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RESUMO ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

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ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Aula 1: Conceitos básicos: ética, moral, caráter, dever moral, direitos humanos 
 
 
Ética - A palavra ética vem do grego ethos. 
Ética Socrática? 
No berço da cultura ocidental, na Grécia Antiga, nasceu a denominada Ética Socrática. 
Expressões hoje usadas por todos nós, como “Só sei que nada sei” e “Conhece-te a ti mesmo”, 
são de autoria de Sócrates, o pai da filosofia ocidental. 
Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento é a alma humana. A verdade vive oculta 
no espírito humano. Diluindo os próprios erros, é possível a cada ser descobri-la. A missão do 
filósofo seria conduzir os homens ao conhecimento. O moralista seria o parteiro da alma. 
Ética Platônica?? 
Platão, como discípulo de Sócrates, desenvolveu o pensamento do mestre. A Ética Platônica 
estabelece uma hierarquia entre as ideias e reserva o lugar supremo ao "bem". 
Ética Aristotélica??? 
A Ética Aristotélica, por sua vez, tem por objetivo descobrir o bem absoluto, denominando-o 
"felicidade". Aristóteles entendia que a felicidade estaria no exercício firme e constante da 
virtude. Para ele, o homem virtuoso é aquele que mergulha no desenvolvimento integral das 
suas faculdades. A virtude é, portanto, o justo meio entre dois vícios extremos. 
 
Segundo Thiry-Cherques (2008): 
 Ética é a parte da filosofia que trata das questões morais, das ideias morais do cotidiano 
humano. 
 
 O papel da Ética é fundamentar a Moral, pois esta supõe uma crença, inclusive com os seus 
respectivos dogmas. 
 Assim, podemos concluir que Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom. 
 O objetivo da Ética é facilitar a vida do homem de modo a que ele se realize. 
 Naturalmente, a ética existe em todas as sociedades, respeitando as especificidades de cada 
cultura. 
 
 
 
É tica e Moral significa a mesma coisa? 
 
Não. É muito comum o cidadão confundir ética com moral. Isto ocorre porque de fato ambas 
caminham sempre juntas. 
A Moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas. 
É interessante o que diz Piaget: Toda Moral é um sistema de regras e a essência de toda a 
moralidade consiste no respeito que o indivíduo sente por tais regras. 
 
Moral é o objeto da Ética 
 
 
 
 
 
 
 
Valor - Valor é um bem subjetivo. Logo, é o que desperta interesse ou estima. 
A palavra valor vem do grego áksios, que significa o que é valioso, o que merece o seu preço. 
Qualifica aquilo que é bom e que tem utilidade. 
A história do conceito de valor é longa e interessante: 
 
 
 
 
Direitos Humanos 
 
Declaração dos Direitos Humanos - A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos 
documentos básicos das Nações Unidas. Foi assinada em 1948 e enumera os direitos de todos 
os seres humanos. 
 
Aula 2: As três fases da ética empresarial 
A ética é parte intrínseca da conduta humana, pois todas as nossas atividades envolvem uma 
carga moral. 
Bem, certo, permitido OU mal, errado, proibido? 
O homem, no seu cotidiano, vive diante de muitos problemas. Veja alguns deles: 
 Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? 
 Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? 
 Será que posso mentir para conquistar meu cliente? 
Esses tipos de perguntas nos levam a refletir sobre o comportamento ético-moral sem nem 
nos darmos conta, não é mesmo? 
Vamos, então, teorizar nosso conhecimento sobre esse assunto, analisando, a partir de agora, 
as diversas fases da questão ética que afetam o nosso comportamento, inclusive no mundo 
corporativo. 
 
ÉTICA EMPRESARIAL 
É a aplicação da ética ao ambiente das empresas, onde os colaboradores e os gestores devem 
agir e interagir com os consumidores e os fornecedores, visando estabelecer relações de 
mercado transparente, que contemplem valores tais como, fidelidade, sinceridade e 
autenticidade, a fim de preservarem o coletivo. 
No mundo corporativo, as questões éticas são especialmente complexas. A atividade de 
ganhar dinheiro sempre teve uma aliança meio desconfortável com o senso particular de 
moralidade das pessoas. 
Questões como o valor, o bem, o mal e, mais ainda, a dedicação ao trabalho, fazem sentido? 
Ter fé é irracional? Devemos respeitar quem não é respeitável? O que é princípio? 
Enfim, estas e outras perguntas que permeiam nossa mente são pertinentes à Ética 
Empresarial. 
A questão ética vem se destacando com o passar dos tempos em todos os setores, e no mundo 
corporativo não poderia ser diferente. 
 
Como a própria vida, a Ética Empresarial é feita de fases. Vamos conhecê-las agora. 
 
FASE 1: A ERA INDUSTRIAL 
Segundo Cortina (2007: 19), 
 1970 > Surge com ímpeto o tema da ética dos negócios ou, como definida pelos 
europeus, da ética das empresas. 
 1980 > O tema propaga-se pela Europa. 
 1990 > Propaga-se pela América Latina e pelo Oriente. 
 
Questões com certo grau de complexidade, como: 
Cultura da empresa, Avaliações de qualidade, Recursos humanos, Clima ético, 
Responsabilidade corporativa, Comunicação e balanço social passaram a ter destaque, 
principalmente, no mundo reflexivo. Na verdade, um conjunto de dimensões que compõe o 
caráter de uma organização. 
Adam Smith e Max Weber fizeram uma grande contribuição na era industrial ao garantir que 
existia uma conexão entre ética e empresa. Eles afirmaram que o sucesso empresarial seria 
alcançado quando a organização, dentro de sua estrutura, se preocupasse com condições 
legais e morais. 
Tanto Adam Smith quanto Max Weber sofreram muitas críticas, mas nada que desmentisse o 
fato de que os dois marcaram a história da ética empresarial. 
Adam Smith escreveu Teoria dos sentimentos morais, antes da sua mais famosa e importante 
obra: Riqueza das nações, onde ressalta que, além do lucro de uma empresa, existem outros 
valores e sentimentos que envolvam a atividade econômica. 
Max Weber, com sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, também deu uma 
larga contribuição à Ética Empresarial. Com suas postulações a respeito da crença de que o 
empresário chamado a criar riqueza e a fomentar o bem-estar social agradava a Deus 
justificava a busca pela riqueza. Devido as ideias de Weber, houve mudanças nos hábitos 
relacionados à riqueza e à poupança. 
 
