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Apostila Arq. Interiores I - Módulo 01 - ATUALIZADO 2013.1

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ISECENSA - Curso de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo 
ARQUITETURA DE INTERIORES I 
 
 
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Esta apostila tem como objetivo o aprendizado de técnicas, e 
todos os conhecimentos necessários ao aprendizado da arte de 
projetar espaços residenciais bonitos e agradáveis para se viver. 
ISECENSA 
Prof.: Lílian P. Faria 
7º PERÍODO 
2013.1 
 
 ISECENSA - Curso de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo 
ARQUITETURA DE INTERIORES I 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Assim como na moda os estilos mudam a cada estação, na decoração os estilos mudam conforme as 
mudanças culturais e socioeconômicas de uma sociedade. 
O surgimento de um novo estilo de decoração não ocorre automaticamente com o desaparecimento 
de outro, é preciso alguns anos para que ocorra essa transformação, pois a sociedade não absorve 
tão rapidamente essas mudanças. Afinal, mudar de estilo de morar não é o mesmo que “trocar de 
roupa”. 
O estilo de uma decoração envolve uma série de fatores como cultura, história, estética, técnica e 
funcionalidade. 
2. HISTÓRIA 
Ao longo do tempo os estilos de arquitetura de interior foram se alterando em função dos desejos e 
necessidades da sociedade. A demanda por novidades é sempre uma constante, porém existe um 
tempo de observação e aceitação das pessoas aos novos estilos de se morar. 
Destacaremos nesta apostila, os movimentos e estilos mais importantes que ocorreram no mundo e 
no Brasil. 
 
2.1. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
A Revolução Industrial de 1845, no século XIX foi um marco na história mundial devido à introdução 
das máquinas no processo produtivo em todos os ramos econômicos, assim como no design de móveis 
e utensílios do lar. 
Iniciada na Inglaterra, a Revolução Industrial favoreceu o surgimento dos “designers”, pois houve a 
substituição dos produtos artesanais, mais clássicos e tradicionais pelos produtos mecanizados. 
Portanto eram necessários profissionais que criassem os produtos a serem confeccionados nas 
indústrias. 
Desta forma, no final do século XIX e início do século XX predominou o sistema de produção em 
massa visando maior produtividade, tendo em vista o crescimento do poder aquisitivo da classe 
média neste período. 
 
2.2. ARTS AND CRAFTS (Artes e Ofícios) 
 
Em reação ao consumismo e a criação de produtos em massa, considerada por alguns intediantes, 
surgiu o movimento Arts and Crafts liderado por William Morris e C. R. Ashbee. Este movimento 
buscava a volta do produto artesanal e personalizado. 
 
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ARQUITETURA DE INTERIORES I 
 
 
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Características: 
 móveis em madeira local de linhas simples, com pés retos com poucos entalhes nas 
extremidades; 
 dobradiças em ferro ou cobre na sua forma bruta; 
 painéis de madeira em cores sólidas; 
 piso de madeira; 
 um tapete por cômodo; 
 decoração sem desordem. 
 
Essa simplicidade e fidelidade aos materiais locais, fez com que o movimento Arts and Crafts fosse 
considerado a semente do movimento moderno., apesar de não ter conseguido grande avanço pelo 
fato de ter produzido peças inacessíveis economicamente pela maioria da sociedade. 
 
Podemos citar como um de seus seguidores, o arquiteto e californiano Frank Loyd Wright. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Frank Loyd Wright 
 
Um apaixonado pela natureza que enxergava sua 
arquitetura e decoração com uma arte única. 
 
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2.3. ART NOUVEAU 
 
Quase que simultaneamente ao movimento Arts and Crafts, surgiu o movimento Art Nouveau 
considerado o primeiro movimento moderno ocorrido de 1890 a 1914, quando eclodiu a 1ª Gerra 
Mundial. 
Art Nouveau nasceu na França com o objetivo de adotar uma linguagem desconectada da história e 
voltada para a união da pintura, escultura e decoração como uma só arte, ou seja, a União das 
Artes. 
1º MOMENTO – William Morris e Goudi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º MOMENTO – Linha Reta 
Como seguidor deste movimento temos o arquiteto e disigner escocês Charles Renni Mackintosh que 
desenvolveu uma versão do movimento com influência retilínea. 
 
