Buscar

Direito Empresarial Resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Empresarial
Teoria da empresa
O Código Civil de 2002 adotou a teoria da empresa, em contrapartida à antiga teoria dos atos do comércio, adotada pelo Código Comercial de 1850. Segundo a teoria dos atos do comércio, a distinção entre as sociedades civis e as sociedades comerciais era efetuada através da análise do objeto das sociedades envolvidas. A atualmente adotada a teoria da empresa centra-se da atividade profissionalmente organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Seu objeto é, portanto, a empresa. 
O Código Civil de 2002, apesar de haver adotado a moderna teoria da empresa, não definiu empresa, mas em seu artigo 966 definiu o empresário. O empresário é o profissional que exerce atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. A empresa é, assim, o resultado da atividade do empresário.
A empresa se apresenta como um instrumento voltado para a produção de riquezas; atua de forma organizada e profissional desenvolvendo atividades econômicas voltadas para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. A combinação do capital com a tecnologia e o trabalho, no intuito de lucro, faz nascer o risco de a empresa alcançar, ou não, o objetivo esperado, por isso, o negócio tem que ser realizado de maneira profissional, uma vez que vários agentes dependem do sucesso da empresa, para continuar operando no mercado.
Teoria da empresa: Segundo a teoria da empresa, toda sociedade tem por objeto a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços deverá ter seus atos registrados perante a respectiva Junta Comercial do Estado em que se localize a sede social para, assim, adquirir personalidade jurídica. As sociedades não empresárias devem ter seus atos arquivados perante o Registro de Pessoa Jurídica.
Capacidade das partes para exercer atividades empresárias
Nos termos do artigo 3º do Código Civil de 2002, são absolutamente incapazes, inclusive para exercer atividades empresárias:
· Os menores de 16 anos;
· Os que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática de atos;
· Os que, mesmo por causa transitória, não puderam exprimir sua vontade.
São relativamente incapazes, inclusive para exercer atividades empresárias:
· Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
· Os ébrios habituais;
· Os viciados em tóxico;
· Os que por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
· Os excepcionais;
· Os pródigos.
Os silvícolas têm sua capacidade regulamentada por legislação especial.
A capacidade é pressuposto para o exercício da atividade empresária. Nota-se, no entanto, que os absoluta ou relativamente incapazes não poderão exercer atos de gestão, muito embora possam possuir participação em sociedade empresária, valendo dizer que podem ser sócios de entes empresários, mas não os administrar.
O empresário casado: O empresário, mesmo que casado sob regime da comunhão total de bens, poderá, sem necessidade de outorga conjugal, alienar bens imóveis que integrem o patrimônio, uma vez que estes não integram seu patrimônio pessoal, mas, sim, o da empresa.
Livros Comerciais
Todos os empresários estão sujeitos às obrigações de:
· Registrar-se no órgão do comércio;
· Escriturar os livros comerciais;
· Levantar balanço patrimonial anualmente.
O Código de Processo Civil, em seus artigos 378 e 379, concede aos livros comerciais eficácia probatória, sendo que, para fins penais, os livros comerciais se equiparam a documentos públicos, de acordo com o §2º do artigo 297 do Código Penal.
Consequências da escrituração irregular dos livros comerciais:
· O empresário não poderá promover a ação de verificação de contas para fins de instrumentalizar pedido de falência com base na impontualidade, em conformidade com o procedimento apontado na Lei de Falências;
· Presumir-se-ão como verdadeiros os fatos alegados por parte contrária referente ao que os livros comerciais fariam prova, como decorrência do artigo 378 do Código de Processo Civil;
· Configuração de crime falimentar.
Apontamentos dos livros comerciais:
São sigilosos. Este sigilo, no entanto, não pode ser oposto em face da ordem jurídica ou autoridades fiscais.
Nome empresarial
O nome empresarial identifica o empresário. Tradicionalmente, a doutrina entende que a proteção do nome comercial tem como razão de ser a proteção do crédito (relações com outros empresários) e da clientela (relações com os consumidores). Assim, a proteção ao nome comercial não estaria restrita a um determinado ramo de atividades.
O artigo 1.166 do Código Civil de 2002 dispõe que "a inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos da pessoa jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Assim, as Juntas Comerciais de cada Estado não registrarão nomes semelhantes aos já existentes. Os interessados poderão exigir proteção do nome comercial em todo o território nacional pelas medidas jurídicas que julgarem cabíveis.
O Código Civil de 2002, no seu artigo 1.167 dispõe que “cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
Para as sociedades limitadas, o nome comercial deve designar também o objeto da sociedade, de acordo com o § 2 ª do artigo 1.158 do Código Civil de 2002.