FASE 2: A ERA PÓS-INDUSTRIAL 
Segundo Cortina (2007: 28), novas razões surgem para o fortalecimento da Ética Empresarial 
na década de 1970. 
Primeiro, a necessidade de se criar capital social ou a necessidade premente de redes de 
confiança. 
Depois de vários escândalos, principalmente na sociedade norte-americana, como o 
Watergate, a desconfiança passou a predominar em todo o mundo. 
Segundo, em Making Democracy Work, onde procura mostrar como as redes de confiança 
contribuem para o funcionamento da economia. 
O fim das ideologias trouxe o interesse pelas boas práticas em todas as esferas, inclusive 
corporativa. 
Em terceiro lugar, a concepção da empresa sofreu transformação em vários pontos: 
 Dimensão cultural. 
 Uma nova visão da empresa, não como máquina para obter o máximo de produção, mas 
sim como organização, como empresa. 
 O modelo taylorista foi substituído pelo pós-taylorista. 
 Todos os stakeholders ganhando e não somente os acionistas. 
Em quarto lugar, novos desafios organizacionais levam a entender que a ética se fazia 
necessária na gestão. 
A maturidade do mercado implica em uma postura mais exigente por parte das empresas, 
visando a sua própria sobrevivência em tal mercado. Valores – e não regras – deveriam 
delinear as empresas, dentro de mundo globalizado e altamente competitivo. É preciso buscar 
a fidelidade do consumidor. 
Em último lugar, Cortina chama atenção para exigência cada vez maior advinda de uma ética 
cívica, configurada pelos valores compartilhados dentro de uma sociedade pluralista.Assim, a 
revitalização da Ética Empresarial depende de sua reformulação. 
 
FASE 3: A ERA DA INFORMAÇÃO 
Esta Ética Empresarial revitalizada depara-se com novos desafios, como a passagem da 
economia velha para a chamada nova economia e a era da informação. 
Vejamos alguns desses grandes desafios sob a ótica de Cortina (2007: 32-34): 
 Lideranças muito suscetíveis à questão financeira, trocando de empresa em curto espaço 
de tempo. 
 Dificuldade da construção de uma ética global, em um universo com enormes diversidades 
culturais. 
 Trabalhador pouco qualificado, precariedade do trabalho e as justas exigências de um 
salário digno. 
 Os habitantes do ciberespaço tem sua moral individual, porém nada garante que será 
compartilhada. 
 
Nesta era da informação, as universidades vêm fomentando a necessidade de dois pilares 
vitais relativos à ética empresarial: integridade e transparência, para que haja viabilidade 
empresarial. 
Na era da informação, uma coisa é patente: escândalos empresariais têm largos espaços nos 
veículos de comunicação, o que nos leva a reformular leis e, sobretudo, hábitos. 
A integridade e a transparência devem ser incorporadas a caráter – das pessoas, do cidadão e 
da empresa. Somente assim haverá mudança de fato. 
 
Aula 3: Empresa e ética: o caráter das organizações 
Com certeza, você já ouviu dizerem que o caráter do indivíduo que diz quem ele é. Muitas 
vezes, inclusive, quando um indivíduo tem um comportamento que foge ao padrão Mas, afinal 
o que é caráter? 
Esta é a primeira pergunta sobre a qual devemos refletir. Aliás, refletir não é um hábito dos 
ocidentais. Somos pouco reflexivos. Mas, no mundo competitivo em que vivemos, precisamos 
exercer a capacidade de pensar, meditar e refletir. É isso que procuraremos fazer nesta aula, 
quando refletiremos sobre nós mesmos e sobre as organizações das quais fazemos parte. 
 
Caráter - Assim, podemos entender que caráter é um conjunto de fatores que incidem sobre 
cada indivíduo tornando-o único da sua própria espécie. 
Na biologia diz-se de cada marco estrutural ou funcional que distingue um indivíduo, sejam 
caracteres congênitos ou adquiridos. É questão controvertida se os caracteres congênitos são 
suficientes para distinguir uma espécie de outras. Na lógica é cada atributo de uma noção que 
faz parte da sua compreensão e é um elemento constituinte, seja essencial ou acidental. Na 
psicologia a unidade e consistência que se manifesta na maneira de sentir e reagir de um 
indivíduo ou de um grupo como distinto de outros grupos. Kant define o caráter de 
conformidade com a sua definição de causa. "É necessário que cada causa, quando age, tenha 
um caráter, quer dizer uma lei da sua causalidade, sem a qual ela nem chegaria a ser causa". 
Ele distingue ademais um caráter empírico ou fenomenal, em virtude do qual as suas "ações, 
enquanto fenômenos, são relacionados integralmente a outros, segundo as leis constantes da 
natureza", e um caráter inteligível, em virtude do qual não deixa de ser a causa dessas ações, 
enquanto fenômenos, mas sem ser ele mesmo submetido às condições da sensibilidade e sem 
ser sequer um fenômeno. 
 Na ética a palavra aceita um sentido laudativo quando significa personalidade completa e que 
revela autodomínio. 
CARÁTER ADQUIRIDO - (Psicol.). Modificação que se apresenta no organismo como 
conseqüência da própria atividade ou da influência do meio. 
CARÁTER CONGÊNITO - (Psicol.). a) É o que é herdado. 
Também indica o que é condicionado em parte pelo meio pré-natal. 
Entendemos que caráter de um indivíduo é a sua maneira de ser, suas características próprias, 
seus impulsos, seu temperamento. 
É um traço da personalidade, que mostra a forma usual do agir de cada indivíduo. Este grupo 
de atributos, bons ou ruins, denota o comportamento, os valores morais e os princípios de 
cada indivíduo. 
DEFINIÇÃO DE ORGANIZAÇÃO (EMPRESA) 
Para compreendermos melhor as questões do cotidiano empresarial, vamos estudar primeiro 
o que é uma empresa: 
•Semanticamente é um empreendimento, uma atividade produtiva, um negócio; 
•É uma sociedade organizada para a exploração de uma indústria, comércio ou serviços, tendo 
por objetivo final o lucro; 
•No Direito Trabalhista, é a organização do capital e do trabalho, empenhada em atividade 
econômica. 
Quando pensamos em economia, pensamos nas empresas, pois é através delas que a 
economia é ativada. 
Normalmente, diz-se que a economia está aquecida quando há demanda, isto é, quando há 
consumo significando que as empresas estão produzindo e colocando o seu produto no 
mercado, aquecendo assim a economia de um local, estado ou país. 
Basta observarmos a questão de emprego. Ora, quem oferece o emprego? 
São as empresas, portanto é evidente a importância das empresas a nível mundial! 
É importante destacar que algumas empresas chegam a um faturamento superior ao PIB de 
um país. 
 