 
 
 
Cadeiras curvas feitas por Michael Tonet (1900) e 
cadeira reta criada por Charles Rennie. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características: 
 estilo rebuscado, ornamentação irregular e assimétrica; 
 desenhos orgânicos com referência às curvas da natureza, pés de cadeiras em forma de 
hastes vegetais com decoração floral; 
 cores em tons pastéis; 
 papel de parede com motivos exóticos e temas vegetais e florais; 
 luminárias em ferro e vitrais em forma de corpo de mulher em bronze dourado, cristal, 
vidro e ferro; 
 piso de parquet com tapetes de flores; 
 jogos de sofazinho e duas poltronas de encosto arredondados (influência do Art Nouveau 
no Brasil); 
 Mesas sinuosas ornadas em marfim, madrepérola, madeiras exóticas, Vidor pintado e 
pedras semipreciosas – Influência oriental; 
 Armários com muitos espelhos, de formato assimétrico, laqueados de preto ou com 
detalhes em madrepérola. 
 
 
Charles Renni Mackintosh 
Sutileza, austeridade, rigor e simplicidade 
estrutural 
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2.4. ART DÉCO 
 
Com temas exóticos astecas, maias e africanos, surgiu no período entre guerras (1918 – 1939), o 
movimento Art Déco que substituiu as curvas do Art Nouveau pelas linhas retas e as cores patéis 
pelas vibrantes, em busca da simplicidade, utilidade e economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Surgido após a 1ª Guerra, em função da urgência de reconstrução das cidades, acompanhou as 
novas necessidades da população e absorveu os novos materiais que foram descobertos e 
desenvolvidos pelas indústrias. 
Neste período as peças de design precisavam ser rápidas, funcionais e produzidas em grande escala 
e os artistas começam a projetar para as indústrias. 
 
 
2.5. DE STIJL (STYLE – ESTILO) 
 
Paralelamente ao Art Déco surgiu na Dinamarca em 1917, o movimento chamado De Stijl que vigorou 
até 1931. 
Inserido também no cenário do entre-guerras, buscava formas simples e abstratas em todas as 
expressões de arte, inclusive na arquitetura. O nome do movimento era também o nome de um jornal 
publicado pelo pintor, designer e escritor Theo van Doesburg para difundir sua idéia de simplificar a 
arte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um dos seguidores de movimento De Stijl foi o arquiteto e disigner Gerrit Rietveld criador da 
cadeira Red-Blue e da Rietveld Schroder House, única residência puramente nesse estilo. 
De Stijl influenciou movimentos, outros estilos e escolas como a Bauhaus. 
 
 
Características: 
 Móveis maciços em linhas geométricas, simples e retas com terminações em curvas 
suaves; 
 Painéis de madeira em cores sólidas ou empapeladas ou paredes totalmente nuas; 
 Pisos de parquet com acabamento polido; 
 Tapetes geométricos; 
 Mesas de centro em conjunto com estofados; 
 Sofás e cadeiras baixos com encosto e braços curvos recobertos por veludo, couro; 
 Uso de lacas, metais e pedras.Características: 
 Formas geométricas de ângulos retos; 
 Cores primárias associadas ao preto, branco e/ou cinza; 
 Assimetria. 
 
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Gerrit Rietveld 
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2.6. BAUHAUS – Beleza a serviço da praticidade 
 
A escola Bauhaus foi criada em (1919 – 1933) Berlim na Alemanha pelo então diretor Walter 
Gropius, arquiteto e disigner. 
1º A principio a escola Bauhaus estava voltada para a pintura e para a escultura, visando um 
aprendizado ligado a criação e execução de produtos artesanais. 
2º Em 1923 a escola se voltou para a industrialização crescente e começou a buscar produtos 
mecanizados, funcionais e práticos. 
Materiais como cromados, ferro, plásticos, couro, aço e vidro foram usados em larga escala, por 
serem mais maleáveis. 
 
O designer húngaro Marcel Breuer foi “chefe” da carpintaria da escola e criou a primeira cadeira 
feita com ferro tubular. 
O arquiteto alemão Ludwing Mies Van der Rohe foi o segundo diretor da escola até 1933, quando 
esta foi fechada pelos nazistas em função das idéias comunistas de Walter Gropious. 
Infelizmente a escola, enquanto aberta, não alcançou seu objetivo de tornar as peças em massa 
acessíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ludwing Mies Van der Rohe 
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2.7. ESTILO INTERNACIONAL 
 
Após o fechamento da escola Bauhaus, muitos de seus seguidores foram para os Estados Unidos 
onde encontraram mais liberdade para se expressar. 
 
