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Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 27 UNIDADE 3 -‐ DESENHO ARQUITETÔNICO 3. PROJETO ARQUITETÔNICO Os desenhos que compõem um projeto arquitetônico são: § Planta de Localização e Situação § Plantas baixas § Cortes § Fachadas § Detalhamentos (escada, telhados, lareiras, churrasqueiras, pisos, ...) A seguir cada uma destas plantas será explicada. 3.1. PLANTAS BAIXAS (Anexo 1) A planta baixa é a representação gráfica de uma vista ortográfica seccional do tipo corte, obtida quando imaginamos passar por uma construção um plano projetante secante horizontal, de altura a seccionar o máximo possível de aberturas (média de 1,20 a 1,50m em relação ao piso do pavimento em questão) e considerando o sentido de visualização do observador de cima para baixo, acrescido de informações técnicas. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 28 § São as plantas que possuem um maior número de informações. § Ao cortar a edificação, verifica-‐se que ficam definidos a localização das aberturas, portas, pilares, janelas, etc. As paredes externas geralmente são representadas com 25 cm de espessura e as internas com 15 cm de espessura. § O número de plantas baixas a ser representado será igual ao número de pavimentos diferentes. Nos prédios em altura, é muito comum a planta baixa se repetir por vários pavimentos. Esta planta é chamada "pavimento tipo". Neste caso, basta representar uma vez a planta do pavimento tipo. § Quando o terreno for muito maior do que a edificação, este não precisa ser representado totalmente na planta. Representa-‐se apenas uma parte dos muros de divisa para se ter idéia do tamanho dos recuos ou pátios. § O mobiliário fixo (lavatório, vaso sanitário, pia da cozinha, tanque), bem como equipamentos como fogão, geladeira, freezer, máquina de lavar roupa e louça, botijão de gás, etc. devem ser representados nesta planta. § Nesta planta, a diferenciação da espessura do traço é fundamental para que a planta não fique muito "carregada" e conseqüentemente difícil de ler. Linhas de pisos (traço fino) devem contrastar com linhas paredes (traço grosso). § O posicionamento das linhas de cotas deve ser estudado para que não confunda a leitura. § Também devem ser representadas as diferenças de níveis dos pisos nos ambientes (se houver), como mostra a Figura 1. Figura 1 -‐ Representação de diferentes níveis em planta baixa § Todos os espaços construídos (salas, dormitórios, etc.) e não construídos (jardins, recuos, estacionamentos, etc.) devem ser cotados. § As cotas devem ser parciais (dimensões internas de cada peça) e totais (de toda a edificação). § Procurar cotar o mais próximo do ambiente/espaço a ser dimensionado. § Deve-‐se utilizar a mesma unidade de medida para todas as cotas de um mesmo desenho. a. Informações que devem constar nesta planta: INFORMAÇÕES OK? Norte Níveis dos pisos Indicação do nome e área de cada ambiente Indicação do tipo de acabamento de piso e parede (tabela ou legenda) Indicação de cotas parciais e totais Indicação das linhas de corte Indicação das esquadrias e sentido de abertura Indicação de projeções (beirais, escada, armários aéreos, reservatório superior, alçapão, ....) ! + 0,3000 - 2,10 ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 29 Legenda (se houver necessidade) Marcação dos eixos (se houver necessidade) Cotas lineares, radiais, angulares, ... Cotas de portas e janelas Indicação de piso frio em áreas laváveis Representação de alpendres e sacadas Representação de calçadas, acessos, caminhos, .... Representação de mobiliário fixo e equipamentos Representação de escadas, lareiras, churrasqueiras (se houver) b. Linhas: A tabela a seguir apresenta as espessuras de linhas utilizadas em plantas baixas na escala 1/50. GRAFITE NANQUIM Paredes em corte 0,9 0,8 Paredes em vista 0,5 0,5 Esquadrias 0,5 0,5 Linhas de piso 0,3 0,1 ou 0,2 Linhas em vista 0,3 ou 0,5 0,2 ou 0,3 Linha de corte 0,9 0,8 Linhas de cota ou chamada 0,3 0,2 ou 0,3 Linhas de projeção 0,3 ou 0,5 0,3 ou 0,5 Cota 0,5 ou 0,7 0,5 Texto “nome da peça” 0,5 ou 0,7 0,5 Texto “área” 0,3 0,3 c. Desenho da planta baixa A seguir será mostrado esquematicamente como deve ser feito o desenho de uma planta baixa. 1ª ETAPA (com traço bem fino – traço de construção): § Marcar o contorno externo do projeto; § Desenhar a espessura das paredes externas; § Desenhar as principais divisões internas; 2ª ETAPA (com traços médios): § Desenhar as aberturas – portas e janelas; § Desenhar as louças e pia da cozinha – “áreas molhadas”; § Desenhar a projeção da cobertura em linha fina contínua; § Apagar o excesso dos traços. 3ª ETAPA (com traços médios e fortes): § Desenhar as linhas tracejadas – projeção da cobertura,reservatórios, outras; § Denominar os ambientes; § Indicar a área de cada ambiente e a especificação do tipo de piso; § Cotar aberturas – portas, janelas, portões; § Colocar a indicação de nível; § Cotar o projeto; Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 30 § Desenhar piso nas “áreas molhadas”; § Indicar a posição dos cortes; a entrada principal; o norte; § Acentuar a espessura dos traços da parede; § Denominar o tipo de desenho (planta baixa, planta de cobertura, implantação...), bem como colocar a escala (1/50; 1/100...). 