Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução ao estudos do pilares de concreto armado Me. Eng. Jackson Deliz Ditz jackson.ditz@imed.edu.br IMED – Faculdade Meridional Escola de Engenharia Civil Concreto armado II Pilares de concreto armado • São elementos de cálculo complexos e cruciais em estruturas de concreto armado. • Comumente classifica-se a criticidade de falhas dos elementos de concreto em edifícios: • O cálculo dos pilares é complexo por diferentes razões: – Flexão composta normal ou oblíqua Esforços. – Efeitos de primeira e segunda ordem Flambagem. – Fluência Deformabilidade. Lajes Vigas Pilares Modelo de cálculo • As ações nos pilares são obtidas através do cálculo do pórtico espacial ou dos pavimentos isolados (grelhas). • Desde que se façam as considerações corretas, ambas as possibilidades são válidas. • O mais comum atualmente é calcular lajes e vigas como uma grelha e usar os esforços para carregar o pórtico espacial. Modelo de cálculo Discretização! Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Cálculo considerando pórtico plano Esforços Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Esforços Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Esforços E = Módulo de elasticidade P = Carga distribuída uniforme F = Força concentrada l = Vão f = Flecha I = Inércia (bh³/12 para seção retangular) R = Reações verticais de força M = Reações de momento fletor Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Deslocabilidade da estrutura • A deslocabilidade da estrutura afeta a maneira de calcular os pilares. • As estruturas podem ser consideradas de nós fixos ou nós deslocáveis ou móveis. • Como saber se a estrutura é de nós fixos ou móveis? • Estes parâmetros são usados internacionalmente para estimar a deslocabilidade das estruturas. Parâmetros de estimativa: a ou gz. Deslocabilidade da estrutura Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Deslocabilidade da estrutura Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Deslocabilidade da estrutura (α) • A estrutura pode ser considerada de nós fixos quando o coeficiente α for menor que o limite α1. Se n ≤ 3 Se n ≥ 4 Htot = Altura total da edificação Nk = Esforço normal de serviço total sobre a edificação Ec.Ic = Medida de rigidez = EIeq Deslocabilidade da estrutura (α) • E rigidez equivalente (EIeq) pode ser determinada, segundo o CEB por: – onde FH é a força horizontal equivalente concentrada no topo do pórtico, htot é a altura total do pórtico e U é o deslocamento horizontal no topo do pórtico, obtido por algum software. 𝐸𝐼𝑒𝑞 = 𝐹𝐻ℎ𝑡𝑜𝑡 3 3𝑈 Deslocabilidade da estrutura (α) • O pórtico na direção considerada abaixo possui 15 pavimentos com 4 metros de altura cada. Se a rigidez equivalente concentrada no topo do pórtico for igual a 27,34e6 kN.m², determinar o valor do coeficiente alfa, verificando se a estrutura é de nós fixos ou nós móveis. O esforço vertical de serviço total sobre o pórtico é 20000 kN. Obs: o cálculo de EIeq pode ser realizado usando o FTOOL, por exemplo. Seu cálculo depende dos esforços horizontais, verticais, inércia de vigas e pilares, que determinam os deslocamentos horizontais (será visto no próximo exemplo) Deslocabilidade da estrutura (γz) • A estrutura pode ser considerada de nós fixos quando o coeficiente gz for menor que 1,1. Onde é o momento de tombamento em relação à base, resultado da ação de todas as forças transversais à estrutura. é o momento das forças verticais causados pelo deslocamento lateral da estrutura, obtidos na análise de primeira ordem. M1,tot,d = É o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura ΔMtot,d = É a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de primeira ordem Deslocabilidade da estrutura (γz) • Calcular o coeficiente gama-z para o pórtico plano da estrutura abaixo. Altura de cada pavimento de três metros Deslocabilidade da estrutura (γz) • Calcular o coeficiente gama-z para o pórtico plano da estrutura abaixo. Deslocabilidade da estrutura • Se a estrutura é considerada de nós fixos, os efeitos globais de segunda ordem podem ser desprezados e os pilares podem ser calculados de maneira isolada apenas com os efeitos de primeira ordem mais os efeitos locais de segunda ordem. Deslocabilidade da estrutura • Efeitos de primeira ordem – São os que surgem diretamente da análise da estrutura. Deslocabilidade da estrutura • Se a estrutura é considerada de nós móveis, os efeitos globais de segunda ordem devem ser considerados obrigatoriamente. Mas o que são os efeitos de segunda ordem? São efeitos que resultam da não-linearidade da estrutura. Deslocabilidade da estrutura • Efeitos de segunda ordem: Efeitos que surgem em função da não linearidade da estrutura. – Não linearidade • Física • Geométrica Deslocabilidade da estrutura • A não linearidade física deve-se ao comportamento não-linear dos materiais Diagrama tensão-deformação não é uma reta. Diagrama tensão x deformação do concreto