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Resumo Direito do Trabalho I

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Direito do Trabalho I
O Direito do trabalho veio para regular as relações entre o empregador e o empregado.
Natureza jurídica: 
Direito Público: Trata do contrato individual do trabalho, as relações individuais.
Direito Privado: Normas pertinentes ao contrato – Surge com o Direito Civil. Ex: Locação de mão de obra.
Misto ou Social: Natureza socializadora do Direito do Trabalho – direitos da coletividade frente aos direitos do indivíduo.
O Direito do Trabalho é autônomo, normativa, doutrinaria e jurisprudencialmente. 
Há uma relação de hipossuficiência entre o empregado e o empregador.
Fontes Materiais: Acontecimento social que dá origem as normas. Alguma reivindicação.
Fontes Formais: Exteriorização das normas, as normas plenamente efetivadas no mundo jurídico.
As normas precisam seguir os seguintes requisitos:
	1. Generalidade – Deve ser dirigida a todos
	2. Abstração – Incide sobre uma hipótese
	3. Impessoalidade - Coletividade
	4. Imperatividade – Caráter coercitivo
As fontes podem ser autônomas e heterônomas.
As autônomas são as normas que derivam dos próprios destinatários (acordo ou convenção coletiva).
As heterônomas são as normas criadas por terceiros, geralmente pelo Estado (lei em sentido amplo).
No Direito do Trabalho não há rigidez na escolha do diploma normativo, mas sim a NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR.
Princípios do Direito do Trabalho
Estes princípios têm por finalidade informar, integrar e normatizar o legislador na elaboração das leis.
Princípio da proteção: Finalidade maior no direito do trabalho, proteger o trabalhador que é a parte mais frágil na relação trabalhista.
Da norma mais favorável - APLICAÇÃO: No caso de aplicar duas ou mais normas, será escolhida a mais favorável ao trabalhador. O Brasil adota a Teoria do conglobamento puro.
Já a teoria da acumulação, extrai as condições mais favoráveis das normas e se utiliza no caso concreto.
Na teoria do conglobamento mitigado, é criado um terceiro diploma normativo, formado pelas regras jurídicas mais favoráveis ao trabalhador.
	Da condição mais benéfica/cláusula mais vantajosa: No caso onde o trabalhador tem um contrato, e a empresa resolve criar um novo contrato, os direitos adquiridos do trabalhador não podem ser retirados.
O Brasil adota a Teoria da aderência limitada por revogação ou ultratividade. As condições mais benéficas vigoram até a edição de um novo diploma, que pode revogar ou manter a vantagem.
	In dubio pro misero - INTERPRETAÇÃO: Quando uma norma admite duas ou mais interpretações, será aplicada a interpretação mais vantajosa ao trabalhador.
Princípio da primazia da realidade: O fato prevalece sobre o contrato. O que vale é o que o trabalhador diz.
Princípio da continuidade: Presume-se que todos os contratos são de prazo indeterminados. Se não tiver expresso no contrato, presume-se que é indeterminado. O trabalhador tem a intenção de continuar no trabalho.
Princípio da irrenunciabilidade: As normas de direito do trabalho não podem ser renunciadas. Qualquer ato que vise violar, impedir ou fraudar os seus direitos será nulo.	
A transação das normas pode ocorrer. Ex: Diminuição do salário para não ter que demitir os empregados.
Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: São vedadas as alterações contratuais que tragam prejuízo ao empregado.
O risco do empreendimento é somente do empregador.
Princípio da intangibilidade salarial: O empregador não pode descontar o salário do empregado salvo nos casos permitidos por lei.
Ex: Frentista é assaltado e é descontado do seu salário. A empresa tem que criar mecanismos de segurança, não o empregado.
Princípio da preservação da empresa: Princípio mais voltado ao juiz, onde deve analisar que a empresa é um ente produtivo, que gera empregos. O juiz deve harmonizar.
Diminuir a tensão capital vs trabalho
Harmonizar a relação entre o direito do trabalhador e a unidade da empresa.
A Consolidação das Leis de Trabalho
Eficácia da norma trabalhista: 
No tempo: Princípio da irretroatividade: A lei não pode retroagir para prejudicar o trabalhador.
No espaço: Princípio da territorialidade: A lei nacional vale para trabalhadores nacionais quanto estrangeiros.
Relação de trabalho e relação de emprego
Relação de trabalho: É toda e qualquer forma de contratação de energia de trabalho humano. É a relação jurídica do trabalho. É O GÊNERO.
Relação de emprego: É a espécie da relação de trabalho.
Empregador e empregado são requisitos necessários para se ter a relação de emprego.
É a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário.
Só pessoa natural/física pode ser empregada.
Pessoalidade: O empregado não pode ser substituído.
Intuitu personae – Em razão da pessoa e não do serviço.
O empregador tem poder hierárquico, poder de comando sobre o empregado, poder disciplinar e organizador.
Não eventualidade – Habitualidade ou permanência: O contrato de trabalho é contínuo e não eventual.
Subordinação: Subordinação jurídica através do contrato de trabalho, um controle entre o empregador e o empregado.
Há subordinação econômica, pois o empregado depende do salário para sobreviver.
Há subordinação técnica: O empregador tem condições técnicas de comandar tecnicamente o trabalho dos empregados.
Há subordinação social: Soma das espécies técnica e econômica.
Há subordinação jurídica: Possibilidade do empregador comandar, dirigir e fiscalizar a atividade do empregado.
E há a subordinação estrutural: Não é necessário a subordinação direta entre o empregador e o empregado, ele pode receber ordens diretas quando também pode pela estrutura da empresa.