1ª ETAPA 2ª ETAPA 3ª ETAPA 3.1.1. Esquadrias Nas plantas baixas devemos representar também as ESQUADRIAS. Estas são consideradas o conjunto de portas e janelas. Nas plantas baixas, são cotadas de outra forma, conforme mostrado a seguir. COTAGEM PORTAS COTAGEM JANELAS Figura 2 -‐ Cotagem das esquadrias Portas (Anexo A) § As portas devem ser posicionadas de modo a facilitar a circulação das pessoas. § Os componentes da porta são: ......................., ........................, ...................... e ............................... § As "folhas" das portas geralmente possuem os seguintes tamanhos comerciais: § 60 x 2,10 -‐ para banheiros, lavabos, despensas; § 70 x 2,10 -‐ para banheiros, lavabos, despensas, áreas de serviço; § 80 x 2,10 -‐ para portas de dormitórios, salas, cozinhas, lavanderias; § 90 x 2,10 -‐ para portas de entrada § Se a folha da porta possui 60cm, por exemplo, logo, o vão que precisa ser deixado na parede deve ser maior para que possam ser colocados os marcos. Geralmente deixa-‐se ........ cm para instalação de portas de madeira. § As portas podem ser feitas de vários materiais: madeira (mais usual), PVC, ferro, alumínio, vidro temperado,... ! COZINHA 6,35 M² 200x150/90 15 0x 10 0/ 11 0 PLANTA BAIXA ESCALA 1/50 80 x1 60 /3 0 90x220 00 VARANDA 5,50 M² +0,40 SALA 13,50 M² DORMITÓRIO 11,40 M² 80x210 pr oj eç ão c ob er tu ra +0,20 N 15 0x 10 0/ 11 0 BANHO 4,60 M² CIRCULAÇÃO 1,95 M² 100x60/160 +0,40 80x210 SERVIÇO 1,95 M² +0,20 80x210 +0,40 100x60/160 +0,38 ! 130 x 100/ 110 ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 31 § As madeiras mais utilizadas para as portas maciças (externas) são:.......................... , ............................., ................................. Geralmente as folhas das portas internas são semi-‐ ocas. § Existem diversos tipos de portas, que classificamos quanto ao Movimento, Nº de folhas e ao Tipo de folha. Alguns exemplos podem ser vistos no Anexo A. Janelas (Anexo B) § As janelas devem ser posicionadas levando em consideração: a orientação solar, disposição do mobiliário e visuais externas. § Os componentes da janela são: ................................, .............................., ................................, ................................. § As janelas possuem uma maior variedade de tamanhos, pois dependem da área que teremos que ventilar/iluminar. § Existem diversos tipos de janelas, que também classificamos quanto ao Movimento e Nº de folhas. Alguns exemplos podem ser vistos no Anexo B. § Os códigos de obras indicam diretrizes para cálculo de área de janelas. É um cálculo simples que não leva em consideração a orientação solar. Na disciplina de Conforto Ambiental serão ensinadas outras diretrizes para cálculo de área de janela levando em consideração este e outros aspectos. § Utilizaremos nesta disciplina o cálculo de área de janela proposto pelo Código de Obras de Novo Hamburgo. Dimensionamentos: 3.1.2. Escadas (Anexo C) § Possui a finalidade de unir dois pavimentos não devendo ser posicionada arbitrariamente. Deve-‐se levar em consideração a posição desta no projeto em função da circulação das pessoas e também na comodidade de quem vai usá-‐la. § Pode ser usada como elemento configurador de fachadas ou como objeto artístico. § Quanto à posição, as escadas podem estar situadas: no interior ou exterior da edificação ou, num recinto próprio (escadas contra incêndio/enclausurada). § Ao projetar uma escada, principalmente em edifícios em altura, deve-‐se estar atento às exigências legais do Código de Obras e também do Código de Prevenção Contra Incêndio. § Ao calcular o dimensionamento da escada deve-‐se prever um espaço mínimo entre a altura de um piso e outro (ver Figura 3). Neufert (2001) recomenda entre 1,80 a 1,95m. Entretanto, aconselha-‐se a projetar uma altura maior, entre 2,00 -‐ 2,10 metros, pois, é muito difícil consertar um erro após a escada ser executada. Além disso, como precaução, deve-‐se fazer o maior número de cortes possíveis, principalmente junto à casa de máquinas e reservatórios. § A Figura 4 mostra o desenho da escada de dois lances em planta e em corte. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 32 Figura 3 – Altura entre pisos1 Figura 4 – Desenho da escada em planta e corte2 § As escadas podem assumir vários formatos3, conforme a seguir............................., ..........................., ........................, ..................................... § Além disso, pode ser executada com vários tipos de materiais .........................., .........................., ....................... e revestimentos ..................................., ................................., ............................ Dimensionamento das escadas retas: § Para fazer o dimensionamento de uma escada primeiramente é necessário que se conheça seus elementos4. 1 NEUFERT, Ernest. A arte de Projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili. 2001. 2 MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. 3 NEUFERT, Ernest. A arte de Projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili. 2001. 