O nome comercial apresenta duas modalidades, quais sejam:
· Firma ou razão social: só pode ter por base o nome civil do empresário. É privativa de empresários individuais e sociedades de pessoas, sendo que as sociedades limitadas também podem utilizá-la.
· Denominação social: pode ter por base tanto o nome civil do empresário, como um elemento de fantasia. É privativa de sociedades de capital, sendo que as sociedades limitadas também podem utilizá-la.
O artigo 1.164 do Código Civil de 2002 dispõe que o "nome empresarial não pode ser objeto de alienação”.
o nome do sócio que vier a falecer pode ser conservado na firma, salvo manifestação contrária em vida;
a inscrição do nome empresarial será cancelada, de ofício, após dez anos sem utilização efetiva, ou a requerimento de qualquer interessado quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando a sociedade que o inscreveu foi liquidada.
Registro do comércio
O Registro do Comércio remonta às Corporações de Ofício da Idade Média, tendo como base fundamental o requisito da publicidade, com o fim de determinar quem exercia a atividade comercial.
A união tem competência para legislar sobre registros públicos e Juntas Comerciais, sendo a Lei n ª 8.934/94 a que regulamenta a matéria no Brasil.
O Registro Público de Empresas Mercantis encontra-se a cargo do DNRC (departamento Nacional do Registro do Comércio) e das Juntas Comerciais, que possuem competência estadual.
Regime Empresarial
É tratamento jurídico diferenciando às microempresas e às empresas de pequeno porte visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Nesse sentido, as microempresas e as empresas de pequeno porte são diferenciadas por sua receita bruta anual (toda a receita da empresa). Ambas são obrigatoriamente registradas. A microempresa é a pessoa jurídica ou empresa individual com receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); já a empresa de pequeno porte tem receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais), em cada ano calendário. Não há capital mínimo ou máximo para a constituição de microempresa.
Estabelecimento Empresarial
Estabelecimento comercial é o complexo de bens-corpóreos e incorpóreos - reunidos pelo comerciante para o desenvolvimento de sua atividade empresarial, ou seja, é o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a exploração de determinada atividade mercantil.
Aviamento e clientelaO grau de eficiência que resulta para o estabelecimento comercial de sua organização é o que se chama de aviamento, que significa a capacidade do estabelecimento de apresentar lucros para o seu empresário. O aviamento constitui na aptidão de produzir lucros e é a base de toda a proteção que se dá ao estabelecimento comercial. Não se pode reduzir o aviamento a clientela. O empresário não tem qualquer direito à clientela, pois não pode limitar o direito dos clientes de decidirem onde comprar.
Clientela é um conjunto de pessoas que, de fato, mantém com o estabelecimento relações contínuas de procura de bens e de serviços.
Trespasse
Um contrato que vise a alienação arrendamento ou usufruto do estabelecimento é permitida, como se pode ver pelo exposto acima. “Trespasse” é o nome doutrinário atribuído à alienação do estabelecimento empresarial. Conforme dispõe o artigo 1.144 do CC, é necessário que o contrato seja averbado na Junta Comercial juntamente ao registro da empresa, além de ser publicado na imprensa oficial, para que possa gerar efeitos não só entre as partes, mas também perante terceiros.
O trespasse resulta na transferência do complexo de bens organizados do alienante para o adquirente, continuando este com a exploração da atividade empresarial, antes exercida por aquele. Por força da atividade desenvolvida, o adquirente arcará com todos os contratos celebrados pelo alienante, pelo fato de ter assumido a posição deste.
Os débitos anteriores à aquisição do estabelecimento empresarial, se regularmente contabilizados, ficam a cargo do adquirente. O alienante, como devedor primitivo, fica solidariamente obrigado com o adquirente pelo prazo de um ano, contando a partir da publicação da transferência do estabelecimento, quanto aos créditos vencidos, e da data de seu vencimento, quanto aos vincendos (CC art. 1.146). Ressalta-se que o adquirente só responde pelas dívidas devidamente registradas e conhecidas, pois há de preponderar os princípios da vedação ao locupletamento ilícito e da boa-fé.
Nos débitos de natureza tributária e trabalhista, também há a sucessão do adquirente.
O adquirente também pode ser acionado pelos credores do devedor primitivo, referente às dívidas contabilizadas, devido ao fato de ser sucessor do alienante neste quesito também. A única exceção para tanto é na hipótese de renúncia do credor ante as dívidas.
Salvo estipulação dispondo o contrário, ocorre a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a exploração do estabelecimento empresarial, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros contratantes rescindir o contrato em 90 dias, contando a partir da publicação da transferência. Contudo, se ocorrer justa causa, ressalvada, nesse caso, a responsabilidade do alienante (CC art. 1.148).
