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UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 1 ELT313 – LABORATÓRIO DE ELETRÔNICA ANALÓGICA I ENGENHARIA ELÉTRICA Laboratório No 6: Amplificadores com Transistor Bipolar de Junção Amplificadores Um amplificador é constituído de transis- tor e de uma fonte de alimentação em cor- rente contínua que é utilizada para fornecer energia e polarizar o transistor. De um lado do amplificador é aplicado o sinal a ser amplificado (sinal de excitação) e do outro lado é instalada a carga. A principal característica de um amplificador é o ganho de potência, a potência de saída, Po, na carga, é maior que a potência de en- trada, Pi, fornecida pelo sinal de entrada. G=Po/Pi. Quase toda energia fornecida para carga é fornecida pela fonte de alimentação Vcc. Sob este aspecto um amplificador é um CONVERSOR de corrente contínua para corrente alternada. A eficiência do amplifica- dor é a relação entre a potência de saída e a potência fornecida pela fonte de alimentação η≅Po/Pcc. A diferença entre estas duas po- tências, Pd=Pcc-Po, é dissipada no amplifi- cador sob forma de calor. Existem três configurações básicas de amplificadores utilizando transistores bipola- res NPN ou PNP: Emissor Comum (EC), Co- letor Comum ou Seguidor de Emissor (CC) e Base Comum (BC). Os amplificadores genéricos com transis- tor bipolar e com polarização por divisor de tensão apresentados na Figura 1 e na Figura 2 podem ser utilizado com amplificador e- missor comum ou como coletor comum. No amplificador Coletor Comum a carga é instalada no Emissor do transistor. O transis- tor funcionará como fonte de tensão, ou seja, a tensão na carga não varia em função da variação da carga. Neste circuito o ganho da tensão é aproximadamente unitário e o sinal de saída tem a mesma polaridade que o si- nal de entrada. Este circuito deveria ser chamado de “Emissor seguidor” uma vez que o emissor segue a base. No amplificador Emissor Comum a carga é instalada no Coletor do transistor. O tran- sistor se comportará como fonte de corrente e, portanto, a tensão de saída dependerá da resistência instalada no coletor. Neste ampli- ficador existirá ganho de tensão e de corren- te e o sinal de saída terá polaridade invertida em relação ao sinal de entrada. Vcc Vi Vo RL Ci Co Figura 1- Amplificador genérico1. Vcc Vi Vo RL Co Ci Figura 2- Amplificador genérico 2. O desenho apresentado na Figura 1 é muito usado para representar um amplifica- dor Emissor Comum onde a carga (Vo) é ins- talada no coletor do transistor enquanto que ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 2 o circuito da Figura 2 é mais utilizado para representar amplificador Coletor Comum on- de a carga é conectada no emissor. A Figura 3 apresenta as quatro configura- ções possíveis de amplificador Emissor Co- mum utilizando transistores NPN e PNP. Ob- serve a polaridade da fonte de alimentação. O amplificador emissor comum é caracteri- zado pela inversão de fase entre o sinal de saída e de entrada e por proporcionar ganho de tensão. Com os valores indicados na Fi- gura 3a todos os amplificadores da Figura 3 apresentarão o mesmo ganho, aproximada- mente 5 com inversão de fase (Av≅-5). A figura 4 apresenta as quatro configura- ções de amplificador Coletor Comum (Se- guidor de Emissor). O amplificador coletor comum é caracterizado pela não inversão de fase e pelo ganho de tensão unitário. Os quatros amplificadores apresentados na Fi- gura 4 apresentam ganho unitário (Av≅1). ENSAIOS A análise de um amplificador deve ser di- vidida em duas partes: DC (polarização) e AC. Na análise DC é verificado o ponto de o- peração quiescente e a estabilidade deste ponto. Na análise AC são analisados os seguin- tes parâmetros do amplificador: • Ganho de tensão Av=Vo/Vi • Ganho de corrente Ai=Io/Ii • Ganho de potência G=Av.Ai • Resistência de entrada Rin • Resistência de saída Rout • Resposta em freqüência BW • Distorção e Linearidade Vcc +15V Vi VO Vcc -15V Vi Vo RB1 24k RB2 3k RC 1k RE 100 RL 1k RB1 RC RERB2 RL Ci 1uF Co 10uF - Vcc Vi Vo + Vcc Vi Vo RB1 RB2 RC RE RL RB1 RB2 RC RE RL Ci + + Co + Ci Co + Figura 3- Amplificadores Emissor Comum. Av≅-5 ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 3 -Vcc Vi Vo + Ci Co + Vcc Vi Vo RB1 RB2 RC RE RL Ci + + Co RB1 10k RB2 15k RC 100 RL 1k RE 