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Introdução à Economia

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INTRODUÇÃO ÀINTRODUÇÃO À 
ECONOMIAECONOMIA
Prof. Antônio CerqueiraProf. Antônio Cerqueira
Recife-PE, 2010Recife-PE, 2010
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃOCAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
__________________________________________________________________________________________
I.1I.1 CONCEITO DE ECONOMIACONCEITO DE ECONOMIA
O termo economia origina-se da mistura de duas palavras gregas: oikos 
(casa) e nomos (normas), criado por Xenofontes, em seu tratado Ho oikonomikos, 
431-355 a.C, que ensinava regras básicas para se administrar uma casa. Portanto, a 
economia pode ser entendida como a arte de bem administrar, levando-se em 
consideração a renda familiar e os gastos efetuados. 
Assim, a economia é vista como a ciência social que estuda como as pessoas 
e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e 
serviços, de modo a distribuí-los entre si, com a finalidade de satisfazer às suas 
necessidades, razão pela qual considera-se a economia como a ciência da 
escassez.
I.2I.2 OBJETO DA ECONOMIAOBJETO DA ECONOMIA
A economia fundamenta sua existência na escassez de bens e serviços de 
consumo. Os recursos escassos são fatores de produção utilizados no processo de 
produtivo para obter bens destinados à satisfação das necessidades humanas. 
Então, cabe a sociedade decidir, à luz dos conhecimentos econômicos, quais tarefas 
serão executadas para produção bens de serviço ou bens de capital e em que 
quantidade.
I.3I.3 UNIDADES ECONÔMICASUNIDADES ECONÔMICAS
As unidades econômicas se classificam em familiares e empresariais. As 
familiares incluem todas as pessoas consumidoras da produção. As empresariais se 
empenham na compra e aluguel dos recursos e na produção e venda de bens e 
serviços.
Estas unidades interagem em dois tipos de mercado: de bens de consumo e 
serviços e de recursos. Bem de consumo é aquele que se destina a satisfazer as 
necessidades de uma pessoa. Exemplos: alimentos, roupas, calçados, 
eletrodomésticos etc. Não são bens de consumo maquinários destinados a auxiliar 
na produção de outros bens, aí denominados de bens de capital.
Podemos dividir os bens de consumo por tipo: duráveis e não duráveis. Bens 
duráveis são produtos tangíveis que só se deterioram ou perdem a utilidade após 
muito tempo de uso. Exemplos: eletrodomésticos, móveis e imóveis. Bens de 
consumo não-duráveis são os se esgotam no ato da utilização. Exemplos: 
alimentos, bebidas etc. 
O mercado de recursos contém os meios disponíveis para produzir bens, os 
quais por sua vez, são utilizados para satisfazer necessidades. O nível de satisfação 
de necessidades que uma economia pode atingir é limitado parcialmente pelas 
quantidades e qualidades dos recursos conhecidos.
Os recursos se classificam em trabalho ou recursos humanos e capital ou 
recursos não-humanos. Trabalho refere-se à força ou capacidade do esforço 
humano, podendo ser intelectual ou muscular.
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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O capital inclui todos os recursos não-humanos que contribuem para colocar 
bens em mãos do consumidor final, os seguintes construções, equipamentos, terra, 
recursos minerais disponíveis, matérias primas, materiais semi-acabados, estoques 
comerciais, entre outros.
Não confundir capital com dinheiro. O dinheiro como tal, nada produz. O 
dinheiro é um padrão para medir o valor dos itens de capital do trabalho, dos bens 
de consumo.
Na maioria, os recursos são limitados em quantidade, são versáteis e podem 
ser conhecidos em proporções variáveis para produzir determinado bem. Os 
recursos são escassos, no sentidos quantitativamente limitados em relação ao 
desejo pelos bens que pode produzir. Estes são chamados recursos econômicos. 
Alguns recursos, tais como o ar utilizado em modos de combustão interna, 
são tão abundantes que podem ser obtidos por simples apropriação, são chamados 
recursos livres, pois “não” exigem preço. Na atualidade, entretanto, existe custo para 
se obter ar de qualidade.
I.4 ELEMENTOS-CHAVES DA ECONOMIAELEMENTOS-CHAVES DA ECONOMIA
Os principais elementos da atividade econômica são: as necessidades 
humanas, os recursos e as técnicas.
