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Jurisdição Constitucional Disciplina de Processo Constitucional Prof. Me. Henrique Rabello Serafim Evolução O Estado Liberal de direito foi designado como estado submetido as suas próprias leis (Revolução Francesa - 1789). A preocupação da época estava em superar o modelo de Estado absolutista, limitando a sua intervenção na liberdade individual e relegando os principais aspectos públicos de governo às leis provenientes de um Parlamento composto pelos considerados cidadãos na época. Evolução O Estado Social de direito emergiu da ausência do Estado em determinados âmbitos da vida social, que relegou grande parte da população a uma situação de séria desvantagem em relação à outra pequena parte efetivamente participante das decisões políticas do Estado. As exigências de saúde, educação, moradia e emprego, informadas pelas ideias socialistas, vieram a consolidar no início do século XX o que se chamou de Estado do Bem-Estar Social, incumbido de promover a melhoria das condições de vida da população. Evolução O Estado Legislativo de Direito vigorou até 1945. Nele, a Constituição era compreendida, essencialmente, como um documento político, cujas normas não eram aplicáveis diretamente. A supremacia da constituição não se traduzia em supremacia de fato. Tampouco existia o controle de constitucionalidade das leis pelo Judiciário – ou, onde existia, era tímido e pouco relevante. Nesse ambiente, vigorava a centralidade da lei e a supremacia do parlamento. Evolução O Estado democrático de Direito leva em consideração a abertura do campo social para a ampliação de direitos. O Estado Constitucional de Direito se consolida, na Europa continental, a partir do final da II Guerra Mundial (1945). No Estado Constitucional de Direito, a Constituição passa a valer como norma jurídica. A partir daí, ela não apenas disciplina o modo de produção das leis e atos normativos, como estabelece determinados limites para o seu conteúdo, além de impor deveres de atuação ao Estado. Nesse novo modelo, vigora a centralidade da Constituição e a supremacia judicial, como tal entendida a primazia de um Tribunal Constitucional ou Suprema Corte na interpretação final e vinculante das normas Constitucionais. Jurisdição Constitucional - Kelsen Para Hans Kelsen significa “A garantia jurisdicional da Constituição [...] é um elemento do sistema de medidas técnicas que têm por fim garantir o exercício regular das funções estatais” (Jurisdição constitucional, 2007, p. 123-124). Outorga de poderes a um órgão jurisdicional para verificar a conformação das leis e demais atos ao texto constitucional. Jurisdição Constitucional No caso brasileiro, essa competência é exercida por todos os juízes e tribunais, situando-se o Supremo Tribunal Federal no topo do sistema. A jurisdição constitucional compreende duas atuações particulares: A aplicação direta da Constituição. Ex.: O direito à liberdade de expressão, sem censura ou licença prévia A aplicação indireta da Constituição. Quando o intérprete a utiliza como parâmetro para auferir a validade de uma norma infraconstitucional (controle de constitucionalidade). 7 Jurisdição Constitucional A jurisdição constitucional compreende o poder exercido por juízes e tribunais na aplicação direta da Constituição, no desempenho do controle de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público em geral e na interpretação do ordenamento infraconstitucional conforme a Constituição (Luís Roberto Barroso, Jurisdição Constitucional: A Tênue fronteira entre o Direito e a Política, p. 4). 8 Jurisdição Constitucional A jurisdição constitucional compreende o poder exercido por juízes e tribunais na aplicação direta da Constituição, no desempenho do controle de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público em geral e na interpretação do ordenamento infraconstitucional conforme a Constituição (Luís Roberto Barroso, Jurisdição Constitucional: A Tênue fronteira entre o Direito e a Política, p. 4). 9 Críticas à expansão da intervenção judicial na vida brasileira Crítica político-ideológica: A jurisdição constitucional e a atuação expansiva do Judiciário têm recebido, historicamente, críticas de natureza política, que questionam sua legitimidade democrática e sua suposta maior eficiência na proteção dos direitos fundamentais. Ao lado dessas, há, igualmente, críticas de cunho ideológico, que veem no Judiciário uma instância tradicionalmente conservadora das distribuições de poder e de riqueza na sociedade. Nessa perspectiva, a judicialização funcionaria como uma reação das elites tradicionais contra a democratização, um antídoto contra a participação popular e a política majoritária. 10 Críticas à expansão da intervenção judicial na vida brasileira Crítica quanto à capacidade institucional: Capacidade institucional envolve a determinação de qual Poder está mais habilitado a produzir a melhor decisão em determinada matéria. Temas envolvendo aspectos técnicos ou científicos de grande complexidade podem não ter no juiz de direito o árbitro mais qualificado, por falta de informação ou de conhecimento específico. 11 Críticas à expansão da intervenção judicial na vida brasileira Crítica quanto à limitação do debate: A primeira consequência drástica da judicialização é a elitização do debate e a exclusão dos que não dominam a linguagem nem têm acesso aos locus de discussão jurídica. Na outra face da moeda, a transferência do debate público para o Judiciário traz uma dose excessiva de politização dos tribunais, dando lugar a paixões em um ambiente que deve ser presidido pela razão. 12
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