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RAÇA E ETNICIDADE
Até o século XX, o conceito de raça possuía validade científica no mundo ocidental - sua teoria científica surgiu durante a revolução científica/democrática e industrial -. Isso muda com o holocausto, que mostrou os terrores cometidos em nome de uma pretensa “pureza social”. A relevância sociológica da noção de raça está no fato dela influenciar as percepções sociais e se constituir enquanto atributo importante na reprodução das relações de poder e dominação da sociedade. Teve como influência o darwinismo social (Herbert Spencer) impactando o evolucionismo; a frenologia e antropologia criminal – a partir de características físicas pode-se dizer o quanto criminal é uma pessoa. – 
Raça: constitui uma categoria socialmente construída a partir de traços físicos ou fenotípicos. Ex: branco, negro, amarelo.
 Etnia: constitui uma categoria socialmente construída a partir de traços culturais. Ex: religião, língua, costumes, etc.
DR. MORTON: acreditava que, quanto maior o cérebro, mais inteligente o indivíduo. Chegou à conclusão de que as raças que se encontravam no topo da hierarquia social tinham os maiores cérebros (indivíduos brancos de origem europeia), e os que tinham menores, (os asiáticos, índios e por fim os negros) ficavam na base. Afirmou ser capaz de distinguir os crânios dos indivíduos brancos e negros com base no formato.
CESARE LOMBROSO: conhecido, como o pai da antropologia criminal. Acreditava que essas tatuagens permitiam distinguir o soldado desonesto do honesto. Mas a presença da tatuagem não era suficiente. Era necessário definir o caráter dos loucos, utilizando métodos experimentais da ciência positivista. Porque a criminalidade era concebida como um fenômeno físico e hereditário.
→ Raymundo Nina Rodrigues: para ele, a razão do atraso e dos desequilíbrios da sociedade brasileira encontrava-se nas misturas raciais e culturais. A raça negra no Brasil seria um dos fatos de nossa inferioridade. Estabelecia uma relação entre mestiçagem e criminalidade. 
GORBINEAU (pai do racismo moderno): suas ideais representam uma simplificação excessiva e ingênua do senso comum de sua época. Tenta estabelecer uma hierarquia das raças, tendo por base capacidades intelectuais, físicas e até de beleza. (no topo da hierarquia a raça branca, depois a amarela e por último a negra.) as grandes civilizações da humanidade somam não mais que dez e todas elas foram produzidas pela raça branca. A raça branca ou ariana, vinda da Ásia central, era a única que tinha virtudes (incluíam o amor pela liberdade, à honra, etc.) necessárias para o desenvolvimento da civilização; mas só poderiam ser repassadas se a raça continuasse pura. Acreditava que a miscigenação era uma tendência inevitável e levaria ao fim da civilização. As civilizações são fundadas a partir da conquista de raças inferiores ou “femininas” por raças superiores ou “masculinas”, onde a superior era numericamente menor que as inferiores, levando a uniões inter-raciais. A miscigenação levaria a um progresso da sociedade, mas depois ocorreria a degeneração da vitalidade original. Acreditava que apenas o alemães tinham preservado sua pureza ariana, mas dizia também que seria só uma questão de tempo para que também degenerassem.
CONSEQUÊNCIAS SOCIOLÓGICAS DO RACISMO CIENTÍFICO
Justificativa moral para o neo-colonialismo, “o fardo do homem branco”: por serem mais evoluídos, tem que civilizar os menos evoluídos. Vieram trazer a civilização (noções racistas). O pagamento por essa civilização era em imposto, porém os nativos não tinham, e eram escravizados.
Política de imigração: passam a ser racionalmente discriminatórias. Tinha o objetivo de empobrecer a população brasileira.
Eugênia: (“pureza racial”) – ciência que buscava a pureza racial.
A CIÊNCIA SOCIAL DO SÉCULO XIX estava preenchida por uma concepção naturalista de ciência. Entre os anos de 1870 e 1930 muitos intelectuais brasileiros acreditavam que diferenças raciais se baseavam na biologia. Geração de 1970 era a construção de uma identidade nacional. O país não havia uma imagem de si prórpio. A heterogeneidade cultural existente no Brasil, que vem da heterogeneidade racial, era vista como uma barreira à ideia de nacionalidade. Para salvar a situação, nossos cientistas promoveram o surgimento da tese do branqueamento e a noção de mestiços superiores. O branqueamento era um processo de miscigenação gradativo, que após 3 gerações, produziria uma população de características brancas. A avaliação pessimista só será superada a partir do movimento modernista, em 1920 e da interpretação inovadora de Gilberto Freire.
Racismo de origem: origem genética/hereditária 
RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL
GILBERTO FREYRE (1900-1987): Casa grande e senzala. 
Rejeição da noção de raça – utilização do conceito de cultura para analizar as contribuições das diferentes etnias para a formação social do Brasil
Miscigenação passa a ser valorizada como traço distintivo e positivo da cultura brasileira. Suposta “degeneração” das raças mestiças seria resultante de super exploração do trabalho e péssima nutrição.
 Valorização do elemento português na formação cultural brasileira. (Portugal é uma nação mestiça. – povo plástico e adaptável). A colonização portuguesa possibilitou o contato interno e a mistura das diferentes raças e etnias. A sociedade patriarcal gera o “equilíbrio do antagonismo”, que por consequência gera a “democracia racial”. O colonialismo português é amigável.
Democracia racial não significa que não há diferenças raciais; pelo contrário, existe um equilíbrio de antagonismos (conflitos).
DONALD PIERSON (1900-1995)
Seu trabalho é a primeira análise sociológica e sistemática das relações raciais no Brasil. (Bahia, décadas de 1930 e 1940)
“Um negro rico é branco; um branco pobre é negro”.
Embora as posições inferiores na sociedade, há a possibilidade objetiva de ascensão social dos não brancos
A ascensão social dos “negros” os embranquecia no imaginário. Preconceito de classe é mais relevante que o de raça. O Brasil é uma sociedade multi-racial de classes.
FLORESTAU FERNANDES (1920 - )
Primeiro sociólogo a criticar o mito da democracia racial. Obra: A integração dos negros na “sociedade de classes”.
A população parda e negra não conseguiu se inserir satisfatoriamente na sociedade de classes no período pós-escravidão, por causa de sua “situação de raça”.
1º
CARLOS HASENBALG
Grande referência nos estudos de raça e estratificação social no Brasil
Seu foco é como se dá a dinâmica do racismo, olhando para a situação política e econômica. Emergência de mercados de trabalho racialmente segregados (Brasil, áfrica do sul, EUA).
Segue a linha teórica de crítica ao ideal de “democracia racial”
O ódio entre as raças nos EUA e na África do Sul, surgiu da extrema competição entre brancos e negros no mercado de trabalho.
2º
Negros: são mais predispostos a trabalhos pesados – justificativa para a segregação - e eram considerados mercadorias.
3º
Ideologia do embranquecimento + extrema miscigenação = fragmentação das identidades raciais dificultar a emergência de solidariedade de base racial mobilização política de NIP
Perpetuação das desigualdades de raça, com a necessidade de se constituir um sistema de segregação racial rígido.
1º Quais eram as relações de favor?
2º Qual o efeito da raça na sociedade?
3º Por que não se desenvolveu no Brasil um ódio racial entre os grupos étnicos?
4º A tese do embranquecimento rompe com os pressupostos do racismo científico?