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3. Relação de Trabalho e Relação de Emprego

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RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO 
Relação de trabalho é gênero do qual relação de emprego é espécie.
1 - RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO - DEFINIÇÃO:
Diz-se que há uma relação de trabalho, sempre que houver a contratação de uma pessoa física para prestação de um serviço ou atividade em favor de outra pessoa denominada contratante.
A expressão relação de trabalho engloba a relação de trabalho autônomo, eventual, avulso, e outras modalidades de contratação de uma pessoa física para executar um serviço.
A relação de emprego por sua vez corresponde a um tipo legal próprio e específico, ou seja: uma obrigação de fazer, pessoal, contínua, subordinada, e remunerada, ou seja, equivale ao contrato de trabalho. A lei trabalhista adota em relação à relação de emprego a denominação contrato de trabalho.
Em doutrina encontramos posições que criticam a utilização da expressão legal, contrato de trabalho, ao fundamento que, a lei deveria falar em “contrato de emprego” e “relação de emprego”, pois não é todo tipo de trabalho que merece a proteção da Consolidação das Leis do Trabalho, mas apenas o trabalho subordinado, ou seja, aquele que decorre de uma relação de emprego, e por essa razão sustentam que a expressão mais correta seria “contrato de emprego.
No entanto, a expressão “contrato de trabalho” como sinônimo de contrato de emprego já está consagrada.
Contrato de trabalho é o negócio jurídico em que o empregado, pessoa física, obriga-se a prestar serviços em caráter não-eventual, em favor de outrem, denominado empregador, sob a direção deste, mediante remuneração.
A CLT, em seu artigo 442, define o contrato de trabalho como sendo o ajuste tácito ou expresso correspondente à relação de emprego.
2 - ESTRUTURA DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA - ELEMENTOS COMPONENTES
Requisitos legais para a definição de empregado
Integram a definição de empregado, de acordo com os artigos 2º e 3º da CLT, os seguintes requisitos, ou seja, a relação de emprego só se forma, quando o trabalho for prestado com os seguintes elementos:
a) Pessoa Física - O contratado (empregado) deve necessariamente ser uma pessoa física.
b) Não Eventualidade ou Continuidade - Na relação de emprego, o contratado como empregado é o trabalhador não eventual, ou seja, aquele que exerce seu trabalho de modo habitual. O trabalho pode ser intermitente, mas deve ser regular, constante, no sentido de ter-se a fixação do trabalhador em uma determinada fonte de trabalho, de caráter definitivo.
c) Subordinação - A relação de emprego exige que o serviço seja prestado por empregado trabalhador cuja atividade é exercida sob dependência de outrem, para quem essa atividade é dirigida. A lei fala em “dependência”, mas o termo corrente é “subordinação”. Empregado é um trabalhador subordinado ao poder de direção do empregador, ou seja, aquele que recebe ordens do tomador de serviços (empregador), a quem compete a direção da empresa.
d) Onerosidade – Salário - Em toda a relação de emprego existe a figura do empregado assalariado, ou seja, alguém que presta serviços sob as ordens de outrem mediante o pagamento de uma retribuição pecuniária. O trabalho prestado pelo empregado tem sempre o caráter retributivo em pecúnia, o que difere o empregado do trabalhador voluntário, é que o empregado trabalha para receber salário. A Lei 9608/98 dispõe que o trabalho voluntário que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social não gera vínculo de emprego, isto é, trata-se de uma relação de trabalho.
e) Pessoalidade - A caracterização da relação de emprego também exige a figura do empregado, isto é, a pessoa que presta serviços pessoalmente a outrem. O Contrato de trabalho é firmado em função das características pessoais de determinado trabalhador (intuito personae), ou seja, empregado, é sempre uma pessoa certa, que não pode se fazer substituir por outro na execução dos serviços.
f) Alteridade - Na relação de emprego, o trabalho prestado é por conta alheia. O trabalhador empregado não assume os riscos do negócio, os riscos correrão sempre por conta do empregador.
Observação: a exclusividade não é elemento indispensável para a caracterização do trabalhador como empregado.
