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Resumo Neuroanato P1 - Tamíres

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Tamíres Able Carmona
Medicina
UNIRIO
NEUROANATOMIA
Resumo de Embriologia do Sistema Nervoso
Existem 2 fenômenos essenciais para o desenvolvimento do embrião:
Encefalização: é o processo a partir do qual as células neurais migram do centro do embrião para um polo.
Centralização: as células mais “sofisticadas” vão para o centro para serem mais protegidas.
ATENÇÃO!!!
O SISTEMA NERVOSO SE ORIGINA DO ECTODERMA, ASSIM COMO A PELE. POR ISSO, ALGUMAS LESÕES NA PELE PODEM CORRESPONDER À LESÕES NO SNC.
Como ocorre:
Há um espessamento do ectoderma, por ação indutora da notocorda e do mesoderma, formando a placa neural. A placa neural cresce, se tornando mais espessa e formando um sulco, chamado sulco neural. Esse sulco vai aprofundando (como se fosse uma invaginação), formando a goteira neural. As extremidades dessa goteira vão se aproximando até se fundirem, formando o tubo neural. O ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tubo, isolando-o do meio externo. O tubo neural vai formar elementos do SNC.
No ponto de contato das extremidades da goteira com o ectoderma, há o desenvolvimento de células que formam a crista neural, uma lâmina longitudinal de cada lado dessa goteira. Essas cristas, assim que formadas, vão se dividir formando diversos fragmentos, futuramente os gânglios espinhais. As cristas vão formar elementos do SNP e também elementos fora do sistema nervoso. 
OBSERVAÇÕES:
CORDOMA: TUMOR DE ORIGEM NOTOCORDAL.
O DISCO INTERVERTEBRAL TEM ORIGEM NOTOCORDAL.
O crescimento das paredes do tubo neural não é uniforme, formando lâminas:
2 lâminas alares (mais superiores)
2 lâminas basais (mais inferiores)
1 lâmina do assoalho (embaixo)
1 lâmina do teto (em cima)
Separando as lâminas alares das basais há o sulco limitante. As lâminas alares originam neurônios sensitivos e as lâminas basais, neurônios motores. As áreas mais próximas ao sulco limitante se relacionam com a inervação de vísceras e as áreas mais afastadas se relacionam com territórios somáticos. A lâmina do teto originará o epêndima (células ependimárias) e a lâmina do assoalho forma o sulco mediano do assoalho do IV ventrículo.
No tubo neural as células saem da parte interna para a periferia, formando os cornos medulares anteriores e posteriores.
As partes do tubo que sofrem modificação, formarão:
3 vesículas primárias:
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
5 vesículas secundárias:
Prosencéfalo -> Telencéfalo (hemisférios cerebrais) e Diencéfalo
Mesencéfalo -> Tronco cerebral
Rombencéfalo -> Metencéfalo (ponte e cerebelo) e Mielencéfalo (bulbo)
Cavidades do TN:
Canal central da medula
Cavidade do rombencéfalo -> IV ventrículo
Cavidade do diencéfalo -> III ventrículo
Luz do mesencéfalo -> aqueduto cerebral (ou de Sylvius) = une o III ao IV ventrículo
Cavidades das vesículas telencefálicas -> ventrículos laterais
Forames interventriculares (ou de Monro) -> une os ventrículos laterais ao III ventrículo
As cavidades são revestidas por um epitélio cuboidal, chamado epêndima e são preenchidas por líquor. O líquor é produzido pelos ventrículos laterais e seguem pelo forame interventricular para o III ventrículo, depois pelo aqueduto cerebral para o IV ventrículo. Qualquer bloqueio nesse trajeto impede que o líquor saia para fora do encéfalo, ocorrendo um acúmulo de líquor. No caso da hidrocefalia, ocorre dilatação triventricular (todos os ventrículos juntos se dilatam), gerado por um bloqueio na absorção do líquor ou no aqueduto cerebral.