O movimento moderno se estabeleceu em todo o mundo com as características: minimalista, 
atemporal, globalizado e funcional. 
Os trabalhos de alguns arquitetos de vários países, que seguiram essa linguagem foram 
reconhecidos como formadores de um novo estilo nomeado Estilo Internacional. Durou de 1932 a 
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1945 e teve como alguns de seus protagonistas os arquitetos Mies Van de Rohe, Walter Gropious e 
Le Corbusier. 
O arquiteto franco-suíço Charles-Edouard Jeanneret, conhecido como Le Corbusier começou em 
1928 a se interessar pelo design de móveis e criou peças tubulares famosas como sua chaise longue 
e a poltrona cubo.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Le Corbusier 
Em busca da estética “purista”, apesar de não 
seguidor da Bauhaus, segue a funcionalidade e 
limpeza de estilo em suas peças. 
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2.8. DÉCADA DE 1950 
 
Na década de 1950, as pessoas haviam se cansado de tanta funcionalidade, e partiram em busca de 
espaços mais amplos e modernos, espaços com algum diferencial. Esse diferencial veio com o avanço 
da tecnologia do pós-guerra, que permitiu a criação de novos tipos de vidro, borrachas e plásticos 
trabalhados com formas e cores variadas. Os móveis se tornaram mais leves e ousados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cadeira “tulipa” 1955 subverteu a idéia tradicional dos pés 
palito. Criada pelo visionário designer finlandês Eero 
Saarinen que customizou suas peças com personalidade e 
ousadia tridimensional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cadeira Diamante – jogo de formas e 
flexibilidade do aço cromado. Criação do ítalo 
americano Harry Bertoia, em 1952, que 
acreditava que o espaço, a forma e o uso dos 
materiais eram tão preciosos quanto a 
funcionalidade de um móvel. 
Características: 
 Acessórios, luminárias e móveis trabalhados em formas abstratas ; 
 Cores vivas associadas ao preto ou cinza; 
 Móveis em madeira clara e pés palito com estofados em almofadas soltas; 
 Móveis em plástico oriundo da Itália, Estados Unidos e Escandinávia; 
 Madeiras no interior das casas pintadas em tinta esmalte creme brilhante; 
 Cromado presente em quase todas as peças do mobiliário aos eletrodomésticos. 
 
 
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2.9. DÉCADA DE 1960 (final) 
 
Apogeu do plástico com peças em mobiliário inflável criando um estilo alegre e irreverente = 
LÚDICO – dialogam com a POP ART. 
Quando uma garrafa de coca-cola adquiriu status de obra de arte, pelo simples fato de alguém 
mudá-la de lugar (da geladeira para o museu), aconteceu algo novo no nosso cotidiano. Em primeiro 
lugar libertou todos os objetos da sua função convencional ou utilitária. Em segundo, criou, pelo 
simples deslocamento, uma aura em torno das coisas mais banais, abrindo infinitas possibilidades. 
Esse movimento ficou conhecido como POP-ART e tem levado às últimas e imprevisíveis 
conseqüências a arte ocidental. Esse movimento diz que tudo é relativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Almofada “Sacco” – criada em 1968 pelos 
designers Piero Gatti, Cesare Paolini & Franco 
Teodoro. 
“Sacco” de vinil cheio de bolinhas de 
poliestireno semi expandido. 
Adapta-se a qualquer posição do seu utilizador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cadeira empilhável (Panton) – criada por Verner Panton (1926 
- 1998), arquiteto e designer dinamarquês, e trabalhada em 
formas sinuosas e cores fortes foi o primeiro projeto de design 
a usar o plástico sem emendas. Começou a ser produzida em 
escala em 1967. 
Características: 
 Cores fortes; 
 Piso de madeira coberto por tapetes; 
 Paredes brancas; 
 Assento modular possibilitando formação de vários conjuntos de sofás; 
 Móveis coloridos e arrojados. 
 
 
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2.10. MINIMALISMO (1970-1990) 
Nos vários campos de atividade do design (como a programação visual, o desenho industrial, assim 
como na arquitetura) o minimalismo tornou-se uma linha de pensamento quase predominante durante 
o século XX. 
A arquitetura moderna, especialmente a produzida por arquitetos como Mies van der Rohe, buscava 
formas simples e ausência de adornos e objetos supéfulos, sendo resumida na expressão "Menos é 
mais". Atualmente, arquitetos que procuram recuperar o projeto moderno como Álvaro Siza, Paulo 
Mendes da Rocha, Luis Barragan, Tadao Ando, entre outros, são ditos "minimalistas". 
A arquitetura e o design minimalistas propõem, em geral, um jogo de volumes e formas que esteja 
reduzido às suas configurações não mais que essenciais a suas funções. Entretanto, o uso do termo 
"minimalista" é considerado polêmico, sendo recusado por muitos dos considerados minimalistas. 
O Minimalismo, que se desenvolveu no final dos anos 60 prolongando-se até à década de 70, 
apresenta a tendência para uma arte despojada e simples, objectiva e anónima. Recorre a poucos 
elementos plásticos e compositivos reduzidos a geometrias básicas, procura a essência expressiva 
das formas, do espaço, da cor e dos materiaisenquanto elementos fundadores da obra de arte. 
Embora tenha começado na pintura, a Arte Minimalista conheceu o seu maior desenvolvimento na 
escultura. Os escultores usam normalmente processos e materiais industriais, como aço, plástico ou 
lâmpadas fluorescentes, na produção de formas geométricas, explorando as relações espaciais e a 
capacidade de a escultura interagir com o espaço envolvente, apostando na experiência corporal do 
próprio espectador. 
 