4 MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 33 § Nas escadas retas a largura útil é medida entre os guarda-‐corpos. As larguras mínimas são: § 0,60 m – para uma só pessoa. Recomenda-‐se fazer com 0,80 m ou 0,90 m. § 1,20 m – para duas pessoas. § 1,80 m – para três pessoas. Principais fórmulas para o dimensionamento de escadas: QUANTIDADE DE ESPELHOS n = h e n = número de degraus h = altura a ser vencida e = espelho FÓRMULA DE BLONDEL 2e + p = 62 ou 63 cm e = espelho p = piso PARÂMETROS e máx. = 18 cm ; p mín. = 25 cm Degrau ideal: e = 17 cm ; p = 28 cm Fórmulas complementares: COMPRIMENTO da escada (1 lance) sem patamar (n<19) C= p (n-‐1) C = comprimento p = piso n = número de degraus COMPRIMENTO da escada (1 lance) com um patamar C = patamar + p (n-‐2) C = comprimento p = piso n = número de degraus Exemplo do cálculo de uma escada: § Para cada tipo de escada existe uma inclinação5 recomendada, conforme a seguir: 5 NEUFERT, Ernest. A arte de Projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili. 2001. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 34 Figura 5 -‐ Inclinações admitidas 3.1.3. Lareiras (Anexo D) As lareiras têm a principal função de elevar a temperatura interna dos ambientes. Entretanto, apenas uma pequena parte de deste calor, que é o calor irradiado (produzido pelas chamas e pelas brasas) é aproveitado. Grande parte escapa junto a fumaça. Portanto, as lareiras não são o meio mais eficiente de elevação das temperaturas dos ambientes internos. Existem meios mais eficientes como o ar condicionado e calefação. No entanto, somente a lareira confere o caráter ornamental e decorativo ou de provocar aconchego e intimidade ao ambiente. Figura 6 -‐ Circulação de ar em lareiras Quanto a sua localização na residência, deve-‐se escolher o local onde possa ter mais contato com os moradores. Também, na escolha do local onde ficará a lareira, deve-‐se levar em conta a posição do depósito da lenha e acessórios (para manutenção do fogo), da televisão, das esquadrias, do mobiliário e da chaminé (isto é, do percurso que ela terá que fazer para chegar até o telhado). Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 35 Quanto à posição que a lareira ocupa na parede6 podemos classificar em 3 tipos: § Central ou simétrica: quando ocupa o centro da parede; § Lateral ou Assimétrica: quando gera dimensões laterais diferentes; § De canto: quando aproveita o encontro de duas paredes. Quanto à distância da boca até o chão podemos classificar em 3 tipos: MESMO NÍVEL DO CHÃO POUCO ELEVADA DO CHÃO MUITO ELEVADA DO CHÃO Figura 7 -‐ Classificação das lareiras quanto à distância até o chão Quanto à posição em relação ao ambiente interno, podemos classificar em 3 tipos: CORPO SALIENTE: toda a lareira se projeta para dentro do ambiente interno. CORPO MEIO EMBUTIDO: parte da lareira de projeta para o interior e parte se projeta para o exterior EMBUTIDA: toda a lareira se projeta para o ambiente externo. Figura 8 -‐ Classificação das lareira quanto à posição do ambiente interno A lareira pode ser dividida em 3 grandes partes7: 6 RAMOS, Juan de Cusa. Lareiras e Chaminés. Plátano, 19??. 7 Adaptado de GONÇALVES, Augusto. Lareiras e Churrasqueiras. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2000. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 36 Figura 9 -‐ Detalhe da lareira em corte Figura 10 -‐ Detalhe da lareira em plantas CA IX A D E FO G O O U C AI XA D E CO M BU ST ÃO A caixa de fogo é a seção que vai do piso até a garganta. É aconselhável que seja revestida de tijolo refratário, que auxilia na irradiação do calor. É composta de: a) piso da lareira: local sobre o qual se coloca a lenha para acender o fogo. b) fornalha: parede do fundo da lareira. É constituída de 2 segmentos: uma partevertical (+/-‐ 1/3 da altura da boca da lareira) e outra inclinada8 para frente (+/-‐ 2/3 da altura da boca da lareira). c) paredes laterais: que configuram a profundidade da lareira. d) dente: situa-‐se na parte superior da boca da lareira. Não deve ter espessura superior à 5cm, sob pena de dividir a fumaça e esta invadir o ambiente e não deve possuir menos de 10 cm de altura. Essa medida é contada de sua extremidade inferior. e) garganta: é o espaço alongado no qual se coloca o registro. Deve situar-‐se de 10 a 15 cm acima da parte inferior do dente. A sua largura não poderá se menor do que 10 cm e a sua extensão coincide com a caixa de fogo. CÂ M AR A D E FU M AÇ A Serve de transição entre a câmara de fogo e a chaminé. Tem uma forma de funil invertido e possui a função de encerrar a fumaça errante que passa pela garganta e que não têm direção certa – efeitos de ar descendente. É composta de: a) registro (opcional): é a peça que se coloca na garganta para regular a tiragem da fumaça. O material mais indicado é o ferro fundido. b) estante da fumaça: é indispensável para garantir o bom funcionamento, pois faz retroceder a corrente de ar descendente. c) coifa: parede inclinada que cobre a câmara de fumaça. Em alguns casos, a parede frontal da câmara de fumaça é vertical, mas, internamente sempre é inclinada para conduzir a fumaça ao conduto. 8 O ângulo de inclinação da fornalha (parte inclinada), bem como os demais ângulos existentes no percurso da fumaça , não devem ter mais de 30º. