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Abordagem	da	hidroterapia	no	tratamento	da
fibromialgia
Article	·	January	2006
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2	authors,	including:
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Effects	of	Physical	Therapy	in	Pain	and	Posture	of	Fibromyalgia	Patients	View	project
Luciana	Akemi	Matsutani
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FFFFFISIOISIOISIOISIOISIOTERAPIATERAPIATERAPIATERAPIATERAPIA
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Karollini Birelo Ferreira
Pesquisadora
Luciana Akemi Matsutani
Orientadora
Resumo
As propriedades físicas da água podem atuar no corpo em imersão através do empuxo, diminuindo a carga articular e
facilitando movimentos de grande amplitude, a pressão hidrostática aumenta o retorno venoso e linfático e a temperatura
da água morna promove um relaxamento muscular. Baseada nos efeitos fisiológicos da imersão, a hidroterapia pode ser
uma favorável opção de tratamento a pacientes com fibromialgia. Este artigo pretende verificar os efeitos da hidroterapia
no tratamento de pacientes com fibromialgia. Trata-se de um estudo de caso de oito pacientes com diagnóstico de
fibromialgia, encaminhadas a uma clínica-escola de Fisioterapia de um Centro Universitário. As pacientes foram avaliadas
no início, metade e final do tratamento através das medidas de: dor pela Escala Analógica Visual (VAS), sensibilidade
dolorosa nos tender points pela dígito-palpação, impacto da fibromialgia na qualidade de vida através do Fibromyalgia
Impact Questionnaire (FIQ), e flexibilidade pelo teste da distância do terceiro dedo-solo. O tratamento consistiu em dez
sessões individuais de exercícios de relaxamento na piscina terapêutica à temperatura de 34ºC. Os dados das seis pacientes
mostraram diminuição da dor na VAS, cansaço matinal, fadiga, ansiedade e depressão pelo FIQ, do escore miálgico nos
tender points e da distância do terceiro dedo-solo. Exercícios de relaxamento na água parecem ser benéficos no tratamento
de pacientes com fibromialgia, sendo capaz de reduzir a intensidade da dor e sensibilidade dolorosa, melhorando a
qualidade de vida, diminuindo a fadiga, ansiedade e depressão além de proporcionar qualidade do sono e do bem-estar.
Palavras-chave: Dor. Fibromialgia. Hidroterapia.
Abstract
The physical properties of the water can act in the body in immersion through the buoyancy, diminishing the load to
articulate and facilitating movements of great amplitude, the hydrostatic pressure increases the venous return and lymphatic
and the temperature of the lukewarm water promotes a relaxation muscular. Based in the physiological effect of the
immersion, the hydrotherapy can be a favorable option of treatment the patients with fibromyalgia. To verify the effect of
the hydrotherapy in the treatment of patients with fibromyalgia. Study of case of eight patients with fibromyalgia
diagnosis directed to a clinic - school of Physiotherapy of a university center. The patients had been evaluated at the
beginning, half and end of the treatment through the measures of: pain for Visual Analogical Scale (VAS), painful
sensitivity in them to tend points for the digit-palpation, impact of the fibromyalgia in the quality of life through
Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) and flexibility for the test of in the distance of the third finger-ground. The
treatment consisted of ten individual sessions of exercises of relaxation in the therapeutical swimming pool to the
temperature of 34ºC. The data of the six patients had shown reduction of pain in the VAS ones, of the mourning fatigue,
40
Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
fatigue, anxiety and depression for the FIQ, of it props up mialgical in them to tend points and of in the distance of the
third finger-ground. Exercises of relaxation in the water seems to be beneficial in the treatment of patients with fibromyalgia,
being capable to reduce the intensity of pain and painful sensitivity, improving the quality of life, diminishing the fatigue,
anxiety and depression beyond improving the quality of sleep and it well-being.
Key words: Pain. Fibromyalgia. Hydrotherapy.
1 Introdução
Fibromialgia é uma síndrome reumatológica de
origem desconhecida, cujo quadro se caracteriza por
dor musculoesquelética crônica e difusa pelo corpo,
com sensibilidade em, no mínimo 11 dos 18 pontos,
denominados tender points, perante uma pressão de
aproximadamente 4 kg, segundo o Colégio Americano
de Reumatologia (FERREIRA et al., 2002; SALVADOR
et al., 2005; WOLFE et al., 1990).