Formação do Caráter de uma Organização 
Construir Confiança 
 
Veja, estamos falando em algo muito mais abrangente do que o marketing que objetiva 
apenas a imagem da empresa. 
O fato é que a ideia de caráter está intimamente ligada às pessoas que fazem parte da 
empresa. Logicamente, a alta direção da empresa, principalmente o seu CEO, terá influência 
decisiva na formação deste caráter. 
No fundo, é o somatório do caráter de cada componente da empresa que formará o caráter 
geral da empresa. Normalmente, os iniciadores da empresa forjam o seu caráter que, ao longo 
do tempo, vai sendo modificado de acordo com o pensamento daqueles que dela fazem parte. 
Assim, cada empresa tem a sua forma de tomar decisões, a sua maneira de fazer os seus 
negócios. Tem os seus hábitos, os seus costumes, que normalmente são identificados pelo 
mercado. 
Podemos entender que a integridade de uma empresa está intimamente ligada ao seu caráter, 
isto é, à sua forma de conduta, pensamento e ação que farão com que ela tenha uma imagem 
no mercado. 
 
Aula 4: O Dilema dos Valores 
DILEMA 
Em 1989, ocorreu um grande acidente ecológico com o petroleiro Exxon Valdez, no Alasca. Um 
vazamento causou tal acidente porque o capitão do petroleiro estava embriagado. 
A empresa Exxon Corporation decidiu, a partir de então, submeter seus funcionários a um 
exame de detecção do uso de drogas e álcool, orientando todas as filiais espalhadas pelo 
mundo a fazerem o mesmo, respeitando as leis de cada país. 
 
 
 
A decisão teve por objetivo assegurar um ambiente de trabalho saudável, garantindo a 
qualidade de vida dos colaboradores. Os indicadores foram bastante favoráveis. A prevenção 
funcionou corretamente. Entretanto, houve resistência. Os críticos consideram que os 
resultados podem ser enganosos porque, além de invadir a privacidade dos funcionários, 
conferem uma falsa imagem de competência do empregador, sem de fato diminuir os 
prejuízos para a sociedade. 
 As responsabilidades éticas correspondem valores morais específicos. 
 Valores morais dizem respeito a crenças pessoais sobre o comportamento eticamente 
correto ou incorreto, tanto por parte do próprio indivíduo quanto com relação aos outros. 
 Assim, valores, moral e ética se complementam. 
 
Complexo 
Qual desses valores tem maior peso relativo? (x) Direito à privacidade 
Principalmente, quando lembramos que privacidade leva à intimidade, há que se traçar um 
limite entre o interesse privado e o público. Assim, o direito à privacidade cessaria quando a 
ação praticada tivesse relevância pública. 
 No mundo corporativo, empresarial, o que deve prevalecer? 
 O que deve prevalecer na empresa: o respeito aos prazos de entrega dos produtos ou a 
qualidade dos resultados? 
 O respeito estrito à privacidade dos funcionários, permitindo o acesso à internet, ou a 
“tolerância zero”, isto é, a proibição ao uso de equipamentos da empresa para qualquer 
finalidade particular?Vejamos um caso verídico: no final da década de 1960, a empresa B.F. Goodrich tinha um 
contrato com a força aérea norte-americana para equipar seus novos aviões A7D com freios de 
ar comprimido. O prazo de entrega era muito curto, mas os executivos resolveram cumprir o 
contrato a todo custo. Os primeiros testes mostraram que os freios estavam falhando. A data 
de entrega chegou e os freios foram entregues assim mesmo. O avião de prova teve um 
acidente. Uma investigação mostrou que as falhas do desenho original nunca foram corrigidas 
e que vários engenheiros tinham falsificado os relatórios dos primeiros testes para cumprir os 
prazos. O interessante é que todos eles estavam convencidos de que fizeram o que a empresa 
esperava que fizessem. 
 
Aula 5: A ecologia 
 
 
A ecologia estuda o ambiente natural e as relações entre os organismos entre si e com o seu 
meio circundante. 
Vejamos, de maneira superficial, os níveis de organização biológica: 
 
 
Que tal entendermos melhor alguns termos ecológicos? 
População é o conjunto de organismo de uma mesma espécie que ocupa uma determinada 
área, mantendo intercambio de informação genética. 
Comunidade é o conjunto de populações que convive em uma determinada área e que 
usualmente interage de forma organizada. 
(Conceito de comunidade: Um dos conceitos mais vagos e evasivos em ciência social, a ideia 
de comunidade continua a desafiar uma definição precisa. Parte do problema tem origem na 
diversidade de sentidos atribuída à palavra e às conotações emotivas que ela geralmente 
evoca. Tornou-se uma palavra passe-partout, usada para descrever unidades sociais que 
variam de aldeias, conjuntos habitacionais e vizinhanças locais até grupos étnicos, nações e 
organizações internacionais. No mínimo, comunidade geralmente indica um grupo de pessoas 
dentro de uma área geográfica que interagem dentro de instituições comuns e que possuem 
um senso comum de interdependência e integração. 
Não obstante, conjuntos de indivíduos vivendo ou interagindo dentro de um mesmo território 
não constituem em si mesmos comunidades, particularmente se esses indivíduos não se 
consideram como tal. O que une uma comunidade não é a sua estrutura, mas um estado de 
espírito e um sentimento de integração.) 
Meio ambiente é a soma total das condições que atuam sobre os organismos: fatores físico-
químico, edáficos, climáticos, hídricos e bióticos. 
Vegetação é o conjunto de vegetais que existem em determinado local. 
Flora é o conjunto de plantas de uma determinada região ou período geológico vinculados a 
um táxon botânico. 
Fauna é o conjunto de animais que ocorre em uma área vinculada a um táxon zoológico. 
Nicho ecológico é o conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie. Modo de vida 
único e particular que cada espécie explora no seu próprio habitat. 
Habitat é o ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o 
desenvolvimento e a sobrevivência de determinados organismos. 
Biótipos é o espaço (área ou volume) ocupado por uma comunidade biológica; o lugar onde há 
vida. 
Biota é o conjunto de plantas, animais e microorganismos de uma determinada região, 
província ou área biogeográfica. 
Biomas são amplos conjuntos de ecossistemas terrestres e aquáticos caracterizados por tipo 
semelhante de vegetação ou de mesma fisionomia ambiental. 
É importante observar as ações dos fatores ecológicos, que afetam sobremaneira o ambiente. 
Fatores ecológicos são componentes do meio que podem agir diretamente sobre os seres 
vivos, ao menos durante uma fase do seu ciclo de desenvolvimento. 
 