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 37 CH AM IN É Seção que comunica o local que se faz fogo com o exterior. a) conduto da chaminé9: Pode ter seção quadrada, retangular ou cilíndrica. Internamente o duto deve ser o mais reto (no prumo) e liso possível, de modo a não provocar o refluxo de fumaça. A altura da chaminé varia de acordo com o tipo de telhado e obstáculos existentes ao redor dela. Nos casos em que não houver obstáculos, a saída de fumaça deverá estar, no mínimo, a 70 cm da cumeeira do telhado. b) saída da fumaça: no final do conduto, abaixo do chapéu, localizam-‐se as aberturas (geralmente 4) que se destinam à saída de fumaça e demais gases. A soma destas aberturas deverá ser no mínimo o dobro da área do conduto. b) chapéu: elemento que serve para evitar a entrada de água da chuva e também como acabamento da chaminé. Além disso, sua dimensão deve ser 5 cm maior do que o perímetro externo da chaminé. O tipo e o tamanho da lareira deverão ser adequados às características especiais do compartimento em que vai ser instalada. O tamanho da lareira deve ser proporcional ao tamanho da sala. Uma lareira monumental numa sala pequena destruirá a harmonia do conjunto e colocará em evidência a sua pequenez. Muitas pessoas acham que uma lareira de grandes proporções aquecerá mais o ambiente. Entretanto, esta afirmação não é totalmente verdadeira. A lareira que possui uma boca e conseqüentemente uma fornalha maiores exigirá uma grande fogueira que terá que ser alimentada com uma enorme quantidade de lenha. Além disso, a medida que aumentam as dimensões da boca, mais facilmente ocorrerá a perda de temperatura pela sala. Portanto, em geral, o rendimento de uma lareira aumenta na medida em que as dimensões da boca diminuem. Para saber o tamanho adequado da lareira, pode-‐se tomar como parâmetro que um ambiente de 90m3 pode ser aquecido suficientemente com uma lareira cuja boca tenha 80 cm de largura. Abaixo, a tabela10 que indica a proporção de todos os elementos da lareira de acordo com a largura da boca. As medidas são expressas em centímetros. La rg ur a da B oc a Al tu ra d a Bo ca Pr of un di da de La rg ur a da F or na lh a Al tu ra d a fo rn al ha (v er tic al ) La te ra l Ár ea m ín im a da ch am in é (c m 2 ) D im en sõ es in te rn as da c ha m in é 60 70 30 30 28 15 420 20X21 70 70 35 35 28 17 490 20X24,5 80 70 40 40 28 20 560 20X28 90 75 45 45 30 22 675 25X27 100 80 45 60 31 22 800 25X32 110 85 45 70 33 22 935 30X31,1 120 90 50 80 35 22 1080 30X36 130 95 50 85 37 22 1235 30X41,6 140 100 55 95 38 22 1400 35X40 150 105 55 100 40 22 1575 40X40 Tabela 1 -‐ Dimensões da lareira conforme medida da boca 9 Quando a chaminé for quadrada ou retangular, a fumaça não atingirá os cantos e a área interna deve ter, no mínimo, 1/10 da área da boca da lareira. 10 Adaptado de GONÇALVES. Augusto. Lareiras e Churrasqueiras. Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2000.Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 38 3.1.4. Churrasqueiras (Anexo E) O projeto de churrasqueiras é mais simplificado, já que não requer a fornalha (parte inclinada), garganta e estante. Basta prever a coifa para obter um bom desempenho. Além disso, ela não precisa ser necessariamente revestida com tijolos refratários. Bons assadores afirmam que se deve revesti-‐la com tijolos cerâmicos bem prensados e “cozidos”. A bibliografia apresenta algumas medidas máximas e mínimas para o bom funcionamento de uma churrasqueira. Ela deve ser pensada ergonomicamente de acordo com o usuário. A seguir algumas diretrizes para dimensionamento de churrasqueiras: § Largura da boca: variável; mínimo 60cm; § Altura da boca: variável; entre 45 cm a 70cm; § Altura externa da caixa de fogo: variável; entre 80cm a 100cm; § Altura interna da caixa de fogo: variável; entre 30 cm a 45cm; § Altura do piso: variável, entre 45 cm a 65cm § Profundidade mínima da caixa de fogo: variável; entre 50 cm a 65cm § Área da chaminé: variável; mínimo 400cm2 a (20x20) cm 3.2. CORTES Os cortes são representações de vistas ortográficas seccionais do tipo “corte”, obtidas quando passamos por uma construção um plano de corte e projeção vertical, normalmente paralelo às paredes, e retiramos a parte frontal, mais um conjunto de informações escritas que o complementam. Assim, neles encontramos o resultado da interseção do plano vertical com o volume. Os cortes são os desenhos em que são indicadas as dimensões verticais. O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de relações entre espaços interiores e significantes desenvolvidos em altura, e que, por efeito, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. Sua orientação é feita na direção dos extremos mais significantes deste espaço. Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto cortado, para melhor entendimento. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Os cortes podem ser transversais (plano de corte na menor dimensão da edificação) ou longitudinais (na maior dimensão). Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 39 § Em geral, o corte passa por toda a altura da edificação, isto é, desde o telhado até o nível do piso mais inferior. § O corte é um desenho que serve para representar as diversas alturas da edificação como pé-‐ direito (altura do piso até o teto), altura dos telhados, janelas, portas, sacadas, degraus das escadas, etc. O corte também serve para especificar as espessuras da estrutura, de pisos e aterros/desaterros. § Em geral, a linha de corte11 passa em zonas mais complexas da edificação, como em escadas, reservatórios, mansardas, sótãos, .... visando elucidar problemas relacionados às alturas. O número de cortes a serem desenhados vai depender da complexidade da edificação. Quanto mais complexo o projeto, maior deve ser o número de cortes. § Quando existem muitos pavimentos que se repetem, pode-‐se representar 2 ou 3 pavimentos e fazer uma linha de corte do