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O que o dinheiro não compra

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O que o dinheiro não compra – Michael J. Sandel
Os limites morais do mercado
Direito Diurno/URI – 4º Semestre – Sociologia do Direito
Nomes: Eduarda Retore e Nadine Langner
Capítulo 2 – Os incentivos
O capítulo 2 trata do mercado econômico como o centro do nossa sociedade, em como o dinheiro tornou-se a principal forma de ultrapassar obstáculos. Primeiramente, o autor descreve a atuação do dinheiro de forma geral-corrupta, corrompendo um bem, uma atividade social, sempre que a transformarmos inferior ao padrão que seria adequado, em que as mulheres vendem a sua esterilidade, Barbara Harris a fundadora do projeto, quer ter o controle de natalidade de mães viciadas em drogas, argumentando que se as mulheres grávidas tem a capacidade de vender sua fertilidade, não tem o discernimento de dedicar uma boa vida ao seu filho, Harris trata a mulher como máquina danificada e no momento em que ela aceita a proposta, está concordando com a situação, já que consente com a venda de algo que pertence unicamente a ela. O questionamento que fica, é se devemos encarar nosso corpo como uma posse em que podemos dispor e usar como quisermos, ou se certas formas de uso não seriam aceitáveis, pois trataria de autodegração. Juntamente com isso, relaciona o debate acerca da prostituição, barriga de aluguel, compra e venda de óvulos e espermas.
O preço pode ser explicito, assim caracterizando bens comuns vendidos durante o cotidiano, ou preços implícitos sobre os nossos bens, de valor moral ou o que seria de “direito a todos”, como casamento, sexo, filhos, proteção ambiental, entre outros. Gary Becker, um economista que sustenta a tese de que as pessoas estão empenhadas em maximizar seu bem-estar, independente da atividade necessária, o comportamento humano, que envolve relações e decisões, sejam elas, pequenas ou grandes, de pessoas ricas ou pobres, homens ou mulheres, adultos e crianças, estão sendo análogas a decisões de vida ou morte, a escolha de uma marca de café ou a escolha de um parceiro. 
Quem resiste à abordagem econômica, considera ela um resultado confuso e imprevisível de “ignorância e irracionalidade”, inexplicáveis mudanças de valores, costumes e tradições. Outra forma de analisar como toda ação humana está envolvida com o mercado, é o crescente uso de incentivos monetários para resolver problemas sociais. Como remunerar crianças pelas boas notas. 
Cada vez mais os incentivos financeiros estão sendo considerado um item de melhor desempenho educacional, o efeito esperado, de maior desempenho, é notado, porém, não significa que quanto mais se paga, com mais afinco o aluno irá trabalhar e melhor será o resultado. Os programas de incentivo, que deram certo o Advanced Placement, não foram pelo suborno, mas pela mudança de cultura, mudado as atitudes em relação ao desempenho. Alunos e professores, não se comportavam apenas para maximizar sua renda.
Outra situação envolvendo também a questão financeira em que o autor menciona foi de Subornos a saúde, onde os médicos criaram incentivos financeiros para o consumo dos remédios prescritos. Empresas oferecendo aos seus funcionários plano de saúde com um preço mais baixo, para trabalhadores que não fumassem e mantinham sob controle a pressão. Os subornos a saúde, são truques para fazermos algo que deveríamos estar fazendo, induzem a fazer a coisa certa, mas pelo motivo errado.