Defeitos no fechamento do TN:
Anencefalia
Encefalocele
Espinha bífida
Mielomeningocele
Agenesia caudal
Resumo de Histologia do Sistema Nervoso
Neurônio
Formado por:
Corpo
Dendritos
Axônio
É formado pelo neuroepitélio (parede interna do TN), o qual também forma as células ependimárias.
Astrócito
Protegem e sustentam o neurônio.
Armazenam glicogênio.
Oligodendrócito
Forma a bainha de mielina dos neurônios do SNC.
Microgliócito
Proteção dos neurônios e fagocitose de corpos estranhos.
Células ependimais
Revestem a parede dos ventrículos, do aqueduto cerebral e do canal central da medula.
Formam os plexos coroides (dentro das cavidades ventriculares), que vão formar o líquor.
Células de Schwann
Formam a bainha de mielina dos neurônios do SNP.
ATENÇÃO!!
TUMORES SÃO FORMADOS MAIS COMUMENTE POR CÉLULAS DA GLIA DO QUE POR NEURÔNIOS, POIS O NUMERO DE CELULAS DA GLIA É MAIOR QUE O NUMERO DE NEURONIOS.
OBS: O DIABETES LESA AS BAINHAS DE MIELINA DOS NEURÔNIOS.
Resumo da Anatomia Macroscópica da Medula Espinhal
A medula tem limite cranial com o bulbo e caudal, geralmente, na L2 (importância clínica). A medula termina se afilando, formando o cone medular, que continua com um filamento meníngeo, o filamento terminal. Ela apresenta, ainda, 2 dilatações: a intumescência cervical e a intumescência lombar. Essas dilatações correspondem às áreas que emitem raízes nervosas para formar, respectivamente, o plexo braquial (inervação dos membros superiores) e o plexo lombossacral (inervação dos membros inferiores).
A superfície medular apresenta em toda sua extensão um sulco mediano posterior, uma fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e sulco lateral posterior. Na parte cervical existe ainda um sulco intermédio posterior, localizado entre o mediano posterior e o lateral posterior, que continua em um septo intermédio posterior.
A substância cinzenta está localizada por dentro e a branca, por fora. Distingue-se na medula 3 colunas, chamadas de cornos: anterior, lateral e posterior. A substância branca é formada por fibras e são agrupadas em funículos/cordões: anterior (entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior), lateral (entre os sulcos laterais anterior e posterior) e posterior (entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior, que se liga à substância cinzenta por meio do septo mediano posterior).
OBS: O SULCO INTERMÉDIO POSTERIOR (QUE SÓ EXISTE NA PARTE CERVICAL DA MEDULA) VAI DIVIDIR O FUNÍCULO OU CORDÃO POSTERIOR EM FASCÍCULO GRÁCIL (É O MAIS PRÓXIMO DO SULCO MEDIANO POSTERIOR) E FASCÍCULO CUNEIFORME.
Dos sulcos laterais anteriores e posteriores saem filamentos nervosos, chamados filamentos radiculares que, de cada lado, vão se agrupar formando as raízes ventral e dorsal, respectivamente. Elas vão se unir distalmente ao gânglio espinhal da raiz dorsal, formando os nervos espinhais, os quais vão passar pelos forames intervertebrais respectivos. Existem 8 pares de nervos espinhais cervicais (apesar de haver apenas 7 vertebras cervicais, há 8 pares de nervos, pois o 1º sai antes de C1), 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e, geralmente, 1 coccígeo. 
A medula é envolvida por membranas fibrosas, as meninges. São elas: dura-máter (mais externa), aracnóide (no meio) e pia-máter (mais interna, colada na medula). A dura-máter é formada por fibras colágenas, é mais espessa e mais resistente; envolve toda a medula, formando o saco dural. A aracnóide é justaposta à dura-máter e se une à pia-máter por trabéculas aracnóideas. A pia-máter é a mais delicada e se adere intimamente à medula. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua formando o filamento terminal. Esse filamento perfura o fundo do saco dural até o hiato sacral, passando a se chamar de filamento coccígeo. A pia-máter forma também de cada lado da medula uma prega longitudinal, chamada de ligamento denticulado. 