Os sintomas consistem em dor generalizada pelo
corpo durante pelo menos três meses, insônia, fadiga,
falta de vitalidade, diminuição da resistência a
exercícios físicos, e conseqüentemente da capacidade
cardiorespiratória, síndrome do cólon irritável,
parestesias, sobretudo em mãos e pés, depressão,
cefaléia, sensação de inchaço nas articulações e rigidez
(SILVA et al., 1997).
A síndrome acomete geralmente mulheres entre 35
a 65 anos, o que corresponde justamente à faixa etária
de maior atividade física, social e profissional, gerando,
por conseqüência, ausência freqüente ao trabalho, por
exemplo (REZENDE, 2002).
Qualidade de vida é a avaliação do estado global de
saúde, ou seja, reflete o impacto da saúde nos aspecto
de bem-estar físico, mental e de relacionamento social
do paciente (MARTINEZ et al., 1998).
A fibromialgia consiste em uma doença que
determina limites funcionais aos pacientes, cujo quadro
álgico crônico interfere na sua qualidade de vida
(SALVADOR et al., 2005). Alguns autores mostram o
impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com
fibromialgia, quando comparada a outras doenças
reumatológicas, como por exemplo, a artrite reumatóide
(MARTINEZ et al., 2001).
O termo Hidroterapia significa toda a aplicação
externa de água com finalidade terapêutica. A
hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que vem
demonstrando resultados positivos no tratamento e na
prevenção de várias doenças (DEGANI, 1998).
Baseada nos efeitos fisiológicos e terapêuticos, a
hidroterapia pode mostrar-se uma opção favorável para
o tratamento de pacientes com fibromialgia. A água
representa um meio único para realização dos exercícios,
gerando resultados bem diferentes, quando comparados
a sua realização em solo (CURETON, 2000). Esses
resultados vão desde a melhora da capacidade
cardiorespiratória até a melhora do bem-estar do
indivíduo (DIAS et al., 2003).
As propriedades físicas da água provocam efeitos
no corpo, tais como a densidade relativa, que diminui o
impacto dos exercícios sobre as articulações; pressão
hidrostática que gera uma pressão sobre todos os sistemas
corpóreos, como por exemplo, cardiovascular, fazendo
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Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
com que o sangue circule melhor; flutuação ou empuxo
promove diminuição do peso corporal facilitando os
movimentos de maior amplitude; viscosidade
proporciona resistência aos exercícios, contribuindo
para fortalecimento muscular; a temperatura, que gira
em torno de 33º a 35º, resultando em relaxamento
muscular adequado, melhorando o sono (BASTOS;
OLIVEIRA, 2003).
Além disso, durante a imersão, os estímulos sensoriais
concorrem com os estímulos dolorosos, interrompendo
o ciclo da dor (SALVADOR et al., 2005)
2Objetivo
Esse artigo pretende avaliar os efeitos da hidroterapia
em relação à intensidade e à sensibilidade à dor, diante
do impacto dos sintomas da fibromialgia na qualidade
de vida e na flexibilidade de pacientes portadores dessa
síndrome.
3 Casuística e métodos
Trata-se de estudo de intervenção clínica sem
cegamento e sem grupo-controle. As fontes de
informação são diretas e indiretas e ocorrem de forma
prospectiva.
Participaram do estudo 8 mulheres, 6 finalizaram o
programa de tratamento, 1 desistiu e 1 não se adaptou
ao meio aquático. Todas apresentaram diagnóstico de
fibromialgia segundo os critérios do Colégio Americano
de Reumatologia de 1990, com idade entre 45 a 53
anos (média de 49 anos), sem hipertensão arterial
sistêmica não-controlada, nem doença cutânea infecto-
contagiosa, insuficiência renal, cardiopatia aguda grave
e doença respiratória grave. As pacientes consentiram
em participar do estudo e assinaram o termo de
consentimento pós-informação, além de possuírem um
atestado médico para prática de atividades físicas
aquáticas. O estudo foi realizado na Clínica-Escola de
Fisioterapia do Centro Universitário FIEO, município
de Osasco.
