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Resumo do Capítulo 1 do Livro Didático Estácio Uniseb - TEP I

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Resumo do Capítulo 1 do livro didático disponibilizado pela Estácio 
1. Avaliar é preciso... 
1.1 Conceituação e importância da avaliação psicológica 
 A avaliação psicológica é assunto de extrema relevância, pois se 
encontra presente e possível em todas as áreas da Psicologia. 
 Os testes psicológicos são instrumentos utilizados para se avaliar 
determinadas características de um sujeito. Perguntas como “Quem pode 
aplicá-los?” ou “São válidos os testes disponibilizados na internet?” são 
frequentes. 
 Para responder essas e outras perguntas, de início, precisamos 
diferenciar avaliação profissional e avaliação não profissional. A avaliação 
não profissional é aquela onde decodificamos comportamentos e emitimos 
juízo de valor próprios, sem qualquer base científica, através de “achismos”. 
Segundo Pasquali (2001) essa habilidade é importante para a nossa 
sobrevivência. 
 Já na avaliação profissional, as conclusões são lógicas e respaldadas 
em argumentos científicos, através de formas e métodos formais, validados 
através de comprovação. O psicólogo foi o profissional escolhido para aplicar 
testes profissionais, segundo o que está disposto no Art. 13, § 1º, alínea “a”, 
da Lei n.º 4.119/62. 
 Em Psicologia, a avaliação é a coleta e interpretação de dados 
psicológicos, realizados por métodos científicos, que permitem ao psicólogo 
avaliar o comportamento. 
 Avaliação psicológica e teste psicológico não são as mesmas coisas. A 
avaliação é o processo de coleta e interpretação de dados para determinar o 
que é investigado e o teste é o instrumento que a viabiliza. 
 A regulamentação da utilização e comercialização dos testes 
psicológicos foi editada pelo Conselho Federal de Psicologia, bem como, há 
tabela de testes aprovados em seu site, disponibilizado desde 2003 no 
Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI), devendo o Código de 
Ética ser rigorosamente respeitado. 
 Muito cuidado deve ser dado aos testes psicológicos, tendo em vista 
que os resultados podem afetar diretamente a vida das pessoas que são e 
serão avaliadas. Os testes, se mal aplicados, podem perder sua validade e 
comprometer todo o estudo e esforço despendido para a sua criação, por isso 
a importância no cuidado do seu manuseio pelos psicólogos. 
 Os testes, para serem aprovados, passam por critérios sérios e 
confiáveis de fidedignidade e validade, sendo que o primeiro se refere ao grau 
de precisão do instrumento e o segundo sobre a capacidade de se medir o 
que se propõe. 
 Os graduandos em Psicologia devem se capacitar para: 
 • Reconhecer o tipo de instrumento adequado aos seus objetivos 
psicológicos; 
• Aplicar adequadamente, cumprindo as instruções contidas no 
manual; 
• Apurar com cautela os resultados; 
• Interpretar de maneira correta todo material resultante da testagem, 
levando em consideração os outros métodos utilizados, como a 
observação e a entrevista. 
 Para o CFP (2010): 
A avaliação psicológica é um processo de construção de 
conhecimentos acerca de aspectos psicológicos, com a finalidade 
de produzir, orientar, monitorar e encaminhar ações e 
intervenções sobre a pessoa avaliada, e, portanto, requer 
cuidados no planejamento, na análise e na síntese dos resultados 
obtidos. (CFP 2010, p.16). 