 
 
 
 
Características: 
 Cores suaves; 
 Poucos móveis no ambiente; 
 Espaços vazios com visual simples e limpo; 
 Uso de arandelas, mas ausência de muitos adornos; 
 Cortinas simples como as persianas horizontais. 
 
 
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2.11. HI-TECH OU HIGH-TECH 
O estilo high-tech explodiu nos anos 80. Abandonando os materiais naturais se voltou somente para 
materiais artificiais utilizados nas indústrias. Contra o rústico, rejeitava a idéia de espaço 
unicamente confortável, mas sim surpreendente através de combinações de elementos e materiais 
não usuais. 
Esse estilo trouxe para a decoração, materiais emprestados das linhas de montagem: borracha, aço, 
vinil e plástico. 
 
 
 
 
Imagem ao lado de cozinha hight-tech, projeto 
recente do arquiteto Glen Finch, em residência 
paulista. 
 
Características: 
 Visual industrial com tendência minimalista; 
 Cores vivas; 
 Poucos móveis no ambiente; 
 Piso em concreto aparente, carpete, emborrachados ou cerâmicos sem desenhos; 
 Muito metal em todo o ambientes desde o piso até eletrodomésticos; 
 Cortinas simples como as persianas horizontais e verticais; 
 Tubulação hidráulica e elétrica aparente, assim como a superestrutura. 
 
 
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Cada vez mais as casas tendem a ser plugadas na tecnologia. Entra ano e sai ano, os arquitetos 
aproveitam os avanços tecnológicos para tornar nossa vida mais fácil e prazerosa. Os aparelhos 
eletrônicos modernos caminham para acabar com o estigma da fragilidade. 
 
2.12. PÓS-MODERNO (início da década de 90) = ECLÉTICO E FUNCIONAL. 
 
Inaugurou releituras e reinterpretações de outros estilos. 
O estilo pós-moderno surgiu para questionar os ideais modernistas. De acordo com os novos 
arquitetos e designers da época, o estilo modernista era frio, impessoal, abstrato e inexpressivo. 
Surgiu com mais força na Itália, buscando introduzir elementos históricos no contexto 
contemporâneo, de uma forma sofisticada, inteligente e “brincalhona”. 
 
 
 
 
 
 
O Pós-moderno é a releituras de outros estilos. Ecletismo e funcionalidade estão entre as palavras 
de ordem e teve sua origem no movimento Memphis. 
 
Na Itália houve em 1981 a formação de um grupo de designers chamado Memphis, liderado pelo 
designer Ettore Sottsass. O grupo era ousado, e impactou o mundo com móveis audaciosos e até 
mesmo fora de escala. Utilizava revestimentos plásticos coloridos imitando materiais naturais como 
o mármore. 
Memphis fora reconhecido então como movimento focado na criação de móveis que na maioria das 
vezes questionavam os conceitos de sentar, guardar coisas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Abaixo Ettore Sottsass e ao lado sua famosa 
estante para livros “Calton” de 1981. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características: 
 Utilização de colunas e motivos gregos; 
 Cores harmoniosas e fortes; 
 Visual semelhante ao desenho animado. 
 
 
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3. UM POUCO DO DESIGN BRASILEIRO 
 
3.1. Década de 1920 
 
A história das artes no Brasil teve a “Semana 22” como um importante marco. 
O único designer a participar do evento foi o suíço John Graz (1891-1980), que se manteve em 
destaque como único designer de móveis no país até 1930. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaço e poltrona 
John Grazz 
 
Em 1923 começou a trabalhar como decorador em parceria com o arquiteto russo Gregori 
Warchavchik. 
 
 
 Warchavchik vê os prédios como máquinas de morar. Para 
ele, o "detalhe é inútil e absurdo". Por isso suas linhas retas, 
criando espaços livres e objetivos. 
 
 
 
 
Ao lado cadeira 
criada por Warchavchik. 
 