Onerosidade: São obrigações recíprocas no contrato de trabalho. Ele trabalha e recebe seu salário.
Alteridade: O risco do empreendimento é do empregador e não do empregado.
Relação de Trabalho
Trabalho autônomo: O trabalho autônomo não configura relação de emprego por ter ausência de subordinação. O trabalhador autônomo trabalha por conta própria, assumindo os riscos da atividade.
Empreitada: Uma das partes se obriga a fazer ou mandar fazer determinado serviço ou obra, recebendo em contrapartida a remuneração determinada e proporcional.
Trabalho cooperado: O trabalhador cooperado integra uma cooperativa de trabalho legalmente constituída e recebe sua remuneração de acordo com o rateio pela cooperativa. Não há subordinação. Não existe vínculo empregatício entre a cooperativa com os cooperados nem com o tomador do serviço.
Trabalho eventual: Aqui não há o requisito da continuidade, somente o da eventualidade. É um trabalho único sem previsão de repetibilidade. São serviços de curta duração. Presta o serviço e vai embora. 
Ex: Segurança de evento. Não se sabe quando irá ocorrer novamente.
Trabalho avulso: Segue os mesmos princípios do trabalho eventual, mas é intermediado pelo sindicato ou pelo órgão gestor de mão de obra (OGMO). Não tem habitualidade, ele será contratado por uma empresa, depois poderá ser por outra. Serviços de curta duração.
Ex: Eu estou em uma fila na frente do sindicato para ensacador, eu trabalho, em seguida acaba-se o contrato. Após o termino do trabalho a remuneração é rateada pelos trabalhadores avulsos através do sindicato.
É uma relação triangular. O tomador não tem contato direto com o trabalhador avulso e sim com o sindicato que os reúne.
Tomador
Avulso
Sindicato
No caso dos rurais e outras modalidades não portuárias, não haverá um órgão específico. No caso do rural, as pessoas sacadoras na safra. É um trabalho de curta duração.
Trabalho voluntário: Não se caracteriza relação de emprego pela falta de onerosidade. Sem pagamento de salário.
Estágio: Ato escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensinofundamental e na modalidade profissional do EJA. Não há relação de vínculo empregatício.
Caso haja descumprimento dos requisitos em contrato e lei do estágio, haverá reconhecimento do vínculo empregatício.
Trabalho institucional: Servidor público estatutário. Não é regido pela CLT e sim por estatuto específico.
Trabalho doméstico: O empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal. Tem finalidade lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 dias por semana. 
É vedada a contratação de menor de 18 anos para desempenho de trabalho doméstico.
Não pode exceder 8 horas diárias e 44 horas semanais.
Empregador
Empregador é toda pessoa física ou jurídica, que assume os riscos da atividade econômica, que admite, assalaria e dirige prestação pessoal de serviço.
Há o fato da DESPERSONALIZAÇÃO, não há requisito de pessoalidade para o empregador.
O empregado se vincula ao empreendimento e não ao empregador.
Cabe ao empregador assumir os riscos do negócio.
O empregador não pode deixar de pagar os salários por má condição financeira.
O contrato de trabalho não é um contrato de resultado, mas sim de atividade.
Na sucessão de empregador (alteração da estrutura da empresa ou mudança de sócios), não altera o contrato de trabalho do trabalhador.
Contrato Individual de Trabalho
Conceito: É o contrato é o acordo expresso, escrito ou verbal, ou tácito, firmado entre uma pessoa física (empregado) e outra pessoa física, jurídica ou entidade mediante salário e subordinação jurídica.
Objetivo: Prestação de serviço subordinado, não eventual do empregado ao empregador, mediante pagamento de salário.
Duração: Presume-se que o contrato de trabalho seja indeterminado, é a regra. 
Há a possibilidade de ter prazo determinado, aquele previsto no momento de sua celebração.
O contrato por prazo determinado não pode exceder 2 anos, podendo ser prorrogado por igual tempo uma única vez.
O contrato de experiência não pode exceder 90 dias, podendo também ser prorrogado uma única vez, sob pena de ser considerado indeterminado.
Para contratar novamente um trabalhador por prazo determinado, deverá respeitar o prazo de 6 meses para a contratação.
Tem que ser uma prestação de serviço que cumpra todos os requisitos da relação de emprego. Caso não seja respeitado o prazo, o contrato passa automaticamente a ser indeterminado.
Características:
Informal: Não há apenas uma forma de celebrar o contrato de trabalho.
Intuitu personae: Em razão da pessoa e não da atividade.
Oneroso: Necessidade de pagamento de salário.
Bilateral: Gera direitos e obrigações das partes. As partes se vinculam.
Sinalagmático: Os direitos e obrigações são recíprocos. Pelo motivo de eu estar trabalhando que recebe o salário. Pelo motivo de receber o salário que eu trabalho.
Consensual: Livre manifestação de vontade.
Comutativo: Equivalência entre a prestação de serviço e o salário. Tem que ser justo.
De trato sucessivo: Após cada prestação de serviço eu recebo o salário.
De atividade: Independe do resultado final, não se trata de um contrato de resultado.
O trabalho proibido, como por exemplo o art. 390 da CLT, que trata do emprego a mulher em serviço que demande emprego de força muscular superior a 20 quilos para trabalho contínuo e 25 quilos para trabalho ocasional.
O trabalho é lícito, mas a lei proíbe o trabalho para proteger o empregador ou interesse público.
E o trabalho ilícito, o objeto do contrato individual de trabalho é ilícito, por ex: Apontador do jogo do bicho.

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