Algumas ações desses fatores: 
• Variação da densidade das populações, afetando as taxas de natalidade e mortalidade, 
imigração e emigração; 
• Processo de colonização e distribuição espacial e temporal das populações e comunidades; 
• Modificações adaptativas, tais como reações fotoperiódicas, hibernação, estivação, entre 
outras. 
 
 
 
Para facilitar o entendimento, Miller (1985) diz que nosso planeta pode ser comparado a uma 
astronave, deslocando-se a cem mil quilômetros por hora pelo espaço sideral, sem 
possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispondo de um eficiente sistema de 
aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria. Há atualmente na aeronave ar, 
água e comida suficientes para manter seus passageiros. 
Tendo em vista o progressivo aumento do número desses passageiros, em forma exponencial, 
e a ausência de portos para reabastecimento, pode-se vislumbrar, em médio e longo prazos, 
problemas sérios para a manutenção de sua população. 
Daí a necessidade da Ética Ambiental. A Ética Ambiental tem seu início marcado pelos grandes 
avanços tecnológicos. A exemplo disso, temos a medicina com suas novas técnicas resultando 
na queda dos índices de mortalidade, alterando o binômio nascimento-morte e superlotando o 
planeta. 
DESCONTROLE DA PRODUÇÃO ALIMENTAR E DEGRADAÇÃO DA CULTURA-MUNDIALIZANDO 
A FOME E A POBREZA. 
“Toda sociedade é responsável pela degradação ambiental, pois o rico polui com sua atividade 
industrial, comercial etc; o pobre polui por falta de condições econômicas de viver 
condignamente e por falta de informações, já que a maioria é semianalfabeta, e o Estado polui 
por falta de informações ecológicas de seus administradores, gerando uma política 
desvinculada dos compromissos com o meio ambiente”. 
A ética ambiental está apoiada em duas teorias recentes: a teoria evolucionista de Darwin e a 
teoria de Gaia, também conhecida como Teia da Vida e defendida por Lovelock. 
A primeira consiste em pensar o homem como todos os outros seres viventes - em constante 
evolução. 
Na outra, Gaia, a mãe Terra, é considerada um organismo vivo interligado a todos os outros 
seres, incluindo o homem, em igualdade de condições. 
As duas teorias contradizem o modelo antropocêntrico, no qual o homem é o centro do 
universo, considerando sua condição de "espécie superior" devido à razão e à capacidade de 
gerar cultura. 
 
Definição 
Conduta ou a própria conduta comportamental do ser humano em relação à natureza, 
decorrente da conscientização ambiental e consequente compromisso preservacionista, tendo 
como objetivo a conservação da vida global. Tem a ética ambiental como base científica e o 
estudo da relação homem X natureza. 
O objetivo da Ética Ambiental é formar uma humanidade consciente de sua posição perante a 
vida no planeta Terra, orientando uma nova postura: a de preservar globalmente a natureza, 
sendo uma nova esperança de vida para o planeta. 
 
Aula 6: A Escassez Dos Recursos Naturais 
 
Recursos Naturais 
Recurso natural é qualquer insumo de que os organismos, as populações e os ecossistemas 
necessitam para sua manutenção. Portanto, recurso natural é algo útil. 
Existe um envolvimento entre recursos naturais e tecnologia, uma vez que há a necessidade da 
existência de processos tecnológicos para utilização de um recurso. 
Recursos naturais e economia interagem de maneira bastante evidente, uma vez que algo é 
recurso na medida em que sua exploração é economicamente viável. 
Exemplo dessa situação é o álcool que, antes da crise do petróleo de 1973, apresentava custos 
de produção extremamente elevados diante dos custos de exploração de petróleo. 
Hoje, no Brasil, o álcool ainda pode ser considerado um importante combustível para 
automóveis, além de ser um recurso natural estratégico e de alta significância pela 
possibilidade de renovação e consequente disponibilidade. 
Assim, na definição de recurso natural, encontramos três tópicos relacionados: 
Finalmente, algo se torna um recurso natural caso sua exploração, processamento e utilização 
não causem danos ao meio ambiente. 
Economia / Meio ambiente e tecnologia 
O fato de não ter sido levado em conta a questão ecológica nas últimas décadas, gerou 
aberrações. O uso de elementos extremamente tóxicos comorecursos naturais é um triste 
exemplo. 
Podemos citar o chumbo e o mercúrio que, dependendo das concentrações utilizadas, chegam 
a causar a morte de seres humanos. 
Classificação dos recursos naturais - Os recursos naturais podem ser classificados em dois 
grandes grupos: os renováveis e os não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que, 
depois de serem utilizados, ficam disponíveis novamente graças aos ciclos naturais (água, ar, 
biomassa etc.). Os recursos não renováveis, como o próprio nome diz, são aqueles que, uma 
vez utilizados, não podem ser reaproveitados. Um exemplo é o combustível fóssil que, depois 
de ser disponibilizado para mover um automóvel, por exemplo, está perdido para sempre 
(como é o caso do petróleo). 
Atenção: Dentro dos recursos não renováveis há duas classes: a dos minerais não energéticos 
(fósforo, cálcio etc.) e a dos minerais energéticos (combustíveis fósseis e urânio). 
É importante ter o conhecimento de que há situações nas quais um recurso renovável passa a 
não ser mais renovável. Isso ocorre quando a taxa de utilização supera a capacidade máxima 
de sustentação do sistema. Veja o exemplo a seguir que ilustra bem esta situação: 
Um campo de pastagem comum é utilizado coletivamente por alguns fazendeiros. O capim, 
evidentemente, é um recurso renovável (biomassa). 
Entretanto, os fazendeiros, visando ao aumento de seus lucros imediatos, colocam o número 
máximo de cabeças de gado neste pasto, uma vez que o campo é comum a todos. 
O resultado dessa atitude é a depleção de um recurso, que era renovável, até níveis que 
inviabilizam sua renovação. 
A poluição é outro fator que mexe muito com os recursos naturais, tornando-os cada vez mais 
escassos. Poluição é uma alteração indesejável nas características físicas, químicas ou 
biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que causa ou pode causar prejuízo à saúde, à 
sobrevivência ou às atividades dos seres humanos e outras espécies. Pode ainda deteriorar 
materiais. 
Por isso começamos a falar em Ética Ambiental. Assim, no mínimo, dirimimos os problemas 
gerados pela má administração do nosso planeta. 
A partir da Revolução Industrial, o crescente número de indústrias e a aglomeração da 
população nos grandes centros provocou sérios problemas de poluição do ar, da água e do 
solo. 
 