O estabelecimento é, para os credores da empresa, uma das principais garantias. Os credores poderão executar esse patrimônio, caso haja inadimplência da empresa. Em virtude disso, é vedada a alienação do estabelecimento empresarial sem que a empresa conserve capital suficientemente capaz de cobrir o seu passivo, ou sem que seus credores concordem com o trespasse, de maneira expressa ou tácita, no prazo de 30 dias. De modo contrário, essa garantia dos credores é perdida, conforme prevê o artigo 1.145 do estatuto civil. A alienação do estabelecimento sem a concordância de todos os credores da empresa, que é a alienação fraudulenta, constitui ato de falência (Lei n. 11.101/2005 art. 94, III, alínea “c”).
Ainda dentro das regras do trespasse, é importante citar que o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos seguintes à alienação, a não ser haja expressa autorização (CC art. 1.147). Essa é uma cláusula implícita do contrato de trespasse, ou seja, não necessariamente precisa estar contida uma cláusula dentro do contrato para que ela seja suscitada. É importante salientar que o alienante não está impossibilitado de iniciar uma nova atividade empresarial, mas tão somente fazer concorrência frente ao adquirente, o que caracterizaria concorrência desleal, visto que o alienante já domina as técnicas do negócio.
Título do Estabelecimento
Considera-se como título do estabelecimento o símbolo ou nome dado ao estabelecimento empresarial para identificá-lo. Ressalte-se, todavia, que o nome empresarial e o título do estabelecimento são coisas distintas. O primeiro é elemento necessário para a identificação do empresário, pois o este, obrigatoriamente, deve ter um nome empresarial; enquanto o último é um elemento identificador do estabelecimento. A composição do título pode conter alguma expressão do nome empresarial, nome fantasia ou uma insígnia, que represente graficamente o título.
Podemos expor os seguintes exemplos para facilitar a compreensão:
Ex. 1: Nome empresarial -> Costa Açougue Ltda. (firma individual)
Título do Estabelecimento -> Casa de Carnes Costa
Ex. 2: Nome empresarial -> Ruby Joalheria S.A. (denominação)
Título do Estabelecimento -> Joias e Acessórios Ruby
O início da proteção do título do estabelecimento ocorre com o próprio registro da empresa, visto que não há um ato individual para o registro do título
Ponto Comercial
Entende-se por ponto comercial o local físico onde o empresário desenvolve a atividade econômica. É um elemento incorpóreo do estabelecimento.
O ponto comercial possui valor econômico e tem proteção jurídica. Esse ponto pode ser uma loja física, como por exemplo, uma loja situada na Avenida Tamoios, em Tupã. E existe o empresário que vende seus serviços e produtos através do meio de comunicação Internet. Nesse último caso, haverá o endereço eletrônico do empresário, que será o seu nome de domínio, sendo a URL.
A chamada locação não residencial é o nome atribuído ao empresário que desenvolve a sua atividade em imóvel alugado, e essa hipótese é amparada em nosso ordenamento jurídico, pela Lei de Locações (Lei n. 8.245/91).
Essa lei dispõe que, caso sejam cumpridos os requisitos estabelecidos no art. 51, esses tipos de locações ensejarão direito à renovação compulsória do contrato, por prazo igual. Desse modo, percebe-se que ao permitir essa renovação compulsória do contrato locatício a lei está protegendo o ponto comercial.
O mandado de despejo será determinado pelo juiz, em hipótese de que não seja renovada a locação. O prazo para retirar-se de modo voluntário do imóvel é de 30 dias (Lei n. 8.245/91, art. 74).
A legitimidade ativa para a propositura de ação renovatória é do locatário do imóvel.
Propriedade Intelectual
A Propriedade Intelectual é a área do Direito que, por meio de leis, garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto - seja BENS IMATERIAIS ou INCORPÓREOS nos domínios industrial, científico, literário ou artístico - o direito de obter, por um determinado período de tempo, recompensa resultante pela “criação” – manifestação intelectual do ser humano.
"Possibilita transformar o conhecimento, em princípio um bem quase público, em bem privado e é o elo entre o conhecimento e o mercado."
De acordo com a definição da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), o dispositivo da propriedade intelectual se divide em duas categorias:
Propriedade Industrial que inclui as patentes (invenções), marcas, desenho industrial, indicação geográfica e proteção de cultivares;
Os direitos de propriedade industrial são relacionados basicamente às criações voltadas para indústria – todas essas são protegidas por patentes. Desenhos industriais, marcas, nomes comerciais, indicação geográfica de produtos e serviços e o segredo empresarial: todos são protegidos pela Lei 9.279/96. É importante lembrar que esses direitos dependem de requisição e análise do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.
