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Escrituração Empresarial 11. Levantamento de Demonstrações Contábeis Periódicas: Como terceira obrigação do empresário, trazida por Fábio Ulhoa Coelho, estar obrigação de levantar anualmente o balanço patrimonial e o balanço de resultado econômico. 11.1. Balanço patrimonial: de acordo com o artigo 1.188 do Código Civil, o balanço patrimonial deverá exprimir com fidelidade e clareza a real situação em que a empresa se encontra, indicando, distintamente o ativo e o passivo. 11.2. Balanço de Resultado Econômico, art. 1.189 do CC: de acordo com o artigo 1.189 do CC, o balanço de resultado econômico, também denominado, de demonstração da conta de lucros e perdas será composto de todos os créditos e débitos, e acompanhará o balanço patrimonial. 11.3. Periodicidade das demonstrações contábeis: o balanço patrimonial e o balanço de resultado econômico deverão ser levantados anualmente, conforme previsão do artigo 1.179 do CC. Importante ressaltar que no caso das sociedades anônimas e instituições financeiras, estes balanços deverão ser levantados semestralmente conforme previsão do artigo 204 da Lei 6.404/76 e artigo 31 da Lei 4.595/64. Nome Empresarial 1. Conceito: é o termo pelo qual o empresário se identifica, e individualiza, se torna conhecido e através do qual assume obrigações. 2. Previsão legal: Código Civil artigos 1.155 a 1.168. Regras Especiais: Instrução Normativa nº 116/2011 do DNRC. 3. Elementos de identificação do Empresário: Além do nome empresarial o empresário poderá adotar outros termos e meios para se identificar e torna-se conhecido entre o quais temos: 3.1. Marcas: é o meio através do qual o empresário utiliza para identificar produtos ou serviços a eles associados. OBS: A marca é protegida através da Lei da Propriedade industrial 9.279/96, sendo registrada no instituto nacional da propriedade industrial (INPI). 3.2. Nome fantasia: é o termo pelo qual o empresário identifica o seu estabelecimento empresarial. OBS: O nome de fantasia é o termo que consta na placa, no letreiro do estabelecimento do empresário, sendo muitas vezes, um termo de mais fácil assimilação utilizado pelo empresário para se identificar frente ao seu consumidor. OBS II: O nome de fantasia é também conhecido como título do estabelecimento e não goza de proteção específica, razão pela qual poderá ser utilizado por vários empresários diferentes, desde que não cause concorrência desleal. 3.3. Nome de domínio: é o termo utilizado pelo empresário para se identificar na rede mundial de computadores (Internet). 3.4: Sinais de Propaganda: é o meio utilizado pelo empresário para chamar a atenção dos consumidores para seus produtos ou serviços. 4. Forma de proteção do nome Empresarial: a proteção do nome empresarial será obtida através da inscrição do empresário na junta comercial, conforme previsão do artigo 1.166 do Código Civil, artigo 33 da Lei 8.934/94, e artigo 11 da Instrução Normativa 116/2011 do DNRC. OBS: Vale ressaltar, que em regra a proteção do nome empresarial se dá, nos limites do respectivo estado em que foi requerida a inscrição do empresário. Poderá o empresário conseguir a proteção em todo território nacional caso requeira a junta comercial uma proteção especial. OBS II: A inscrição do empresário assegura à proteção do nome empresarial, garantindo-lhe desta forma a exclusividade na utilização do nome empresarial na jurisdição da Junta Comercial do Estado em que o Empresário se inscreveu, salvo se tiver requerido a proteção especial quando então a exclusividade será em todo território nacional. Desta forma não poderemos ter dois nomes iguais ou muitos parecidos em uma mesma circunscrição. 5. Nome Empresarial por Equiparação: De acordo com o parágrafo único do artigo 1.155 do Código Civil, a proteção do nome empresarial estende-se por equiparação a denominação das sociedades simples a associações e fundações. 6. Espécies de Nome Empresarial: De acordo com o artigo 1.155 do Código Civil são espécies de nome empresarial a firma e a denominação. 6.1 Firma: A) Firma individual: A firma individual será sempre utilizada pelo empresário individual e é constituída a partir do nome civil do empresário, podendo ser inscrito por extenso ou de forma abreviada, podendo ainda ser utilizada uma designação mais precisa de sua pessoa ou de seu ramo de atividade de forma a diferenciar de outro nome já registrado, conforme previsão do art.1.156 do Código Civil. B) Firma social: A firma social será utilizada por sociedades em que houver sócios que respondem de forma ilimitada, conforme previsão do artigo 1.157 do Código Civil, e será constituída pelo nome destes, podendo ainda ser utilizado o nome de um ou mais sócios acrescidos da expressão e Companhia, por extenso ou abreviado (Cia). OBS: Vale ressaltar, que esta regra não é absoluta já que temos a sociedade limitada e o EIRELI, onde os sócios respondem de forma limitada, que também poderão utilizar a firma social. OBS II: O Professor esqueceu-se de comentar o seguinte: a firma social será constituída pelo nome dos sócios, ou de um ou mais deles, acrescido ao final da expressão e “Cia” por extenso ou abreviado. Vale ressaltar, que caso todos os sócios sejam de uma forma família este termo e Cia poderá ser substituído por: E Irmãos, E Primos, E Família. 