Entendendo a cultura ambiental no Brasil 
Na década de 1970, o Brasil viveu o período conhecido como “milagre econômico”. As taxas de 
crescimento na economia eram da ordem de 10% ao ano. 
No mundo, se instaurava a discussão sobre como seriam as consequências do 
desenvolvimento econômico a qualquer custo. 
Cientistas americanos elaboravam um relatório denominado “Limites do Crescimento”, 
proliferando a ideia de que os países que não tivessem alcançado o desenvolvimento até 
então, deveriam “abrir mão” disso em favor da vida no planeta. 
O Brasil, em defesa de sua economia, protestou o pensamento de estabelecer um limite para o 
seu crescimento. Sai vitorioso, porém sua imagem é seriamente abalada em função da falta de 
comprometimento com a saúde ambiental. 
Os principais jornais da época (nacionais e internacionais) divulgaram a atitude do Brasil como 
um “elogio à poluição”. 
Em entrevista, integrantes do ministério da economia declararam que “se os países ricos não 
queriam poluição, suas indústrias seriam bem-vindas no Brasil”. 
Agora, além da imagem de torturadores, por causa da ditadura militar, ainda éramos 
chamados de poluidores! 
Em 1973, para nos livrar de tal acusação e para dar uma satisfação à opinião pública, criamos 
uma autarquia, subordinada ao Ministério do Interior, para cuidar da conservação do meio 
ambiente e do uso racional dos recursos naturais, a Sema - Secretaria Especial do Meio 
Ambiente. 
 
A ética na proteção do meio ambiente 
“É imprescindível que além das normas incriminadoras coexistam a fiscalização, a aplicação 
efetiva e consciente da população sobre a importância de preservar e tutelar esse recurso 
natural, enquanto não sobrevier este conjunto continuar-se-á a observar a impunidade e o 
aumento de animais em extinção”. 
 
Aula 7: A Ação Predatória Do Homem 
 
Ações predadoras do homem agridem a natureza de tal forma que colocam em risco a própria 
espécie humana. Na atualidade, há uma divulgação maior dos graves problemas advindos dos 
males feitos pelo homem ao planeta. 
Na presente aula, vamos observar algumas ações predadoras que poderiam ser evitadas mas 
que, infelizmente, em razão de um pensamento dominante desprovido de Ética Ambiental, 
provocam malefícios tremendos a todos os habitantes do planeta. 
No Brasil, a Mata Atlântica é o segundo bioma mais ameaçado de extinção do planeta. Para se 
ter uma ideia da dimensão do problema, somente as florestas de Madagascar estão mais 
ameaçadas. Apesar disso, a Mata Atlântica ainda mantém índices altíssimos de biodiversidade 
(um dos maiores do mundo). Uma grande diversidade biológica convive com uma grande 
ameaça . 
A emissão e acumulação de gases na atmosfera, como o dióxido de carbono, é conhecida 
mundialmente como efeito estufa. Entre suas principais causas, estão a queima de 
combustíveis fósseis, a devastação e a queima de áreas florestais, como a Floresta Amazônica 
etc. 
Clima e efeito estufa 
O clima da Terra é um produto de interações complexas da atmosfera, oceanos, calotas 
glaciais, seres vivos e até mesmo rochas e sedimentos. Nessa interação, estão presentes 
diversos gases naturais. Dentre estes, estão aqueles que provocam o famoso efeito-estufa em 
virtude de seu acúmulo (acúmulo este influenciado pela ação humana). 
 
 
 
Segundo Legget (1992), gases-estufa são aqueles que provocam a retenção da radiação 
infravermelha na atmosfera, aquecendo a superfície da Terra, além da camada inferior da 
atmosfera. 
 
 
 
 
Você acredita que através da educação é possível reverter este quadro? 
Sim. Uma forma de se evitar tal dano pode ser a educação. Por isso passou-se a falar em 
Educação Ambiental. 
 
Corrigindo pela Educação - Em razão desses fatos que corroem e depredam a natureza, 
entende-se que uma forma de evitar tal dano começa com a: 
a Educação Ambiental. 
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988 diz 
que: 
Artigo 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
Em seu parágrafo VI encontramos que “é dever promover a educação ambiental em todos os 
níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.” 
Percebemos, então, que a Educação Ambiental é um processo permanente que articula 
conhecimentos, atitudes e valores, e não apenas uma transmissão de informações. Ela envolve 
a participação individual em processos coletivos, trabalhando desde a perspectiva local até a 
global. 
 
“Para ver o universal e o imanente Espírito da Verdade face a face é preciso ser capaz de amar 
a mais ínfima das criaturas como se ama a si próprio. E um homem que a isso aspira não pode 
ser omisso em nenhum aspecto da vida ". 
 
 
 
 
 
Aula 8: Política e responsabilidade social em uma empresa 
 
A Responsabilidade Social tem dois pilares básicos: preservação do meio ambiente e direitos 
dos consumidores. Isto porque envolve a sociedade como um todo. Nesta aula, veremos a 
importância e a formação de uma política social em uma organização. 
 
O que é Responsabilidade Social Empresarial (RSE). 
 
 
 
 
 
Peter Drucker foi quem melhor identificou o surgimento do novo Terceiro Setor, 
caracterizando-o como nova esfera econômica, denominada “economia social”. 
 
