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Sociologia, análise fílmica

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA
ANÁLISE FÍLMICA
Samuel Shiva Fraga Ramires 
Trabalho solicitado pelo professor Rogério Lustosa, de Sociologia, afim da obtenção de nota parcial na IIIª Unidade.
Salvador – BA
2019
Análise fílmica:
Filme: Capitão Fantástico 
Ano: 2016
Direção: Matt Ross 
 
a) Ao longo do filme fica claro que Ben tem uma repulsa a ideia de levar seus filhos para a escola, do contrário não teria excluído essa possibilidade com eles ainda bebês. Percebe-se que não é, necessariamente, um problema a falta de frequência à escola, do ponto de vista intelectual. Isso fica evidente quando Ben “prova” que seus filhos tem uma educação impecável mesmo sem ter frequentado nenhuma instituição de ensino, o método de ensino de Ben apesar de não ter sido detalhado a fundo no filme trás um ideal, onde as crianças são ensinadas a interpretar e não recitar. Uma educação em casa não necessariamente prejudica a evolução do indivíduo se tratando da formação básica e do currículo, a educação institucional não necessariamente é boa e talvez nem haja de fato comparação plausível para a qualidade da educação institucional e a educação caseira. 
Todo esse discurso sobre a qualidade da educação, porém, desmorona com alguns pontos. Apesar dos filhos de Ben no filme serem intelectuais de verdade eles não tem experiências práticas com o mundo social. Eles leem sobre filosofia, relações, comunicação, política, humanidade… entretanto não vivenciam isso exceto em seu próprio círculo familiar, suas únicas experiências são com a natureza e a natureza definitivamente não representa a sociedade. 
O maior conflito do filme é, inclusive, essa dificuldade de conciliar o que foi aprendido em teoria com as experiências sociais práticas. 
b) No filme é mostrado o quão doente é nossa atual alimentação. A ingestão de produtos industrializados adoece e enfraquece, nos faz ficar acima do peso e nos tira da linha “natural” das coisas. Os filhos de Ben foram criados caçando sua própria comida e vivendo de coisas naturais, o que adaptou eles a uma alimentação saudável. Essa analogia pode ser feita em relação a alimentação do interior e da capital. No interior não há franquia de fast food, as pessoas plantam sua própria comida e matam seu gado no quintal de casa, consequentemente a alimentação fica muito mais balanceada e natural, já na capital se tem alimentos industrializados em todo lugar e apenas a um clique de distância. O artificial é mais barato, mas o barato nos custa caro. 
c) Os filhos questionam a relação deles com a alimentação, ensino e hospitais. O pai criou eles para se alimentarem do mais natural, estudarem em casa longe de centros educacionais e se tratarem de forma natural evitando a todo custo um hospital. Ao longo do filme as crianças aprendem sobre a alimentação da cidade, a necessidade de hospitais e, o filho mais velho, deseja inclusive ir à universidade. Tudo isso gera conflitos entre filhos e pai e a relação fica cada vez mais complexa.
d) Não sem razão, Ben se mostra recluso a medicina moderna, afinal, numa sociedade capitalista isso soa muito complexo. Porém, a sua mulher teve sérios problemas mentais e não teve outra opção a não ser ir ao hospital se tratar. Ao longo do desenrolar da história se percebe que tanto quanto for possível Ben pretende tratar seus filhos em casa, apenas cedendo a hospitais em situações emergenciais como a de sua mulher e de uma de suas filhas. Já a mão quebrada do filho pôde ser tratado no “ambiente familiar” apesar das dificuldades.
e) É feita uma comparação grotesca entre a forma que Ben apresenta os fatos para seus filhos e como seus parentes da cidade apresentam para os filhos deles. Ben acaba sendo realista e sincero, além de, teoricamente, irresponsável com seus filhos, ao mesmo tempo também em que os deixa “livres” para evoluir de uma forma diferente. Já a família da cidade tem mais cuidado e cautela omitindo a verdade e “superprotegendo” os filhos por, provavelmente, medo do quão doloroso aquilo pode ser. Os conflitos ficam evidentes em brigas que ocorrem ao longo do filme sobre como pode ser considerada errada a forma com a qual Ben criou seus filhos. 
f) Eles “perderam o medo” da cidade, aderiram a uma cultura mais sociável nos tempos modernos, ainda assim sem abrir mão de sua base e natureza. Eles cederam desfazendo seus cascos duros que não os deixava ter acesso ao mundo exterior (no caso, interior, dentro das cidades). As crianças passaram a ter uma vida integrada socialmente, assim como o pai. Foi tratado como se sua decisão inicial fosse, inclusive, deveras errada, e sua decisão final fosse a ideal, mas não é bem assim. Ben aderiu a realidade da cidade mais por falta de opção e em respeito aos seus filhos que demonstraram tremenda curiosidade de se introduzir no meio social das cidades.

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