Utilizou-se um protocolo de avaliação adaptado de
MATSUTANI (2003) e flutuadores diversos. O tratamento
consistiu em 10 sessões, com atendimentos individuais
realizados duas vezes por semana, com duração de 45
minutos. Cada paciente foi orientada sobre as medidas
de segurança da piscina e da clínica. O tratamento
dividiu-se da seguinte forma: na 1ª, 6ª e 10ª sessões
foram feitos anamnese, registro da intensidade da dor
perante a escala analógica visual da dor (quanto maior
a intensidade da dor, maior o valor da escala), avaliação
dos tender points, avaliação da qualidade de vida do
indivíduo de acordo com o questionário FIQ (quanto
pior é a qualidade de vida, maior o valor do FIQ), e
avaliação da flexibilidade através do teste da distância
do terceiro dedo-solo (quanto maior é o valor da
distância do terceiro dedo-solo, menor a flexibilidade).
Quanto à avaliação da sensibilidade dolorosa nos tender
points, interpretou-se da seguinte forma: a manobra de
palpação foi considerada positiva em caso de maior ou
igual a 2, segundo a graduação abaixo:
0 = sem dor
1 (leve) = Dor, porém sem expressão facial, sem
movimento de todo o corpo ou na ausência de
movimento para fora do examinador.
2 (moderada) = Dor com expressão facial ou
movimento leve do corpo.
3 (grave) = Dor com movimento importante do corpo
ou retirada para fora do campo de exame.
4 (intensa) = Paciente intocável.
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Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Na 2ª sessão, o paciente iniciou a hidroterapia. O
objetivo dessas primeiras sessões foi realizar adaptação
aquática que consistiu em exercícios de imersão, controle
da respiração, flutuação, caminhada, além do uso de
flutuadores: flutuador cervical (poliestireno revestido),
flutuador pélvico e flutuadores de tornozelo da marca
Floty®. Durante a 4ª sessão até a 9ª, realizaram-se alguns
exercícios de adaptação, descritos anteriormente e, em
seguida, a aplicação do método Bad Ragaz e Watsu, que
consiste em uma técnica de relaxamento na água através
de movimentos passivos, conduzidos pelo fisioterapeuta.
De acordo com o método, associado ao arrasto da água,
é possível restaurar a flexibilidade por meio do
alongamento muscular.
4 Resultados
Todas as pacientes são mulheres com idade entre 45
e 53 anos (média de 49 anos). Em relação ao estado
civil, 66.66% são casadas, 16.67% solteiras e 16.67%
viúvas. Quanto à escolaridade, 33.33% possuem 1º grau
completo, 50% 2º grau completo e 16.67% ensino
superior. As pacientes que trabalham fora somam 50%.
Na avaliação da intensidade da dor, de acordo com
a Escala Analógica Visual de Dor, em que 0cm significa
ausência de dor, e 10cm dor insuportável, as pacientes
obtiveram ao longo das sessões resultados significativos
de melhora. A figura 1 mostra os resultados das seis
pacientes que participaram deste estudo. Podemos
observar que todas se referiram à diminuição da
intensidade da dor. É importante lembrar que as
pacientes 3, 4 e 5 tiveram uma pausa no tratamento por
motivos pessoais, causando elevação ou igualdade da
sensibilidade dolorosa comparado ao início do
tratamento. Nestas condições, as pacientes 3 e 4
obtiveram uma discreta melhora.
Figura 1 – Avaliação da dor relatada pelas pacientes ao longo das 10 sessões de tratamento de hidroterapia (0cm significa
ausência de dor e 10cm dor insuportável)
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Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Também houve redução da sensibilidade à dor (50%),
em relação à palpação dos tender points.
De acordo com a avaliação do impacto da
fibromialgia na qualidade de vida das pacientes,
observou-se diminuição da insônia relatada pelas
pacientes e, conseqüentemente, diminuição da ansiedade
e do estado de cansaço. Além disso, houve um aumento
significativo dos dias da semana em que se sentiram
bem (média inicial ao tratamento de 2 e final ao
tratamento de 5). Em relação às atividades funcionais,
as pacientes relataram, conforme verificado
paralelamente com o questionário FIQ, grande melhora
em realizar tais tarefas sem dor e até mesmo realizar
sem que a dor aparecesse tardiamente. Quanto à rigidez
matinal, ocorreu melhora significativa, embora ainda
estivesse presente até o final tratamento. Para
apresentação gráfica, foi feita a média dos valores da
avaliação inicial e final do tratamento das 6 pacientes
(figura 2).
Verificou-se, de acordo com o teste do terceiro dedo
solo, que mesmo com o alongamento passivo
proporcionado com o tratamento, houve melhora da
flexibilidade das pacientes, podendo-se inferir como
causa da melhora da dor lombar relatada na avaliação
(figura 3).