Para Drucker, este foi o setor que mais cresceu e movimentou recursos, que mais gerou 
empregos e lucros nos EUA, nos últimos vinte anos.A economia neste setor é bem específica, 
com características próprias e gira em torno de indicadores socioeconômicos internos e 
externos. Segundo Francisco Neto e César Fróes, são seis as principais características deste 
setor emergente: 1) Desenvolveu-se em decorrência da revolução na estrutura produtiva da 
sociedade, ocorrida No final do século passado, responsável pela fragmentação das cadeias 
produtivas de diversos setores e, consequentemente, pelo deslocamento das grandes 
unidades produtivas e suas indústrias e fornecedores-satélites; 2) Tem nas empresas 
socialmente responsáveis o seu principal agente social; 3) Impulsiona grande mobilização do 
trabalho voluntário; 4) Apresenta foco no desenvolvimento sustentável das localidades e 
regiões; 5) Requer adoção do modelo de parceria envolvendo governo local, empresas, Ongs e 
demais entidades da sociedade civil, constituído pela formação de redes sociais; 6) Gera 
produção de capitais sociais distintos. 2 O campo de atuação da RSE foi muito ampliado, 
passando a ser um espaço de exercício da Responsabilidade Social não apenas corporativa, 
mas também comunitária e individual, a partir dos valores éticos e de condutas 
organizacionais difundidas pelas empresas-cidadãs. Este processo de difusão da cidadania 
social é feito com a mediação das empresas, e não mais do Estado, através da formação de 
redes de emprego e trabalho, estímulo à criação de cooperativas, micros ou pequenas 
empresas. Outra característica deste novo Terceiro Setor é a capacidade de gerar novos 
conhecimentos e contribuir para o aumento da empregabilidade e a capacitação profissional 
de pessoas residentes na comunidade. Há uma nova visão e ação efetiva. Ao invés de se 
preocupar com a exclusão do cidadão, a preocupação agora é descobrir, buscar novas formas 
de inclusão e a integração social do modelo econômico vigente. 
 
 
Responsabilidade social e filantropia têm o mesmo significado? 
Não. Indubitavelmente, a Responsabilidade Social começou com ações filantrópicas mas 
avançou bastante. Via de regra, a filantropia desenvolve-se através das atitudes e ações 
individuais de empresários. Já a Responsabilidade Social diz respeito à consciência social e ao 
dever cívico. 
Assim, a ação de Responsabilidade Social não é individual, mas coletiva. Reflete a ação de uma 
empresa em prol da cidadania. 
A prática da RSE demonstra uma atitude de respeito à cidadania corporativa; 
consequentemente, existe uma associação direta entre o exercício da Responsabilidade Social 
e o exercício empresarial. 
A filantropia é assistencialista, procura auxiliar os pobres, os menos favorecidos, os excluídos 
etc. 
Já a Responsabilidade Social é mais substancial e abrangente, buscando estimular o 
desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. 
Suas ações são extensivas a todos que fazem parte da sociedade: indivíduos, governo, 
empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos etc. 
Ações de Responsabilidade Social exigem periodicidade regular, método, sistematização e, 
principalmente, gerenciamento efetivo por parte das empresas-cidadãs. 
 
 
 
 
 
 
Pelo que vimos, a empresa que deseja ser cidadã precisa adotar atitudes diferenciadas que a 
façam ser vista no mercado como tal. 
 
Política de Responsabilidade Social em uma Empresa Veja o caso de algumas empresas: 
 A Toyota tem uma política de Responsabilidade Social disseminada inclusive em seu site, na 
internet, onde se percebe todo um planejamento voltado para isso;  A Braskem é outra 
empresa que demonstra sua preocupação com a questão em destaque. Observe o seu 
objetivo: “reafirmar o compromisso da Braskem com o desenvolvimento sustentável, visando 
à promoção simultânea do crescimento econômico, da preservação ambiental e da justiça 
social, na perspectiva de assegurar que o anseio pelo progresso no presente não comprometa 
o futuro das gerações subsequentes”.  Outra empresa que podemos destacar é a Petrobras. 
No seu site, ela aponta oito áreas onde atua fortemente: 1) Atuação Corporativa para 
assegurar que a governança corporativa do Sistema Petrobras esteja comprometida com a 
ética e a transparência na relação com os públicos de interesse; 2) Gestão Integrada para 
garantir uma gestão integrada em Responsabilidade Social no Sistema Petrobras; 3) 
Desenvolvimento Sustentável para conduzir os negócios e atividades do Sistema Petrobras 
com Responsabilidade Social, implantando seus compromissos de acordo com os princípios do 
Pacto Global da ONU e contribuindo para o desenvolvimento sustentável; 4) Direitos Humanos 
para respeitar e apoiar os direitos humanos reconhecidos internacionalmente, pautando as 
ações do Sistema Petrobras a partir da promoção dos princípios do trabalho decente e da não 
discriminação; 2 5) Diversidade para respeitar a diversidade humana e cultural de sua força de 
trabalho e dos países onde atua; 6) Princípios de Trabalho para apoiar a erradicação do 
trabalho infantil, escravo e degradante na cadeia produtiva do Sistema Petrobras; 7) 
Investimento Social Sustentável para buscar a sustentabilidade dos investimentos sociais para 
uma inserção digna e produtiva das comunidades; e 8) Compromisso da Força de Trabalho 
para comprometer a força de trabalho com a Política de Responsabilidade Social do Sistema 
Petrobras. Partindo do princípio de que a política empresarial tem por objetivo facilitar a 
criação e o desenvolvimento das empresas, entende-se que uma empresa tem uma política 
realmente de Responsabilidade Social quando as suas ações são traduzidas por projetos 
estruturados. Veja uma tabela que demonstra ações efetivas de Responsabilidade Social, 
divididas nas duas vertentes mais utilizadas pelas empresas: Ações comunitárias Projetos 
sociais próprios Ação indireta sobre a comunidade. Ação direta sobre a comunidade. 
Transferência/repasse de recursos para entidades Aplicação direta dos recursos. A gestão é 
feita por terceiros. A gestão é feita pela própria empresa. São ações de doação e apoio. São 
ações de fomento ao desenvolvimento social. Geram retorno tributário, social e institucional. 
Geram retorno social e de mídia institucional. Não demandam ações de marketing social. 
Demandam ações de marketing social. 3 Esta questão é tão séria que a ONG norte-americana 
Business for Social Responsability (BSR), definiu os mandamentos de uma empresa 
socialmente responsável: 1) Ecológica – usa papel reciclado em produtos e embalagens; 2) 
Filantrópica – permite que seus funcionários reservem parte do horário de serviços para a 
prestação de trabalho voluntário; 3) Flexível – deixa que os funcionários ajustem sua jornada 
de trabalho às necessidades pessoais; 4) Interessada – faz pesquisas entre os funcionários para 
conhecer seus problemas e tentar ajudá-los; 5) Saudável – dá incentivos financeiros para 
funcionários que alcançam metas de saúde como redução de peso e colesterol baixo; 6) 
Educativa – permite que grupos de estudantes visitem as suas dependências; 7) Comunitária – 
cede as suas instalações esportivas para campeonatos de escolas da redondeza; 8) Íntegra – 
não lança mão de propaganda enganosa, vendas casadas e outras práticas de marketing 
desonesto; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 9: ISO 14000, NBR 16000 e SA 8000 e OHSAS 
 