As necessidades humanas são os fins em direção as quais se dirige a 
atividade econômica. Constituem a força matriz ou motivadora da economia. Têm 
como características principais a diversidade e a insaciabilidade. Têm como origens 
as necessidades orgânicas, a cultura e a atividade de satisfação de necessidade.
Do ângulo do funcionamento eficiente, o desempenho de uma economia não 
deveria ser julgado com base no fato de que proporcionou ou não um nível de vida 
satisfatório. De preferência deveria ser julgado com base no fato de estar ou não 
proporcionando o mais alto nível de vida, permitido por seus recursos e técnicas, 
deixando de lado uma parcela da produção, a fim de aumentar a futura capacidade 
produtiva.
Não se deve esperar que a economia proporcione menos. Enquanto, uma 
parcela da produção corrente for utilizada para aumentar a futura capacidade 
produtiva, o nível de vida que a economia pode proporcionar estará crescendo 
continuadamente. 
A administração dos recursos em uma sociedade é importante porque os 
mesmos são escassos. A escassez significa que a sociedade tem menos recursos a 
oferecer do que aquilo que as pessoas desejam ter. Assim, a sociedade não pode 
dar a cada um de nós, o padrão de vida mais alto no qual aspiramos.
A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da 
restrição física dos recursos. Afinal, o crescimento da população renova a cada dia 
as necessidades básicas e o contínuo desejo de elevação do padrão de vida.
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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Nenhum país, mesmo os mais ricos, são autos suficientes, em termos de 
recursos produtivos, para satisfazer a todas as necessidades da população. Com 
isso, a economia estuda como as pessoas tomam decisões: o que compram; o 
quanto compram; o quanto poupam; em que investem. E analisam as forças e 
tendências que afetam a economia com um todo.
Economia, como alimento-chave do bem-estar das pessoas, inclui as 
relações sociais ou a organização social, que implica na distribuição dos recursos 
escassos entre necessidades humanas alternativas, e no uso desses recursos com 
a finalidade de satisfazê-las tanto quanto possível. A versatilidade dos recursos 
refere-se a sua capacidade de aproveitamento em diversos usos.
Via de regra, há possibilidade de combinar os recursos em diversas 
proporções para produzir determinados bens. As técnicas de produção, associados 
às quantidades e qualidades dos recursos existentes, limitam o nível de satisfação 
das necessidades que uma economia pode atingir. As técnicas consistem do know-
how e dos meios físicos para transformar os recursos de modo a satisfazer as 
necessidades.
A natureza das técnicas disponíveis aos empresários é geralmente 
considerada fora do âmbito da teoria econômica e dentro do domínio da engenharia. 
Entretanto, a escolha simultânea dos bens a serem produzidos, das quantidades a 
produzir e das técnicas a serem utilizados, cai no domínio da economia.
Usualmente, os economistas presumem que, para produção de qualquer 
bem, existe determinada quantidade de recursos disponíveis e que para a produção 
de qualquer quantidade de bem, utilizar-se-á a técnica de custo mínimo.
Em síntese, a atividade econômica gira em tornode tais elementos chave:
a) necessidades humanas que são variadas e insaciáveis;
b) recursos que são limitados, versáteis e suscetíveis de serem combinados 
em proporções diferentes para produzir determinado bem;
c) técnicas de utilização dos recursos para produzir bens e serviços que 
satisfaçam necessidades.
Os recursos e técnicas não deveriam ser utilizados apenas para produzir 
bens que satisfaçam necessidades; deveriam ser utilizados para produzir 
quantidades daqueles bens que contribuam para o máximo de satisfação do 
agregado de necessidade. O objetivo da atividade e um nível de satisfação de 
necessidade (nível de vida) tão elevado quanto à economia possa proporcionar.
Para atingir este objetivo, deve-se utilizar as melhores técnicas possíveis, 
empregar plenamente os recursos e distribuí-los adequadamente entre as 
necessidades alternativas dos consumidores.