6.2. Denominação: A denominação é uma espécie de nome empresarial utilizada pelas sociedades e pela EIRELI, sendo constituída com o uso de palavras comum ou vulgar da língua nacional ou estrangeira. E ou com a expressão de fantasia, acrescida com a indicação do objeto da sociedade ou EIRELI. OBS I: Importante destacar que a Doutrina majoritária utiliza o termo expressão de fantasia para se referir à palavra de uso comum ou vulgar da língua nacional ou estrangeira que compõe a denominação. Exemplo: Best Way Hoteis LTDA. Sorveteria Picolino LTDA. OBS II: Cuidado para não confundi expressão de fantasia com elemento de fantasia. Já que essa segunda expressão refere-se ao título do estabelecimento. OBS III: Importante ressaltar que a espécie de nome empresarial firma possui uma função que a denominação não tem que é de servir de assinatura do empresário. Desta forma quem utiliza firma poderá usá-la para assinar sem precisar usar o nome civil abaixo de quem está assinando. Exemplo: Brayner Saldanha Café LTDA. 7. Princípios Norteadores da Formação do nome Empresarial: a formação do nome empresarial deverá de acordo com o art.4º da instrução normativa 116/2011 atender aos princípios da novidade e da veracidade. 7.1. Princípio da Veracidade: A) Conceito: o nome empresarial na sua formação deverá obrigatoriamente seguir ao princípio da veracidade com base no qual, este deverá ser verdadeiro, não podendo conter informações falsas sobre o empresário. B) Implicações: Com base nesse princípio, o nome do sócio que vier a falecer for excluído ou se retirar da sociedade, deverá ser excluído do nome empresarial. Conforme a previsão do art.1.165 do Código Civil. Ainda em decorrência do princípio da veracidade, a omissão da palavra limitada determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores da sociedade que assim tiverem empregado a firma ou a denominação da sociedade. 7.2. Princípio da Novidade: Conceito: com base nesse princípio o nome empresarial deverá ser novo, isto é, diferente de qualquer outro inscrito na circunscrição da Junta Comercial, em que o Empresário estiver se registrando, conforme o previsto no artigo 1.163 do Código Civil. 8. Nome Empresarial das Sociedades: Sociedade Limitada: - Pode adotar firma ou denominação. - Deveráconstar o termo “Limitada ou LTDA” ao final. - Se adotar denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. Exemplos: Pereira e Almeida LTDA, Sorveteria Picolino Limitada. Sociedade Anônima: - Opera sob denominação. - Deve constar o termo “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviado. - Cuidado: Pode constar na designação o nome do fundador, acionista ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da empresa. Exemplo: Grande Indústria de Calçados S/A. Firma: Almeida, Prado e Companhia. OBS: Cuidado para não confundi o termo “ e Cia” que indica a existência de outros sócios na firma social com o termo “Companhia” presente na denominação das sociedades anônimas. 9. Observações Gerais: - A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita por ações”, - Art.1.161 CC. - A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação – Art.1.162 CC. - A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo “cooperativa” – Art.1.159, CC. - Enquadramento como Micro Empresa ou Empresa de Pequeno Porte deve usar ME ou EPP. 10. Uso do Nome Empresarial: Nome Empresarial: Firma: empresário individual, sociedade em nome coletivo, sociedade em Comandita simples. Denominação: Sociedade Anônima. Firma ou Denominação: Sociedade Limitada, Sociedade em Comandita por ações EIRELI. 11. Alienação do Nome Empresarial: De acordo com o artigo 1.164 do Código Civil o nome empresarial não poderá ser objeto de alienação. Vale ressaltar, que de acordo com o parágrafo único do artigo 1.164 do Código Civil, o adquirente do estabelecimento empresarial poderá utilizar o nome empresarial do alienante precedido do seu, com a qualificação de sucessor, caso assim permita o contrato de alienação. OBS: No que tange a natureza jurídica do nome empresarial, a doutrina majoritária defende que é um Direito Personalíssimo e fundamenta tal posição no caput, do artigo 1.164 do Código Civil. Uma corrente minoritária, entretanto, defende que é um direito real, sendo assim o nome empresarial um bem pertencente ao empresário, e fundamenta sua posição no parágrafo único do artigo 1.164 do Código Civil. 12. PRAZO PARA ANULAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL DE ACORDO COM O ART. 1167 DO CC PODERÁ O PREJUDICADO REQUERER A ANULAÇÃO DA INSCRIÇÃO DO NOME EMPRESARIAL DE QUEM O ESTIVER UTILIZANDO IDEVIDAMENTE A QUALQUER TEMPO, NÃO EXISTINDO POR ISSO PRAZO DETERMINADO. OBS1.: TERÁ PREFERÊNCIA NA UTILIZAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL AQUELE QUE PRIMEIRO TIVER SOLICITADO O ARQUIVAMENTO DA INSCRIÇÃO NA JUNTA COMERCIAL. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL – AULA DIA 08/04/2014 1. CONCEITO: DE ACORDO COM O ART. 1142 DO CC CONSIDERA-SE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL O CONJUNTO DE BENS ORGANIZADOS PELO EMPRESÁRIO PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL. 2. NATUREZA JURÍDICA: PARA EXPLICAR A NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL EXISTEM EM TORNO DE 9 TEORIAS, DENTRE AS QUAIS DUAS DENOMINADAS TEORIAS UNIVERSALISTAS SE DESTACAM, CONSIDERANDO QUE O ESTABELECIMENTO PODERÁ SER UMA UNIVERSALIDADE DE FATO OU UMA UNIVERSALIDADE DE DIREITO. 1ª CORRENTE - UNIVERSALIDADE DE FATO: UMA PRIMEIRA CORRENTE MAJORITÁRIA CONSIDERA O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL COMO SENDO UMA UNIVERSALIDADE DE FATO. COM BASE NESTA CORRENTE A JUNÇÃO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL DECORRERIA DA VONTADE DO EMPRESÁRIO. ESTA CORRENTE FOI ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL NO ART. 1142 AO AFIRMAR QUE O ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL É O COMPLEXO DE BENS ORGANIZADOS PELO EMPRESÁRIO. (FÁBIO ULHOA). 