Existem 3 cavidades em relação às meninges: 
Espaço epidural
Se situa entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral. Contém nesse espaço tecido adiposo e um grande número de veias, que constituem o plexo venoso vertebral interno.
Espaço subdural
Se situa entre a dura-máter e a aracnóide. Contém uma pequena quantidade de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência entre essas meninges.
Espaço subaracnóideo
Esse espaço é o mais importante!!! Contém uma quantidade razoável de líquor. 
ATENÇÃO: O SACO DURAL E A ARACNÓIDE TERMINAM EM S2 E A MEDULA EM L2. SENDO ASSIM, ENTREESSES 2 NÍVEIS, HÁ UM ESPAÇO SUBARACNÓIDEO MAIOR (COM MAIS LÍQUOR) E NELE SE ENCONTRA A CAUDA EQUINA. COMO NESSE LOCAL NÃO HÁ PERIGO DE LESÃO DA MEDULA, É O ESPAÇO IDEAL PARA INTRODUÇÃO DE AGULHA (RETIRADA DE LÍQUOR PARA FINS TERAPÊUTICOS/DIAGNÓSTICOS, MEDIDA DA PRESSÃO DO LÍQUOR, INTRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS DE CONTRASTE E INTRODUÇÃO DE ANESTÉSICOS).
Anestesias Raquidianas:
O anestésico é introduzido no espaço subaracnóideo. Verifica-se que a agulha atingiu esse espaço quando o líquor goteja na extremidade.
Anestesias Epidurais (ou Peridurais):
O anestésico é introduzido no espaço epidural. Verifica-se que a ponta da agulha atingiu o espaço epidural quando se observa uma súbita baixa de resistência, indicando que acabou de perfurar o ligamento amarelo.
Topografia Vertebromedular
A medula no adulto não ocupa todo o canal vertebral. Ela, normalmente, termina em L2 e, a partir desse ponto, há apenas meninges e raízes nervosas dos últimos nervos espinhais. O cone medular, o filamento terminal e essas raízes nervosas finais constituem o que chamamos de cauda equina. Como a medula e a coluna cresceram em ritmos diferentes, as vertebras não correspondem às raízes de mesmo nome.
Para facilitar decorar qual vértebra corresponde a qual nervo, existe uma regra prática: entre os níveis de C2 e T10, se coloca 2 ao número do processo espinhoso da vértebra e se obtém o número do segmento medular. Por exemplo: A vértebra C4 corresponde ao segmento medular C6. Os processos espinhosos T11 e T12 correspondem aos 5 segmentos medulares lombares e o processo espinhoso de L1 corresponde aos 5 segmentos medulares sacrais.
Dermátonos
Os principais são: mão, mamilo, umbigo, coxa e dedão.
Vascularização da Medula Espinhal
Principais artérias:
Artéria segmentar medular anterior, que se ramifica em Artéria espinhal anterior
Artérias espinhais posteriores	
Artéria radicular anterior
Artéria radicular posterior
Principais veias:
Plexo venoso vertebral interno – Drenam para 6 canais longitudinais que se comunicam com as veias do cérebro e seios venosos.
Substância Branca
Vias Descendentes:
Essas são vias que levam informação de neurônios motores. Elas podem ser:
Piramidais
Trato córtico-espinhal lateral
Piramidal cruzado
Fibras cruzam no bulbo
Decussação das pirâmides
Trato córtico-espinhal anterior
Piramidal direto
Fibras cruzam na medula
ATENÇÃO: A MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA É CRUZADA!
Extrapiramidais
Trato reticuloespinhal
Vestibuloespinhal
Tectoespinhal
Rubroespinhal
Vias Ascendentes:
Essas são vias que levam informação de neurônios sensitivos. As fibras sensitivas cervicais estão mais próximas do corno posterior e as sacrais na linha média (funículo posterior).
IMPORTANTE! A VIA SENSITIVA TEM 3 NEURÔNIOS: GÂNGLIO DA RAIZ POSTERIOR, NEURÔNIO NA MEDULA E NEURÔNIO NO ENCÉFALO
Funículo Posterior
Fascículo Grácil
Impulsos dos membros inferiores e parte inferior do tronco.