Figura 2 – Média dos valores dos sintomas avaliados no FIQ das 6 pacientes no início e final do tratamento (quanto menor
o valor, menor é o impacto do sintoma na qualidade de vida)
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Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
5 Discussão
Este estudo teve o propósito de avaliar os efeitos
que a hidroterapia poderiam gerar nas pacientes com
Fibromialgia, em diversos aspectos: sono, aumento da
flexibilidade com o uso do teste do terceiro dedo-solo,
alterações no impacto da doença nas atividades de vida
diária através do FIQ, alterações de dor nos tender point
utilizando a palpação bi-digital, mudanças do escore
de dor através da escala analógica de dor (subjetivo).
Tudo se realizou de forma uniforme na primeira, sexta
e décima sessão.
Segundo Salvador et al. (2005), a água aquecida é
um meio terapêutico que promove relaxamento
muscular, diminuindo espasmo e aumentando a
circulação sangüínea periférica. Neste estudo, foi
possível observar durante a sessão, o relaxamento da
paciente que chegava inicialmente com dor e após a
sessão, referiu-se à ausência da mesma. O Questionário
do Impacto da Fibromialgia (FIQ) possui perguntas
que permitem a visualização da capacidade de cada
paciente de realizar algumas tarefas específicas.
Algumas das tarefas não eram executadas pela paciente
por motivos diversos. Elas relataram que não faziam
tarefas domésticas para evitar dores durante a
execução, ou dor tardia, ou dispunham de empregada.
A relevância do tratamento já se explicita quando
avaliamos os dados contidos na figura 1, exceto, a
paciente 2, que não apresentou dados relevantes da
dor inicialmente.
Figura 3 - Avaliação da flexibilidade no início e final do tratamento (quanto menor a distância do terceiro dedo ao solo,melhor é a flexibilidade).
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Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
Ao analisar a paciente 1, observou-se melhora em
todos os aspectos. Nas primeiras sessões, foi possível
notar a melhora mais significativa proporcionada pelo
tratamento, pois a paciente apresentou-se com maior
disposição em realizar qualquer tarefa externa, sem que
houvesse interrupção, por motivos de dor, cansaço e/
ou rigidez. As execuções das tarefas durante trabalho
se tornaram mais agradáveis pela diminuição da dor.
Notou-se que paciente 2 não atingiu o número
mínimo de tender points estipulado pelo Colégio
Americano de Reumatologia como diagnóstico de
Fibromialgia. Esta paciente teve resultados bem
significativos, quando comparados com as demais
pacientes, logo nas primeiras sessões. Tais resultados só
não foram melhores, segundo relato da mesma, em
decorrência de problemas familiares.
A paciente 3 apresentou grande melhora no início
do tratamento que, ao final, interrompeu-se devido a
problema de saúde, relacionado a uma crise de labirintite.
Tratava–se de uma pessoa com grande sensibilidade a
exposição a fatores climáticos, tais como vento, frio e
umidade. Estes fatores, segundo a paciente, a impendiam
de realizar tarefas externas, acarretando dificuldade de
socializar-se, justificando sentimentos de tristeza e
ansiedade.
A paciente 4 praticava atividade física
semanalmente. Em relação à sensibilidade dolorosa,
houve melhora significativa do início ao meio do
tratamento, pois ao final, a paciente apresentou aumento
nos níveis de intensidade da dor e cansaço diário.
Segundo relato, essas alterações eram causadas por
preocupação com uma cirurgia. Porém, outros fatores
melhoraram, dias que se sentiu bem, diminuição da
rigidez, depressão; acordar bem e, principalmente,
capacidade de realizar tarefas diárias; ou seja, o impacto
da Fibromialgia diminuiu. Não houve necessidade de
se ausentar do trabalho por causa de algum sintoma.
Um ponto importante observado nesse trabalho
confirma que, a cada sessão, a dor referida pela paciente
gerava interferência no tratamento. Desse modo a dor
da paciente tinha característica mais específica do que
a dor decorrente da Fibromialgia, pois sempre que
houvesse qualquer anormalidade, seja ela uma discussão,
ou incapacidade de realizar algo, a dor triplicava; porém
os outros sintomas e comparecimento às sessões não
sofreram mudanças.
