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NOÇÕES SOBRE AMOSTRAGEM Profa. Dra. Lilian Castiglioni Estatística descritiva Estatística inferencial POPULAÇÃO -ou universo, é o conjunto de unidades sobre o qual desejamos obter informações; Grande conjunto de unidades que têm algo em comum Ex.: pacientes, animais, radiografias, prontuários, necropsias, certidões de óbito, etc. POPULAÇÃO: AMOSTRA Todo subconjunto de unidades retiradas de uma população para obter a informação desejada; dados realmente coletados -Dados: são as observações coletadas (Ex.: medidas, sexo, idade, nível de renda, grau de escolaridade, respostas de uma pesquisa, respostas de um tratamento, presença ou ausência de doenças, etc.), são os valores; -Censo: Levantamento de dados de toda a população; Por que utilizar amostras??? 1. Custo e demora dos censos; 2. Populações muito grandes; 3. Impossibilidade física de examinar toda a população; 4. Comprovado valor científico das informações coletadas por meio de amostras; TIPOS DE AMOSTRAS 1. Amostra Aleatória, Casual ou Probabilística -é composta por elementos retirados ao acaso da população; todo elemento da população tem igual probabilidade de ser escolhido; obtida por sorteio; -pode ser simples ou estratificada; -amostra aleatória simples: obtida por sorteio de uma população constituída por unidades homogêneas para a variável que você quer estudar; Ex.: Imagine que você precisa obter uma amostra de 2% dos 500 pacientes de um hospital para entrevistá-los sobre a qualidade de atendimento. Qual seria o melhor procedimento? SORTEIO -amostra aleatória estratificada: é usada quando a população é constituída por unidades heterogêneas para a variável que se quer estudar; devemos formar subgrupos (estratos) e realizar o sorteio em cada estrato; é composta por elementos provenientes de todos os estratos da população; Ex.: Imagine que você precisa obter uma amostra de 2% dos 500 pacientes de um hospital para entrevistá-los sobre a qualidade de atendimento. Você suspeita que os homens sejam mais bem atendidos do que as mulheres. Aproximadamente metade dos pacientes é do sexo masculino. Você quer obter dados de ambos os sexos. Qual seria o melhor procedimento? Separar os pacientes por sexo (masculino x feminino), fazer os sorteios separadamente, nos dois estratos 2. Amostra Sistemática -os elementos são escolhidos não por acaso, mas por um sistema que deve ser adotado para seleção (escolha de um critério!!!); Ex.: sorteio de um carro zero para os alunos da classe. Qual critério escolher???? 3. Amostra de Conveniência -é formada por elementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles; Ex.: pacientes de uma só clínica; alunos de uma só classe, etc. TOMAR CUIDADO PARA NÃO SER TENDENCIOSO!!!!! VARIÁVEL -dados individuais dos elementos componentes de uma população que são representados por valores numéricos. Ex.: sexo, idade, cor, causa de morte; podem ser: -Qualitativas ou categorizadas; -Quantitativas ou numéricas; Representam a informação que identifica alguma qualidade, categoria ou característica; o resultado da observação é apresentado na forma de qualidade ou atributo; Ex.: sexo, cor, grupo sanguíneo, grau de instrução, estágio da doença, etc. VARIÁVEIS QUALITATIVAS: NOMINAL (SEM ORDENAÇÃO) categorias mutuamente exclusivas mas sem ordem pré- determinada Ex.: cor de cabelos, tipo sanguíneo, sexo, religião, etc. ORDINAL (COM ORDENAÇÃO NOS RESULTADOS) categorias mutuamente exclusivas mas com ordenação natural) Ex.: escolaridade, estágio da doença, etc. quando o resultado da observação é expresso em valores numéricos. Ex: nº de empregados, nº de imóveis, salário, etc. VARIÁVEIS QUANTITATIVAS: CONTINUA quando assume qualquer valor entre dois limites e que resultam normalmente de uma mensuração. Ex: peso, altura, idade, salário, etc. DISCRETA quando assume valores inteiros, inclusive zero e que resultem, freqüentemente de uma contagem. Ex: nº de alunos, nº de filhos, tamanho da família, etc. VARIÁVEL QUALITATIVA QUANTITATIVA NOMINAL ORDINAL DISCRETA CONTINUA c ETAPAS DO TRABALHO ESTATÍSTICO 1. Planejamento: após a definição do problema a ser estudado o planejamento consiste em determinar o procedimento para a solução do problema e a elaboração dos questionários. 2. Coleta de dados: é a obtenção, reunião e registro sistemático de dados. 3. Crítica dos dados: é a fase onde os dados obtidos devem ser cuidadosamente revisados, evitando erros que possam afetar sensivelmente nos resultados. 