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Micologia e Virologia clínica livro

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Prévia do material em texto

Indaial – 2020
Micologia clínica e 
Virologia clínica
Prof.ª Jéssica Campestrini
Prof.ª Michele Cristina Michels
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Jéssica Campestrini
Prof.ª Michele Cristina Michels
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
C195m
Campestrini, Jéssica
 
 Micologia clínica e virologia clínica. / Jéssica Campestrini; 
Michele Cristina Michels. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
 
 257 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-321-3
 ISBN Digital 978-65-5663-322-0
 
 1. Micologia. - Brasil. 2. Virologia. – Brasil. I. Michels, Michele 
Cristina. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 CDD 616.96
apresentação
Olá, acadêmico, bem-vindo à disciplina de Micologia e Virologia! 
Iniciaremos os estudos deste livro, o qual está dividido em três unidades, 
com o objetivo de apresentar dois grupos de microrganismos: os fungos e os 
vírus. Fungos e vírus estão sendo constantemente relatados como patógenos 
emergentes na nossa sociedade, dessa forma, o profissional biomédico 
deverá estar preparado para conseguir identificar tais patologias.
Este livro procura aliar os conceitos básicos da micologia e da 
virologia com as formas de diagnósticos e as novas informações obtidas por 
pesquisas científicas. Assim, as fundamentações teórica e prática sobre a base 
dessas duas ciências e os avanços tecnológicos em ambas as áreas será crucial 
para um diagnóstico preciso. Você deve se perguntar: por que devo estudar 
fungos, leveduras e vírus? Pois bem, antes de explicarmos a importância 
desse estudo, vamos compreender o que contempla essa disciplina.
Na primeira unidade, você será capaz de compreender todas as 
características básicas das células fúngicas e tudo o que os diferencia das 
células animais e vegetais. Dessa forma, ficará evidente a necessidade da 
criação do Reino Fungi e das suas classificações. Construir uma base sólida 
é fundamental para o entendimento dos fatores de virulência e como os 
fungos causam doenças em humanos. Tendo em vista que um dos principais 
objetivos da graduação em Biomedicina é a atividade nas análises clínicas, 
ainda nessa unidade você será preparado para realizar as principais técnicas 
utilizadas no diagnóstico laboratorial.
A segunda unidade nos traz os conhecimentos acerca das patologias 
causadas pelos fungos. A unidade foi estrategicamente dividida de acordo 
com os níveis de gravidade das micoses e o nível de comprometimento de 
tecidos e sistemas do organismo humano. Ao final desta unidade você será 
capaz de distinguir as principais espécies causadores de micoses, da mesma 
maneira você será preparado para ter a capacidade de realizar a diferenciação 
macromorfológica e micromorfológica de cada uma das espécies.
Em contrapartida, na terceira unidade, abordaremos a classificação 
dos vírus de acordo com as características moleculares de cada um dos 
principais agentes causadores de doenças em humanos. Tendo em vista que 
recentemente houve uma grande demanda de estudos voltados para essa 
área, esta unidade será de extrema importância para você compreender como 
os vírus infectam as células e causam doenças. Neste segmento do livro, você 
também compreenderá quais são os testes de diagnóstico realizados e quais 
as diferenças entre eles. 
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Esperamos que este estudo possa auxiliá-lo na compreensão desses 
microrganismos desde suas funções básicas de sobrevivência até o seu 
diagnóstico ao causar patologias. Dessa forma, você estará preparado para 
suas futuras atividades profissionais, principalmente nas análises clínicas.
Bons estudos!