 
Características: 
 Estilo Art Déco; 
 Espaços com grande variedade de elementos entre caixilhos, vitrais, luminárias, móveis, 
pisos, etc; 
 Iluminação indireta e superfícies cromadas. 
 
 
 
JOHN GRAZ 
GREGORI WARCHAVCHIK 
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3.2. Década de 1930 e 1940 
 
 
 
Joaquim Tenreiro nasceu no ano de 1906 em Melo (Portugal) e faleceu em Itapira (SP) em 1992. 
Filho de um marceneiro, aos nove anos começou a mexer com ferramentas na oficina do pai, 
ajudando-o em pequenos trabalhos e adquirindo assim, desde pequeno, a habilidade artesanal e a 
familiaridade com a madeira. 
Tenreiro já conhecia o Brasil. Trazido 
pelos pais, viveu aqui em dois 
períodos, dos 3 aos 7 anos e, depois, 
dos 19 aos 20 anos emigrando mais 
tarde de vez para o Rio de Janeiro, 
onde a princípio ganhou a vida como 
carpinteiro. 
 
 
Surgiram, então, os móveis inteiramente concebidos, 
projetados e executados por ele, e admiráveis pela 
sobriedade e beleza da forma e pela sábia utilização das 
preciosas madeiras brasileiras, combinadas entre si, ou a 
têxteis especialmente criados por artistas plásticos de 
renome. Para realizar tais móveis, Tenreiro debruçou-se 
atavicamente sobre a sua ancestralidade lusitana, 
responsável em séculos pelo surgimento de tantas obras-
primas de singeleza e funcionalidade, e não em jornais e 
livros estrangeiros. 
Cadeira três pés de 1947, 
 executada com cinco tipos de madeira – 
imbuia, pau-marfim, jacarandá, roxinho e mogno. 
Ao lado a linda mesa de pau-marfim com tampo de mosaico, 
criada em 1949, que deixa nítida a influência 
das raízes portuguesas no trabalho do artista. 
 
Terneiro é considerado por alguns autores como o “pai” do 
mobiliário brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características: 
 Design adaptado ao clima tropical; 
 Peças limpas e funcionais; 
 Grande utilização de madeiras brasileiras e palha. 
 
 
 
JOAQUIM TERNEIRO (1906-1992) 
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3.3. Década de 1950 
 
 
 
O Design brasileiro deslanchou mesmo por volta dos anos 50, e 
o arquiteto Sérgio Rodrigues foi um dos seus maiores aliados. 
 
Nasceu em 1927 (hoje com 80 anos) no Rio de Janeiro, tornou-
se um grande designer de móveis, e foi pioneiro em tornar o 
design nacional conhecido mundialmente com uma linguagem 
própria e bem brasileira. 
 
Seu diferencial era móveis com formas mais ousadas e com mais funcionalidade. 
 
Em 1953 criou a loja Móveis Artesanal Paranaense, a 1° loja de arte e mobiliário moderno em 
Curitiba em sociedade com os irmãos Hauner (designers italianos). 
Em 1954 foi convidado para chefiar o departamento de criação de arquitetura de interiores da 
Forma S/A. (São Paulo) recém-inaugurada. 
Fundou em 1955 a indústria Oca, nome que define uma intenção: retomar o espírito da simplicidade 
da casa indígena, integrar passado e presente na cultura material brasileira. 
 
 
 
 
 
Acima Estrado Mucki,de 1958 e ao lado a 
poltrona Diz de 2002. 
 
 
 
No topo da página o arquiteto encontra-se 
sentado em uma de suas peças reconhecidas 
mundialmente, a Poltrona Mole. 
 
SERGIO RODRIGUES 
 
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Chegando ao Brasil, insatisfeita com os móveis existentes no 
mercado, decidiu criar todas as peças de composição de sua 
decoração. Acreditava que os móveis deveriam ter coerência com 
o momento em que são criados. 
Famosa cadeira Bowl 
de Lina Bo Bardi, criada em 1951. 
 
 
 
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha também se destacou nos anos 
50 desenvolvendo um trabalho de repercussão internacional da 
arquitetura e do design brasileiro. Em 1957, criou 
a poltrona paulistano (imagem ao lado) que 
apresentava em sua composição leve uma única 
barra de ferro e uma 
única peça de tecido 
formando o encosto e o 
assento. 
O arquiteto continuou 
sua trajetória de sucesso, vindo a ser o 
segundo brasileiro, depois de Oscar 
Niemeyer, a ganhar o prêmio norte-americano Pritzker, o mais importante em arquitetura. 
O Pritzker existe desde 1979 e já foi dado a arquitetos como Frank O. Gehry, Álvaro Siza, Luís 
Barragan e Tadao Ando, entre outros. 
 