2ª CORRENTE - UNIVERSALIDADE DE DIREITO: CONSIDERA O ESTABELECIMENTO COMERCIAL COMO UMA UNIVERSALIDADE DE DIREITO ONDE A UNIÃO DOS ELEMENTOS COMPONENTES SE DARIA PELA VONTADE DA LEI. (MARIA HELENA DINIZ). 3. CARACTERÍSTICAS: A) NÃO É SUJEITO DE DIREITO; B) É UM BEM PERTECENTE AO EMPRESÁRIO; C) PODE SER DESCENTRALIZADO; D) INTEGRA O PATRIMÔNIO DO EMPRESÁRIO, MAS PODE NÃO SE CONFUNDIR COM O MESMO. Bens materiais ou corpóreos: utensílios, maquinário, produtos, prédio (imóvel) Bens imateriais ou incorpóreos: marcas, patentes, ponto empresarial. 5 – Freguesia e Clientela Freguesia e clientela apesar de serem termos que se aproximam, são diferentes em virtude de que a freguesia vincula-se ao empresário em virtude de sua localização geográfica, enquanto que a clientela vincula-se ao empresário em razão da qualidade de seus produtos ou serviços, ou ainda, de seu atendimento, mantendo por este, uma relação de fidelidade. OBS: A freguesia e a clientela não integram o estabelecimento empresarial, mas irá, influenciar na avaliação deste. 6. Fundo de Comércio ou Aviamento. Denomina-se Aviamento ou Fundo de Comércio, o valor agregado ao estabelecimento empresarial em virtude da organização que é dada pelo empresário aos seus elementos componentes, o qual irá avaliar principalmente em função de potencial de lucratividade do estabelecimento empresarial. 7. Ponto Empresarial. Considera-se ponto empresarial o local onde o empresário se estabelece e para o qual converge a sua clientela. OBS: O ponto empresarial não se confunde com o imóvel já que este elemento material enquanto que, o ponto empresarial é elemento imaterial do estabelecimento. 7.1. Proteção do Ponto Empresarial. Uns dos principais elementos do estabelecimento empresarial é o ponto empresarial. O qual possui uma proteção específica caso esteja estabelecido em um imóvel locado. Esta proteção está prevista no artigo 51 da Lei do Inquilinato (8.245/91). A qual assegura ao empresário o direito à renovação compulsória do contrato de locação, por igual período. 7.2. Requisitos para a Renovação do Contrato de Locação. Para ter assegurado o direito a renovação compulsória do contrato de locação, o locatário deverá observar cumulativamente os seguintes requisitos: A) Requisito formal: o contrato de locação deverá ter sido celebrado por escrito e com prazo determinado. B) Requisito temporal: o prazo de contrato ou a soma dos prazos dos contratos ininterruptos deverá ser de 5 anos. C) Requisito Material: o empresário deverá está explorando o mesmo ramo de atividade no mínimo de 3 anos. 7.3. Procedimento para a renovação do contrato: Para ter assegurado o Direito a renovação compulsório do contrato de locação o locatário deverá além de preencher os requisitos anteriores, impetrar uma ação denominada ação renovatória, dentro dos seis primeiros meses do último ano do contrato. 7.4. Prazo do Contrato Renovado: O prazo do novo contrato deverá ser ajustado com base no prazo do contrato anterior, limitando-se a 5 anos conforme entendimento do STJ (REsp 182.714-RJ). 8. Alienação do Estabelecimento Empresarial: 8.1. Previsão Legal: O Estabelecimento empresarial como objeto unitário de Direito e negócios jurídicos poderá ser alienado conforme previsão do artigo 1.143 do Código Civil. 8.2. Instrumento Legal: O contrato que tem por objeto a alienação do estabelecimento empresarial é denominado de contrato de trespasse. 8.3. Requisitos do Contrato de Trespasse: 1º - O contrato deverá ser averbado a margem da inscrição do empresário na Junta Comercial e publicado na imprensa oficial para que produza efeitos perante terceiros, conforme previsão do artigo 1.144 do Código Civil. 2º - O segundo requisito para validade do contrato de trespasse, está previsto no artigo 1.145 do Código Civil, o qual estabelece que caso não restem bens suficientes ao alienante este deverá pagara todos os seus credores ou colher o consentimento destes de modo expresso ou tácito, notificando-lhes para que se manifestem no prazo de 30 dias. 9. Sucessão Empresarial 9.1 – Conceito: a sucessão empresarial é um instituto que ocorre na transferência do estabelecimento empresarial, onde o alienante transfere aos adquirentes direitos e deveres incluindo créditos e dívidas. 9.2 – Responsabilidades: Importante destacar que em decorrência da sucessão empresarial o adquirente do estabelecimento empresarial passará a responder pelos débitos anteriores a transferência, ficando todavia, o alienante solidariamente responsável como adquirente pelo prazo de 1 ano o qual é contado de 2 formas: 1ª – Se a dívida estava vencida a época da transferência o prazo de 1 ano será contado da data da publicação do contrato de trespasse da imprensa oficial. 2ª – Se a dívida for vincenda (ainda vai vencer) o prazo de 1 ano será contado do vencimento. Ressalte-se ainda que a sucessão só ocorrerá quanto aos débitos regularmente contabilizados, isto é, que constem da escrituração do empresário, conforme previsto no artigo 1.146 do Código Civil. 