Prof.ª Jéssica Campestrini
Prof.ª Michele Cristina Michels
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA ............................................................................................. 1
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS ......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 REINO FUNGI ..................................................................................................................................... 4
3 IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS ...................................................................................................... 7
4 FUNGOS DE INTERESSE CLÍNICO .............................................................................................. 9
5 CARACTERÍSTICAS CELULARES DOS FUNGOS .................................................................. 10
6 PAREDE CELULAR ......................................................................................................................... 12
7 MEMBRANA PLASMÁTICA ......................................................................................................... 13
8 CÁPSULA ............................................................................................................................................ 13
9 METABOLISMO ............................................................................................................................... 14
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 — BIOLOGIA DOS FUNGOS ....................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................19
2 CRESCIMENTO FÚNGICO ............................................................................................................ 19
3 FUNGOS FILAMENTOSOS ........................................................................................................... 20
4 CLASSIFICAÇÕES DAS HIFAS .................................................................................................... 21
5 FUNGOS LEVEDURIFORMES ...................................................................................................... 23
6 FUNGOS DIMÓRFICOS ................................................................................................................. 25
7 CARACTERÍSTICAS DA REPRODUÇÃO FÚNGICA ............................................................. 26
8 REPRODUÇÃO ASSEXUADA ....................................................................................................... 27
9 REPRODUÇÃO SEXUADA ............................................................................................................. 31
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 — TÉCNICAS LABORATORIAIS EM MICOLOGIA .............................................. 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 COLETA DE MATERIAL ................................................................................................................. 38
3 PROCEDIMENTOS DE COLETA ................................................................................................. 39
3.1 LESÕES CUTÂNEAS ................................................................................................................... 39
3.2 LESÕES EM PELOS E CABELOS ............................................................................................... 40
3.3 LESÕES DE UNHAS .................................................................................................................... 41
3.4 URINA ........................................................................................................................................... 42
3.5 REGIÃO GENITAL ....................................................................................................................... 42
3.6 SANGUE E ASPIRADO DE MEDULA ÓSSEA ........................................................................ 42
3.7 ABSCESSO E ESCARRO .............................................................................................................. 42
3.8 LÍQUIDOS (LÍQUOR, PLEURAL, PERITONEAL) E BIÓPSIAS ............................................ 43
4 EXAME DIRETO ................................................................................................................................ 43
5 CULTURA ............................................................................................................................................ 46
6 IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS ................................................................................................. 48
7 MICROCULTIVO .............................................................................................................................. 50
8 TESTES ADICIONAIS ..................................................................................................................... 51
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 54
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 59
UNIDADE 2 — MICOLOGIA CLÍNICA ......................................................................................... 61
TÓPICO 1 — MICOSES SUPERFICIAIS ......................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 63
2 MICOSES SUPERFICIAIS ............................................................................................................... 63
2.1 TINEA NIGRA ............................................................................................................................... 64
2.2 PITRIASIS VERSICOLOR ............................................................................................................ 66
2.3 PIEDRA BRANCA ........................................................................................................................ 71
2.4 PIEDRA NEGRA ........................................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 77
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 78
TÓPICO 2 — MICOSES CUTÂNEAS .............................................................................................. 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 MICOSES CUTÂNEAS .................................................................................................................... 81
2.1 EPIDERMOPHYTON sp. .............................................................................................................. 83
2.2 MICROSPORUM SP. .................................................................................................................... 85
2.3 TRICHOPHYTON sp. .................................................................................................................... 88
2.4 CANDIDÍASE CUTÂNEA .......................................................................................................... 97
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 103
TÓPICO 3 — MICOSES SUBCUTÂNEAS .................................................................................... 105
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 105
2 MICOSES SUBCUTÂNEAS ......................................................................................................... 105
2.1 ESPOROTRICOSE....................................................................................................................... 106
2.2 CROMOBLASTOMICOSE......................................................................................................... 108
2.3 LOBOMICOSE ............................................................................................................................. 111
2.4 MICETOMAS EUMICÓTICOS ................................................................................................. 113
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 115
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 116
TÓPICO4 — MICOSES SISTÊMICAS .......................................................................................... 119
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 119
2 MICOSES SISTÊMICAS .............................................................................................................. 119
2.1 PARACOCCIDIOIDOMICOSE ................................................................................................. 120
2.2 COCCIDIOIDOMICOSE ............................................................................................................ 122
2.3 HISTOPLASMOSE...................................................................................................................... 124
2.4 BLASTOMICOSE ........................................................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 128
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 129
TÓPICO 5 — MICOSES OPORTUNISTAS .................................................................................. 131
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 131
2 MICOSES OPORTUNISTAS ........................................................................................................ 131
2.1 CANDIDÍASE .............................................................................................................................. 132
2.2 CRIPTOCOCOSE ........................................................................................................................ 133
2.3 ASPERGILOSE ............................................................................................................................ 135
2.4 ZIGOMICOSES ........................................................................................................................... 137
2.5 FUSARIOSE ................................................................................................................................. 139
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 148
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 149
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 150
UNIDADE 3 — VIROLOGIA CLÍNICA ........................................................................................ 153
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS ....................................................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................................... 155
3 ESTRUTURA VIRAL ...................................................................................................................... 159
3.1 PRINCIPAIS ESTRUTURAS VIRAIS ....................................................................................... 159
3.2 MORFOLOGIA GERAL ............................................................................................................. 162
4 TAXONOMIA VIRAL ..................................................................................................................... 164
4.1 CULTIVO E IDENTIFICAÇÃO DOS VÍRUS .......................................................................... 165
5 MULTIPLICAÇÃO VIRAL ............................................................................................................ 166