1k + Vcc Vi Vo RB1 RERB2 RC RL + Co Ci + - Vcc Vi Vo RB1 RERB2 RC RL Co + + Ci Figura 4- Amplificadores Coletor Comum. Av≅1 ETAPA 1 – POLARIZAÇÃO Para que o transistor possa operar como amplificador é necessário “polarizar” o tran- sistor. O circuito que iremos analisar foi projeta- do para que o ponto de operação quiescente ficasse em aproximadamente VCEQ ≈ 0,4 VCC. VCC 15V VB VC RC 2k RB1 30k RE 1k VE RB2 10k Figura 5- Polarização do transistor � Montar o circuito da Figura 5, ajustar VCC em 12 V e medir as tensões qui- escentes (no coletor, emissor e base do transistor em relação ao terra) e calcular VCEQ e ICQ. � Desenhar a reta de carga DC e indicar o ponto de operação quiescente. Utilize o gráfico da Figura 17 VCC VCQ VEQ VBQ PREVISTO p/hFE=100 MEDIDO * VCEQ ICQ VCEQ ICQ ETAPA 2 – EXCITAÇÃO Nesta aula iremos analisar apenas os amplificadores emissor comum e coletor comum, dois amplificadores onde o sinal a ser amplificado é aplicado na base do transistor. ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 4 Para que o gerador de sinais Vi não interfira no circuito de polarização e para que o amplificador não injete componen- te contínua no gerador de sinais, é ne- cessário utilizar um acoplamento ac. Nesta aula utilizaremos um acopla- mento capacitivo. Se o capacitor utilizado for eletrolítico, muito provável pelo valor da capacitân- cia, preste muita atenção na polaridade e no valor da tensão do mesmo. O capaci- tor deve suportar tensão maior que 15V. Por segurança utilize capacitores com tensão de trabalho superior a 25V. � Ajuste o gerador de funções para produzir uma onda senoidal de 10kHz e 2V pico a pico sem componente contínua (Off Set=0). Observe este sinal através do canal CH1 do osci- loscópio. � Observe a tensão no coletor do tran- sistor através do canal CH2 do osci- loscópio. Medir a amplitude pico a pi- co e verifique a inversão de fase (on- da está defasada 180o). Calcular o ganho de tensão e comparar com o valor estimado teoricamente. � Mude CH2 para o emissor do transis- tor. Observe que este sinal está em fase com o sinal de entrada e tem (quase) a mesma amplitude pico a pi- co. Calcular o ganho de tensão e comparar com o valor estimado. Vcc Vi VC VE VBCi+ 10uF RC 2k RB1 30k RB2 10k RE1k Figura 6 – Sinal de entrada acoplado ca- pacitivamente. CH1:2V/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV 0V Vi Ve Vc Vi: 2Vpp, 10kHz CH1 CH2 CH2 Figura 7 – Oscilograma do amplif icador genérico. EC VCpp Av fase Teórico Medido CC VEpp Av fase Teórico Medido ,( ) , ( ) e /( ) R /( ) 1 c v EC c e e b e v CC e e b VA R R r V VA R r V = = + = = + ≅ , 25 /e Er mV I= No amplificador emissor comum o ga- nho de tensão depende da relação entre a resistência ac do coletor e a resistên- cia ac do emissor. No circuito da figura 6 esta relação é 2. 21/2/ ==≅ kkRRAv EC ETAPA 3 – EMISSOR DESACOPLADO Para aproveitar o máximo de ganho de tensão que o transistor pode proporcio- nar devemos diminuir o valor da resis- tência do emissor. Uma forma de fazer isso sem afetar o circuito de polarização é adicionar um capacitor em paralelo à RE. Este “capacitor de desvio” altera a- penas o circuito ac, ou seja, o emissor é aterrado apenas para corrente alternada. ,/v c eA R r= ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 5 Vcc Vi 10µF VC VE + Ci CE 100µF +RE 1k RC 2k Figura 8 – Emissor comum – emissor de- sacoplado � Diminua a amplitude de Vi para 40mV pi- co a pico e meça a tensão pico a pico no coletor. Calcule o ganho de tensão e compare com o valor estimado teorica- mente. CH1:20mV/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV 0V Vi: 40mVpp, 10kHz Vi Vc CH2 CH1 Figura 9- Oscilograma do amplificador emissor comum. VCpp Av fase TEÓRICO MEDIDO Observe que o ganho de tensão é alto, porém a onda é distorcida. Para observarmos melhor esta não linea- ridade mude o comando do osciloscópio pa- ra XY. X=CH1=Vi Y=CH2=Vc CH1:10m/DIV CH2:2V/DIV H:XY Vi:40mVpp, 10kHz Figura 10- Oscilograma do amplificador emissor comum. ETAPA 4 – EMISSOR COMUM LINEARIZADO. Para diminuir esta não linearidade deve- mos introduzir um resistor no emissor como mostra a Figura 11. Observe que o resistor adicional foi introduzido no circuito AC de forma a não alterar o circuito DC, ou seja, não alterar o ponto de operação quiescente. ,/( )v c e eA R R r= + 2 // c C e E E R R R R R = = Vcc Vi 10µF VC VE + Ci CE 100µF + RE2RE 1k RC 2k Figura 11 – Emissor comum linearizado Uma vez que foi necessária a utilização de um capacitor muito grande e devido ao elevado custo dos capacitores eletrolíticos, devemos considerar sempre outras configu- ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 6 rações primeiro. Esta solução é comercial- mente inviável. Em muitas aplicações, prin- cipalmente as de baixa freqüência, devemos utilizar configurações que utilizem acopla- mento direto, como amplificadores diferenci- ais, que apesar de utilizarem mais transisto- res, evitam os capacitores de acoplamento. Acoplamentos capacitivos e indutivos são utilizados em amplificadores de alta freqüên- cia (MHz). RE2=10 VCpp Av fase TEÓRICO MEDIDO CH1:20mV/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV 0V Vi: 40mVpp, 10kHz, RE2:10Ω CH1:10mV/DIV CH2:1V/DIV H:XY 0V Vi:40mVpp, 10kHz Figura 12- Oscilogramas do amplificador EC linearizado. RE2=10Ω. Quanto maior a resistência RE2 mais linear será o amplificador, porém menor será o ga- nho de tensão. Poderíamos substituir RE2 por um potenciômetro para obtermos um amplificador de ganho variável. RE2=100 VCpp Av fase TEÓRICO MEDIDO CH1:0.2V/DIV CH2:2V/DIV H:20uSEC/DIV 0V Vi:400mVpp, 10kHz RE2=100Ω CH1:0.1V/DIV CH2:2V/DIV H:XY Vi:400mVpp, 10kHz RE2=100 Figura 13- Oscilogramas do amplificador EC linearizado. RE=100Ω. ETAPA 5 – CARGA Observamos que a tensão no coletor e no emissor é composta de uma compo- nente alternada sobreposta a uma com- ponente contínua. Para bloquear esta componente contínua devemos utilizar acoplamento ac para a carga. Nesta aula utilizamos novamente o acoplamento ca- pacitivo. � Medir o ganho de tensão Av=Vo/Vi pa- ra dois valores de RL, 1MΩ (sem car- ga) e 1kΩ (com carga). Manter Vi constante. Iopp=Vopp/RL ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 7 Vcc Vi 10µF VC VE + RL 1k Ci VO Co 10µF + RC 2kRB130k RB2 10k RE 1k RL Vopp IOpp Av Av(T) fase 1M 2k 1k Figura 14 – Emissor comum. Vcc Vi 10µµµµF VC VE + VO RL 1k Ci Co 10µµµµF + RE 1k RB1 30k RB2 10k RC 2k RL VOpp IOpp Av Av(T) fase 1M 2k 1k Figura 15- Coletor comum. ETAPA 5 – RESISTÊNCIA DE SAÍDA � Com os resultados obtidos na etapa anterior faça uma estimativa da resis- tência de saída do circuito. O O L 1 E = V sem carga R =1 M O L O EVoRout R Io V ∆ = = − ∆ Ω = Rout EC CC TEÓRICO MEDIDO ETAPA 5 – RESISTÊNCIA DE ENTRADA Para poder medir a resistência de entrada do circuito devemos inserir um resistor Rs em série com o gerador de sinais e medir a queda de tensão neste resistor. ]1)//[( −= ViVsRsRin Este procedimento é viável para resistên- cia de entrada menor que 100kΩ. Conside- rando resistência de entrada do osciloscópio como 1MΩ teremos um erro de inserção de aproximadamente 10%. Uma forma alternativa de estimar a resis- tência de entrada é verificar o efeito de Rs no sinal de saída. O procedimento é manter Vs fixo e medir a tensão de saída sem e com Rs, respectivamente VO1 e VO2. ]1)2/1/[( −= VoVoRsRin Vcc VS ViRS 1k 10µF VC VE + Rin 1 Figura 16- Circuito para medição da resis- tência de entrada. ELT313 Eletrônica Analógica I Engenharia Elétrica Laboratório No 6 UNIFEI - IEE/DON Kazuo Nakasshima & Egon Luiz Muller 8 � Medir a resistência de entrada do amplifi- cador e verificar a influência da carga. Comparar os resultados com os valores estimados teoricamente. Vcc VS + VO RL 1k Vi CO 10uF + Rin 2 Vcc VS + VO RL 1k Vi CO + 10uF Rin 3 Vcc VS +Vi CO 100uF Rin 4 Figura 16 – Influência da carga sobre Rin Rin 1 2 3 4 Teórico Medido RETA DE CARGA DC E AC A reta de carga DC é definida pela fonte VCC e pelas resistências DC do coletor e do emissor, RDC= RC+RE. Dois pontos desta reta são (VCE, IC)=(VCC, 0) e (0, VCC/RDC) Para corrente alternada, os capacitores e a fonte Vcc se comportam como curto- circuito alterando o valor da resistência do circuito (Rac) e conseqüentemente a inclina- ção da reta de carga AC. O ponto de operação quiescente, (VCE(Q), IC(Q)), é o ponto comum entre estas duas retas de carga. Dois pontos da reta de carga ac são ((VCE(Q)+ Rac.IC(Q)), 0) (0, (IC(Q)+VCE(Q) / Rac)) ac c e e c R R R R = resistencias AC do emissor R = resistencias AC do coletor = + IC VCE Figura 17- Reta de carga DC e AC. Itajubá, MG, junho de 2013
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