3 - RELAÇÕES DE TRABALHO “LATO SENSU”
3.1 - Trabalhador Autônomo
Os contratos de prestação de serviços autônomos são regidos pelo Código Civil. Trata-se de trabalhadores que trabalham sem qualquer tipo de subordinação, o trabalho é prestado na forma, no período e nas condições ajustadas pelo próprio trabalhador, não se submetem ao poder de comando do empregador. O âmbito pessoal de aplicação da CLT é restrito aos empregados, ficando, portanto, excluídos de sua aplicação os autônomos. São exemplos de trabalhadores autônomos: empreiteiro, representante comercial autônomo, etc.
Importante mencionar que a lei 13.467/2017 fez inserir na CLT o artigo Art. 442-B para deixar certo que “a contratação do autônomo, cumpridas por este todas as formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.”
3.2 - Trabalhador Eventual
O trabalhador eventual presta serviços a várias pessoas, sem fixar-se a uma fonte permanente de trabalho, não há continuidade na prestação de serviços. Normalmente o seu trabalho também não se enquadra nas necessidades normais da empresa. É o caso do pedreiro chamado para consertar um muro de uma fábrica de alimentos, por exemplo;
3.3 - Trabalhador voluntário
Trabalhador voluntário é o que presta serviços, a empresas públicas ou privadas que não exploram atividades com fins lucrativos e sim, fins cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social. O trabalhador voluntário presta serviços sem a finalidade de receber salários, e por essa razão não é empregado. Não tem os direitos previstos na CLT.
A LEI 9608/98 REGULAMENTA O TRABALHO VOLUNTÁRIO E DISPÕE:
Art. 1o. Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista previdenciária ou afim.
Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício.
Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.
Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deverão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.
4 - CONTRATO DE TRABALHO – DEFINIÇÃO
É O NEGÓCIO JURÍDICO EM QUE O EMPREGADO, PESSOA FÍSICA, OBRIGA-SE A PRESTAR SERVIÇOS EM CARÁTER NÃO-EVENTUAL, EM FAVOR DE OUTREM, DENOMINADO EMPREGADOR, SOB A DIREÇÃO DESTE, MEDIANTE REMUNERAÇÃO.
A CLT, em seu artigo 442, define o contrato de trabalho como sendo o ajuste tácito ou expresso correspondente à relação de emprego.
4.1 - CARACTERIZAÇÃO
O Contrato de Trabalho possui as seguintes características: contrato de direito privado, consensual, sintagmático ou comutativo, oneroso, de trato sucessivo, bilateral, trata-se de um contrato de atividade e dotado de alteridade.
CONSENSUAL - Porque não é solene, sua formação independe de quaisquer formalidades, pode ser ajustado tácito ou expressamente, verbalmente ou por escrito, conforme disposto nos artigos 442 e 443 CLT.
SINALAGMÁTICO OU COMUTATIVO - Acarreta para as partes obrigações recíprocas e contrapostas. O empregado tem a obrigação de prestar serviços, e o empregador de pagar o salário ajustado;
ONEROSO - O objeto do contrato é a prestação de serviços mediante salário;
CONTRATO DE TRATO SUCESSIVO - As prestações se sucedem continuadamente.Não é exaurida em uma única prestação;
BILATERAL - O Contrato de Trabalho acarreta obrigações para ambas as partes;
CONTRATO DE ATIVIDADE - Trata-se de um contrato que tem como obrigação central de fazer (facienda necessitas);
CONTRATO DOTADO DE ALTERIDADE - Os riscos do empreendimento correm sempre por conta do empregador, ou seja, por conta alheia do prestador dos serviços;
4.2 - ELEMENTOS ESSENCIAIS - CONDIÇÕES DE VALIDADE:
Como qualquer ato jurídico, o Contrato de Trabalho deve respeitar as condições de validade previstas na lei (Código Civil) para a validade dos atos jurídicos:
AGENTE CAPAZ - Capacidade é a aptidão para exercer, por si ou por outrem, os atos da vida civil. A capacidade para trabalhar como empregado se adquire aos 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz (CF, art. 7º, XXXIII) a partir de 14 anos de idade.