6 PATOGENIA, PREVENÇÃO E CONTROLE ............................................................................. 169
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 173
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 175
TÓPICO 2 — PAPILOMAVÍRUS HUMANO E VÍRUS DA
 IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA ........................................................................ 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 177
2 PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) ......................................................................................... 177
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 178
2.2 TRANSMISSÃO VIRAL ............................................................................................................ 178
2.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO ... 179
2.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 180
3 VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) ............................................................. 180
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 181
3.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 182
3.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ................................................................................................. 183
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 183
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 185
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 187
TÓPICO 3 — HERPESVÍRUS .......................................................................................................... 189
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 189
2 HERPESVÍRUS HUMANO TIPOS 1 E 2 .................................................................................... 189
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 190
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 191
2.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 191
2.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 192
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 194
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195
TÓPICO 4 — HEPATITES VIRAIS ................................................................................................. 197
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 197
2 HEPATITE A .....................................................................................................................................197
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 198
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 198
2.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 199
2.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 199
3 HEPATITE B ...................................................................................................................................... 200
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 200
3.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 201
3.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 201
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 202
4 HEPATITE C ...................................................................................................................................... 204
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 204
4.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 205
4.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ................................................................................................... 205
4.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 205
5 HEPATITES D e E ........................................................................................................................... 206
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 208
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 209
TÓPICO 5 — INFLUENZA E CORONAVÍRUS ........................................................................... 211
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 211
2 INFLUENZA .................................................................................................................................... 211
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 211
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 212
2.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ................................................................................................... 213
2.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 213
3 CORONAVÍRUS .............................................................................................................................. 214
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 214
3.2 TRANSMISSÃO ......................................................................................................................... 215
3.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 215
3.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 216
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 217
RESUMO DO TÓPICO 5................................................................................................................... 224
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 226
TÓPICO 6 — CAXUMBA, SARAMPO E RUBÉOLA .................................................................. 229
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 229
2 CAXUMBA ....................................................................................................................................... 229
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 229
2.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 229
2.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ................................................................................................... 230
2.4 DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO ............................................................................................. 231
3 SARAMPO ....................................................................................................................................... 231
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 232
3.2 TRANSMISSÃO ......................................................................................................................... 232
3.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 233
3.4 DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO ............................................................................................. 234
4 RUBÉOLA .......................................................................................................................................... 234
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 235
4.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 235
4.3 DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO ............................................................................................. 235
4.4 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 235
RESUMO DO TÓPICO 6................................................................................................................... 237
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 238
TÓPICO 7 — FEBRE AMARELA, DENGUE E CHIKUNGUNYA ............................................ 241
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 241
2 FEBRE AMARELA .......................................................................................................................... 241
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................. 242
2.2 TRANSMISSÃO ......................................................................................................................... 243
2.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 243
2.4 DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO ............................................................................................. 244
3 DENGUE ............................................................................................................................................ 244
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................244
3.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 245
3.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA ................................................................................................... 246
3.4 DIAGNÓSTICO ......................................................................................................................... 247
4 CHIKUNGUNYA ............................................................................................................................. 248
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍRUS ............................................................................................ 249
4.2 TRANSMISSÃO .......................................................................................................................... 249
4.3 MANIFESTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................... 249
4.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL .......................................................................................... 250
RESUMO DO TÓPICO 7................................................................................................................... 251
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 252
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 253
1
UNIDADE 1 — 
MICOLOGIA BÁSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	a	classificação	dos	fungos;
•	 discriminar	 as	 características	 que	 diferem	 os	 fungos	 dos	 outros	
organismos;
•	 compreender	o	papel	que	os	fungos	exercem	na	indústria	alimentícia;
•	 distinguir	as	características	fúngicas	que	serão	importantes	no	diagnóstico	
laboratorial;
•	 conceber	toda	a	biologia	do	crescimento	fúngico	e	a	importância	desses	
fatores	no	desenvolvimento	das	micoses;
•	 desenvolver	técnicas	laboratoriais	indispensáveis	para	a	diferenciação	e	
correto	diagnóstico	das	infecções	fúngicas.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	CARACTERÍSTICAS	GERAIS	DOS	FUNGOS
TÓPICO	2	–	BIOLOGIA	DOS	FUNGOS
TÓPICO	3	–	TÉCNICAS	LABORATORIAIS	EM	MICOLOGIA
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em 
frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor 
as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
1 INTRODUÇÃO
Falar	em	fungos	nos	remete	a	uma	das	áreas	da	Microbiologia	e	nos	faz	
pensar	em	cogumelos	dos	mais	diferentes	tipos,	tamanhos	e	cores,	como	podemos	
observar	na	Figura	1.	No	entanto,	os	cogumelos	visíveis	são	apenas	uma	pequena	
parte	 deste	 Reino	 que	 contém	mais	 de	 100.000	 espécies	 descritas	 e	 estima-se	
a	possibilidade	de	mais	de	 1,5	milhões	de	 espécies.	A	maioria	dos	 fungos	 são	
microscópicos	(com	1	μm	ou	mais	de	diâmetro)	e	estão	presentes	no	solo	terrestre	
e	em	vegetação	em	decomposição	(MADIGAN	et al.,	2016).	