I.5I.5 RELAÇÕES COM OUTRAS CIÊNCIASRELAÇÕES COM OUTRAS CIÊNCIAS
A economia, como se observa, utiliza estruturas de análise de outras ciências 
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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em seu campo de atuação, tais como:
. a Política - esta interdependência é secular, pois a política é a arte de 
governar ou o exercício do poder, então é natural que este poder exerça seu 
domínio sobre a economia. A atividade econômica está subordinada ao regime 
político do país, entretanto, por outro lado, a política muitas vezes está subordinada 
ao poder econômico;
. a História - os próprios sistemas econômicos estão condicionados à 
evolução histórica. Os economistas aprendem com fatos passados, que refletem no 
presente e futuro. As ideias que constroem as teorias são formuladas num contexto 
histórico, onde se desenvolvem atividades econômicas. A história facilita a 
compreensão do presente e ajuda nas previsões para o futuro, com base nos fatos 
do passado;
. a Geografia - o estudo de todas as relações econômicas ocorre em um 
espaço geográfico. A economia regional, economia urbana e rural. Acidentes 
geográficos interferem no desempenho das atividades econômicas. Toda atividade 
econômica tem seu conteúdo espacial de localização;
. a Sociologia – refere-se à participação das classes sociais no produto 
global da economia e na mobilidade social. Ex: política salarial, políticas sociais, etc.;
. a Matemática e a Estatística - os economistas podem formular com maior 
rigor as teorias. O uso da lógica matemática e da probabilidade explicou muitas 
vezes o comportamento humano;
. o Direito - esse regulamenta as normas jurídicas, a defesa do consumidor, 
os contratos de trabalho, a locação de imóveis, o tabelamento de preço, entre 
outros.
I.6I.6 SISTEMAS DE PRODUÇÃOSISTEMAS DE PRODUÇÃO
O sistema de produção é um conjunto de atividades interligas, objetivando a 
produção de um bem ou serviço. Esses devem ser eficazes, eficientes e efetivos, e 
devem responder:
a) o que se deve produzir;
b) como se deve organizar a produção;
c) como se deve distribuir os produtos;
d) como se deve racionar os bens nos períodos em que sua oferta é fixa;
e) como se deve sustentar e expandir a capacidade produtiva.
A indicação do que produzir é essencialmente um problema em determinar as 
necessidades dos consumidores mais importantes e o grau de satisfação.
A economia deve estabelecer um sistema de valores para diferentes bens e 
serviços, que seja aceitável para o grupo e que reflita os desejos pelos bens e 
serviços que a economia pode produzir.
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O valor é medido em termos de preço. É função da renda, da satisfação do 
desejo do consumidor e da oferta dos produtos no mercado.
A produção deve estar organizado de forma a evitar que os recursos entrem 
nas indústrias produtoras dos bens menos desejados pelos consumidores, 
canalizando-os para os produtos mais desejados, constituindo-se assim no uso 
eficiente dos recursos pelas empresas. O sistema de preços numa economia de 
livre empresa, atua no sentido de organizar a produção. 
O termo eficiência, na economia difere ligeiramente da sua acepção em física 
e mecânica. Contudo, em ambos os contextos, envolvem uma razão entre a 
quantidade de alguma coisa que sai do processo produtivo a quantidade de alguma 
coisa que entra no processo produtivo: output e Input.
Em economia, a eficiência econômica é também uma razão produtos/fatos. A 
eficiência econômica de um processo produtivo é a razão entre a produção útil e a 
quantidade empregada de recursos. O incentivo à produção eficiente é à busca de 
lucros. Quanto mais eficiente à empresa dado o preço do produto, maiores são os 
lucros.
Mede-se a eficiência econômica em termos do valor do produto por unidade 
de valor do recurso. Quanto maior o valor monetário do produto por unidade 
monetário do recurso utilizado, maior a eficiência econômica. A recíproca também é 
verdadeira. Quanto menor o valor monetário do recurso utilizado (necessário) para 
se obter uma unidade monetária do produto, maior a eficiência econômica.
A mensuração da eficiência econômica requer que se atribuem valores aos 
bens e serviços. Além desse é necessário atribuir valores a recursos diferentes e 
também ao recurso em diferentes usos. Avaliam-se recursos segundo suas 
contribuições à produção de bens e serviços.
A eficiência econômica dentro de uma empresa envolve problemas de 
seleção de combinação de recursos e de técnicas a serem empregadas no processo 
produtivo. A escolha das técnicas dependerá dos preços relativos dos recursos e da 
quantidade de produto a ser obtido.