Direitos Autorais que abrangem trabalhos literário e artísticos, e cultura imaterial como romances, poemas, peças, filmes, música, desenhos, símbolos, imagens, esculturas, programas de computador, internet, entre outros.
Já os direitos autorais são relacionados basicamente à proteção das obras intelectuaisliterárias, artísticas e científicas, assim como os programas de computador (essas questões são regidas pelas Leis 9609 e 9610/98). A proteção dos direitos autorais não depende de registro, e poderá ser comprovada por documentos, fotos e outros materiais. É possível fazer o requerimento do registro de obras de direito autoral perante alguns órgãos, como a Biblioteca Nacional e a Escola de Belas Artes, para comprovar suas autorias.
Marcas e Patentes 
A marca identifica visualmente produtos ou serviços, “é o sinal aposto a um produto. No direito brasileiro, o art. 122 da Lei n. 9.279/96 afasta o registro de marcas duto, uma mercadoria, ou o indicativo de um serviço, destinado a diferenciá‐lo dos demais” olfativas, gustativas ou sonoras, exigindo o caráter visual nas marcas. A marca não precisa identificar a origem do produto ou serviço (o empresário que trabalha com o produto ou serviço), ela precisa apenas diferenciar um produto ou serviço de outros produtos ou serviços, visualmente. Exemplos: cheque ouro, Omo, Minerva, Sorriso, Signal, big mac etc.
Para o empresário as marcas funcionam como meios de atrair clientela distinguindo os produtos ou serviços em relação aos dos seus concorrentes. Elas servem também para resguardar os interesses do consumidor em relação à qualidade ou proveniência de determinado produto ou serviço, ou seja, a marca é um referencial para o consumidor poder fazer suas escolhas. Em suma, a marca tem dupla finalidade: resguardar os direitos do titular e proteger os interesses do consumidor.
· Marca de produtos ou serviços: serve para distinguir produtos ou serviços de outros congêneres de origem diversa. Exemplos: Coca‐Cola, Brastemp, Embratur...
· Marca de certificação: serve para atestar a qualidade de produtos ou serviços, sendo atribuída por institutos técnicos. Exemplos: Selo ABIC para café; ISO.
· Marca coletiva: a função é garantir a qualidade, origem e natureza de certos produtos ou serviços de membros de determinada entidade. Exemplo: cooperativa agropecuária de Boa Esperança
Também se podem classificar as marcas pela forma de sua composição em:
· Nominativa: é aquela formada a partir de sinais linguísticos, isto é, apenas de palavras, letras, algarismos ou combinações destes sinais, ainda que desprovida de sentido no vernáculo. Exemplos: Coca‐Cola, Editora 34, 51, Brastemp, Bradesco...
· Figurativa: formada por desenhos, imagens, figuras ou qualquer forma estilizada de letras ou algarismos.
· Mistas: formada por sinais linguísticos revestidos de uma forma peculiar, que não possam se enquadrar isoladamente nem como marca nominativa, nem como marca figurativa.
· Tridimensionais: são constituídas pela forma plástica de produto ou de embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva e esteja dissociada de qualquer efeito técnico.
As marcas são bens incorpóreos, que na economia moderna possuem um grande valor, sendo fundamental definir como se adquirem direitos sobre uma marca e que tipo de proteção tais direitos asseguram ao seu titular.
Para que uma pessoa adquira direitos sobre determinada marca é essencial o seu registro, que no caso brasileiro ocorre no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A princípio, podem requerer o registro da marca pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou de direito privado, sem maiores restrições. Em relação às pessoas de direito privado, exige‐se que a marca diga respeito à atividade desenvolvida por elas direta ou indiretamente (art. 128, § 1o, da Lei n. 9.279/96). Em relação às marcas coletivas, apenas as entidades representativas da coletividade podem requerer o registro da marca. Por fim, em relação às marcas de certificação, exige‐se que o requerente não tenha interesse comercial ou industrial sobre o produto atestado.
Marcas e nomes empresariais não se confundem. As primeiras identificam produtos ou serviços e os nomes identificam o próprio empresário, seja ele individual, seja ele uma sociedade empresária. Entretanto, por vezes, determinadas marcas são idênticas ou muito similares a nomes empresariais, havendo um conflito cuja solução gera certa dificuldade, na medida em que são bens registrados em órgãos diversos – a marca é registrada no INPI de âmbito nacional e o nome empresarial é registrado na junta comercial de âmbito estadual – e com fins diversos.