1.1.1 Áreas de aplicação da avaliação psicológica 
 Dentre as diversas áreas de aplicação dos testes psicológicos, as mais 
comumente utilizadas são: Processos seletivos – para verificar se o 
candidato está apto a ocupar o cargo disponibilizado; Orientação 
vocacional – para ajudar o sujeito, mediante a identificação de suas 
habilidades, a decidir de forma mais segura o seu futuro profissional; 
Reorientação profissional – para ajudar aquele sujeito que, apesar de 
insatisfeito, já está inserido no mercado de trabalho a identificar suas 
habilidades em busca de uma nova recolocação; Porte de armas – que, 
respaldado na lei, torna apto ou não o candidato ao porte de armas, através 
da aferição de sua estrutura de personalidade; Concursos públicos – para 
verificar as características comportamentais e equilíbrio emocional para o 
desenvolvimento das funções inerentes ao cargo disputado; Perícias 
judiciais – Como meio de demonstrando e reconhecendo evidências e 
registros psicológicos, procedidos de alterações que podem ser perceptivas, 
cognitivas e afetivas; Cirurgias plástica e bariátrica – para, em conjunto 
com uma equipe multiprofissional, auxiliar na adesão ao tratamento; CNH – 
Para saber se o candidato à habilitação está apto a ter um desempenho 
adequado no trânsito; Acompanhamento clínico/escolar – Para fins de 
coleta de informações relevantes para eventuais intervenções. 
1.1.2 Critérios de uma avaliação 
 Os três critérios de avaliação psicológica são a medida, o instrumento 
e o processo. Esses critérios possuem representação e metodologia próprias 
e dão suporte para compreensão do objeto de investigação. Eles possuem 
funções distintas e podem ser feitos de forma isolada, porém, só será 
considerada uma avaliação psicológica se combinados entre si. 
 MEDIDA – É o critério que dá objetividade, sendo responsável por 
traduzir as informações coletadas em linguagem matemática, tendo em vista 
que a linguagem verbal é ambígua e pode dar margem a interpretações 
diversas. 
 INSTRUMENTO – São os recursos para se coletar as informações 
buscadas. Segundo Alchieri (2003), os instrumentos são os testes que podem 
representar pela medida uma determinada ação que equivale a um 
comportamento, e assim, indiretamente, mensurar esse aspecto 
comportamental. 
 PROCESSO – É a coleta e interpretação das informações psicológicas, 
que permitem ao psicólogo avaliar o comportamento. 
1.1.3 Os testes psicológicos 
 Os testes psicológicos visam fornecer informações sobre determinada 
pessoa, podendo servir para que determinadas intervenções ocorram. Para 
(Anastasi, 2000), um teste psicológico é uma medida objetiva e padronizada 
de uma amostra de comportamento. 
 Diante da diversidade do comportamento humano, testes são criados 
com diferentes finalidades, concluindo-se que um teste pode ser mais ou 
menos indicado que outro para um determinado objetivo e vice-versa 
(Cognição ou Personalidade, por exemplo). 
 Os testes psicológicos são caracterizados por um conjunto de 
problemas ou tarefas que precisam ser respondidas ou realizadas pelo 
sujeito, de forma sistematizada. Eles são construídos com rigor absoluto 
para representar um traço latente comportamental. Geralmente o teste 
passa por várias etapas, para realmente expressar aquilo que ele indica 
medir. 
 Testes psicométricos são aqueles com resultados em linguagem 
numérica, e, por tal razão, são considerados objetivos. Eles priorizam 
parâmetros que garantam veracidade e precisão nos resultados e geralmente 
são utilizados para medir capacidade geral, aptidões específicas, atitudes e 
interesses, além de registros de personalidade. 
 Testes projetivos priorizam a análise quantitativa. O sujeito recebe 
tarefas nada ou pouco estruturadas para que as mesmas sejam 
completadas. Apesar das respostas poderem variar, o padrão de respostas é 
o que permitem obter o diagnóstico. Temos como exemplo aqueles testes que 
ordenam que desenhos sejam feitos. 
 Nos testes psicométricos, as respostas são comparadas com tabelas 
estatísticas, produzidas a partir de respostas da população amostral, que é o 
grupo de referência. 
