendas aprovadas no Ato Adicional. 1891 Decretada e promulgada pelo Congresso Constituinte de 1891, convocado pelo governo provisório da República recémproclamada. Teve por principais fontes de influência as Constituições dos Estados Unidos e da França. Institucionalizava o Estado brasileiro como República Federal, sob governo presidencial. Estabeleceu o sufrágio universal masculino para todos os brasileiros alfabetizados maiores de 21 anos de idade, com voto a descoberto. O voto era aberto, excluindo ainda analfabetos, mulheres e militares de baixa patente. 1934 Constituição promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934. Desde a Revolução de 1930, Getúlio Vargas, na qualidade de Chefe do Governo Provisório, governava o país por decreto. Só em 1933, após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo, é que foi eleita a Assembleia Constituinte que redigiu a Constituição da República Nova. Suas principais fontes foram a Constituição alemã de Weimar e a Constituição republicana da Espanha de 1931. Tinha como principais inovações a introdução do voto secreto e o sufrágio feminino, a criação da Justiça do Trabalho, definição dos direitos constitucionais do trabalhador (jornada de 8 horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas). Segundo Pedro Lenza, no livro Direito Constitucional Esquematizado, o voto feminino e secreto já havia sido previsto no Código Eleitoral de 1932 (Dec. n. 21.076, de 24.02.1932). 1937 Constituição do Estado Novo. Outorgada pelo presidente Getúlio Vargas em 10 de Novembro de 1937, mesmo dia em que implanta a ditadura do Estado Novo. É a quarta Constituição do Brasil. Ocorreu centralização de poder na figura de Getúlio Vargas. Também conhecida como a Constituição Polaca, por ter sido baseada na Constituição autoritária da Polônia. 1946 Promulgada. Constituição da República Populista. A Constituição de 1946 foi promulgada em 18 de setembro de 1946. A mesa da Assembleia Constituinte promulgou Constituição da República Federativa do Brasil e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias no dia 18 de setembro de 1946, consagrando as liberdades expressas na Constituição de 1934, que haviam sido retiradas em 1937. 1967 Semioutorgada. Foi elaborada pelo Congresso Nacional, a que o Ato Institucional n. 4 atribuiu função de poder constituinte originário ("inicial, ilimitado, incondicionado e soberano"). O Congresso Nacional, transformado em Assembleia Nacional Constituinte e já com os membros da oposição afastados, elaborou sob pressão dos militares uma Carta Constitucional que legalizasse os governos militares (19641985). 1969 A Constituição de 1967 recebeu em 1969 nova redação por uma emenda decretada pelos "Ministros militares no exercício da Presidência da República". É considerada por alguns especialistas, em que pese ser formalmente uma emenda à constituição de 1967, uma nova Constituição de caráter outorgado. A Constituição de 1967 foi alterada substancialmente pela Emenda Nº 1, baixada pela Junta Militar que assumiu o governo com a doença de Costa e Silva, em 1969. Esta intensificou a concentração de poder no Executivo dominado pelo Exército e, junto com o AI12, permitiu a substituição do presidente por uma Junta Militar, impedindo a posse do vicepresidente Pedro Aleixo, um civil. Além dessas modificações, o governo também decretou uma Lei de Segurança Nacional, que restringia severamente as liberdades civis (como parte do combate à subversão) e uma Lei de Imprensa, que estabeleceu a Censura Federal que durou até o governo José Sarney. O Ato Institucional Número Cinco deu poderes ao presidente para fechar, por tempo indeterminado, o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais, para suspender os direitos políticos por 10 anos e caçar mandatos efetivos e ainda decretar ou prorrogar estado de sítio. Foi instituída no mandato do Marechal Arthur Costa e Silva. Pode não ser considerada uma Constituição por ter sido outorgada pelos três ministros militares sob a aparência de emenda constitucional durante o recesso forçado do Congresso Nacional. 1988 Decretada e promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte de 1988, deu forma ao regime político vigente. Manteve o governo presidencial, garantindo que fossem eleitos pelo povo, por voto direto e secreto, o Presidente da República, os Governadores dos Estados, os Prefeitos Municipais e os representantes do poder legislativo, bem como a independência e harmonia dos poderes constituídos. Ampliou os direitos sociais e as atribuições do poder público, alterou a divisão administrativa do país que passou a ter 26 estados federados e um distrito federal. Instituiu uma ordem econômica tendo por basea função social da propriedade e a liberdade de iniciativa, limitada pelo intervencionismo estatal.. Outros importantes avanços da constituição: Instituição de eleições majoritárias em dois turnos caso nenhum candidato consiga atingir a maioria dos votos válidos; Implementação do SUS, o sistema único de saúde do Brasil; Voto facultativo para cidadãos de 16 e 17 anos; Maior autonomia dos municípios; Estabelecimento da função social da propriedade privada urbana; Garantia da demarcação de terras indígenas; Proibição de comercialização de sangue e seus derivados; Leis de proteção ao meio ambiente; Garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais sem precisarem necessariamente ter contribuído com o INSS; Fim da censura à emissoras de rádio e TV, filmes, peças de teatro, jornais e revistas, etc. CONSTITUIÇÃO OUTORGADA/PROMULGADA ANO CARACTERÍSTICAS CPI BR Outorgada 1824 4 poderes – monarquia CREU BR Promulgada 1891 3 poderes presidencialista CREU BR Promulgada 1834 Vargas – voto fem. – justiça eleitoral CEU BR Outorgada 1937 Pósguerra – repressiva – (+) executivo CREU BR Promulgada 1946 Pós 2º guerra – (=) 3 poderes C BR Outorgada 1967 AI – 2 CRF BR Outorgada 1969 Emenda – Ministros da Marinha de Guerra e Exército da Aeronáutica Militar CRF BR Promulgada 1988 Constituição cidadã – semi rígida RESUMO DAS CONSTITUIÇÕES – DIREITO CONSTITUCIONAL 24/04/2014 67 43 3 9 21 2 19
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