FIGURA 1 – COGUMELO DA ESPÉCIE AMANITA MUSCARIA
FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-photo/autumn-time-mushrooms-this-one-
600w-1542867884.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/autumn-time-mushrooms-this-one-pretty-1542867884
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
4
A	 micologia	 compreende	 um	 vasto	 campo	 de	 estudo,	 envolvendo	
microrganismos	 conhecidos	 como	 fungos e leveduras.	Neste	 tópico,	 você	 terá	
uma	visão	geral	das	 características	desses	 seres	vivos.	Os	 fungos	 representam	
um	 grupo	 diversificado	 de	 organismos	 ubíquos,	 ou	 seja,	 organismos	 que	
estão	 presentes	 em	 praticamente	 todos	 os	 lugares,	 ar,	 solo,	 água,	 vegetação	 e	
organismo	de	 diversos	 animais,	 incluindo	 o	 homem.	O	principal	 objetivo	 dos	
fungos	é	degradar matéria	orgânica,	causando	a	decomposição e	degradação	de	
alimentos,	ou	até	mesmo	acometendo	os	seres	vivos	e,	eventualmente,	causando	
patologias	ou	a	sua	morte	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).	
Considerados	 “lixeiros	 do	 mundo”,	 os	 fungos	 desempenharem	 um	
papel	 importante	 no	 contexto	 ecológico	 pois	 degradam	 todo	 tipo	 de	 matéria	
orgânica,	 gerando	 substrato	 que	 favorece	 o	 crescimento	 de	 plantas.	 Já	 no	
contexto	econômico,	os	 fungos,	principalmente	as	 leveduras,	 são	aplicados	em	
várias	áreas,	na	produção	de	alimentos,	na	fitoterapia,	agricultura,	biotecnologia,	
farmácia,	entre	outras	(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).	
2 REINO FUNGI
Os	 fungos	 tiveram	 seu	 grupo	 reconhecido	 como	 um	 reino próprio	 na	
descrição	de	Whittaker	em	1969.	A	partir	de	então	eles	foram	alocados	no	Reino 
Fungi,	com	base	na	morfologia	e	na	forma	de	nutrição	e	metabolismo,	assim,	os	
cinco	reinos	foram	estabelecidos.	Os	fungos	foram	por	muito	tempo	classificados	
dentro	do	Reino	Plantae, isso	se	deve	ao	fato	de	que	visivelmente	os	cogumelos	e	
as	plantas	apresentam	semelhanças	estruturais.	Inclusive,	por	vezes,	os	cogumelos	
crescem	agregados	ao	tronco	das	árvores	ou	no	solo	com	a	vegetação	do	local	e	
acabam	por	se	camuflarem	entre	elas	(Figura	2).
FIGURA 2 – COGUMELOS CRESCEM ADERIDOS AO TRONCOS DAS ÁRVORES
FONTE: <https://image.shutterstock.com/image-photo/mushrooms-clearing-autumn-
600w-1626600667.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/mushrooms-clearing-autumn-1626600667
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
5
Observou-se	que	apesar	de	se	assemelharem	às	plantas,	esses	seres	vivos	
não	atendiam	às	características	básicas	do	reino	vegetal,	como:
• Produção de celulose.
• Realização de fotossíntese.
• Presença de cloroplastos.
• Estocagem de energia em forma de amido.