Invenções
A arte de inventar é uma das mais importantes fontes de inovações que permitem o desenvolvimento da sociedade. Sem as invenções a sociedade não estaria tão evoluída, ela não teria chegado ao presente nível de desenvolvimento, sobretudo, econômico. Nas atividades econômicas em geral, a atividade inventiva do homem foi e é essencial para o desenvolvimento, isto é, sem as invenções a economia não teria se expandido da maneira que o fez. Em suma, as invenções são uma grande fonte de desenvolvimento e de benefícios para a sociedade.
Tanto as invenções quanto as descobertas devem ser incentivadas, porquanto representam avanços e benefícios para a sociedade. Todavia, nas invenções a atuação humana é mais determinante, é o engenho humano que cria a invenção, ele não apenas reconhece algo já existente, ele cria algo. Essa invenção criada é um bem imaterial, ela não se confunde com a representação material do produto ou processo inventado, ou seja, a invenção representa o conjunto de ideias que permite que se chegue a um bem material.
Patentes de Invenção
A fim de proteger as invenções, foi desenvolvido o sistema de patentes, pelo qual se garante ao inventor o direito de utilização exclusiva da invenção por certo período (art. 5o, XXIX, da Constituição Federal de 1988). Por meio desse sistema, o inventor tem um privilégio temporário sobre a invenção, isto é, temporariamente há um monopólio da utilização da invenção. Esse é o melhor modo de recompensar o trabalho do inventor. É a concessão desse privilégio que incentiva a atividade inventiva, que tanto bem faz ao desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
O privilégio é o próprio direito do inventor, já a patente é o título que legitima esse. Há um direito outorgado pelo Governo a uma pessoa, conferindo exclusividade de exploração da invenção ou do modelo de utilidade, durante certo período. Com base na patente é que o inventor poderá se proteger contra explorações indevidas da sua criação, sem a patente ele fica indefeso.
O sistema de patentes se justifica por razões de economia (melhor forma de retribuir o esforço do inventor), de técnica (contribuição para o aumento do conhecimento) e de desenvolvimento econômico e tecnológico. Tais razões demonstram que o sistema não existe apenas no interesse do inventor, mas no interesse de toda a sociedade, isto é, a concessão de um monopólio temporário atende aos interesses do inventor, mas também atende aos interesses de toda a sociedade. “O inventor revela sua criação e a sociedade reconhece seu direito à exclusividade temporária sobre ela”. Em outras palavras, a concessão da patente é um privilégio que exige contrapartidas, sobretudo, a divulgação da invenção, que após certo período cairá em domínio público, podendo ser utilizada por todos.
Requisitos
Para a obtenção de uma patente de invenção, são necessários certos requisitos. Nem toda criação humana pode ser patenteada. João da Gama Cerqueira apontava os seguintes requisitos, a saber, a inovação, entendida como concepção original do inventor e da aplicação das suas faculdades inventivas, e que essa concepção se traduza num resultado técnico peculiar; a realidade, a solução de um problema de ordem prática ou técnica; e a utilidade, o alcance de um resultado útil. O art. 8º da Lei n. 9.279/96 exige três requisitos: a novidade, a atividade inventiva e a aplicação industrial. Apenas se a invenção atender a esses três requisitos é que será possível a concessão de uma patente.
Novidade
A novidade que se exige para uma patente é a não compreensão no estado da técnica, que abrange os conhecimentos a que pode ter acesso uma pessoa e aqueles registrados e não publicados. Aquilo que está compreendido no estado datécnica não tem a novidade necessária para a concessão de uma patente. Essa novidade não se confunde com a originalidade, que se refere à concepção, isto é, se a pessoa não conhecia a técnica e passou a conhecer, há uma concepção original que não é necessariamente nova, na medida em que outros podem anteriormente ter tido conhecimento da ideia.
No Brasil exige‐se a novidade absoluta, isto é, a invenção não pode estar incluída no estado da técnica. Em outros termos, exige‐se o desconhecimento dos cientistas ou pesquisadores, uma vez que o estado da técnica abrange todos “os conhecimentos difundidos no meio científico, acessível a qualquer pessoa, e todos os reivindicados regularmente por um inventor por meio de depósito”, ou seja, “tudo o que foi tornado acessível ao público, em todos os recantos do mundo – antes do depósito do pedido -, por divulgação escrita ou oral”.
Entretanto, a própria Lei n. 9.279/96 abre exceções, ressalvando do estado da técnica determinadas divulgações da invenção, ou seja, ainda que tornada pública a invenção, em determinadas situações ela poderá ser objeto de patente.