9.3. Obrigações Tributária e Trabalhista A sucessão prevista no artigo 1.146 do Código Civil refere-se a dívidas empresariais, da atividade diária do empresário como, por exemplo, a negociação com fornecedores. No caso de obrigações tributárias e trabalhistas estas são reguladas pela legislação especial, previstos nos artigos 133 do CTN e 448 da CLT. 9.4 – Transferências de Partes do Estabelecimento A sucessão empresarial só ocorrerá quando no contrato de trespasse importar, a transferência do estabelecimento como um todo. Incluindo sua funcionalidade, não importando dessa forma a venda de elementos isolados do estabelecimento, conforme entendimento do enunciado 233 do Conselho da Justiça Federal. 9.5 – Aquisições do Estabelecimento em Processo de Falência Em virtude de que na legislação falimentar anterior o adquirente de um estabelecimento empresarial dentro de um processo falimentar, sucedia ao falido nas dívidas inviabilizando dessa forma os leilões judiciais nesses processos foi que a nova lei de falências pretendendo incentivar a aquisição do estabelecimento alterou esta regra passando a permitir aquisição do estabelecimento empresarial dentro do processo falimentar livre de qualquer ônus, inclusive de natureza trabalhista e tributária conforme previsão do inciso, II do artigo 141 da Lei de Falências (11.101/2005). 9.6 – Sub-rogação nos créditos Ver artigo 1.149 do Código Civil. OBS: Da mesma forma que o adquirente estabelecimento sucede ao alienante nas dívidas, também irá suceder quanto aos créditos, conforme a previsão do artigo 1.149 do Código Civil. Ressalte-se, todavia, que o devedor ficará exonerado da dívida se pagar de boa-fé ao antigo credor, isto é, ao alienante. 10. Cláusula de Não Concorrência 10.1 Leading Case: o assunto referente à vedação do restabelecimento no caso de alienação do estabelecimento empresarial teve origem na pendência judicial entre Companhia Nacional de Tecidos de Juta e seu antigo proprietário, Conde Alvares Penteado. O qual, após alienar a sociedade e o estabelecimento para terceiros, se restabeleceu no mesmo ramo de atividade através de uma nova indústria denominada companhia paulista de alinhagem. Passando a praticar assim uma concorrência com seu antigo estabelecimento. O caso foi parar na justiça tendo o STF entendido que não havia qualquer vedação, por não existir previsão expressa no contrato em contrário. A doutrina, porém, passou a ter entendimento diverso deste, o que acabou resultando na previsão expressa do artigo 1.147 do Código Civil. O qual determina que mesmo não havendo autorização expressa não poderá o alienante do estabelecimento empresarial se restabelecer no mesmo ramo de atividade, fazendo concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos. OBS: Vale ressaltar que este prazo de 5 anos poderá ser negociado pelas partes, nada impedindo que seja menor ou maior. Ressalte-se, todavia, que existe entendimento jurisprudencial que caso o prazo seja maior que 5 anos poderá ser revisto judicialmente. OBS II: A previsão do princípio da boa-fé objetiva o qual deverá reger os contratos. OBS III: A cláusula de não concorrência é também conhecida como não restabelecimento ou interdição de concorrência. OBS IV: Importante ressaltar que na alienação do estabelecimento empresarial, feita através do contrato de trespasse, ocorre a mudança na titularidade do estabelecimento. O qual passa a pertencer ao adquirente. Diferente a situação que ocorre na sessão de cotas do capital social, isto é, na sessão da participação societária, onde é vendida a própria sociedade acompanhando-a o estabelecimento que é seu patrimônio. Não ocorrendo neste caso, porém, a mudança da titularidade do estabelecimento empresarial. O qual continua a pertencer a sociedade. 11. Sub-rogação dos Contratos De acordo com a previsão do art.1.148 do Código Civil, o adquirente do estabelecimento empresarial sub-rogasse nos contratos do alienante desde que não tenha caráter pessoal, como por exemplo, contratos com fornecedores. Vale ressaltar, que a sub-rogação não ocorrerá nos contratos como de fiança, franquia e de locação. 12. Aplicação da Lei 12.291/2010 OBS Geral: O termo estabelecimento empresarial também é chamado pela doutrina de fundo de comércio, sendo assim sinônimos. Direito de Propriedade Industrial Conceito: O Direito da Propriedade Industrial é o conjunto de regras e princípios que conferem tutela jurídica específica aos elementos imateriais do estabelecimento empresarial, tais como: invenções, modelo de utilidade, desenho industrial e marcas. 2. Direito de Propriedade x Direito de Propriedade Industrial. OBS: O direito de propriedade industrial apesar de ser estudado dentro do direito empresarial como sub-ramo deste é na verdade na sua essência integrante do direito de propriedade intelectual, sendo assim uma espécie deste gênero. O qual é composto ainda pelo direito do autor e de outros direitos referentes a proteção de bens imateriais. OBS: O Direito Autoral protege a obra em se, enquanto que o direito de propriedade industrial protege uma técnica. 3. Evolução histórica 1. Método flamengo de tecer e tingir tecido de lã. (1236) 2. Leonardo da Vinci 3. Codificação das Patentes – Veneza em 1474 e Inglaterra em 1623/1624 (statue of monopolies) 4. Convenção de Paris de 1883. Na evolução dos direitos de propriedade industrial temos que destacar como momento mais importante a convenção da união de Paris de 1883. A qual em sua primeira rodada teve a participação de 11 países, entre os quais, o Brasil, e conta atualmente com mais de 173 países signatários, o que assegura uma uniformização em termos de legislação sobre direito de propriedade industrial nestes países. 4. Previsão Constitucional: De acordo com o inciso 29, do artigo 5º da constituição federala lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para a sua utilização, bem como sua proteção as criações industriais. 