Fascículo Cuneiforme
Impulsos dos membros superiores e parte superior do tronco.
Propriocepção consciente (cinestesia)
Tato epicrítico (discriminativo)
Sensibilidade vibratória
Estereognosia (percepção de forma e tamanho de objetos)
Funículo Anterior
Tracto espino-talâmico anterior (CRUZADA)
Tato protopático (pressão e tato leves)
Funículo Lateral
Tracto espino-talâmico lateral (CRUZADA)
Temperatura e dor
Tracto espino-cerebelar posterior (DIRETA)
Propriocepção inconsciente
Tracto espino-cerebelar anterior (DIRETA E CRUZADA, SE CRUZA NO CEREBELO)
Controle da motricidade somática
Substância Cinzenta
Corno anterior
N. motores para o esqueleto axial (ao longo da medula) e n. motores para o esqueleto apendicular (intumescências cervical e lombar).
Coluna lateral
Sistema visceral – SNA
Coluna posterior
Propriocepção inconsciente
Comissura branca
Local de cruzamento de fibras
Lesões Medulares
Síndrome de Brown-Séquard – Hemissecção Medular (A LESÃO MAIS IMPORTANTE!)
Do mesmo lado da lesão:
Paralisia espástica
Perda da propriocepção consciente e do tato epicrítico
Do lado oposto da lesão (cruza):
Perda da sensibilidade térmica e dolorosa
Diminuição do tato protopático e da pressão
Siringomielia
Cavidade no canal central da medula
Destruição da substância intermédia central e da comissura branca
Perda da sensibilidade térmica e dolorosa BILATERAL
Persistência da sensibilidade tátil e proprioceptiva
DISSOCIAÇÃO SENSITIVA
Transecção medular
Paraplegia
Tetraplegia
Compressão da medula
Tumor intradural/extradural
Hérnia
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: SE A LESÃO OCORRER ANTES DO CRUZAMENTO DAS FIBRAS, A LESÃO OCORREU DO LADO OPOSTO AO SINTOMA. SE A LESÃO OCORRER APÓS O CRUZAMENTO, É DO MESMO LADO.
Plexos Braquial e Lombossacral
Plexo Braquial
Origem: O plexo braquial tem origem da intumescência cervical.
Raízes: É formado por ramos anteriores das raízes cervicais inferiores C5, C6, C7, C8 e torácica T1.
Músculos e Movimentos: (principais)
M. Serrátil Anterior (propulsão do ombro, abdução e depressão da escápula) C5, C6 e C7
Mm. Supra-espinhal (abdução do braço) e Infra-espinhal (rotação lateral do braço) C5 e C6
M. peitoral maior (adução, rotação medial e flexão do ombro) C5, C6 e C7
Mm. Braquial (flexão do antebraço), Bíceps Braquial (flexão do braço, do antebraço e supinação do antebraço) e Coracobraquial (flexão e adução do braço) C5, C6 e C7
Mm. da parte anterior do antebraço e curtos do polegar (flexão do antebraço, da mão, pronação) C5, C6, C7, C8, T1
Mm. Flexor Longo do Polegar (flexão do polegar), Flexor Profundo dos Dedos (flexão dos 4º e 5º dedos), Flexor Ulnar do Carpo (flexão e adução da mão) e Adutor do Polegar (adução do polegar) C8 e T1
M. Latíssimo do Dorso (adução, rotação medial e extensão do braço e depressão do ombro) C6, C7 e C8
Mm. Deltóide (flexão, abdução, extensão, rotações lateral e medial do braço) e Redondo Maior (rotação medial, extensão e adução do braço) C5 e C6
Mm. Tríceps Braquial (extensão do antebraço) e todos os músculos da parte posterior do antebraço (extensão da mão, do antebraço, adução e abdução da mão, abdução e extensão do polegar, flexão do antebraço (braquirradial) e supinação do antebraço) C5, C6, C7, C8 e T1
Plexo Lombossacral
Origem: O plexo lombossacral tem origem da intumescência lombar.
Raízes: É formado pelos ramos anteriores das raízes lombares e sacrais de L1 a S4.

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