 
 
Existe uma série de certificações que levam a empresa a ser considerada realmente uma 
empresa que tenha responsabilidade social, dentre elas: 
 
 ISO 14000 
 CERTIFICADO NBR 16000 
 ISSO 26.000 
 CERTIFICADO AS 8000 
 
ISO – Breve Histórico 
Origem da ISSO 
Desde o início do processo de industrialização, há uma preocupação com a padronização, a 
produtividade e a qualidade. Ao estudarmos Administração, percebemos a contribuição de 
Taylor, Fayol e outros que, ao longo da história, tiveram a preocupação de melhorar as 
condições de trabalho,aumentando a produtividade e mantendo a qualidade. 
A preocupação com a qualidade levou ao surgimento, em 1947, de uma entidade denominada 
International Organization for Standardization (Organização Internacional de Padronização). 
Sua sede fica na cidade de Genebra (Suíça). Ela é mais conhecida pela sua sigla ISO, que em 
grego significa "igualdade". 
A principal atividade da ISO é elaborar padrões para especificações e métodos de trabalho em 
várias áreas de conhecimento da sociedade. 
O nome genérico ISO 9000 representa todo o conjunto de documentos relacionados à 
sistematização de atividade para garantia da qualidade. 
A ISO ficou popularizada pela série 9000, ou seja, as normas que tratam de Sistemas para 
Gestão e Garantia da Qualidade nas Empresas. 
 
ISO 14000 – Meio Ambiente 
Agora que você já está familiarizado com a ISO, podemos conversar um pouco sobre a ISO 
14000, que é específica sobre o meio ambiente. Tais normas foram elaboradas objetivando 
diminuir o impacto provocado pelas empresas ao meio ambiente. Muitas empresas utilizam 
recursos naturais, geram poluição ou causam danos ambientais através de seus processos de 
produção. ISO 14000 é um conjunto de normas que definem parâmetros e diretrizes para a 
gestão ambiental por parte das empresas, tanto privadas quanto públicas. A proposta é que as 
empresas sigam as normas ISO 14000, reduzindo significativamente os danos ao 
meio ambiente. 
 
As empresas que implantam os processos indicados pela ISSO podem obter o Certificado 
ISSO 14000? 
Sim. Tal certificação declara ao mercado que aquelas empresas têm Responsabilidade Social, 
pois se preocupam com a questão ambiental. Desta forma, seus produtos, serviços e marca 
são valorizados pela sociedade. 
A empresa que tiver por objetivo a certificação ISO 14000 deve seguir rigorosamente a 
legislação ambiental do país, treinar e qualificar os funcionários para também seguirem as 
normas e diagnosticar os impactos ambientais das suas atividades, visando diminuir os 
prejuízos. 
 
 
 
NBR 16000 
Objetivos da normalização: 
 Economia: Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos. 
 Comunicação: Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o 
fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços. 
 Segurança: Proteger a vida humana e a saúde. 
 Proteção do consumidor: Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos 
produtos. 
 Eliminação de barreiras técnicas e comerciais: Evitar a existência de regulamentos 
conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio 
comercial. 
A NBR 16000 é uma norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), lançada em 
2004, que contém critérios no que tange à proteção da criança, ao trabalhador em regime 
semiescravo, à saúde, à segurança e à discriminação, de maneira sistêmica e bem planejada. 
Determina que a empresa crie um sistema de gestão de Responsabilidade Social eficaz. 
SA 8000, elaborada pela organização não governamental norte-americana Council on 
Economic Priorities Accreditation Agency (Cepaa), atualmente Social Accountability 
International (SAI), foi o primeiro padrão passível de certificação elaborada por especialistas e 
representantes de stakeholders. 
Baseia-se num sistema de gestão e estabelece requisitos baseados nas diretrizes internacionais 
de Direitos Humanos e da ONU, nas convenções da OIT e nas convenções da ONU sobre 
direitos das crianças. 
É adotada mundialmente por organizações que desejam ser reconhecidas pela manutenção de 
condições dignas de trabalho e respeito aos direitos fundamentais do trabalho. 
Tem sido utilizada principalmente por empresas que possuem unidades de produção ou 
fornecedores em países onde a fiscalização e o controle das condições de trabalho são 
precários. 
Uma comparação entre a SA 8000 e a NBR 16000, evidencia que: 
A SA 8000 é restrita à relação da empresa com seu público interno, isto é, para aquelas 
empresas que ainda têm preocupação em resolver questões internas de Responsabilidade 
Social. 
A NBR 16000 é mais completa, sistematizada e bem planejada. 
 
Sobre a ISSO 2600 e a OHSAS 
 
 
 
Aula 10: Balanço Social 
 
Hoje, o Balanço Social é uma ferramenta ou um instrumento de suma importância para as 
empresas que têm, de fato, Responsabilidade Social. 
O Balanço Social é muito mais do que uma peça contábil. Ele é um instrumento de gestão e de 
informação, que evidencia, de forma transparente, itens econômicos, sociais e ambientais 
sobre o desempenho das empresas em relação aos stakeholders. 
 
O balanço social constitui um instrumento importante à sociedade? 
Sim. Segundo a CVM, o Balanço Social é o instrumento que possibilita à sociedade ter 
conhecimento dessas opções empresariais. 
 
 
 
O Balanço Social, na sua definição mais ampla, inclui, ainda, informações sobre o meio 
ambiente e sobre a formação e a distribuição da riqueza gerada pelas empresas (valor 
adicionado) e, quando apresentado em conjunto com as demonstrações financeiras 
tradicionais, é efetivamente o instrumento mais eficaz e completo de divulgação e avaliação 
das atividades empresariais. A sua origem remonta aos anos de 1930, quando a concepção da 
Responsabilidade Social, foi adotada, inicialmente nos EUA e, depois, nos anos de 1960, foi 
adotada também na Europa. Isso se deu face ao crescimento econômico, que trouxe vários 
problemas, principalmente de ordem ambiental. Por isso, procurou-se uma forma adequada 
para as organizações prestarem contas à sociedade de suas atividades, de suas relações 
sociais, e do reflexo social de suas variações patrimoniais. Foi proposta, então, aos EUA, uma 
demonstração denominada inicialmente como “relatório social” que, posteriormente, na 
década de 1970, foi consagrada com o nome de Balanço Social. 
 