Uma observação semelhante aparece no estudo de
Henrikson (1994), que comparou as mulheres com
Fibromialgia e as com Artrite Reumatóide e seus
sintomas. Os resultados do seu estudo mostraram que a
fibromiálgica apresentava baixo impacto físico, porém
alto impacto psicossocial (MARTINEZ, 2001).
Estudo realizado sobre a dor e o estresse das
pacientes com Fibromialgia por Ferreira et al. (2002),
observou que os tratamentos destinados a esta patologia
para reduzir a intensidade da dor, unidos às abordagens
que respeitam todas as perspectivas da dor, seriam uma
forma de tratamento efetivo. Já neste presente trabalho,
o uso da hidroterapia permitiu notar que para qualquer
direção que se movimentasse, a dor não era uma barreira
imediata, estabelecendo prazer na realização dos
movimentos de grandes e pequenas amplitudes e
credibilidade no tratamento.
A paciente 5, quando comparada à paciente 4,
apresentou melhora da dor e dos outros sintomas até a
6ª sessão. Foi possível então observar que todos os
46
Karollini Birelo Ferreira
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
sintomas retornaram quase ao escore inicial. Através
do questionário FIQ, notamos que houve melhora da
capacidade funcional, do acordar bem, da depressão,
dos dias em que se sentiu bem, da rigidez e do cansaço.
Ela relatou não faltar no trabalho por razão de dor,
porém, apresentou interrupções consecutivas no
tratamento de hidroterapia, dificultando assim resultados
mais fidedignos em relação aos benefícios.
Embora a queixa principal seja a dor generalizada, a
incapacidade acaba conjugando-se com dor, porém nos
resultados, verificamos nas pacientes uma melhora da
capacidade de realizar tarefas diárias. A sensação de bem-
estar, relatada pelas pacientes, incentivou, cada vez mais a
realizações de tarefas sem dores retardatárias.
Quanto à paciente 6, confirmou-se melhora
significativa da sensibilidade e intensidade da dor, da
capacidade de realizar tarefas diárias, do cansaço,
depressão, acordar bem, da rigidez e dos dias em que se
sentiu bem. Ela relatou sentir melhor das cãibras noturnas
e melhora das atividades sexuais, em decorrência da
diminuição da dor. A flexibilidade melhorou, implicando
em enorme importância na vida da paciente.
Todas as pacientes apresentavam queixa de rigidez
matinal, porém quanto aos itens ansiedade, depressão e
cansaço não foram encontrados níveis elevados em todos
os casos. Estudo realizado por Costa et al. (2005)
focalizou 120 pacientes, observando-se que 87,5%
tinham queixas de ansiedade e 39,2% de depressão.
Esta pesquisa diz também que a Fibromialgia aparece
associada ao estresse psicológico, a vários graus de
depressão, ansiedade, e a crises de pânico.
Em outro estudo, Berber et al. (2005) informa que
distúrbios depressivos são agravantes quanto à
capacidade de realizar as tarefas, pois aumenta a sensação
dolorosa, impossibilita a adesão a tratamentos, diminui
o suporte social e descontrola os sistemas humorais e
imunológico.
6 Conclusão
A Fibromialgia é uma síndrome crônica conjugada
com uma série de sintomas que geram problemas sociais,
familiares e psicológicos. Dor, situação desconfortável
e destrutiva à vida do ser humano; e essa dor causa
incapacidade funcional, gerando um prejuízo na
qualidade de vida.
As pacientes relataram que o estudo significou muito
na vida delas, pois foi possível observar que, embora
ainda não tenha sido encontrada a cura para a
fibromialgia, há como amenizar e prevenir a dor e o
sofrimento. Exercícios de relaxamento na água parecem
benéficos no tratamento de pacientes com fibromialgia.
Tal prática é capaz de reduzir a intensidade da dor e
sensibilidade dolorosa, melhorando a qualidade de vida,
diminuindo a fadiga, ansiedade e depressão além de
melhorar a qualidade do sono e do bem-estar.
A hidroterapia apresenta-se como um recurso
terapêutico de grande excelência para o tratamento da
dor. A água é um meio que permite a realização dos
movimentos em quaisquer amplitudes, de modo prazeroso
e indolor. A fibromialgia merece cada vez mais a
dedicação de se realizar pesquisas e descobrir meios
sensatos de tratamento.
47
Abordagem da hidroterapia no tratamento da
fibromialgia
Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 39-47
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