5. Lei da Propriedade Industrial: 6. Natureza jurídica dos Direitos de Propriedade Industrial: De acordo com o artigo 5º da LPI, os direitos de propriedade industrial, são considerados bens móveis para efeitos legais. Quem concede a proteção dos direitos de propriedade industrial, é o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), que é uma autarquia federal, com sede no Rio de Janeiro e que tem como atribuição, conceder garantias e privilégios aos inventores e criadores, dentrodo âmbito nacional. 7. INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) 7.2. Foro Competente: No caso de ação promovida contra o INPI o foro competente para julgar este procedimento será o da Justiça Federal do Rio de Janeiro, salvo no caso de pluralidade de réus, quando é facultado pelo CPC e tentar a ação do domicílio do outro promovido. Resp 346.628/SP. 8. Bens Protegidos: I:nvenções > Patentes Me:modelo de utilidade > Patentes Dei:desenho industrial > Registro Mal: Marcas > Registro 9. Das patentes: é um título de propriedade temporário concedido pelo Estado ao autor de uma invenção ou criação, que assegura ao seu titular a exclusividade da utilização ou exploração de uma invenção ou modelo de utilidade. A patente é instrumentalizada através da respectiva carta patente, expedita pelo INPI. 10. Invenção: apesar de a lei não trazer o conceito do que seja uma invenção, a doutrina esclarece que é um ato original decorrente da atividade criativa do ser humano. 11. Modelo de utilidade: de acordo com o artigo 9º, é patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático ou parte deste suscetível a aplicação industrial que apresente nova forma ou disposição envolvendo ato inventivo que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. OBS: A doutrina chama de modelo de utilidade de mini-invenção ou pequena invenção. 12. Requisitos de Patenteabilidade: a) Novidade: o requisito da novidade é atingido quando constituir algo novo e desconhecido. Inclusive para comunidade científica especializada no assunto. OBS I: As patentes serão objeto de publicação na imprensa oficial. OBS II: Vale ressaltar, que como forma de proteção que para ser considerado algo novo, tem que ser desconhecido não só internamente no país em que está sendo requerida a proteção, mas também no exterior. OBS III: de acordo com o artigo 11, da LPI, a invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica. b) Atividade inventiva: Art.13 da Lei 9.279/96. O segundo requisito para obter a patente refere-se à atividade inventiva, pela qual em uma invenção um técnico no assunto, não poderá chegar ao resultado de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica, e no modelo de utilidade, de maneira comum ou vulgar do estado da técnica. Esse estado da técnica quer dizer que, tenho de demonstrar como cheguei ao resultado. OBS I: A atividade inventiva serve para diferenciar as invenções da mera descoberta, ressaltando-se que o direito da propriedade industrial, protege apenas as invenções e não as descobertas. OBS: A novidade no modelo de atividade é relativa, pois ele aprimora algo que já existe. c) Aplicação Industrial: Art.15 da Lei 9.279/96. De acordo com o artigo 15 da LPI, a invenção e o modelo de utilidade, serão suscetíveis de aplicação industrial, quando puderem ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria, isto quer dizer que deverão ser úteis e factíveis. Isto é, possam ser utilizados e executados. d) Licitude (ou desimpedimento): Como quarto requisito para o pedido de patente, a invenção e o modelo e utilidade, tem de ser lícita ou desimpedida, estando esses casos, previstos nos artigos 10 e 18 da LPI. 13. Não são invenções (ou Modelo de Utilidade): OBS: Colar o artigo 10 e 18 da Lei 9.279/96. 14. Não são Patenteáveis: OBS: Colar o artigo 18 da Lei 9.279/96 15. Legitimidade do Pedido de Patente De acordo com o artigo 6º da LPI, ao autor da invenção ou modelo de utilidade, será assegurado o direito de obter a patente, que lhe garanta a propriedade. Vale ressaltar, que como o INPI não tem como saber quem é o autor, o parágrafo primeiro do artigo 6º estabelece uma presunção, de que o Requerente está legitimidade a obter a patente. 15.1. Criações Simultâneas Caso ocorra que duas ou mais pessoas, de forma independente realizem a mesma invenção ou o mesmo modelo de utilidade, será assegurado o direito de obter a patente, aquele que provar o depósito mais antigo, isto é, que primeiro requeira a proteção, não interessando a data da invenção ou criação. OBS: Vale ressaltar, que no direito autoral, diferentemente do direito de propriedade industrial, o que interessa é a data da criação. 15.2. Criação realizada por funcionário do empresário Na relação entre empregador e empregado, a titularidade da patente poderá se dá de 3 formas previstas nos artigos 88, 90, 91. 1º Caso: A patente pertencerá exclusivamente ao empregador, quando a invenção ou o modelo de utilidade, decorra de contrato de trabalho, cuja execução ocorra no Brasil, e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou ainda, resulte esta da natureza dos serviços para os quais o empregado foi contratado. OBS I: O empregado terá direito pela invenção ou modelo de utilidade apenas ao salário com remuneração contratada. Vale ressaltar, que caso o empregador de livre e espontânea vontade a conceder ao empregado participação nos resultados esta não irá se incorporar a qualquer título ao salário. OBS II: Importante ressaltar que de acordo com o parágrafo 2º do artigo 88. Salvo prove em contrário, considera-se desenvolvidos na vigência do contrato na invenção ou modelo utilidade cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 ano após a extinção do vínculo empregatício. 