O objetivo da empresa é produzir, qualquer que seja o volume de produção, 
tão barato (tão eficientemente) quanto puder. Nesse contexto, se o trabalho é caro, 
usa-se menos, se o capital é caro, usa menos etc.
A distribuição, numa economia de livre empresa, efetua-se simultaneamente 
com a determinação do que deve ser produzido e com a organização da produção. 
Depende da distribuição renda pessoal. Portanto, a renda individual depende:
a) das quantidades dos diferentes recursos que pode empregar no processo 
produtivo;
b) dos preços que recebe por eles.
Se a força de trabalho é o único recurso de que dispõe o indivíduo, sua renda 
mensal é determinada pelo número de horas que trabalha por mês. Se, além disso, 
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produz e arrenda, ter-se-á a soma desta renda à do trabalho.
Em suma: o que produzir é função do mercado, o quanto produzir deverá ser 
decidido pela demanda e oferta do produto no mercado e pelo ajustamento dos 
preços e como produzir deve ser determinado pelos métodos de produção a serem 
utilizados, ou seja: qual deles é mais eficiente e qual tecnologia deve ser utilizada 
para promover o melhor retorno financeiro. É fundamental a decisão de quem deve 
consumir o bem ou serviço.
Assim a economia analisa as forças e tendências como um todo, levando em 
conta: crescimento da renda, variações dos preços, necessidades humanas 
ilimitadas e recursos produtivos escassos. A economia é a ciência ligada a 
problemas de escolha e de decisão.
O como produzir é resolvido no âmbito das em-presas, pressupõe a eficiência 
produtiva, que diz respeito à mobilização dos fatores de produção, com ausência de 
capacidade ociosa, pleno-emprego dos fatores de produção, e padrões ótimos de 
desempenho e organização.
Dado o conflito entre aescassez dos recursos e as necessidades, é 
necessário se buscar a eficácia alocativa, que diz respeito à escolha dos bens e 
serviços finais, de consumo e de acumulação, que a economia produzirá.
A eficiência produtiva, por sua vez diz respeito ao aproveitamento ótimo dos 
recursos de produção, levando em conta suas limitações e multiplicidades de fins. O 
ponto crucial é para quem produzir, quem ou quais setores serão beneficiados pelos 
resultados da atividade produtiva; é se definir quais mecanismos de distribuição e a 
própria estrutura de distribuição dos resultados do esforço social de produção.
A justa distribuição do produto social nos leva a atingir a justiça distributiva, 
que tem haver com a estrutura de repartição da renda e pressupõe equidade na 
distribuição do produto social.
 
Prevalecem em todas as nações estruturas de repartições da renda e riqueza 
8
O que e 
quanto?
Como e onde?
 Para quem?
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caracterizada por diferentes graus de desigualdade. Na maior parte das nações, os 
limites inferiores de renda recebidos pelas classes socioeconômicas situadas na 
base da pirâmide de repartição, geralmente são de extrema pobreza ou pobreza 
absoluta.
I.7I.7 FATORES DE PRODUÇÃOFATORES DE PRODUÇÃO
São os elementos fundamentais no processo produtivo, de forma que a 
ausência de um deles impede o êxito do próprio processo. São eles: recursos 
naturais (matéria prima), recursos humanos (mão de obra), capital (equipamentos, 
maquinário), tecnologia (métodos e sistemas) e administração (gestão).
Os recursos naturais constituem a base sobre a qual se exercem as pressões 
e as atividades dos demais recursos. Os recursos naturais podem ser renováveis e 
não renováveis, são aproveitáveis em seu estado natural ou transformados. Ex: 
água, minerais, madeira, terra, flora, fauna etc.
Um dos recursos naturais mais importantes é a terra. A provisão mundial de 
terras cultiváveis é declinante em longo prazo, devido à agricultura e o crescimento 
demográfico que exige maiores quantidades de terra. Caso a população mantenha 
seu crescimento e as reservas naturais continuem a ser exauridas de modo 
incontrolável, os níveis de produção tendem a diminuir. Isto porque a escassez de 
matéria-prima estrangulará o crescimento.
Por mais que se expandam os demais fatores de produção, a fixidez dos 
recursos naturais poderá impedir a continuidade do crescimento econômico. De 3,2 
bilhões de hectares de terras apropriadas para a agricultura, aproximadamente 
metade, estão sendo cultivada há mais de 50 anos. Se nos próximos 50 anos ou 
100 anos, a totalidade vier a ser cultivada, a população máxima a ser sustentada 
seria de 11,3 bilhões de habitantes ou 0,3 hectare/habitante.