3.4. Década de 1960 
 
Com Golpe Militar de 64 e o AI-5 (Ato Institucional) em 1969, a cultura e a arte brasileira foi 
muito reprimida no país, se destacando mais no exterior onde encontrou mais liberdade de 
expressão. 
 
 
Nos anos 60 os designers e arquitetos buscavam um estilo mais 
intelectual, minimalista e gráfico. 
O arquiteto Bernardo Figueiredo o lado do mexicano Aurélio Martinez 
Flores foram importantes ícones do design brasileiro nesse período. 
 
Ao lado cadeira em jacarandá e palhinha 
dos anos 60 de Bernardo Figueiredo. 
 
 
LINA BO BARDI (1915-1992) 
 
PAULO MENDES DA ROCHA 
BERNARDO FIGUEIREDO 
 
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Essa poltrona, que reúne a inusitada mistura de 
madeira nobre com lona de caminhão, criada 
pelo fantástico arquiteto mexicano Aurélio 
Martinez Flores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cadeira Recurva de Espaldar Alto, 
1949 
Joaquim Tenreiro 
Jacarandá e palhinha 
Coleção Jones Bergamin/RJ 
 
 
 
3.5. Década de 1970 
 
Nesta década no Brasil, ocorreu o nascimento de novas escolas de arquitetura formando novos 
designers. Neste momento o mundo inteiro já estava totalmente voltado para a globalização. Neste 
período temos como destaque o arquiteto Oscar Niemeyer. 
 
 
Oscar Niemeyer inicia a sua incursão no 
design de móveis em 1971. "O problema que 
encontrei no equipamento dos edifícios é que, 
muitas vezes, o mobiliário, o arranjo interno, 
prejudica completamente a arquitetura", diz o 
arquiteto no livro Móvel moderno no Brasil, de 
Maria Cecilia Loschiavo dos Santos, ao 
explicar o porquê do interesse em projetar 
mobiliário: considera-os parte fundamental da 
composição arquitetônica. 
 
AURÉLIO MARTINEZ FLORES 
 
OSCAR NIEMEYER 
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Na mesma publicação, Niemeyer revela ainda 
que prevê em seus projetos os espaços 
destinados aos grupos de móveis e, se 
colocados de maneira indevida, todo o projeto 
é prejudicado. "Às vezes eles não estão de 
acordo com a arquitetura, e o ambiente se faz 
sem a unidade que a gente gostaria. Por isso é 
que eu comecei", diz, e segue, "todos os móveis 
estão presos ao princípio de que são 
complemento da arquitetura e devem ser 
atualizados e modernos como a própria 
arquitetura". 
3.6. Década de 1980 
 
Neste período no Brasil, houve uma grande 
exaltação dos móveis estrangeiros através da 
importação de produtos oriundos da Europa e dos 
Estados Unidos. A produção brasileira se voltou 
para a reprodução de ícones estrangeiros como a 
cadeira Wassily (foto ao lado) e a chaise longue 
de Le Corbusier. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.6. Década de 1990 
 
Em final dos anos 80 e durante os anos 90 surgiram várias oficinas e lojas de fabricação de 
mobiliário nacional. O Design deste período foi marcado pelo principio de móveis mais funcionais que 
bonitos, mais práticos do que teóricos. 
Podemos citar como designers dessa época Carlos Motta, Ruy Otake e os irmãos Campana. 
 
 
 
Características: 
 Design mais próximo da arte que da funcionalidade; 
 Grande multiplicidade de tendências. 
 
 
 
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Imagens de projetos com influencia 
brasileiras, escandinavas e norte-
americanas. 
 
 
 
 
Os dois viveram sua infância e adolescência em Brotas; já 
formados, foram para São Paulo, onde iniciaram sua carreira artística; nestes quase 20 anos, 
viajaram pelo mundo todo, fazendo exposições pessoais e coletivas, workshops, palestras, cursos, 
ganharam inúmeros prêmios, tem suas obras expostas nos principais museus do mundo e são hoje, 
sem dúvida, reconhecidos pela crítica especializada, como designers de maior criatividade do século 
XXI. Sem dúvida os irmãos Campana abriram portas para a criatividade brasileira. 
 
Poltrona Pedaços feita com 
pedaços de madeira inspirada nas 
favelas brasileiras. 
 