A primeira exceção ao estado da técnica é o chamado período de graça (art. 12 da Lei n. 9.279/96), que garante ao inventor um prazo de 12 meses para depositar seu pedido de patente a partir da primeira divulgação que fizer da sua criação. Garante‐se ao inventor o direito de divulgar sua invenção sem descaracterizar a novidade necessária para a patente. Não desconfigura a novidade da invenção, isto é, não se inclui no estado da técnica a divulgação feita pelo próprio inventor nos 12 meses anteriores ao depósito do pedido de patente.
Do mesmo modo, não se inclui no estado da técnica a divulgação feita pelo INPI nos 12 meses anteriores ao depósito, através de publicação oficial do pedido de patente depositado sem o consentimento do inventor, baseado em informações deste obtidas ou em decorrência de atos por ele realizados. Também não se inclui no estado da técnica a divulgação por terceiros da invenção, nos 12 meses anteriores ao depósito, com base em informações obtidas direta ou indiretamente do inventor, ou em decorrência dos atos por ele realizados. Em ambas as hipóteses, o que se pretende é impedir que uma divulgação provocada por terceiros prejudique o legítimo inventor, desconfigurando a novidade.
Outra exceção ao estado da técnica envolve os pedidos de patentes depositados em país que mantenha acordo com o Brasil, ou em organização internacional, que produza efeito de depósito nacional. É o chamado direito de prioridade. A princípio, quando se deposita um pedido de patente, a criação ali representada passa a ser incluída no estado da técnica. Todavia, essa situação, se aplicada de modo absoluto, inviabilizaria o depósito da mesma patente em outros países. Por isso, garante‐se o direito de prioridade, isto é, quem faz pedido de patente em qualquer país unionista tem uma prioridade de 12 meses para registrar patentes e modelos de utilidade em outro país da união, não sendo considerado estado da técnica o primeiro depósito da patente (art. 16 da Lei n. 9.279/96). Nesse caso, o estado da técnica deve ser analisado em relação ao período anterior ao depósito original.
A terceira exceção envolve o princípio das prioridades internas (art. 17 da Lei n. 9.279/96). Quando alguém deposita um pedido de patente no Brasil, esse será considerado estado da técnica a partir da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que venha a ser publicado, mesmo que subsequentemente (art. 11, § 2o, da Lei n. 9.279/96). Todavia, quando sobre tal pedido não há reivindicação de prioridade e nem publicação, ele não será considerado no estado da técnica e assegurará o direito de prioridade ao pedido posterior sobre a mesma matéria depositado no Brasil pelo mesmo requerente ou sucessores, dentro do prazo de 1 (um) ano.
Em relação às chamadas patentes pipeline (proteção a inventos cujo patenteamento não era autorizado pela legislação brasileira anterior) a novidade será aferida na jurisdição ordinária que primeira conheceu do pedido de patente.
A patente é um documento, onde fica registrado o direito de propriedade de uma invenção. Com esse registro, o inventor passa a ter uso exclusivo de sua invenção.
Além disso, a patente uma invenção também é um incentivo aos inventores para a exploração comercial. Afinal, ela garante o direito de exclusividade de venda por um determinado período.
Com o registro, é gerado a carta patente, que dá o direito de exploração da invenção ao seu criador. Ela tem a validade de 20 anos para invenção e de 15 para modelo de utilidade.
Mas, caso o inventor não explore comercialmente o seu produto ou processo, pode ser obrigado a licenciar outros produtores para utilizar sua invenção para fins comerciais.
Essa condição é regida pelo artigo 68 da lei nº 9.279, da Lei de Propriedade Industrial. No INPI, existe uma diretoria de patentes, que atua fortemente na melhoria de processos e serviços.
Contudo, a lei vem para beneficiar também a sociedade. Em um exemplo prático: já pensou se um cientista ou fármaco, inventa um novo medicamento que pode ser a cura de alguma doença, mas ele não chega nas farmácias? Seria um problema para todos aqueles que dependem daquele medicamento.
Lei de Patente
Cada país tem suas leis e instituições de propriedade intelectual. No Brasil, o INPI cuida do registro marcas e patentes, e ele é regido pela lei de Propriedade Industrial.
Ela regula os direitos e deveres relacionados à propriedade industrial, assim como a proteção da patente de invenção (PI) e modelo de utilidade (MU). Também é responsável pelo registro de desenho industrial e de marca.
A lei que regula esses direitos e deveres é a nº 9279, de 14 de maio de 1996.
O que pode ser patenteado?
Muitos inventores e empreendedores se perguntam: como patentear uma ideia? Bom, é importante ressaltarmos aqui, que nem tudo pode ter o registro de patentes.
Portanto, de modo geral, você tem como patentear um produto caso ele seja uma solução de um problema da sociedade.
Eles precisam conter avanços tecnológicos e ainda ter aplicabilidade industrial. Afinal, se sua ideia vai resolver o problema das pessoas, ela precisa ser produzida em escala.