Os recursos humanos compõem outro recurso econômico, constituído por 
uma parcela da população total, economicamente ativa e formadora de mão-de-obra 
para o mercado. A partir da população total residente em um país podemos definir a 
chamada População em Economicamente Ativa (PEA).
Existem diferenças nesse conceito entre os países, mas geralmente é 
definida como a população com mais de 18 anos de idade. Por sua vez, a PEA é a 
população integrada ao mercado de trabalho, incluem-se a população empregada e 
as que estão procurando emprego. Já na população economicamente não-ativa 
encontram-se os incapacitados ao mercado de trabalho, os pensionistas e os 
aposentados, os detentos, entre outros.
A evolução da estrutura etária da população brasileira recentemente, se 
caracterizou pelo estreitamento da população em idade não-ativa e o alongamento 
da população economicamente não-ativa, Mudando sistematicamente a pirâmide da 
população.
O capital compreende o conjunto de bens e serviços, como máquinas, 
equipamentos, prédios, ferramentas, energia elétrica, transporte, telecomunicações 
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etc., necessários à produção de outros bens e serviços. O capital financeiro é 
necessário para aquisição do capital fixo e de giro. É o recurso econômico de 
produção responsável pelo suporte às operações produtivas existentes, portanto, 
não deve ser confundido com dinheiro (moeda).
A tecnologia ou capacidade tecnológica é constituída pelo conjunto de 
conhecimentos e habilidades de saber fazer e de como fazer (know-how), que dão 
sustentação ao processo de produção. A tecnologia é o elo entre o capital, força de 
trabalho e recursos naturais. Novas habilidades ou conhecimentos acumulados dão 
passagem a novas invenções e inovações.
A capacidade empresarial resume-se em conseguir que a gestão das coisas 
seja feita de forma eficiente e efetiva, com vistas à melhoria da competitividade do 
produto no mercado.
I.8I.8 SISTEMA ECONÔMICOSISTEMA ECONÔMICO
Sistema econômico é a forma como a sociedade se organiza em termos 
políticos, econômicos e sociais para desenvolver atividades econômicas de 
produção, troca e consumo de bens e serviços. 
I.8.1 Elementos de um sistema econômicoElementos de um sistema econômico
Os elementos básicos de um sistema econômico são:
a) estoque de fatores de produção: terra, trabalho e capital;
b) complexo de unidades produtivas: firmas;
c) conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais:
d) organização da sociedade.
I.8.2I.8.2 Classificação dos sistemas econômicosClassificação dos sistemas econômicos
Os sistemas mais representativos hoje são o sistema de livre iniciativa 
empresarial, o sistema de planificação central da economia e o sistema misto. Estes 
sistemas são resultados da evolução por que passaram as formas de organização 
da atividade econômica, em busca do sistema ideal de eficiência produtiva aliada a 
uma eficiência distributiva da produção.
Este ciclo evolutivo iniciado por um sistema em que prevalecia a tradição e 
autoridade, passa pelo mercantilismo, pelo liberalismo que antecedem a concepção 
socialista e prossegue rumo a uma combinação que elimine as idéias radicais das 
duas formas de organização prevalecente nas economias modernas.
a) Sistema de livre iniciativa empresarial
Neste sistema impera a propriedade privada dos bens de produção, ao lado 
de decisões sobre o que e quanto produzir fundamentais no mercado e nos preços. 
As atividades econômicas são, portanto, dirigidas e controladas unicamente por 
empresas privadas, que compete entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, 
porque é habitat natural das empresas.
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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As empresas estariam dispostas a oferecer seus produtos à medida que 
houvesse possibilidades efetivas de obtenção de lucros. Ao lado da propriedade 
privada dos meios de produção, os lucros seriam a segunda grande determinante de 
uma filosofia liberal.
A perspectiva de lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. 
Essa oferta se orientaria pela demanda (ou procura) de bens que superassem as 
necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo das forças de 
oferta e procura, em que imperasse a livre concorrência, seria fundamental para a 
operação da atividade econômica.
Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e 
prejudicial. Ao estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos 
preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto da produção.