2º Caso: A patente pertencerá exclusivamente ao empregado, quando este apesar de não ter sido contratado para pesquisa, isto é, de forma desvinculada do contrato de trabalho, não tenha se utilizado de meios, recursos, dados materiais, instalações ou equipamentos do empregador, conforme previsto artigo 90 da LPI. 3º Caso: A patente pertencerá em partes iguais, ao empregador e empregado. Quando apesar de desvincular do contrato de trabalho, este tenha se utilizado de recursos, dados, meios, recursos materiais, instalações ou equipamentos do empregador para chegar ao seu resultado, conforme previsto no artigo 91 da LPI. OBS I: Vale ressaltar, que no terceiro caso, será garantido ao empregador o direito exclusivo de licença de exploração e assegurar ao empregado, a justa remuneração. OBS II: Caso o empregador não inicie a exploração dentro do prazo de 1 ano, contado com a concessão da patente, poderá o empregado solicitar a exclusiva propriedade da titularidade, parágrafo 3º do artigo 91. 16. Procedimento do Pedido de Patente A obtenção de uma patente se dá através de um processo administrativo constitutivo, o qual possui 5 fases. 16. 1 – Depósito de pedido de patente: a primeira fase refere-se ao depósito do pedido de patente junto ao INPI, estando prevista no artigo 20 da LPI. Esse depósito sofrerá um análise prévia o qual sendo aprovado, será protocolizado, sendo considerada a data do depósito a de sua apresentação. OBS: Importante ressaltar, que a proteção conferida a uma batente se inicia na data do depósito. OBS II: O pedido de depósito deverá conter: Requerimento, Relatório descritivo, Reivindicações, Desenhos, se for o caso, Resumo, Comprovante do pagamento da retribuição relativa ao depósito. 16.2. Fase se sigilo: A lei estabelece um prazo de 18 meses referente à fase de sigilo, de forma a permitir ao inventor, concluir a sua pesquisa sem perder a prioridade na obtenção da patente. OBS I: Esta fase poderá, todavia ser reduzida a critério do depositante. 16.3. Publicações do INPI Após a fase do sigilo, o pedido de patente será publicado. (Será obrigatoriamente publicado). Na revista da propriedade industrial, que é uma publicação oficial do INPI. OBS: Vale ressaltar, que de acordo com o artigo 29 da LPI, o pedido de patenteretirado ou abandonado. Será obrigatoriamente publicado. Passando assim, a ser do conhecimento de todos, perdendo com isto o requisito da novidade, o que inviabiliza o ingresso de novo pedido de depósito da mesma invenção. 16.4. Requerimento de Exame Para evitar que o INPI trabalhe desnecessariamente, é que o meu pedido de depósito. Só será analisado pelo INPI após a expressa solicitação do exame, a qual deverá ser feita no prazo máximo de 36 meses contados da data do depósito, sem o qual o depósito será arquivado. 16.5. Julgamento do Pedido da Patente Como na última fase, temos o julgamento do pedido no qual o INPI poderá conceder ou não a patente. Caso, deferido o pedido será expedida a respectiva carta patente após o pagamento da retribuição respectiva, conforme previsto no artigo 38 da LPI. 17. Prazo de Vigência das Patentes (PROVA) De acordo com o artigo 40 da LPI o prazo máximo para exploração da patente será de 20 anos nos casos de invenções, e de 15 anos nos casos dos modelos de utilidades. Contados, da data do pedido de depósito. Vale ressaltar, que como a concessão da patente pelo INPI poderá demorar vários anos foi assegurado ao seu titular no prazo mínimo para sua exploração previsto no parágrafo único do artigo 40, que será de 10 anos no caso de invenções e de 7 anos no caso de modelo de utilidade, prazo este contados da concessão da carta patente. OBS I: Importante ressaltar* que esses prazos são improrrogáveis, e nem admitem renovação. Aula do dia 16/05/2014 18. Prazo de Vigência das Patentes: Os direitos de patentes, por serem considerados bens móveis, poderão ser objetos de seção, onde ocorre a transferência de sua titularidade. Vale ressaltar, que o artigo 58 da LPI autoriza a seção tanto da patente quanto do pedido de patente. 19. Licenciamento da Patente: A patente e o pedido de patente poderão ser objeto de licenciamento conforme previsão dos artigos 61 e seguintes da LPI. No licenciamento o titular da patente permite que terceiros a explorem mediante o pagamento de uma contra prestação denominada royaltyes. OBS I: Para que o contrato de licenciamento da patente produza efeitos perante terceiros que este deverá ser averbado no INPI. OBS II: Este licenciamento poderá ser voluntário, quando decorra da vontade de seu titular, ou compulsório, isto é, forçado em virtude de decisão administrativa do INPI, judicial ou ainda mediante decreto presidencial. OBS III: Importante ressaltar ainda, que não sessão da patente ou de seu pedido ocorre a mudança da titularidade, enquanto que, no licenciamento a patente continua a pertencer ao seu antigo titular. 