 
 
 
 
Poltrona cone 1997 – aço inox e 
policarbonato, uma de suas obras 
mais recentes. 
CARLOS MOTTA 
IRMÃOS CAMPANA (FERNANDO E HUMBERTO) 
Campana) 
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 Poltrona Bola 
 
 
 
 
 
 
 
 
Poltrona Sushi IV 
Chair 
 
 
3.7. Atualidade – Século XXI 
 
A globalização vem se fortalecendo ainda mais em todos os setores das artes e tecnologias. Surgiu 
então uma decoração impessoal e muitas vezes sem raízes culturais. 
Por tanto é possível ver residências extremamente parecidas interiormente em diferentes paízes. 
 
Atualmente estamos entrando na era da Arquitetura Cibernética criada pelo arquiteto britânico 
James Law. É uma arquitetura flexível e altamente mutável, pois busca quebrar conceitos pré-
estabelecidos sobre o uso costumeiro de elementos do design de interior, tornando-os 
multifuncionais. 
Como exemplo desse estilo temos a cama que vira sofá, e o projeto do edifício residencial 
computadorizado em Dubai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. ESTILOS DE DECORAÇÃO 
 
De acordo com Vera Fraga Leslie em seu livro LUGAR COMUM “Auto – Ajuda” de decoração e 
estilo; o Estilo é uma forma particular ou distintiva de expressão artística, característica de um 
indivíduo, povo ou período. “Ter estilo é criar uma narrativa pessoal que ultrapasse as fronteiras da 
casa.” 
 
Vera diz que, antes de mais nada, um projeto de decoração deve: livrar-se das prisões históricas, 
ter a audácia de assumir um compromisso moral com o seu tempo; ser prático, ter ordem, 
dependendo do ponto de vista ou da perspectiva; desfrutar da liberdade de comprar qualquer tecido 
e ter a criatividade de transformá-lo em veludo azul. 
 
“Criar é tirar partido das carências pessoais e históricas. É fazer com que os objetos transcendam 
o seu valor de uso, criando uma linguagem. Um sentido que vai além da puraostentação de status, na 
busca das mais sutis e delicadas posições diante da vida. Quando não se aceita um sentido definido 
a partir do que é “in or out”, tem-se a estética da contradição.” 
 
A revolução industrial e as exigências da vida moderna substituíram esses móveis de “estilo” pela 
funcionalidade dos móveis encaixáveis e dobráveis, nos quais a forma segue a função. As madeiras 
foram trocadas por fórmicas e outros materiais sintéticos. Aquele velho e bom móvel antigo tem 
agora outra função. É uma citação, uma memória – objeto que só permanecerá vivo na companhia do 
novo. 
 
“Nossa casa não é uma instalação nem um cenário, entretanto podemos eleger certos objetos, 
prontos e prosaicos, como um ícone ou uma escultura. O mais genial dessa idéia é que ela não custa 
nada.” 
 
“Nenhum objeto possui valor absoluto, mas um valor relativo, que será dado por você, no contexto 
da sua casa, não importa de onde vem, Londres ou Paraguai.” 
 
Vera Fraga Leslie 
 
Como vimos, o conceito de morar não é absoluto, é mutável conforme os avanços tecnológicos, 
econômicos, políticos e culturais de um povo. Observe as imagens a seguir que mostram a evolução 
do conceito de Quarto no Brasil de 1970 até o ano 2000. 
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4.1. DECORAÇÃO JAPONESA 
 
 
 
 
 
 
 
Sobriedade, simplicidade e naturalidade são as 3 chaves da decoração japonesa. 
O interior japonês é sóbrio e ordenado. As casas japonesas não estão obstruídas por muitos objetos 
decorativos. A diferença do modelo de decoração interior ocidental, é que a decoração japonesa 
privilegia a vida simples com os móveis essenciais. A característica principal da concepção japonesa 
dos interiores é a simplicidade e a pureza das coisas. 
Devido à falta de espaço, os japoneses se servem da técnica da paisagem artificial, que dá uma 
sensação de liberdade e de espaço. 
 
Outra característica do estilo tradicional é o fato dos japoneses se sentarem no chão, em tatames. 
Umas almofadas sobre os tatames proporcionam comodidade extra. 
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Os elementos orientais estão presentes nos ambientes em cerâmicas, mobiliário, luminárias, 
biombos e ofurôs. Já os tatames, revestimentos de palha de arroz e junco, são encontrados nos 
ambientes mais típicos. Os móveis baixos, onde quase tudo é feito próximo ao chão, as cores fortes 
como o vermelho e o preto, o bambu, os futons e os papéis utilizados na produção de divisórias e 
luminárias caracterizam esse estilo. E é claro a madeira, o ponto alto da arquitetura japonesa. 
 