é NÃO LINEAR Deslocabilidade da estrutura • A não-linearidade física é considerada no cálculo de estruturas de concreto armado de diferentes maneiras. • A mais simples consiste em diminuir a rigidez dos elementos durante o cálculo. – 0,80 .E.Ic para os pilares – 0,40 .E.Ic para as vigas – 0,50 .E.Ic para as lajes Deslocabilidade da estrutura • Não linearidade geométrica – A não-linearidade geométrica resulta em efeitos sobre a estrutura em função das deformações que ocorrem quando esta é carregada. – A não-linearidade geométrica pode ser global ou local. Deslocabilidade da estrutura • Não linearidade geométrica – A não-linearidade global é a que surge em função dos esforços externos que passam a atuar fora de suas posições iniciais quando a estrutura deforma. Deslocabilidade da estrutura • A não-linearidade global é avaliada por métodos aproximados ou mais precisos. • O método aproximado mais usado é a majoração pelo coeficiente gama-z. – Multiplicando o coeficiente gama-z pelos esforços de primeira ordem, tem-se os esforços de segunda ordem globais. (Gama-z > 1,1 e gama-z < 1,3). Deslocabilidade da estrutura • A não-linearidade local é a que surge em função da tendência de instabilidade que peças comprimidas ficam sujeitas Flambagem. Estruturas de aço para edifícios – Valdir Pignatta e Silva | Fabio Domingos Pannoni Deslocabilidade da estrutura • Os métodos para encontrar os efeitos de segunda ordem geométricos locais buscam encontrar ao longo do comprimento da peça os acréscimos de excentricidade no esforço normal. Resumindo Excentricidades A maneira mais usual de abordar os passos no cálculo de um tramo de pilar é de acrescentar ao esforço normal de primeira ordem excentricidades a fim de resultar em acréscimos de momentos fletores em função de cada análise realizada. Soma de todas excentricidades Excentricidades • Excentricidade inicial – São as excentricidades resultantes do cálculo da estrutura. Por exemplo, pilares em função da sua posição em planta, podem estar sujeitos a momentos fletores em nenhuma, uma ou duas direções. – Se tem-se momentos,tem-se excentricidades. Excentricidades • Teoricamente, um pilar central não está sujeito a momentos fletores em função das vigas, contudo, a NBR 6118 (2014) não permite que um pilar seja calculado como centrado, sendo obrigatório considerar uma excentricidade mínima. • Resulta, então, que pilares sempre estarão sujeitos a flexo-compressões normais ou oblíquas. Excentricidades • Excentricidades de fôrma – São as excentricidades que surgem em função da necessidade de atender as particularidades arquitetônicas do edifício. – Dificilmente é possível fazer coincidir os planos de carga das vigas com o eixo dos pilares. Daí surgem excentricidades que podem ser significativas na determinação dos esforços. Excentricidades • Excentricidades acidentais – São as excentricidades difíceis de serem previstas por resultarem de erros executivos, como erros de prumo, erros de locação, etc... – Todas as estruturas são imperfeitas e, assim, deve-se de alguma maneira considerar estes erros executivos. – A excentricidade é escrita em função d do ângulo de desaprumo θ1: Excentricidades • O ângulo de desaprumo, θ1, é dado por: • Onde L é a altura do pavimento. Onde L é altura do pavimento. Excentricidades • Excentricidade mínima (primeira ordem) – Se o momento atuante for menor que o mínimo, deve-se adotar o momento mínimo. – Na realidade a excentricidade mínima substitui as anteriores. Se a soma das primeiras é menor que a excentricidade mínima, adota-se esta. h = Altura do pilar Excentricidades • Há ainda as excentricidades de segunda ordem, que devem ser consideradas através de algum processo aproximado (normatizado) ou de um processo p- delta. • Estas são decorrentes da deslocabilidade global da estrutura e da flambagem. Devem ser consideradas em estruturas de nós móveis. • Há também a excentricidade de segunda ordem devido a fluência do concreto. Fluência? – A fluência é o aumento de uma deformação com o tempo sob a ação de cargas ou tensões repetitivas. Excentricidades • Excentricidades de segunda ordem – Um processo aproximado para sua obtenção é encontrado em ARAÚJO (2010): • Onde Le é o comprimento de flambagem da coluna e h a largura do pilar na direção considerada. • Nd é a carga vertical de cálculo no pilar e Ac é a área de concreto do pilar 𝑒2 = 𝐿𝑒2 10 0,005 𝜐0 + 0,5 ℎ 𝜐0 = 𝑁𝑑 𝐴𝑐𝑓𝑐𝑑 Excentricidades • Obtida a excentricidade de segunda ordem, soma-se esta as excentricidades de primeira ordem e tem-se a excentricidade total. Faz-se isso nas duas direções (x e y) para a seção do pilar. • Com as excentricidades calculadas, tem-se o momento fletor total de cálculo: 𝑀𝑑 = 𝑁𝑑(𝑒1 + 𝑒2) Excentricidades • Determinar a excentricidade de segunda ordem no pilar abaixo ao longo da direção x. – Bi-engastado; – Altura igual a 3,6 m; – Esforço normal de cálculo = 700 kN; – fck = 20 MPa; 40 cm 20 cm x y
Compartilhar