 Já nos testes projetivos, no processo entre perceber e interpretar o 
estímulo recebido com falta de clareza leva o sujeito a promover o 
fechamento (Gestalt) e projeta algo que é seu. Essa projeção está carregada 
de informações sobre aquele que estápassando pelo teste. 
1.1.4 A história do surgimento dos testes 
 A história dos testes remetem às testagens psicológicas e tem início 
com a psicometria, que é o ramo da Psicologia que visa observar os 
fenômenos psicológicos através dos números. 
 Apesar de doutrinariamente os testes psicológicos, tais como os 
conhecemos hoje, se reportarem ao início do século XX, é fato que diversos 
cientistas anteriores contribuíram consideravelmente para o seu 
aperfeiçoamento. 
a) Década de Galton – 1880 – Inglaterra 
 Possuindo interesse pela avaliação das aptidões, Galton desenvolveu 
escalas de atitudes pelos métodos estatísticos dos dados coletados em seus 
estudos. 
 Na tentativa de verificar semelhanças e diferenças entre as pessoas, 
ele criou instrumentos de medidas e passou a ser considerado o pioneiro na 
criação de escalas e questionários, bem como, na necessidade de 
padronização dos testes. 
 Para alguns autores foi Galton que introduziu uma abordagem 
psicométrica à criatividade e sua contribuição foi fundamental para o 
surgimento da teoria dos testes ou da Psicometria. 
b) Década de Cattell –1890 – EUA 
 Cattell foi diretamente influenciado por Galton e seus estudos deram 
maior ênfase às medidas sensoriais por considerá-las mais precisas. Ele foi o 
criador do “teste mental” que era aplicado em universitários, com o objetivo 
de avaliar o nível intelectual dos mesmos. 
 Apesar de seus testes não serem considerados satisfatórios, a exemplo 
de Galton, Cattell percebeu que algumas medidas objetivas para a avaliação 
das funções mais complexas não produziam resultados condizentes com o 
desempenho acadêmico. 
c) Década de Binet – 1900 – França 
 Foi com Binet que realmente começaram os testes de inteligência, com 
a medição de funções mais complexas. O intuito desses testes era o de 
ajudar crianças que não desempenhavam satisfatoriamente suas funções na 
escola, não sendo levado em consideração o determinismo biológico ou 
hereditariedade. 
 Embora tenha construído testes de conteúdo mais cognitivo, para 
medir memória, atenção, compreensão e imaginação, iniciou-se nessa era os 
testes de inteligência, incluindo o Q.I. 
 Binet e Simon foram responsáveis pela criação do primeiro teste para 
medir inteligência. Para eles seria possível estabelecer uma “idade mental”, 
dando base para o início do que hoje a população conhece por Testes de Q.I. 
Apesar de Binet ser considerado o marco dessa época, outros estudiosos 
foram importantes, como Spearman, que fundamentou a teoria da 
Psicometria clássica. 
d) Charles Spearman e o conceito de “inteligência geral” 
 Spearman foi aluno de Wundt e Külpe. Após reproduzir os 
experimentos de Galton com sucesso, confirmando sua teoria sobre a 
acuidade sensorial e a inteligência terem relação, ele foi ainda mais além. 
Os estudos de Spearman deram base para o que hoje é compreendido 
por “análises fatoriais”, que é capacidade de medir tanto um indivíduo 
quanto um grupo de indivíduos de maneiras variadas, e, logo após, todas as 
medidas são intercorrelacionadas para determinar quais delas variam de 
modo sistemático, o que o levou a concluir que a inteligência poderia ser 
explicada por dois fatores: A) fatores específicos (matemática, línguas, 
música), identificado pela letra S; B) fator geral (G), que teria ligação 
determinante com questões de hereditariedade. 