Entre os atributos da decoração japonesa, a assimetria tem um papel importantíssimo. A simetria 
representa para eles o estancamento, contrariamente à assimetria, que é criativa. Nenhum interior 
japonês poderá considerar-se como tal sem um Ikebana, um arranjo floral tradicional do Japão. 
Esse pequeno arranjo dá uma sensação de equilíbrio ambiental. O número de flores ou de ramos 
utilizados é sempre impar. 
A cultura oriental teve um boom na virada do século com a valorização do estilo zen, à busca da 
qualidade de vida. Atualmente as pessoas estão usando o toque oriental em ambientes de meditação 
e áreas externas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.2. DECORAÇÃO ÁRABE 
Os tapetes e tecidos desempenharam um papel 
essencial na cultura islâmica. 
Na época em que prevaleceu o nomadismo, as tendas 
eram decoradas com estas peças. À medida que os 
muçulmanos se tornaram sedentários, sedas, brocados 
e tapetes ganharam status de decoração em palácios 
e castelos, bem como nas mesquitas, nas quais os 
crentes ajoelham-se sobre tapetes, pois não devem 
ficar em contato com a terra. 
Uma rica diversidade de estilos e o uso de técnicas 
eficazes marcaram as artes visuais islâmicas, essencialmente decorativas e coloridas. Os arabescos 
eram utilizados tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos. A produção de cerâmicas, 
vidros, a ilustração de manuscritos e o artesanato de madeira ou metal também foram muito 
importantes na cultura islâmica. 
A cerâmica é uma das primeiras artes decorativas 
muçulmanas, principalmente a decoração da louça 
de barro em esmalte, uma das mais admiráveis 
contribuições do Islã para esta arte. A ilustração 
de manuscritos é igualmente muito reverenciada 
nos países árabes, especialmente a pintura em 
miniatura, no período posterior às invasões dos 
mongóis (1220-1260). Da mesma forma a caligrafia 
teve seu papel de destaque como motivo 
decorativo, uma vez que a palavra escrita é 
considerada pelos muçulmanos como uma revelação 
divina. 
A pintura islâmica é expressa por meio de afrescos e miniaturas. Infelizmente, poucas pinturas 
sobreviveram ao tempo em bom estado. Elas eram em geral empregadas na decoração das paredes 
dos palácios ou de edifícios públicos. Seus temas abrangiam episódios de caça e do cotidiano da 
corte. 
Almofadas cômodas e confortáveis, mesas baixas e 
bandejas de cobre são alguns elementos que 
compõem este tipo decoração. Sentados no chão, 
os árabes sentem uma comodidade igual como 
sentir no sofá. 
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Sejam do tipo que sejam, os tapetes 
são elementos indispensáveis para 
criar um ambiente caloroso e 
confortável. Poder-se sentar para 
tomar um chá ou para comer… poder 
falar com os hóspedes 
relaxadamente… podem contrariar o 
frio do chão… Os tapetes são muito 
funcionais. E mais, muito decorativos! 
Mas muito mais que um elemento de 
decoração, os tapetes podem ser 
também elementos significativos, 
pelas suas cores e confecção. 
Na decoração árabe, as cores são as seguintes: rosa caramelo, verde anis, vermelho profundo, 
laranja vitaminado, azul turquesa. As cores mais vivas do arco-íris são necessárias para este estilo 
de decoração. Esta paleta explosiva de cores enriquece todo o tipo de lantejoulas e bordados 
dourados ou prateados. Agora vamos passar para outro tópico importante: os materiais. 
Móveis em cores vivas, cadeiras de Marajá ou espelhos de ferro forjado também serão ideais para 
este tipo de decoração. Inseridos nesse contexto encontramos todo o tipo de elementos prateados 
ou dourados: cadeiras, espelhos, mesas rasas, etc. 
4.3. DECORAÇÃO INDIANA 
 
Do país das divindades, dos tecidos coloridos, dos temperos picantes e da delicadeza no olhar 
chegam objetos carregados de simbologia e de boas vibrações. A casa agradece sempre que passa a 
abrigar uma peça cujo significado é importante para o morador, como uma cabeça de Buda, uma 
estátua de Shiva ou até mesmo um pórtico entalhado. O resultado é um ambiente que emana 
serenidade e criatividade. Turquesa e vinho, entre outras cores intensas, também remetem à 
atmosfera Indiana e podem ser traços mais suaves da presença dessa influência étnicana 
decoração. Vasos, copos, tecidos, incenses, móveis e objetos de evocação hindu também trazem 
ares da índia sem transformar a casa num cenário excessivamente típico. Peças pequenas usadas de 
forma pontual facilitam inclusive a mudança de estilo. 
 
 
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4.2. DECORAÇÃO FRANCESA 
 
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