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LEGALIZAÇÃO DE ARMAS

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A LEGALIZAÇÃO DE ARMAS NO BRASIL
Oljailson Nogueira de Freitas�
RESUMO
A divulgação constante da mídia sobre o aumento crescente da criminalidade em diversas regiões do Brasil, principalmente os crimes como latrocínio, homicídio e estrupo, geram questionamentos referentes a facilidade para os bandidos conseguirem armas de fogo. De acordo com o Atlas da Violência de 2016, que é desenvolvido pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o FPSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), o Brasil bateu uma meta recorde de 59.627 mil homicídios em 2014, uma alta de 21,9% se for comparado a 2003 onde teve 48.909 mil mortes, talvez uma saída para a crescente criminalidade seria a revogação do estatuto do desarmamento, que foi aprovado no dia 23 de dezembro de 2003 a Lei n° 10.826/2003, popularmente conhecida como estatuto do desarmamento que trouxe leis mais rigorosas não somente ao comercio, mas também referente ao porte e o registro da arma de fogo, além de aumentar a atuação do SINARM que se manteve no âmbito da polícia federal para continuar a fiscalização de assuntos relacionados a circulação de armas de fogo.
PALAVRAS-CHAVE: 1 Direito. 2 Arma de Fogo. 3 Legalização. 4 Desarmamento.
_________________________
1 INTRODUÇÃO
	A divulgação constante da mídia sobre o aumento crescente da criminalidade em diversas regiões do Brasil, principalmente os crimes como latrocínio, homicídio e estrupo, geram questionamentos referentes a facilidade para os bandidos conseguirem armas de fogo. De acordo com o Atlas da Violência de 2016, que é desenvolvido pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o FPSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), o Brasil bateu uma meta recorde de 59.627 mil homicídios em 2014, uma alta de 21,9% se for comparado a 2003 onde teve 48.909 mil mortes. A pesquisa ainda aponta que cerca de 10% das mortes no mundo são homicídios, neste tipo de crime o Brasil aparece liderando a lista, onde a região com o maior índice de violência foi o Nordeste, no período de 2004 a 2014 o Rio Grande do Norte apresentou um aumento de 308% na taxa de homicídios, seguidos pelo Maranhão (209,4%), Ceará (166,5%), Bahia (132,6%), Paranaíba (114,4%) e Sergipe (107,7%), a única exceção foi Pernambuco, que apresentou uma redução de 27,3% em sua taxa de homicídios. Entretanto, na região Sudeste e Sul, quatro estados mostraram diminuição nos índices de violência, sendo eles, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná, onde apresentaram quedas de 52,4%, 33,3%, 13,8% e 4,3% respectivamente na taxa de homicídio. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) uma das principais causas dessas altas taxas de homicídios é o acesso a armas de fogo, entretanto é um estudo que se contradiz, pois de acordo com o relatório no Brasil a 32,4 mortes para cada cem mil habitantes enquanto nos Estados Unidos, que é um pais onde a livre comercio e porte de armas a taxa é de somente 5,4. Diante destes níveis alarmantes de violência nos leva a pensar que talvez o problema seja uma consequência do estatuto do desarmamento e toda a burocracia no pais em se conseguir porte legal para armas.
2 O ESTATUTO DO DESARMAMENTO 
	Foi aprovado no dia 23 de dezembro de 2003 a Lei n° 10.826/2003, popularmente conhecida como estatuto do desarmamento, de acordo com Melo (2013) a política do desarmamento teve início em 1995, tendo como objetivo a busca de uma saída para o alto índice de criminalidade e em 1997 o porte de arma se tornou crime, mas foi somente com a criação do estatuto do desarmamento que as leis passaram a ser mais rígidas com o objetivo de que o Brasil possuísse um controle eficaz sobre as armas de fogo.
O estatuto do desarmamento foi alvo de vários debates desde o momento que entrou em vigor, principalmente por aqueles que acreditavam que o desarmamento não iria diminuir os índices de violência no pais.
Percebe se então que o estatuto trouxe leis mais rigorosas não somente ao comercio, mas também referente ao porte e o registro da arma de fogo, além de aumentar a atuação do SINARM que se manteve no âmbito da polícia federal para continuar a fiscalização de assuntos relacionados a circulação de armas de fogo.
3 SISTEMA NACIONAL DE ARMAS
	 O SINARM foi criado em 1997 pela Lei n° 9.437/97 onde conta com o apoio da polícia federal com o objetivo de realizar o cadastro de todas as armas em circulação no país, catalogar e registrar.