tipo "zigue-‐zague" para representar continuidade. § Ao cortar a edificação, consegue-‐se "enxergar" quase todos os elementos estruturais que a sustentam como as fundações, vigas, lajes, etc. Os elementos estruturas quando cortados são totalmente pintados de preto ou hachurados. § Também devem ser representadas as diferenças de níveis dos pisos nos ambientes (se houver), representados como mostra a Figura 11. Figura 11 -‐ Representação de níveis em corte a) Informações que devem constar neste desenho: INFORMAÇÕES (DEPENDE DE ONDE O CORTE ESTÁ PASSANDO!) OK? Indicação da espessura de aterros/desaterros (se houver) Níveis dos pisos Cotas de piso a piso -‐ parciais e totais Cotas de portas, janelas, sacadas, peitoris, vigas, lajes Distinção entre os elementos estruturais Representação de mobiliário fixo e equipamentos Nome do corte b) Etapas para o desenho do corte: 11 A linha de corte é desenhada com uma linha “traço-ponto-traço” com espessura grossa. Além disso, se coloca uma seta indicando a direção e uma letra para nomeá-lo: AA, BB, CC, ... ! ! ! 00 +0,30 -0,15 ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 40 § Colocar o papel sobre a planta, observando o sentido do corte já marcado na planta baixa; § Desenhar a linha do terreno; § Marcar a cota do piso dos ambientes “cortados” e traçar; § Marcar o pé direito e traçar; § Desenhar as paredes externas (usar o traçado da planta baixa); § Desenhar o forro, quando houver, ou a laje; desenhar também o contra-‐piso; § Desenhar a cobertura ou telhado; § Desenhar as paredes internas, cortadas pelo plano; § Marcar as portas e janelas seccionadas pelo plano de corte; § Desenhar os elementos que estão em vista após oplano de corte. Ex.: janela e porta não cortadas, parede em vista não cortada.... § Denominar os ambientes em corte; § Colocar a indicação de nível; § Colocar linhas de cota e cotar o desenho; § Repassar os traços a grafite nos elementos em corte. Ex.: parede – traço grosso; laje – traço médio; portas, janelas e demais elementos em vista – traço finos. OBS.: No corte as cotas são somente na verticais. As portas e janelas aparecem SEMPRE FECHADAS. 3.2.1. Fundações § A fundação é a parte da edificação que recebe o peso da construção e o transfere para o solo. Os esforços produzidos pelo peso da construção deverão ser suportados pelo terreno em que esta se apóia, sem que ocorram recalques ou ruptura do terreno. As fundações podem ser classificadas em fundação rasa (também chamada de superfície ou direta) ou fundação profunda. § Fundação rasa: é utilizada quando o terreno é regularmente resistente. As escavações para execução deste tipo de fundação têm que serem feitas de modo a atingir a camada de solo com resistência compatível com a carga suportada. São consideradas fundações rasas: sapatas (isolada ou corrida), blocos de concreto, radier e viga de fundação (ou baldrame). As fundações rasas podem estar em relação ao solo: totalmente enterrada, parcialmente enterrada ou totalmente na superfície. § Fundação profunda: é utilizada quando o terreno não possui resistência suficiente para suportar a carga estimada. As escavações para execução deste tipo de fundação também têm que serem feitas de modo a atingir a camada de solo com resistência compatível com a carga suportada. São consideradas fundações profundas: estacas12 (cravada ou perfurada) e tubulão. A estaca cravada é aquela em que a própria estaca (ou molde) é introduzida no terreno por golpes de pilão. Pode ser executada de madeira, aço, concreto pré-‐moldado, ou moldado in 12 Estaca: elemento estrutural esbelto que, introduzido ou moldado no solo, por cravação ou perfuração, tem a finalidade de transmitir cargas ao solo, seja pela resistência de sua extremidade (resistência de ponta) ou pela resistência ao longo da sua superfície lateral. VIGA BALDRAME BLOCOS DE CONCRETO VIGA BALDRAME SAPATA DE CONCRETO ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 41 loco. A estaca perfurada é aquela em que a estaca é executada por perfuração no terreno com trado e posteriormente concretada. Já o tubulão é um elemento cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final de escavação, há descida de trabalhador. Pode ser executado com ou sem revestimento de aço (camisa de aço) que pode ser recuperável ou não. § Para saber se o solo é resistente devemos fazer uma “sondagem”. Baseado nos resultados se propõe a melhor fundação a ser utilizada. 3.2.2. Telhados Figura 12 -‐ Tipos de telhados13 § Os telhados são elementos importantes na composição estética e arquitetônica das edificações. Existem vários tipos de telhados, sendo que estes variam em função do número de "águas" (caimentos), altura da cumeeira e tipo de telha a ser utilizada. 13 Fonte: Costa, Antônio Ferreira. Detalhando a Arquitetura III e IV (Telhados e Escadas). 2. Ed. Rio de Janeiro. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 42 § As linhas principais do telhado são: cumeeiras, espigões, rincões (ou água furtada) e calhas. Tanto rincão como calha são recolhedores de água. O rincão é o inverso do espigão. § O telhado é composto de 3 partes: ESTRUTURA, COBERTURA e CAPTAÇÃO DE ÁGUA. § A ESTRUTURA pode ser de madeira, metálica, concreto ou mista, isto é, com 2 materiais diferentes. A tesoura de madeira é composta dos seguintes elementos: pernas, terças, caibros, ripas e asna. Dependendo da complexidade e proporções do telhado, podem surgir outros elementos. Figura 13 -‐ Principais elementos do telhado14 § Existem vários tipos de tesouras. A escolha de um tipo ou de outro vai depender do tamanho do vão, partido arquitetônico e funcionalidade da edificação. Figura 14 -‐ Tipos de tesouras15 § A COBERTURA é formada por mantas alumínio/polietileno (não necessariamente) e pelas telhas: cerâmica, alumínio, ardósia, etc. Cada uma destas telhas possui um caimento ou uma inclinação específica. A inclinação dos telhados pode ser indicada em graus ou %, sendo que o mais usual é %. A baixo, é apresentado um gráfico de conversão de graus para %. Figura 15 -‐ Inclinação do telhado (graus x porcentagem) 14 Fonte: MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. 4.ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1978. 15 Fonte: OBERG, L. Desenho Arquitetônico. Rio de Janeiro: ao Livro Técnico, 1997. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 43 § Para fazer o cálculo da altura da cumeeira do telhado é necessário primeiramente escolher a telha e verificar a inclinação indicada pelo fabricante.O uso de uma inclinação diferente da recomendada poderá acarretar, por exemplo, infiltração de água para dentro da residência (pouca inclinação). § Após, faz-‐se o seguinte cálculo: § Telhado c/ 1 água: largura da laje x i telha (%) § Telhado de 2 águas com cumeeira centralizada: largura da laje x i telha (%) 2 § Telhado c/ cumeeira descentralizada: a descentralização deve preferencialmente obedecer uma proporção (1/3, ¼ laje): largura maior da laje x i telha (%) § A CAPTAÇÃO DE ÁGUA tem como função proteger as edificações contra infiltrações e vazamentos. Os elementos de captação mais comuns são: calhas, rincões e condutores. Exemplo 1: Telhado com calha aparente (ver Figura 16). Figura 16 -‐ Detalhamento da calha13 Exemplo 2: Telhado com calha escondida (ver Figura 17). Figura 17 -‐ Calha escondida15 3.2.3. Reservatório § Existem 4 formas de abastecer uma residência: § Sistema de distribuição direto: a alimentação de água da residência é feita diretamente da rua, sem reservatório (inconveniente em áreas em que existe falta de água freqüente ou pouca pressão); § Sistema de distribuição indireto (por bombeamento): a alimentação de água da residência é feita através de reservatório inferior, que através do bombeamento, alimenta o superior; ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 44 § Sistema de distribuição indireto (por gravidade): a alimentação de água da residência é feita através de reservatório superior – sistema mais indicado para as condições médias brasileiras; § Sistema de distribuição misto: parte da alimentação de água da residência é feita diretamente da rua (geralmente em torneiras de serviço) e parte indiretamente (com reservatório superior e/ou inferior). § Recomenda-‐se colocar o reservatório sobre zonas “molhadas” da residência, isto é, em zonas consumidoras de água. Além disso, sempre que possível, deve-‐se aproveitar a estrutura de vigas já existentes. § A norma brasileira recomenda que o dimensionamento do reservatório em uma residência deve ser feito considerando 200 litros/pessoa/dia. § A definição da altura do reservatório vai depender da pressão na rede local. Entretanto, pode-‐ se estimar, em condições normais, que o fundo do reservatório deve estar entre 1,50 a 2,10 m acima da saída de água do chuveiro. § Deve-‐se deixar pelo menos 60 cm em dois lados do reservatório de modo a permitir a manutenção do mesmo. Também, aconselha-‐se deixar de 30 a 50 cm de distância entre a tampa do reservatório e a laje de cobertura do mesmo. § Desaconselha-‐se que o acesso ao reservatório seja feito externamente, por motivo de segurança. O alçapão deve ser colocado, preferencialmente, no interior da edificação em zonas neutras, como circulações, lavanderias, .... Também, não deve ser posicionado sobre escadas ou em zonas íntimas, como em dormitórios e salas. O tamanho da tampa do alçapão deve ter, pelo menos, 60x60cm e deve ser representado em projeção (tracejado). As diretrizes a seguir se referem ao dimensionamento básico e desenho esquemático do madeiramento de um telhado de duas águas, em nível de Projeto Legal, para ser representado em escala 1/50. Na disciplina de Sistemas Estruturais IV, tanto o cálculo como desenho, serão abordados mais detalhadamente. Além disso, cabe salientar que não existe apenas um tipo de solução de madeiramento de telhado de duas águas. A solução que será representada a seguir é apenas uma delas. d) MADEIRAMENTO DO TELHADO (Anexo H) A tabela abaixo mostra os tamanhos das peças de madeira mais utilizadas na estrutura de telhados. As madeiras mais utilizadas são: cedrinho, peroba, angelim e angico. PEÇA DE MADEIRA TAMANHO DISTÂNCIA ENTRE AS PEÇAS Tesoura 6 x 12 cm 6 x 16 cm 2,50m 2,50m a 4,00m Terça 6 x 12 cm 6 x 16 cm g Se o vão entre tesouras não exceder 2,50m. g Se o vão entre tesouras for de 2,50m a 4,00m O espaçamento horizontal entre duas terças será de até 2,00m quando utilizarmos caibros 5X6cm e no máximo 2,50, quando utilizarmos caibros de 5x7cm. Caibro 5 x 6 cm 5 x 7 cm Espaçamento máximo de 50 cm (eixo a eixo) Ripa 1,5 x 3 cm 1,5 x 5 cm Espaçamento máximo de 30 a 35 cm, conforme a especificação do fornecedor. OBS: espaçamentos de eixo a eixo Tabela 2 -‐ Peças de madeira mais utilizadas ETAPAS DO DESENHO DA “PLANTA BAIXA DO MADEIRAMENTO DO