20. Licenciamento Compulsório da Patente: O licenciamento da patente poderá ser compulsório nos seguintes casos: 20.1. Licença por abuso de direito/ ou Abuso de Direito Econômico a) Não exploração do objeto da patente no território nacional; b) Comercialização que não satisfaz as necessidades do mercado; OBS: Neste caso a licença compulsória poderá ser requerida administrativamente ao INPI ou judicialmente, por terceiros interessados, que comprovem o seu interesse e a capacidade financeira para explorar patente. OBS II: A Licença compulsória só será concedida após três anos da concessão da patente 20.2. Licença Compulsória por interesse público Nos casos de emergência nacional ou interesse público declarados em ato do Poder Executivo Federal. Ex: Efavirenz – Dec. 6.108/2007 OBS: O Licenciamento compulsório é comumente chamado de quebra de patente OBS II: Os artigos que tratam do licenciamento compulsório vão do artigo 68 a 74 da LPI OBS III: Vale ressaltar, que nas duas situações do licenciamento compulsório, será obrigatório o pagamento dos royaltyes. OBS IV: Esse licenciamento compulsório se dará pelo prazo de 1 ano, admitindo prorrogação por igual prazo. Esse prazo será dado para que o titular da patente se adegue a realidade no mercado. 21. Taxas da Patente De acordo com o artigo 84 da LPI o titular da patente e o depositante estão sujeitos ao pagamento da retribuição anual a partir do início do terceiro ano do depósito. OBS: Não custa lembrar que as taxas no INPI são chamadas de retribuição. 22. Extinção das patentes a) Pela expiração do prazo de vigência. b) Pela renúncia de seu titular, ressalvando o direito de terceiros. c) Pela caducidade: artigo 80 LPI d) Pela falta de pagamento da retribuição anual. e) Pela inobservância do disposto no art.217 (falta de representante no Brasil). OBS: Vale ressaltar, que de acordo com o parágrafo único do artigo 78 da LPI extinto a patente em qualquer das situações acima, esta cairá em domínio público, permitindo que qualquer pessoa a utilize ou a explore. 23. Dos Registros O registro é um título de propriedade concedido pelo INPI para proteção do desenho industrial e das marcas, sendo instrumentalizado através do certificado de registro. 24. Desenho Industrial A lei da propriedade industrial apresenta o conceito do desenho industrial em seu artigo 95, onde afirma que este é a forma plástica ornamental de um objeto ou um conjunto ornamental de linhas e cores, que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial. OBS: Podemos sintetizar o conceito de desenho industrial, como sendo designer de um produto. OBS II: Importante diferenciar o desenho industrial do modelo de utilidade onde os dois se distingue em virtude de que, o modelo de utilidade possui uma funcionalidade específica, tendo neste uma técnica decorrente da atividade criativa do ser humano, ao passo que, no desenho industrial não existe uma funcionalidade já que protege através deste apenas o design do produto. 25. Requisitos para o Registro do Desenho Industrial a) Novidade b) Originalidade c) Aplicação Industrial d) Licitude 26. Prazo de Vigência do Registro do Desenho Industrial O registro vigorará pelo prazo de 10 anos, contados a data do depósito. Quanto ao prazo de proteção do registro do desenho industrial, este será de 10 anos contados da data do depósito, admitindo-se até 3 prorrogações por períodos sucessivos de 5 anos cada. Prazo total máximo é de 25 anos. OBS: Como o desenho admite até 3 (três) prorrogações sucessivas de 5 anos cada, é possível de obter a proteção desse desenho por até 25 anos. OBS II: A retribuição do desenho industrial será paga quinquenalmente de 5 em 5 anos. 27. Marca São suscetíveis de registro como marca, os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais conforme previsão do artigo 122 da LPI. Umas das principais funções de uma marca é justamente identificado e distinguir produtos ou serviços de origens diversas de forma a evitar causar confusão ao consumidor. OBS II: No Brasil as marcas têm de ser visual, razão pela qual não se admite o registro como marcas sonoras ou de marca olfativa. 28. Classificação das Marcas a) Quanto ao uso: 1 – Marca de produto ou serviço: é aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhança, ou afim, de origem diversa. 2 – Marca de Certificação: é aquela usada para atestar a conformidade de uma produto ou serviço com determinadas normas, ou especificações técnicas, notadamente quanto a qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. 3 – Marca coletiva: é aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade. Importante ressaltar que na marca de produto ou serviço, quem irá utilizá-la será seu titular de formadireta, ao contrário da marca de certificação e da marca coletiva, as quais estão registradas no INPI. Em nome de um titular e são utilizadas de forma indireta por outras pessoas, que obtiveram a certificação ou estão filiadas a entidade coletiva. b) Quanto à forma de apresentação: 1 – Marca nominativa: é aquela formada por letras ou números ou ainda por letras e número. 2 – Marca Figurativas: são aquelas formadas a partir de um desenho ou figura 3 – Marca mista: é aquela formada por letras ou números e desenhos e figuras. 4 – Marca tridimensional: são aquelas que apresentam um formato plástico diferenciado através do qual se permite identificar produtos ou serviços diferentes. OBS: Decorar o inciso I e II do Art.124 da Lei nº 9.279/96. 29. Aquisição da Propriedade da Marca A propriedade de uma marca é adquirida através de seu registro no INPI, seguindo-se dessa forma o princípio atributivo. 30. Direito de Precedência No Brasil é admitido o direito de precedência, no qual a pessoa que usava uma marca de boa fé, no país a pelo menos 6 meses, terá a precedência no seu registro, quando esta mesma marca estiver em processo de registro no INPI. OBS: O direito de precedência deverá ser alegado durante o procedimento administrativo do registro, não podendo assim, ser utilizado após a concessão. 