 Para Spearman as duas inteligências possíveis (S – específica e G – 
geral) seriam importantes por enfatizar a natureza unitária de inteligência e 
a entendia como hereditária, teoria que foi amplamente aceita nos EUA. Por 
via de consequência, é possível afirmar que os testes de Q.I. são medidos 
conforme identificadas pelo fator G de Sperman. 
e) A era dos testes de inteligência – 1910/1930 
Podemos afirmar que a Primeira Grande Guerra contribuiu muito para 
o desenvolvimento dos testes de inteligência, tendo em vista a necessidade 
de se criar testes para recrutamento dos exércitos. 
 O trabalho de Spearman sobre o fator G (1904) e a revisão do trabalho 
de Binet (1916), aliados à necessidade de uma seleção rápida, universal e 
eficaz para a guerra, contribuíram para o desenvolvimento da era dos testes 
de inteligência. Após isso surgiram testes de aptidão e de personalidade. 
Hoje são diversos os testes que buscam medir aspectos do comportamento 
humano. (Pasquali, 2001) 
f) Década da Analise Fatorial – 1930 
 Década que marcou o declínio dos testes de inteligência e desacreditou 
a ideia do fator geral de Spearman, o que forçou os psicólogos estatísticos a 
repensarem essa ideia, surgindo, assim, a Análise Fatorial, o que permitiu 
grande avanço na Psicometria. 
g) A era da sistematização – 1940/1980 
 Essa era foi marcada pela tentativa de resgatar a confiabilidade dos 
testes psicológicos através de duas tendências opostas, as obras de síntese e 
as obras críticas. 
 Nas obras de síntese, o interesse era de sistematizar os avanços da 
Psicometria, enquanto que nas obras críticas foram levantados os problemas 
relacionados com as escalas de medida. 
h) A era da Psicometria moderna – 1980 
 Foi nessa era que surgiu a Teoria de Resposta ao Item (TRI), 
sistematizada a partir da obra de Lord e Novick (1968), porém, essa teoria 
não resolveu todos os problemas da Psicometria, mas substituiu parte do 
modelo clássico e tem por base o modelo do traço latente, que por sua vez, se 
baseia no escore bruto de um sujeito. Sendo uma variável abstrata, portanto 
não observável, o escore bruto corresponde na TRI ao que é chamado escore 
verdadeiro, representando um traço latente que pode ser, segundo Urbina 
(2007), habilidades, traços ou constructos psicológicos não observáveis, não 
ficando muito claro o comportamento observável dos indivíduos, pelas suas 
respostas aos itens do teste. Por esse motivo, fica evidente a necessidade de 
extrema cautela na construção de um teste, a começar pela seleção dos itens 
que comporão a sua forma final. 
 Um teste é composto por uma série de itens (tarefas) e recebe 
pontuação por cada resposta correta, restando um escore total. Segundo 
Pasquali (2003), esse escore manifesta a magnitude daquilo que está sendo 
medido no teste, porém, por ser uma operação empírica, está sujeita a certa 
margem de erro. Quanto menor a possibilidade de erro, maior a precisão do 
teste. 
 Enquanto na Teoria Clássica dos Testes (TCT) o foco está no seu 
escore, que representa um conjunto de comportamentos, na Teoria de 
Resposta ao Item (TRI) o foco é o traço latente. O TRI tem grande relevância 
para a Psicometria devido a sua capacidade de superar limitações graves da 
Psicometria clássica, tais como os parâmetros dos iten, grau de dificuldade e 
poder de discriminação, relação ao conceito de fidedignidade ou precisão, 
além de outros (Pasquali 2003). 
 Para Urbina (2007), vários foram os avanços a partir de certos 
conceitos da Psicologia Cognitiva, do desenvolvimento e progresso na TRI e 
da revolução tecnológica, dentre eles, a aplicabilidade para a geração de 
itens de forma computadorizada. Essa forma de geração de itens, apesar de 
ser muito recente, tende a evoluir rapidamente, trazendo grandes vantagens 
em termos de eficiência, economia e aplicabilidade. 
Carlos Figueiredo – Graduando em Psicologia (Estácio/Uniseb)

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