Segundo a lei de patentes, o que não pode ser patenteado é:
· O todo ou parte dos seres vivos, exceto microorganismos transgênicos, que atendam aos requisitos de patenteabilidade. Dessa forma, não pode ser apenas uma descoberta. Ela precisa ser inventiva e ter aplicação industrial;
· Tudo o que for contrário à moral e bons costumes, ou prejudiquem a segurança e saúde das pessoas;
· Substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico.
Modelo de Utilidade
O modelo de utilidade, segundo a lei de patentes é: o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.
Resumindo, são invenções que surgem a partir de um modelo de utilidade. Por exemplo: o barbeador que surgiu a partir da navalha, o telefone sem fio ou mesmo o celular, que surgiu a partir do primeiro telefone.
O registro do modelo de utilidade dura 15 anos.
Como registrar uma patente?
Antes de patentear ideia, você precisa saber que o processo é demorado e pode ser muito burocrático. Mas, no fim vale a pena.
De acordo com o que vimos acima, já se pode ter uma ideia das exigências do INPI em relação ao processo de registro.
São 4 principais etapas que o registro de patente deverá cumprir, que são: pesquisa, pagamento, apresentação de documentos e acompanhamento da solicitação.
· Pesquisa: É preciso analisar se não existem outros produtos e patentes protegidas, relacionadas a sua invenção ou modelo de utilidade. Caso seu pedido seja inédito, você segue com o processo;
· Pagamento: O INPI patentestem uma tabela de taxas, que variam de acordo com cada tipo de empresa, instituições e pessoas físicas. Com o valor definido, é gerada uma guia GRU (Guia de Recolhimento da União). Após o pagamento da taxa, o processo ganha sequência;
· Apresentação de documentos: Para patentear sua invenção, é preciso também enviar ao INPI todo o conteúdo técnico sobre o produto. Nesses documentos precisam constar um relatório descritivo, imagens, um resumo e muito mais. Além disso, é preciso encaminhar o comprovante de pagamento da GRU.
· Acompanhamento: Com todos esses passos concluídos, é necessário acompanhar o pedido de registro. Pode ser que durante o processo, sejam solicitados mais documentos até que se conceda a patente.
O que é marca?
A marca é muito diferente de uma patente. A marca serve para identificar e diferenciar um produto no mercado. 
Um exemplo prático disso seria: já pensou se todos os refrigerantes de cola tivessem o mesmo símbolo ou sinal? 
Não conseguiríamos ter uma marca preferida, ou mesmo o empreendedor não conseguira se diferenciar de seus concorrentes e ter mais lucro.
Dessa forma, não há como patentear marca ou mesmo como patentear um nome. O registro de marcas e patentes é feito pelo INPI, mas os processos são muito diferentes. Além disso, é muito mais fácil fazer o registro de uma marca. 
Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que a marca não é o mesmo que o nome da empresa. O nome é o registrado no contrato social e junta comercial.
A marca que normalmente é divulgada aos clientes, é o nome fantasia.
Sociedades
Esse instituto da Sociedade Empresária abrange vários tipos de sociedade, mas no sentido geral, é a reunião de pessoas que tem como objetivo exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, visando o lucro, que deve ser compartilhado. Faz-se necessário lembrar eu nem toda sociedade é uma empresa, da mesma forma que nem todas as empresas são sociedades.
Como salienta o Professor Fábio Ulhôa Coelho, Empresário, é a sociedade e não os sócios, para efeitos de direito, desse modo, ela tem as mesmas obrigações de se registrar na Junta, manter escrituração e levantar demonstrações contábeis periódicas, anteriormente citados no tópico “Empresário”.
Há no regramento da matéria societária princípios explícitos (sociedade é fruto de um contrato plurilateral de organização e uma pessoa jurídica de direito privado) e implícitos (conservação da empresa, defesa da minoria societária, autonomia de vontade e liberdade de contratar, responsabilidade societária, entre outros).
Quando tratamos da responsabilidade dos sócios, a sociedades empresárias dividem-se em algumas classes, são elas: sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade simples, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por ações. Já quando se trata da personificação, observa-se outros dois tipos: a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação.
Atualmente, no Brasil a sociedade empresária assume, em sua maioria, duas de suas formas previstas em lei, são elas a sociedade limitada e a sociedade anônima.
Sociedade Empresária Limitada (LTDA)
Esse tipo de pessoa jurídica, que antes da vigência do Código Civil de 2002 era chama de Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, normalmente é relacionada à exploração de atividades econômicas de pequeno e médio porte.
Para sua existência exige-se a pluralidade de sócios, sejam pessoas físicas ou jurídicas, a integralização de capital social, responsabilizando os sócios limitadamente e em relação as quotas.