31. Princípio de Especialidade O registro de uma marca deve seguir o princípio da especialidade, através do qual poderá ocorrer o registro de marcas iguais ou semelhantes desde que tratem de produtos diversos, isto é, estejam em classificações diferentes. Tal possibilidade é permitida, em virtude de produtos diferentes ainda que tenham marcas semelhantes não irão causar confusão ao consumidor. OBS: As marcas são registradas com base em uma classificação internacional, denominada de classificação de NICE. OBS: Poderá ser titular de uma marca, pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, art.128 parágrafo 1º. Vale ressaltar, que as pessoas de direito privado só podem requerer o registro da marca relativo a atividade que exercem efetiva e licitamente de modo direto ou através de empresas que controlem, direta ou indiretamente. 33. MARCA DE ALTO RENOME Considera-se marca de alto renome a marca registrada no Brasil que goza de proteção em todos os ramos de atividade. OBS: por gozar de proteção em todos os ramos de atividade, isto é, em todas as classes, a marca de alto renome é considerada uma exceção ao princípio da especialidade. OBS II: Até agosto de 2013, a aquisição da classificação da marca como de alto renome, era obtida de forma incidental, quando se contestava o pedido do registro de uma marca idêntica ou semelhante em outra classe. Este procedimento foi modificado com base na resolução 107/ de 19 de agosto de 2013 do INPI, a qual passou a permitiro requerimento direto ao INPI, não precisando mais ser em sede de defesa. OBS III: Para ser considerada de alto renome, o titular da marca, deverá provar que ela é conhecida em grande parte do território nacional e por um número expressivo de pessoas. 34. MARCA NOTORIAMENTE CONHECIDA A marca notoriamente conhecida, conforme previsão no art. 126 da LPI (LEI 9279/96), é aquela que apesar de não estar registrada no Brasil, goza de proteção em seu ramo de atividade, em decorrência da previsão contida no art. 6º da convenção da união de Paris. OBS I: A marca notoriamente conhecida é uma exceção ao princípio da territorialidade. OBS II: Com base no princípio da territorialidade, a marca registrada no país goza de proteção em todo território nacional. OBS III: O INPI poderá negar de ofício o registro de marca que venha a confrontar uma marca notoriamente conhecida. 35. REQUISITOS PARA O REGISTRO DA MARCA - Novidade Relativa: pq em relação a outras atividades não sera novidade. - Não colidência (não colidir) com marcas de alto renome, com marcas notoriamente conhecida ou ainda com marca registrada na mesma classe. - Licitude ou desimpedimento: não pode ofender os bons costumes, a moral e etc. 36. PRAZO DE VIGÊNCIA DA MARCA De acordo com o art. 133 da LPI, o registro da marca vigorará pelo prazo de dez anos, contados da data da concessão do registro e prorrogável por períodos iguais e sucessivos. OBS I: Não custa lembrar que ao contrário da invenção, do modelo de utilidade e do desenho industrial, que têm seus prazos contados a partir dos depósitos, o prazo da marca é contado a partir da concessão do registro, sendo possível ainda que sejam prorrogadas indefinitivamente (pra sempre). OBS II: A prorrogação da marca deverá ser requerida durante o seu último ano de vigência. Em todo o caso, caso o titular venha a perder este prazo, poderá solicitar a prorrogação nos 6 meses subsequentes, pagando todavia uma retribuição adcional. 37. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AÇÃO DE NULIDADE (PARA MARCA, DESENHO, TODOS) É possível a proposição de ação para requerer a anulação de uma patente ou de um registro que tenha sido concedido pelo INPI sem observância das condições legais. O prazo para intentar tal ação será, no caso das patentes e do registro do desenho industrial o prazo em que este estiver em vigor, podendo ser requerida assim, a qualquer tempo durante a vigência da patente ou do registro do desenho industrial, conforme previsões nos arts: 56 e 118 da LPI. No caso das marcas, a ação de nulidade poderá ser intentada nos 5 anos contados da data de sua concessão. OBS (A TODOS OS CASOS, PATENTE, REGISTRO, MARCA E TUDO): A ação de nulidade obrigatoriamente será intentada na justiça federal, devendo o INPI, ser chamado a integrar a demanda, caso este (INPI) não seja o autor. 38. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DA AÇÃO PARA REPARAÇÃO DE DANOS. De acordo com o art. 225 da LPI, prescreve em 5 anos a ação para reparação de danos causados ao direito de propriedade industrial. 39. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS A lei da propriedade industrial busca proteger o consumidor, bem como evitar a concorrência desleal, dando proteção no art. 176 da LPI às indicações geográficas, que se dividem em: X Indicação de procedência: por indicação de procedência considera-se o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade, de seu território que tenha se tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço. Ex: Zona Franca de Manaus. X Denominação de origem: A denominação de origem é considerada um nome geográfico de país, cidade, região ou localidade, de seu território que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluindo fatores naturais ou humanos. EX: CAFÉ DO CERRADO MINEIRO. Fora de Proteção Prazo (duração) Licenciamento I – Invasão Patente 20 (10), 15(7) não prorrogável Voluntário e MC – Modelo de utilidade Patente DEI – Desenho industrial Registra MAL – Marcas Registra Por: Athila Bezerra
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