4. Apuração dos dados: é o processo dos dados obtidos mediante critério de classificação. Pode ser manual ou eletrônico. 5. Apresentação dos dados: Após a apuração, os dados são apresentados através de tabelas e ou gráficos. TABELAS -Após a apuração, há necessidade dos dados serem dispostos de uma forma ordenada, quando possível, e resumida, a fim de auxiliar o pesquisador na sua análise e facilitar a compreensão das conclusões apresentadas ao leitor. -Uma tabela estatística deve conter o número, o título, o corpo e o rodapé (fonte, notas e sentados na forma de tabelas estatísticas, desde que seja notas específicas). • Componentes mais importantes de uma tabela: • Título – explica o que a tabela contém • Corpo – formado pelo cabeçalho, pela coluna indicadora e pelas linhas e colunas de dados: • Cabeçalho – especifica o conteúdo das colunas • Coluna indicadora – especifica o conteúdo das linhas • Traços horizontais para delimitar a tabela; • Legendas (indicam o assunto abordado na tabela); • podem conter a fonte fornecedora dos dados; nota, esclarecedora de aspectos relevantes do levantamento de dados ou da apuração dos mesmos; CAUSA FREQUÊNCIA Acidente 29.601 Abuso 2.604 Suicídio 7.965 Profissional 3.735 Outras 1.959 Ignorada 1.103 TOTAL 46.967 TABELA 1. Casos de intoxicação humana, segundo a causa determinante. FONTE: MS/FIOCRUZ/SINITOX NOTA: Brasil, 2010 TABELAS DE CONTINGÊNCIA -é utilizada quando os elementos da amostra ou da população são classificados de acordo com dois fatores (tabela de dupla entrada); EXEMPLO: TABELA 2. Nascidos vivos registrados segundo o ano e o sexo. ANO SEXO TOTAL MASCULINO FEMININO 1984 1.307.758 1.251.280 2.559.038 1985 1.339.059 1.280.545 2.619.604 1986 1.418.050 1.361.203 2.779.253 TABELAS DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS -são construídas para facilitar a análise de dados de freqüências quando estes são numerosos e muito variados; usada para tabelas grandes e cansativas; EXEMPLO: -construir intervalos de classe que variem de forma uniforme (0,5 Kg, no exemplo): 1,5 — 2,0 2,0 — 2,5 2,5 — 3,0 3,0 — 3,5 3,5 — 4,0 4,0 — 4,5 4,5 — 5,0 Usando a fórmula: k = √ n ou k = 1 + 3,222 x log n, é possível determinar o número de intervalos de classe. -em seguida, verificar quantos indivíduos pertencem a cada classe e organizar uma nova tabela de distribuição de freqüência; podemos calcular o ponto médio entre cada intervalo de classe, somando-se cada extremo do intervalo e dividindo por 2: 1,5 + 2,0 _____________ = 1,75 2 -assim temos a tabela: CLASSE PONTO MÉDIO FREQUÊNCIA 1,5— 2,0 1,75 3 2,0 — 2,5 2,25 16 2,5— 3,0 2,75 31 3,0— 3,5 3,25 34 3,5 — 4,0 3,75 11 4,0 — 4,5 4,25 4 4,5 — 5,04,75 1 -Outra maneira de apresentação dos dados estatísticos é sob forma ilustrada, chamada de gráfico. O seu objetivo é produzir no leitor uma impressão mais rápida e viva do que uma tabela (série estatística). -Diagramas: são gráficos geométricos de no máximo duas dimensões e, para sua construção, em geral, usamos o sistema cartesiano. Os principais tipos de diagramas que veremos são: Gráfico em barras, Gráfico em setores, Histograma de freqüência e Polígono de freqüência. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA GRÁFICO EM BARRAS Taxas de mortalidade pelos cânceres mais comuns, sexo feminino. Estado de São Paulo, 1992. 0 2 4 6 8 10 12 14 mama estômago cólon/reto pulmão colo/útero Tipo de Câncer Ób ito s / 10 0.0 00 ha bit an tes GRÁFICO EM SETORES OU CÍRCULOS HISTOGRAMA DE FREQÜÊNCIA Percentual de linfócitos em pacientes com leucemia linfóide (mg/dL) Percentual de linfócitos Freqüência 10 |- 12 5 12 |- 14 6 14 |- 16 5 16 |- 18 1 18 |- 20 2 20 |- 22 1 total 20 Percentual de linfócitos em pacientes com leucemia linfóide 0 1 2 3 4 5 6 7 11 13 15 17 19 21 percentual de linfócitos fre qü ên ci a Os histogramas podem ser: 1.SIMÉTRICO -os dados apresentam distribuição normal; 2. DIAGRAMA POSITIVO OU NEGATIVO -os dados apresentam distribuição maior à direita (positivo) ou esquerda (negativo) da média; POSITIVO NEGATIVO 3. BIMODAL -os dados podem ser resultantes de dois processos diferentes; Polígono de Freqüência Percentual de linfócitos em pacientes com leucemia linfóide 0 1 2 3 4 5 6 7 9 11 13 15 17 19 21 23 percentual de linfócitos fre qü ên cia BIBLIOGRAFIA CONSULTADA JEKEL, F.J., KATZ, D.L., ELMORE, J.G. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 2ª ed. São Paulo: Artmed, 2005. MORETTIN, P.A.; BUSSAB, W.O. Estatística Básica. , São Paulo: Atual, 1987. VIEIRA, S. Elementos de estatística. 4ª. ed. São Paulo: Elsevier, 2008.
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