 
 
Os estudos partiram das universidades. 
As características principais do modelo dirigiram-se aos aspectos sociais, às questões da 
diminuição da violência e da melhoria da relação das empresas com os consumidores. 
As propostas do Balanço Social desenvolveram-se em direção à solidariedade econômica do 
bloco europeu em formação, e enfatizaram os aspectos do planejamento humano e social na 
empresa. O sentido era a igualdade de competência e aceitação, comparativamente aos 
demais processos empresariais (econômico, comercial, tecnológico...). 
Com referência ao meio ambiente e a relação com os stakeholders, estes também foram foco 
das propostas. Buscou-se, na verdade, um novo papel para cada um dos atores, seja na 
empresa pública ou privada. 
Consideraram-se as experiências norte-americana e europeia, mesclando as duas tendências. 
Buscou-se uma forma, um modelo capaz de humanizar a empresa, criando propostas 
participativas e tão democráticas quanto possível, tendo em vista o fato de que quase todos os 
países latino-americanos viviam num regime fechado, totalitário. 
Neste cenário, em meados de 1977, um grupo de estudiosos da Responsabilidade Social nas 
empresas, ligado à ADCE – UNIAPAC e à Fundação FIDES, formulou uma proposta para o 
desenvolvimento de um Balanço Social aplicável à realidade brasileira. 
 
Características do Balanço Social em diversas partes do mundo 
No Brasil, no ano de 1965, a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil, publicou 
a Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, cunhando, então, a expressão 
Responsabilidade Social, ligada diretamente às empresas associadas. Este passo abriu as 
portas para a divulgação das ações efetivas na área social realizadas pelas empresas. 
Entretanto, somente na metade dos anos 1970 passou a ser difundida amplamente a ideia de 
Responsabilidade Social, basicamente com suas ações concentradas no Estado de São Paulo, 
em função do desenvolvimento econômico-industrial.O primeiro documento brasileiro que 
carrega a denominação Balanço Social é o da Nitrofértil, empresa estatal sediada na Bahia, que 
publicou voluntariamente em 1984 o seu relatório de cunho social, dando publicidade às ações 
sociais realizadas, assim como ao processo participativo da empresa durante o período. Os 
primeiros relatórios no formato de um Balanço Social foram elaborados ao término dos anos 
1980, pela Fides (Fundação de Desenvolvimento Empresarial e Social), que elaborou um 
modelo adotado por várias empresas a partir de 1990. O sociólogo Herbert de Souza iniciou, 
então, uma campanha com o seu artigo publicado em 1997, pela publicação voluntária do 
Balanço Social, no reconhecimento das empresas públicas ou privadas como agentes 
essenciais no processo de desenvolvimento social. Ainda em 1997, as, na época, deputadas 
federais Maria da Conceição Tavares, Marta Suplicy e Sandra Starling apresentaram o Projeto 
de Lei nº 3.116, defendendo a ideia do Balanço Social obrigatório a todas as empresas privadas 
com mais de 100 empregados, assim como às empresas públicas e sociedades de economia 
mista. 2 Dessa forma, as ações realizadas seriam divulgadas, reconhecendo-se, de forma legal, 
as empresas engajadas na promoção do desenvolvimento social. Assim, enquanto nos EUA e 
na Europa o principal enfoque do Balanço Social é a influência das organizações no meio 
externo a elas, evidenciando sua contribuição para a defesa dos recursos naturais e a 
conservação das condições normais de uma vida digna, no Brasil, ao contrário, apresenta-se 
um Balanço Social interno às organizações, enfocando salários, condições físicas e ambientais 
de trabalho, bem-estar social, seguridade social e, em segundo plano, as questões ambientais. 
Percebe-se com clareza que, no Brasil, o Balanço Social proposto tem como finalidade a 
prestação de informações sobre diversos aspectos da relação capital-trabalho das entidades, 
ou seja, um conjunto de informações, contábeis ou não, gerenciais, econômicas e sociais, que 
proporcionam um panorama dos aspectos relacionados à sociedade (SANTOS; FREIRE; MALO, 
1998). 
 
ASPECTOS DO BALANÇO SOCIAL: 
O Balanço Social abrange basicamente quatro vertentes: 
Empresa e empregados, englobando despesas com pessoal, ou seja, aquelas originárias de 
pagamentos e salários, treinamentos, assistência médica e outras, que alteram o patrimônio 
da empresa com reflexos na sociedade, mais especificamente sobre os funcionários da 
empresa; 
Empresa e meio ambiente, abarcando despesas com o meio ambiente, gastos com pesquisas 
de meios alternativos de produção que sejam menos poluentes. 
Empresa e sociedade, sob o aspecto da empresa como elemento de criação e distribuição de 
valor ou riqueza, representado pelo recolhimento de encargos para o governo, feitos por uma 
entidade, sob as mais diversas formas de impostos, contribuição de melhorias, taxas etc.; 
Empresa e sociedade, sob a forma de ações sociais, evidenciados através de ações filantrópicas 
desenvolvidas pela empresa ao patrocinar entidades filantrópicas. 
 
OBJETIVOS PRINCIPAIS DO BALANÇO SOCIAL: 
Segundo Kroetz (2000), o Balanço Social apresenta os seguintes objetivos principais, 
ampliando o grau de confiança da sociedade na organização: 
Abranger o universo de interações sociais entre clientes, fornecedores, associações, governo, 
acionistas, investidores e outros, ampliando o grau de confiança da sociedade na organização; 
Apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias e contribuir para 
a implementação e a manutenção de processos de qualidade; 
Melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o ambiente organizacional, na 
perspectiva de confirmar a regularidade da gestão identificada com o gerenciamento social 
ecologicamente correto e divulgar os objetivos e as políticas administrativas, julgando a 
administração não apenas em função do resultado econômico, mas também dos resultados 
sociais; 
Medir os impactos das informações perante a comunidade dos negócios, sobre o futuro da 
entidade, a marca e a imagem do negócio, revelando, conjuntamente com as demais 
demonstrações contábeis, a solidez da estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade; 
Formar um banco de dados confiável para análise e tomada de decisão dos mais diversos 
usuários; 
Servir como instrumento para negociações laborais entre a direção da empresa e os sindicatos 
ou representantes dos funcionários; 
Verificar a participação do quadro funcional no processo de gestão.

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