Incentivos Perversos
O mercado é um instrumento, o que começa como um mecanismo de mercado se torna uma norma de mercado. O motivo mais óbvio de preocupação é que o pagamento acostume as crianças a pensar na leitura de livros como uma forma de ganhar dinheiro e comprometa, corrompa o gosto pela leitura. O recurso a incentivos monetários para conseguir que as pessoas percam peso, leiam livros, ou seja, esterilizadas, reflete a lógica da abordagem econômico da vida, mas também a amplia. O mercado não afeta os bens, mas deixa suas marcas nas normas sociais. Exemplo dado pelo autor foi em relação a uma creche onde os pais se atrasavam e deixavam os filhos com os professores, e assim a escola agindo como uma forma punitiva começou a cobrar uma taxa, e com isso, ao invés de ter diminuído os atrasos dos pais, acabou aumentando, pois antes os pais se sentiam culpados pelo inconveniente causado aos professores, com aplicação da taxa, o atraso passou a ser considerado como um serviço. Quando as pessoas tratam multa como taxas, acabam fazendo pouco caso do dinheiro “perdido”, como o autor menciona em outra situação em que os motoristas que consideram multas como um preço a se pagar pela velocidade que querem dirigir.
Pagar para caçar um rinoceronte
O objetivo era proteger a espécie de rinocerontes negros que estava em risco de extinção, no entanto, aumentou a procura e a valoração do animal, de seus chifres, para conter então a caçada, foi criada uma venda ao direito de abater um animal, assim os fazendeiros acabaram sendo incentivados ao cuidado deles, já que consequentemente iriam ser beneficiados com tal atitude. Esse fato consolida-se com exemplo dado em que na Quênia onde não possuem tal atitude de venda ao direito abater o animal, a população dele caiu e na África do Sul, onde há esses incentivos à população se recompôs.
Do ponto de vista do mercado, a solução é perfeita, onde os fazendeiros saem beneficiados, os caçadores têm suas caças e a espécie é restaurada, no entanto o que o autor se questiona é o incentivo dado a isso. Em que, para atingir a resposta deve-se considerar se o mercado realmente propiciará os benefícios que se aconselha, mas também decidir se os caçadores estão errados em tratar a vida selvagem como um esporte. Constata-se que a lógica do mercado fica sem perspectiva moral.
Pagar para matar uma morsa
Morsa é um animal manso, inofensivo que se move lentamente e não oferece resistência. Não há qualquer adrenalina a caça desse mamífero, então é uma prática difícil de entender, já que o caçador se quer pode exibir a carcaça ou vender suas partes, devido a sua ilegalidade. Em resumo, a resposta para essa prática dá-se pela simples meta de ter pelo menos um exemplar de todos os animais incluídos na lista desse esporte. É uma atitude repugnante para muitas pessoas, porém, o mercado não julga os desejos que atende. A lógica do mercado determina que oferecer as autorizações negociáveis contribui para o bem-estar em geral. Com ganhos onde todos acabam sendo beneficiados.
Dois argumentos em que o autor condena são: Primeiramente, que o mercado atende um desejo perverso que não deveria ter qualquer peso na contabilidade do utilitarismo (bem-estar coletivo). Outra situação, é que não se compara a prática de caçar morsas para consumo próprio, sobrevivência, mas sim, com a venda desse privilégio para a satisfação de um esporte.
Incentivos e obstáculos morais
 Hoje em dia, a economia é simplesmente um grupo de pessoas interagindo na condução de suas vidas, não significa apenas na produção e distribuição de bem materiais, mas também a interação humana. Mankow destaca em um dos seus princípios que as pessoas reagem a incentivos. E que a economia se tornou o estudo destes.
Os incentivos são intervenções que o economista, concebe, arquiteta e impõe ao mundo. Onde todos os problemas do mundo são passiveis de se resolver desde que tenha liberdade para ofertar o necessário esquema de incentivos.
 A moralidade representa a maneira como queríamos que mundo funcionasse, e a economia representa a maneira como ele funciona. Então quanto mais a economia interfere em questões não valoráveis, mais afeta a moralidade.
Para decidirmos se deve recorrer a incentivos financeiros, necessita saber se eles irão corromper as normas sociais. Para resolver isso às normas dos mercados devem seguir as normas da lógica moral, resumindo, o economista precisa lidar com a moralidade.

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