TRABALHO EM ATIVIDADE LÍCITA - Dispõe o artigo 444 da CLT que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
O TST tem entendimento sedimentado que o trabalho de apontador de jogo de bicho é atividade ilícita e por essa razão é nula a contratação e o ajuste não produz efeitos jurídicos.
LIBERDADE DE CONTRATAÇÃO
O artigo 444 da CLT dispõe que “as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
A lei nº13.467/2017 acrescentou um parágrafo no artigo 444 da CLT para ficar constando que:
“A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.” (NR)
O artigo 611-A, por sua vez, trata da prevalência do ajustado por convenção e acordo coletivo sobre a lei	quando se tratar de	ajuste sobre jornada de trabalho, banco de horas, intervalo intrajornada, adesão a seguro desemprego, planos de cargo e salario, regulamento de empresa, representante de trabalhador na empresa, teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente, remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; modalidade de registro de jornada de trabalho;	troca do dia de feriado; enquadramento do grau de insalubridade; prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; participação nos lucros ou resultados da empresa.
Com a nova regra, verifica-se que o empregado que tiver diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior ao dobro o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (aproximadamente R$ 11.000,00) tem mais liberdade para ajustar diretamente com o empregador ajustes relacionados aos temas elencados no artigo 611-A. Ou seja, empregado e empregador pode fazer a mesma negociação estabelecida entre sindicatos. Exemplo: pode assinar acordo individual para reduzir o intervalo de refeição, reduzir o adicional de insalubridade, fazer acordos de prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho etc.
Observe o que dispõe o artigo 611 A da CLT com a nova redação da lei nº 13.467/17.
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II - banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
VI - regulamento empresarial;
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual;
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; XI - troca do dia de feriado;
XII - enquadramento do grau de insalubridade;
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;
XV - Participação nos lucros ou resultados da empresa.
FORMA NÃO VEDADA OU PRESCRITA EM LEI
Não se exige formalidade especial para o contrato de trabalho. Algumas normas, contudo, estabelecem que o Contrato de Trabalho deva ser escrito. Exemplo: Como o atleta profissional de futebol, dos artistas e o de aprendizagem.
4.3 - ELEMENTOS ESSENCIAIS
São aqueles indispensáveis para a caracterização do vínculo de emprego já analisados.
4.4 - ELEMENTOS NATURAIS
São aqueles que, embora não sejam imprescindíveis à formação do contrato de trabalho, comparecem naturalmente em sua estrutura e dinâmica. Exemplo: Jornada.
4.5 - ELEMENTOS ACIDENTAIS
Ao contrário dos elementos essenciais, os elementos acidentais são aqueles circunstanciais, facultativos, episódicos, que podem existir ou não na relação de emprego, mas caso inseridos em seu conteúdo, alteram significativamente, a estrutura e os efeitos do ajuste. Os elementos acidentais classicamente apontados pela doutrina são: condição e termo.
CONDIÇÃO
É muito rara a presença da condição expressa nos contratos empregatícios. No entanto, a condição resolutiva tácita pode ser apontada, em todas as parcelas contratuais cuja parcela possa ser retirada unilateralmente pelo empregador, ou em face de modalidade da dispensa, ou, por exemplo, no caso dos adicionais.
TERMO – A existência de termos no Contrato de Trabalho só é admitida em situações excepcionais, tipificadas e expressas por lei. Exemplo: Art. 443 da CLT; lei 9601/98 etc.
4.6 - CONTRATOS INDIVIDUAIS E CONTRATOS PLÚRIMOS OU DE EQUIPE
Contratos de equipe são contratos de trabalho vinculados por uma relação jurídica única. O trabalho só pode ser prestado por uma equipe de trabalhadores. A falta cometida por um dos seus integrantes pode produzir efeitos rescisórios para todo o grupo, uma vez que: torna-se impossível continuar com a equipe.
Não há regulamentação legal para esta modalidade de contratação, o entendimento que se tem é que ainda que haja apenas um instrumento contratual, formam-se várias relações jurídicas específicas entre o obreiro e o empregador. Trata-se de um feixe de contratos individuais.
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