A sociedade empresária limitada está prevista entre os artigos 1052 à 1087 do Código Civil, e as matérias que não são tratadas nesse capítulo são regidas pelas regras da Sociedade Simples (tópico anterior). Ela poderá se enquadrar como microempresa ou empresa de pequeno porte, se atender as exigências legais. Sua constituição se dá por meio de contrato, o Contrato Social, que pode ser público ou privado, observando-se as regras do art. 997 do mesmo diploma, e nele consta os interesses recíprocos dos sócios e como as outras, deverá se registrar na Junta Comercial.
Capital Social
Segundo o Professor Fabio Ulhôa Coelho, o capital social representa o “montante de recursos que os sócios disponibilizam para a constituição da sociedade”, isto é, dinheiro e bens necessários para que a pessoa jurídica possa dar início as suas atividades.
Ele mesmo lembra que não se pode confundir capital social com o patrimônio social, já que este é o “conjunto de bens e direitos de titularidade da sociedade”, sendo que no início das atividades esse patrimônio é apenas os recursos inicias que os sócios forneceram para a empresa, e com o desenvolvimento das atividades e os lucros advindos dela, o patrimônio cresce. No momento em que o patrimônio se torna menor que o capital social, pode vir a ocorrer a falência da sociedade.
Quotas
Uma vez que os sócios dispõem de parte de seu patrimônio pessoal para compor o capital social, ele adquire uma participação societária, que na sociedade limitada é chama quota, e acaba por integrar o patrimônio de cada sócio.
A quota não pertence à sociedade, sobre isso, discorre Fabio Ulhôa Coelho:
Se o sócio possui uma dívida, o credor poderá, salvo em alguns casos específicos, executá-la sobre a participação societária que ele titulariza; já o credor da sociedade tem como garantia o patrimônio social, e nunca as partes representativas do capital social.
As decisões tomadas pelos sócios também são baseadas na sua participação societária e devem ser pelo voto da maioria.
Administração
Assim como a sociedade simples, a sociedade limitada conta com a figura do administrador, que nesse caso é o representante legal da sociedade, e será escolhido pela maioria societária qualificada.
A administração pode ser exercida também por um grupo de pessoas que atuarão em conjunto ou isoladamente, desde que previsto no Contrato Social.
Sociedade Empresária Anônima (S/A)
O artigo primeiro da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6404/76) traz o conceito de Sociedade Anônima:
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Essa espécie de sociedade é uma pessoa jurídica de direito privado e sempre será de natureza eminentemente mercantil, independentemente de seu objeto, conforme o Artigo 2º da mesma lei, e pode ser de capital aberto ou fechado.
Também chamada de “companhia”, ela está, em sua maioria, relacionada à exploração de atividades econômicas de grande porte.
Sua constituição se dá de um modo diferenciado. O documento básico que rege as relações entre os sócios nesse caso é o estatuto, no entanto, sendo aberta, a constituição pode ser sucessiva ou pública; nesse caso ela se dá por fases:
· Elaboração de Boletins de Subscrição que devem ser registrados na Comissão de Valores Mobiliários;
· Oferta de subscrição das ações ao público;
· Convocação de subscritores e realização da assembleia de constituição;
· Remessa do estatuto e atas das assembleias para a Junta Comercial;
· Publicação da certidão do arquivamento no jornal oficial;
Sendo fechada, será simultânea ou particular, seguindo as seguintes etapas:
· Elaboração de boletins de subscrição por fundadores;
· Oferta direta ao público;
· Convocação para assembléia;
· Remessa à Junta Comercial do estatuto e ata da assembléia;
· Publicação no jornal oficial da certidão do arquivamento.
Capital Social
Da mesma forma que se inicia a exploração das atividades econômicas da sociedade limitada, a sociedade anônima depende do capital social investido pelos sócios. Em contrapartida, será atribuída aos sócios, a participação societária, que nessa sociedade leva o nome de ações.
Ações
A participação societária da sociedade anônima, assim como da sociedade limitada, não pertence à sociedade, e a regra proferida por Fabio Ulhôa Coelho, citada anteriormente, se aplica.
As ações conferem aos acionistaso direito de voto na assembleia geral, que é o órgão deliberativo de sua estrutura. No entanto há ações que não conferem esse direito.
O sócio titular da maioria das ações com direito a voto é normalmente o acionista controlador da companhia;
Administração
A representação legal da sociedade anônima é conferida ao diretor, não necessariamente sócio, que deverá ser eleito pelo órgão deliberativo, a assembleia geral. No case de haver um Conselho de Administração, este será responsável por eleger o representante legal da companhia.

Outros materiais