Neste sistema, a decisão sobre “o que e quanto produzir” seria tomadapelos 
consumidores e produtores a decisão sobre o “como produzir seria determinada pela 
competição entre os produtores, em busca de maiores produtividades e redução dos 
custos; a questão” como distribuir “seria solucionada pela capacidade de aquisição 
dos bens produzidos, isto é, cada indivíduo irá apossar-se da quantidade de bens e 
serviços conforme sua disponibilidade de recursos financeiros”.
b) Sistema de planificação central da economia
Na economia planificada, as respostas aos problemas fundamentais 
competem aos órgãos centrais de planificação. Os propósitos da ampla intervenção 
da autoridade pública foram os mais diversos e de variados graus. O sistema tomou 
força porque o capitalismo acentuou as desigualdades, que se mostraram flagrantes 
e insustentáveis.
Principais características do sistema:
a) a propriedade dos meios de produção é do Estado;
b) restrições totais a liberdade de empreendimento;
c) organização de centrais de planificação para o ordenamento da economia;
d) estatização do aparelho produtivo;
e) submissão do mercado ao poder regulatório da autoridade pública.
f) os preços dos bens são dados pelo governo, são fortemente subsidiados.
Depois de muitos anos, o sistema de economia planificada também se 
mostrou ineficiente. Na década de 80, vieram as grandes reformas da economia, As 
reformas na época eram inevitáveis e necessárias, dado os fracassos econômico e 
social. Havia na época uma séria diminuição no padrão de vida das pessoas, 
dificuldades de habitação e de suprimento alimentar. Como o sistema centralizado já 
mostrava fragilidade e esgotamento, as reformas adquiriram força própria e se 
estendendo ao plano político.
As reformas desintegraram a URSS e foram responsáveis pela criação da 
Comunidade de Estados Independentes (CEI). No plano político passou a prevalecer 
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o pluripartidarismo, a divisão dos poderes e a descentralização das decisões, dando 
por fim a transição para economia de mercado com a privatização das empresas. 
Nesse sistema, as respostas às questões básicas competem ao Estado, que 
se encarregaria de direcionar e controlar o processo produtivo, através de empresas 
públicas. Este direcionamento e controle far-se-ia com base nos interesses 
coletivos, que prevalecem sobre os individuais.
Desaparecem, segundo esta ordem econômica, a propriedade privada dos 
meios de produção e a instituição do lucro. A meta não é a obtenção de lucros, mas, 
proporcionar o máximo de bem estar geral. Todos os meios de produção seriam 
socializados, isto é, de propriedade coletiva, administrada pelo Estado.
Um complexo sistema de planificação determinaria “o que produzir” 
prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam equacionadas e 
utilizadas de forma a obter um aproveitamento integral de todos os recursos na 
solução do problema “como produzir”. A questão “para quem produzir, que traz em si 
o problema da distribuição da renda, seria solucionada pela quantidade e qualidade 
do trabalho executado, independentemente das necessidades do trabalhador. O 
Estado se encarregaria de proporcionar a preços baixos ou gratuitamente, os 
serviços básicos relacionados à saúde, educação, transporte e moradia, 
assegurando a todos o direito inalienável ao trabalho. A participação ativa de todos 
os trabalhadores no processo econômico substituiria a competição entre unidades 
produtivas, no sentido prevalecente no regime de livre iniciativa”.
c) Sistema misto
Na Economia Mista, a resposta aos problemas fundamentais, cabe tanto as 
empresas estatais quanto às empresas da iniciativa privada. A depressão dos anos 
30 mostrou que o mercado sozinho, não garantia que a economia operasse em 
equilíbrio, evidenciando a necessidade de uma atuação mais ativa do setor público 
no rumo da atividade econômica.
Basicamente, a atuação do governo fica em eliminar as distorções alocativas, 
isto é, na alocação dos recursos, distribuição e promoção da melhoria do padrão de 
vida da coletividade. Isso acontece:
a) na formação de preço (via imposto, subsídios, salário mínimo, cambio);
b) no complemento da iniciativa privada (investimento em infra-estrutura);
c) no fornecimento dos serviços públicos (água, luz, saneamento) e bens 
públicos (educação, saúde, justiça, segurança);
d) na compra de bens e serviços do setor privado.
