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ORIGEM E FORMAÇÃO DOS LEUCÓCITOS

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ORIGEM E FORMAÇÃO DOS LEUCÓCITOS 
 
Os leucócitos se originam de uma célula-tronco hematopoiética que tem o 
potencial de gerar as células-tronco primitivas das linhas de células vermelhas, das 
plaquetas e dos leucócitos. 
No embrião, uma célula primitiva com características mal definidas serve de 
“matéria prima” para a produção de sete tipos celulares diferentes. 
A célula reticular primitiva se origina daquele tipo celular embrionário e dá 
origem a dois tipos principais de células: 1. células reticuloendoteliais e 2. 
hemocitoblastos. Este último tipo celular origina os glóbulos vermelhos, os glóbulos 
brancos e as plaquetas. 
As células-tronco formadoras de granulócitos e monócitos correspondem as 
células reticulares primitivas que estão dispersas em redes no interior da medula óssea e 
nos tecidos linfóides. Os tecidos linfóides estão localizados principalmente no baço, 
timo, gânglios linfáticos e placas de Peyer do intestino, além da própria medula óssea. 
Os hemocitoblastos se diferenciam para originar três linhagens diferentes de 
células sanguíneas: a linhagem dos glóbulos vermelhos, a linhagem dos glóbulos 
brancos que apresentam granulações no citoplasma (granulócitos) e a linhagem das 
plaquetas, através os megacariócitos. 
Os três tipos de leucócitos granulócitos descendem do mesmo hemocitoblasto. 
Numa etapa inicial os hemocitoblastos originam os mieloblastos. Este último dá origem 
aos promielócitos que são semelhantes aos mieloblastos, mas já apresentam granulações 
no citoplasma. 
Conforme a coloração dos grânulos citoplasmáticos os promielócitos podem ser 
neutrófilos (granulação violeta), eosinófilos (granulação azul) e basófilos (granulação 
vermelha). 
 
Os promielócitos a seguir originam as células chamadas mielócitos que sofrem 
grandes transformações, especialmente no núcleo, para originar os tipos celulares que 
serão liberados no sangue: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. 
Os neutrófilos jovens têm o núcleo em forma de bastão, enquanto as formas 
mais maduras têm o núcleo com diversos segmentos unidos por filamentos delgados. O 
núcleo dos eosinófilos é dividido em dois lobos, enquanto o núcleo dos basófilos quase 
não se modifica e permanece arredondado, ocupando a maior parte da célula. 
O tecido linfóide, que constitui a estrutura básica do baço, do timo e dos 
gânglios linfáticos é encarregado da produção dos leucócitos agranulócitos. As células 
reticulares primitivas sofrem algumas transformações que dão origem a dois tipos de 
células, os linfoblastos e os monoblastos. Os linfoblastos se diferenciam para formar os 
linfócitos e, da mesma maneira, após uma série de diferenciações, os monoblastos 
originam os monócitos. 
 
FUNÇÕES DOS LEUCÓCITOS 
 
Os leucócitos funcionam como um exército de defesa do organismo. Eles não 
apenas destroem os agentes invasores, mas são também destruídos, nessa guerra 
defensiva. O organismo mobiliza novos e maiores contingentes de leucócitos para 
continuar a batalha até a vitória. O resultado clínico dessa batalha é a inflamação. 
Durante a formação do processo inflamatório há um aumento do fluxo de sangue 
para o local da injúria ou da localização das bactérias, há também extravasamento de 
líquidos, proteínas e fibrinogênio dos capilares para o interstício que levam à 
coagulação local. 
Para realizar com perfeição essa função de defesa do organismo, os leucócitos 
precisam de grande mobilidade. Eles atravessam com facilidade os poros dos capilares, 
migrando para o local dos tecidos, onde a sua função de defesa seja necessária. Essa 
propriedade de migrar através dos poros dos capilares é chamada diapedese. 
Os neutrófilos são importantes na proteção do organismo contra agressões 
agudas, enquanto os monócitos são importantes na fase crônica da inflamação. Quando 
um agente estranho (bactérias, por exemplo) invade o organismo, libera certas 
substâncias químicas; os leucócitos são atraídos por aquelas substâncias e migram para 
o local de onde elas provêm. 
Essa propriedade dos leucócitos é denominada quimiotaxia. A quimiotaxia é 
importante na atuação dos leucócitos em conjunção com o sistema imunitário. Os 
eosinófilos são importantes na detoxificação (Detoxificação é qualquer processo para a 
eliminação de substâncias consideradas tóxicas ao organismo, que ocorre em todas as 
células do corpo, mas principalmente nas do fígado e do intestino. As principais vias de 
eliminação das toxinas são pela urina, fezes, suor.) de proteínas estranhas e nos 
mecanismos da alergia. 
A função dos basófilos parece estar relacionada à liberação de heparina no local 
da agressão, para impedir a coagulação do sangue e permitir a chegada de novos 
leucócitos. 
Os monócitos têm grande capacidade de migração para o local dos agentes 
invasores, onde se intumescem rapidamente, aumentando seu tamanho em até cinco 
vezes, adquirindo então a denominação de macrófagos, por sua grande capacidade de 
digerir os invasores do organismo. 
Os linfócitos atuam como "patrulheiros" do organismo. Eles migram 
continuamente para os tecidos, através dos poros dos capilares e retornam à circulação, 
como que "buscando" agentes invasores, para a sua identificação e estimulação imediata 
dos mecanismos de defesa. 
As células brancas do sangue têm um período de vida relativamente curto, de 
poucos dias, sendo continuamente produzidas e lançadas na circulação, quando 
necessárias. 
A maior parte dos leucócitos fica armazenada na medula óssea e demais órgãos 
produtores; uma pequena parcela circula no sangue. O tempo de vida dos leucócitos no 
sangue circulante é curto, geralmente de seis a oito horas; quando migram para os 
tecidos sua vida média é de dois a três dias. Na presença de infecções sua vida média é 
ainda menor, em função do seu consumo na produção do processo inflamatório. 
A mobilização desse sistema de defesa do organismo é muito rápida, após o 
primeiro contato com um agente agressor, de qualquer tipo. 
A cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea se acompanha de um interessante 
fenômeno relacionado aos leucócitos. 
O contato das células com os oxigenadores e os tubos plásticos em que o sangue 
circula, ativa os leucócitos, que liberam substâncias vasoativas na corrente sanguínea e 
participam de uma reação inflamatória generalizada do organismo, que acompanha 
aqueles procedimentos cirúrgicos.

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