	Segundo SILVA (2007, p.35) “tem por finalidade manter cadastro geral, integrado e permanente das armas de fogo importadas, produzidas e vendidas no país”. Melo (2013) destaca também que a fazer obrigatório a realização do registro de armas no SINARM foi essencial para o controle de acesso e fornecimento das armas legais, entretanto não gerou resultados satisfatórios em relação a armas em situação ilegal, outra responsabilidade dada ao SINARM é a integração e renovação dos armamentos policias além de alimentar o banco de dados contendo informações referentes ao cadastro e a emissão do porte de armas.
4 REGISTRO 
	Segundo o Artigo 3 da lei 10.826/2003 diz é o registro de arma de fogo é obrigatório, sendo a polícia federal ficando responsável pelo registro das armas de uso permitido e as de uso restrito fica a cargo do comando do exército. Habib (2011, p.78-79) destaca a diferença entre elas:
Armas de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a pessoas físicas, bem como pessoas jurídicas, de acordo com as normas do comando do exército e nas condições previstas na lei 10.826 de 2003 (artigo 10 do decreto 5.123/2004);
Arma de uso restrito é aquela de uso exclusivo das forças armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas, devidamente autorizadas pelo comando do exército.
	Para poder adquirir uma arma de fogo é preciso autorização prévia da PF e atender alguns requisitos estabelecidos por lei como não estar respondendo processo criminal, comprovação de capacidade técnica e psicológica, certidão negativa de antecedentes criminais, entre outros. Após a comprovação o SINARM tem 30 dias uteis para autorizar ou recusar o registro, caso venha a ser autorizado, a autorização vem em nome do requerente de forma pessoal e intransferível.
	Importante lembrar que a comprovação dos requisitos citados anteriormente ocorre de forma periódica não inferior a 3 anos.
5 PENALIDADES PREVISTAS POR LEI
É citado no Art.12 do estatuto do desarmamento sobre a posse ilegal de arma de fogo: 
 Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Já o Art.14 é referente ao porte ilegal:
Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente
Entende se então que posse está relacionado ao ato de manter a arma dentro do local de trabalho ou residência e porte está relacionado em andar armado pelas ruas.
O art.15 cita a penalidade em disparar uma arma de fogo:
Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.
Se por um acaso o disparo atingir alguém o responsável responderá por crime de lesão corporal culposa,descrito no artigo 129, § 6°, do código penal, a pena é detenção de dois meses a um ano, caso o ocorrido resulte em morte então passará a responder por homicídio culposo, descrito no artigo 121, §3° do código penal sobre pena de detenção de um a três anos.
O Art. 16 fala sobre o porte e posse ilegal de arma do tipo restrito:
Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Embora exista a proibição do porte e posse de arma de fogo irregular e leis de apreensão, existe um alto índice de armas irregulares, algumas são frutos desse rigoroso processo de renovação outras de tráfico de armas e furto, talvez uma saída para a crescente criminalidade seria a revogação do estatuto do desarmamento. 
De acordo com Maquiavel (1532, p.77) “As principais fundações de todo estado, estados novos assim como os antigos ou compostos, são boas leis e boas armas; e porque você não pode ter boas leis sem boas armas, e aonde há boas armas, boas leis inevitavelmente seguem, eu não deverei discutir leis mas sim dar minha atenção às armas”.
Esse é o tema da Sugestão Legislativa 4/2017, onde foi apresentado por meio do portal e-Cidadania e atualmente conta com o apoio de 72.633 mil pessoas e tramita na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, onde o autor argumenta que o problema da violência não foi resolvido e que a revogação do estatuto daria a possibilidade dos cidadãos de se defender, pois, pelo que é visto nos meios de comunicação os bandidos continuam armados, e com toda a burocracia para tirar e renovar o porte de arma, sem contar com todo o custo envolvido, o que torna acessível apenas para a classe média alta.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.
HABIB, Gabriel, Leis Penais Especiais. 3ª Ed, Salvador, Juspodivm, 2011.
SUGESTÃO LEGISLATIVA 04/2017. Disponível em : http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/128456 acessado em: 15/05/2017
http://infogbucket.s3.amazonaws.com/arquivos/2016/03/22/atlas_da_violencia_2016.pdf acessado em: 14/05/2017
http://www.who.int/gho/publications/world_health_statistics/2016/en/ acessado em 14/05/2017
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Disponível em: http://www.culturabrasil.org/zip/oprincipe.pdf acessado em: 15/05/2017
MELO, Edgar. Armas: tê-las ou não tê-las, eis a questão! Revista Visão Jurídica. Disponível em: http://visaojuridica.uol.com.br/2017/01/18/armas-te-las-ou-nao-te-las-eis-a-questao/ acessado em: 15/05/2017
SILVA, César Dário Mariano da. Estatuto do Desarmamento. Rio de Janeiro: Forense, 2007
�E-mail: oljailson1@hotmail.com

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