TELHADO” Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 45 As etapas para o dimensionamento e desenho do madeiramento de um telhado de 2 águas são as seguintes: § Analisar o tamanho da laje do último pavimento emfunção dos espaçamentos das terças e tesouras, a fim de escolher a bitola mais adequada para as mesmas. Considerar o vão interno entre oitões como a área de laje a ser coberta. § Definidas as bitolas das tesouras e terças, iniciar o desenho em planta baixa posicionando primeiramente os oitões. Após, calcular o espaçamento entre tesouras e depois as terças, lembrando que estes espaçamentos são sempre de eixo a eixo da peça. Cabe salientar que as terças ficam em cima das tesouras, logo, deve-‐se apagar as linhas da tesoura que estão abaixo das terças. Além disso, as terças transpassam o oitão para formar o beiral da fachada transversal, entretanto, não podemos definir ainda com exatidão o tamanho deste sem antes calcular a distância entre caibros. § O passo seguinte é calcular a distância entre caibros, sendo que esta não pode ultrapassar 50cm de eixo a eixo. Quando não for possível usar exatamente 50cm, sugeres-‐se que a casa após a vírgula seja sempre 50, isto é, 47,50 ou 48,50 ou 49,50, a fim de facilitar a locação destas. O vão entre os caibros deve ser igual em todos os trechos visto que estes geralmente aparecem nas fachadas longitudinais. ETAPAS DO DESENHO DO “CORTE TRANSVERSAL DO MADEIRAMENTO DO TELHADO” § Calcular a altura da cumeeira, marcá-‐la e, após, desenhar o perfil do telhado. Esta linha é a parte de baixo do caibro. Então, deve-‐se traçar uma linha paralela para cima, com a espessura do caibro. § Após, deve-‐se desenhar as terças que estão abaixo dos caibros. Neste momento pode ser que haja a necessidade de ajustar a distância entre terças em função da tesoura do telhado. § O passo seguinte é desenhar as pernas, a linha e as asnas da tesoura, sendo que e as últimas devem estar inclinadas de modo à “apoiar” as terças. Em vãos pequenos, não é necessário o uso de asnas. § A última etapa é o cálculo da distância entre ripas. Deve-‐se começar a marcá-‐las pela cumeeira a fim de se evitar o corte de telhas. Em função do espaçamento entre ripas e caibros ser diferente, é difícil ter beirais iguais nas fachadas longitudinais e transversais. Tenta-‐se, sempre que possível, que sejam dimensionados com pequena diferença a fim de que “passe desapercebido” pelo observador. ETAPAS DO DESENHO DO “CORTE LONGITUDINAL DO MADEIRAMENTO DO TELHADO” § É feito a partir do desenho da planta baixa e do corte transversal. Entretanto, para que o desenho fique certo, deve-‐se alinhar as lajes na mesma altura e direção. § As alturas são “puxadas” do corte transversal e os espaçamentos da planta baixa. 3.3. PLANTA DE SITUAÇÃO (Anexo 3) § A planta de SITUAÇÃO informa a posição do terreno dentro da quadra, bem como o nome das ruas limítrofes. § O terreno deve ser hachurado com traço fino ou contornado com um traço grosso contínuo. No interior do terreno, deve-‐se colocar o número do lote. § Neste desenho deve-‐se cotar o terreno com cotas parciais, no caso de terrenos irregulares ou, cotas totais, no caso de terrenos regulares; Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 46 § Se o terreno apresentar algum ângulo diferente de 900 este deverá ser indicado utilizando a representação de cota angular; § Deve-‐se cotar um vértice do terreno em relação à esquina mais próxima. a) Informações que devem constar nesta planta: INFORMAÇÕES OK? Norte (magnético ou verdadeiro) Dimensões do terreno Cota de afastamento do terreno em relação aos limites do quarteirão Denominação das ruas ou praças limítrofes Nº do lote Topografia do terreno – curva de nível, cotas, ... Índices urbanísticos 3.4. IMPLANTAÇÃO ou LOCALIZAÇÃO ou COBERTURA (Anexo 3) § A planta de LOCALIZAÇÃO indica a posição da edificação/espaços (casa, edifício, jardins, piscina, quadras esportivas, ...) dentro do terreno. § Nesta planta a edificação é representada como se estivéssemos fazendo um vôo panorâmico sobre ela, isto é, vista de cima. Por isso, muitas vezes é chamada de planta de implantação, cobertura ou telhados. § Nos telhados costuma-‐se utilizar pequenas setas que informam o sentido de caimento das águas e o ângulo de inclinação das telhas. Reservatórios, chaminés de lareiras e churrasqueiras também devem ser representados com suas respectivas dimensões. a) Informações que devem constar nesta planta: INFORMAÇÕES OK? Norte (magnético ou verdadeiro) Dimensões do terreno Dimensões da edificação/espaços em relação ao terreno Localização e dimensão de calçadas, recuos, árvores, muros, caminhos, piscinas, quadras esportivas, ... Designação das diversas edificações (se necessário) Cotas de nível do piso acabado dos acessos Descrição do tipo de telha e inclinação Indicação dosentido de caimento das águas, calhas, algerosas, chaminés ... 3.5. FACHADAS (Anexos 4 e 5) Elevações ou fachadas são elementos gráficos componentes de um projeto de arquitetura, constituídos pela projeção das arestas visíveis do volume sobre um plano vertical, localizado fora do elemento arquitetônico. São as vistas principais (frontal, posterior, lateral direita ou esquerda), ou eventualmente, auxiliares, da edificação, elaboradas com a finalidade de fornecer dados para a execução da obra, bem como antecipar a visualização externa da edificação projetada. Nelas aparecem os vãos de janelas, portas, elementos de fachada, telhados assim como todos os outros visíveis de fora da edificação. Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 47 § As fachadas representam as vistas externas da edificação e seu entorno imediato. Nesta são representados os tipos de revestimentos utilizados, cores, texturas, etc. Geralmente são representadas as cotas verticais (de revestimentos) que não foram explicitadas anteriormente nos cortes. § Nesta planta, ao representar os diferentes tipos de revestimentos deve-‐se puxar linhas de chamada descrevendo-‐os. SOMBRAS, CÉU, CALUNGAS, CARROS E VEGETAÇÃO também são representados em escala buscando maior realidade ao desenho. § Devem ser desenhadas todas as fachadas da edificação, de modo a poder estudar soluções arquitetônicas para todas estas. No estudo de fachadas bem como no desenvolvimento das plantas baixas deve-‐se observar os princípios ordenadores como eixo, simetria, hierarquia, ... § Nesta planta só cotamos alturas (de relevos, saliências, reentrâncias, mudança de revestimento, sacadas, etc.); § Quando as fachadas apresentarem muitos relevos ou reentrâncias no reboco, faz-‐se necessário fazer um "corte de pele". Este deve ser feito numa escala ampliada para que as espessuras de revestimentos possam ser facilmente identificadas. Em desenhos constituídos apenas de linhas, sem penumbras e sombras projetadas, diferenças nos pesos das linhas auxiliam na sugestão da profundidade dos planos. Quanto mais pesada o delineamento de um elemento, mais para a frente ele parece situar-‐se; quanto mais leve o delineamento, mais ele parece recuar (ver Figura 18). Figura 18 -‐ Diferentes formas de representar fachadas b) Etapas para o desenho de fachadas: ! Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 48 No caso em que as fachadas/elevações são desenhadas na mesma escala que a planta baixa e os cortes (recomendável), o trabalho do desenhista fica consideravelmente facilitado – o escalímetro não precisa ser usado. § Colar a prancha em branco sobre a prancheta, sobre a qual vamos desenhar a elevação; § Sobre a prancha em branco colar a planta baixa no sentido da elevação que vamos desenhar; § Traçar, com o auxílio da régua paralela e dos esquadros, todas as linhas de projeção verticais das paredes e demais detalhes da planta que são de interesse para o desenho da fachada, na prancha branca; § Retirar a planta baixa e sobre o papel de desenho colar um dos cortes (com maior detalhe, e com a altura da cumeeira) lateralmente ao desenho da elevação, alinhando o nível externo do corte com a linha do piso da elevação; § Transportar todos os detalhes em altura que interessam ao desenho da elevação: altura e forma da cobertura, altura das portas, das janelas, peitoris.... Figura 19 -‐ Como desenhar fachadas § A interseção destas linhas horizontais com as verticais traçadas a partir da planta baixa, permite ao desenhista completar com facilidade o desenho. § Esta maneira de trabalhar traz inúmeras vantagens, principalmente rapidez e impossibilidade de erros de escala ou desenhos que não estejam de acordo com a planta projetada. § A existência de saliências e reentrâncias nas elevações/fachadas permite obter contrastes de luz e sombras, que valorizam o desenho. Alguns exemplos: FACHADA FRONTAL 00 FA C H A D A LA TE R A L 20 5X 60 /1 80 HALL 60x210 PISO CERÂMICO A=6,22 M² +0,15 A=9,88 M² 205X60/180 PISO CERÂMICO WC MASC CORTE PLANTA BAIXA PISO CERÂMICO 60x210 80 x2 10 60x210 A=11,15 M² WC FEM 80x210 60x210 90x210 Prof. Lisiane Pedroso Lima Desenho II 49 EXEMPLO A EXEMPLO B Figura 20 -‐ Exemplos de fachadas 3.6. SEQUÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DOS DESENHOS ARQUITETÔNICOS Planta baixa Cortes (puxando as linhas da planta baixa) Planta de Telhados (sobre a laje do 2º pav.) Cobertura (sobre a planta de telhados) Fachadas (puxando linhas da planta baixa p/ posicionar larguras e comprimentos e do corte p/ definir as alturas dos elementos) Demais desenhos solicitados 3.7. SEQUÊNCIA DE NUMERAÇÃO DAS PRANCHAS – PROJETO LEGAL Implantação e Situação (geralmente mesma prancha) Cortes Plantas baixas Fachadas Implantação e Situação (geralmente mesma prancha) Detalhamentos 3.8. LISTAGEM DE ANEXOS DA DISCIPLINA ANEXO A – Desenhode Portas ANEXO H -‐ Madeiramento do Telhado ANEXO B – Desenho de Janelas ANEXO 1 – Planta Baixa ANEXO C – Desenho de Escada ANEXO 2 – Cortes ANEXO D – Desenho de Lareira e Churrasqueira ANEXO 3 – Planta de Cobertura e Situação ANEXO E – Vegetação (planta baixa e vista) ANEXO 4 – Fachadas ANEXO F – Vegetação (vistas) ANEXO 5 -‐ Fachadas ANEXO G -‐ Calunga ANEXO 6 – Planta baixa Madeiramento do Telhado 26 5 22 0 21 0 21 0 +0,35 00 +0,50 +0,48 5570 10 45 21.20 M² TERRAÇO SALA 13.75 M² BANHO 5.70 M² 00 +0.35 +0.50 +0.48+0.50 +0.20 60x60/140 12 0x 10 0/ 90 90 x2 10 10 0x 60 /1 40 70x210 90x210 120x100/90 00 +0 .2 0 TE R R A Ç O +0 .3 5 21 .2 0 M ² 70 x2 10 5. 70 M ² B A N H O +0 .4 8 +0 .5 0 100x60/140 +0 .5 0 13 .7 5 M ² S A LA 60 x6 0/ 14 0 00 21 0 10 70 +0,35 21 0 26 5 55 22 0 45 +0,50 +0,48 ! TIJOLO À VISTA TELHA CERÂMICA i=30% TIJOLO À VISTA SÓCULO CONCRETO REBOCO LISO COR AMARELO ELEVAÇÃO FRONTAL SEM ESCALA SÓCULO CONCRETO TELHA CERÂMICA i=30% PILAR TIJOLO À VISTA SÓCULO CONCRETO REBOCO LISO APARENTE COR AMARELO ESQUADRIA MADEIRA VIDRO LISO ELEVAÇÃO LATERAL SEM ESCALA PILAR TIJOLO À VISTA
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