Não se nota, nem nunca se notou, o funcionamento pleno de formas puras de 
economia de mercado ou de economias socialistas. A intervenção do Estado se 
processa até mesmo em economias tipicamente capitalistas e em economias 
socialistas existem certas formas de propriedade privada da terra.
Observa-se, nos sistemas mistos, a coexistência entre o setor público e o 
setor privado. Muitos aspectos de economia são controlados pelo Estado, mediante 
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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leis, decretos, regulamentos, portarias etc., por meio da criação de empresa ou de 
subsídios, controle de créditos, incentivos fiscais e outras formas. O Estado 
praticamente decide “que e quanto produzir” de vários setores da economia. O 
“como produzir” se dá primordialmente no setor privado, atendendo aos ditames da 
concorrência. A questão “para quem produzir” é respondida, de modo geral, pelo 
livre mecanismo dos preços, porém o Estado se encarrega de proporcionar 
alimentação, ensino, hospitalização, assistência jurídica e outros serviços às 
camadas inferiores de renda. Além disso, o Estado controla certos preços e impõe 
determinados padrões de remuneração (salário mínimo) e recolhimentos 
compulsórios.
O sistema econômico deve adotar medidas para racionar os bens ao longo do 
período no qual não se pode modificar oferta. Este período é chamado o prazo muito 
curto. O uso também será o dispositivo para racionamento dos bens. A especulação 
desempenha importante papel no nivelamento dos recursos dos bens através do 
tempo.
Em que pesem as diferenças entre os sistemas econômicos contemporâneos, 
existem algumas características comuns a todos eles: descompasso entre 
necessidades ilimitadas e recursos escassos, isto é, o problema econômico, como 
corolário desta característica, a aplicação de conceito de possibilidade de produção, 
rendimentos decrescentes e custos de oportunidade se estendem a todos os 
sistemas de operação, divisão do trabalho e especialização, e ainda o uso da 
moeda, medição da atividade econômica como instrumento de planejamento e ação 
econômica.
I.8.3I.8.3 Manutenção e progresso econômicoManutenção e progresso econômico
No mundo moderno, espera-se que a economia mantenha e amplie sua 
capacidade produtiva. Manutenção refere-se a conservar intacta a força produtiva da 
máquina econômica, através de uma provisão para depreciação. A ampliação refere-
se ao aumento contínuo das espécies e quantidades dos recursos da economia, 
juntamente com o contínuo melhoramento das técnicas de produção.
A força de trabalho pode ser aumentada com o crescimento da população e 
com o desenvolvimento e melhoramento das habilidades humanas, o que se 
consegue através da educação e capacitação.
A acumulação de capital depende de vários e complexos motivos 
econômicos, cujas importâncias relativamente se têm debatido. Para ocorrer à 
acumulação de capital, alguns bens devem ser divididos da produção de bens de 
consumo corrente para produção de bens de capital, de modo a ultrapassar a 
quantidade requerida para depreciação.
Melhoramentode técnicas produtivas possibilitam maiores produções com 
quantidades de recursos dados.
I.9I.9 ÁREAS DA ECONOMIAÁREAS DA ECONOMIA
A teoria econômica pode ser estudada por meio da microeconomia e da 
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Introdução à Economia Prof. Antônio Cerqueira
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macroeconomia.
A microeconomia é o ramo da ciência econômica que estuda o 
comportamento das empresas e das pessoas ou famílias, preocupando-se com a 
formação dos preços e o funcionamento do mercado de cada produto individual. É 
composta pela:
a) teoria do consumidor – nível de utilidade e necessidade do consumidor;
b) teoria da firma – teoria da produção, maximização do lucro/minimização 
dos custos;
c) estruturas de mercado - monopólio, oligopólio, concorrência perfeita, 
concorrência monopolista.
A macroeconomia é o ramo da ciência econômica que trata dos grandes 
agregados nacionais, estuda o funcionamento do conjunto da economia de um país, 
envolvendo o nível geral de preços, formação da renda nacional, o desemprego, a 
taxa de câmbio, a poupança, o consumo agregado, o estoque de moeda em 
circulação, as taxas de juros, o produto nacional e interno da economia, entre outros.
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	Capítulo I - Introdução
	I.1	Conceito DE ECONOMIA
	I.7	Fatores de produção
	I.8	Sistema Econômico
		a) Sistema de livre iniciativa empresarial
		b) Sistema de planificação central da economia
		c) Sistema misto

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