A	 celulose	 compõe	 a	 parede	 celular	 das	 células	 vegetais,	 ao	 passo	 que	
as	 células	 fúngicas	 são	 basicamente	 compostas	 por	 quitina.	 Fungos	 são	 seres	
heterotróficos,	 dessa	 forma	 não	 são	 capazes	 de	 produzir	 o	 próprio	 alimento,	
como	plantas	e	algas	fazem	ao	realizarem	fotossíntese.	Ao	invés	disso,	os	fungos	
secretam	enzimas	que	degradam	a	matéria	orgânica	que	os	rodeia	e	eles	absorvem	
os	nutrientes	através	de	poros	presentes	na	membrana.	Nas	plantas,	a	função	do	
cloroplasto	é	produzir	energia	ao	absorver	luz	solar,	CO2	e	água,	como	nos	fungos	
a	fotossíntese	não	ocorre,	eles	também	não	apresentam	cloroplastos,	no	seu	lugar	
os	fungos	utilizam	as	mitocôndrias	para	produção	de	energia.	Além	do	mais,	a	
estocagem	de	energia	das	células	fúngicas	não	ocorre	no	formato	de	amido	como	nas	
plantas	e	sim	na	forma	de	glicogênio,	muito	semelhante	ao	que	ocorre	nas	células	
animais.	Portanto,	podemos	concluir	que	os	fungos,	apesar	de	se	assemelharem,	
apresentam	características	celulares	que	os	diferem	completamente	das	plantas.	
Como	resultado,	em	certos	casos	podemos	até	alegar	que	os	 fungos	podem	ser	
mais	parecidos	com	células	animais	do	que	com	células	vegetais.
Os	 fungos	 microscópicos,	 como	 as	 leveduras,	 não	 haviam	 sido	
devidamente	 identificados	 e	 catalogados	 até	 o	 advento da microscopia	 que	
ocorreu	 no	 final	 do	 século	 XVI,	 dessa	 forma	 não	 era	 possível	 associá-los	 aos	
cogumelos	nem	os	diferenciá-los	das	plantas.	As	leveduras,	em	alguns	aspectos	
microscópicos	e	biológicos,	podem	se	assemelhar	com	as	bactérias,	no	entanto,	
várias	características	que	são	básicas	das	bactérias	são	diferentes	das	encontradas	
nos	fungos	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MEZZARI;	FUENTEFRIA,	2012).	
Tais	 características	 que	 serão	 discutidas	 mais	 a	 fundo	 no	 próximo	 subtópico	
foram	determinantes	para	a	criação	de	um	reino	a	parte	das	plantas,	das	bactérias	
e	dos	animais.
Apesar	 de	 o	 Reino	 Fungi ter	 sido	 reconhecido	 somente	 no	 século	 XX,	
estudos	 científicos	 sobre	 fungos	 eram	 realizados	 no	 séculoXIX	 por	 diversos	
pesquisadores.	 Na	 época,	 o	 caráter	 científico	 era	 mais	 direcionado	 para	 a	
micologia	médica,	visto	que	era	sob	a	manifestação	de	doenças	que	se	avaliava	
o	agente	etiológico	responsável.	Com	a	criação	do	novo	reino,	fez-se	necessária	
a classificação taxonômica	dos	 fungos,	a	qual	é	 indispensável	para	o	estudo	e	
reconhecimento	das	espécies	(MEZZARI;	FUENTEFRIA,	2012).	
Taxonomia	significa	a	ciência	da	identificação,	trata-se	de	um	sistema	de	
comunicação	capaz	de	definir,	descrever,	 identificar	e	classificar	as	espécies.	A	
taxonomia	moderna	iniciou	no	ano	de	1735	com	Lineu,	que	propôs	um	sistema	
de	classificação	dos	seres	vivos	que	é	utilizada	até	hoje.	Neste	sistema,	todos	os	
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
6
organismos	 descritos	 são	 catalogados	 a	 partir	 de	 uma	 hierarquia	 decrescente	
nesta	 sequência:	 reino,	 filo,	 classe,	 ordem,	 gênero,	 família,	 espécie	 (Figura	 3)	
(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	FRANÇA;	LEITE,	2018).
FIGURA 3 – HIERARQUIA TAXONÔMICA PARA AGRUPAMENTO DAS ESPÉCIES USANDO O 
FUNGO SACCHAROMYCES CERAVISIAE COMO EXEMPLO
FONTE: Adaptada de <https://image.shutterstock.com/image-vector/classification-system-
vector-illustration-labeled-600w-1548369536.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
Como	 vimos,	 a	 classificação	 dos	 microrganismos	 está	 em	 constante	
atualização,	pois	novas	espécies	são	catalogadas	ou	novas	informações	surgem,	
fazendo	 necessária	 a	 reclassificação.	 Por	 muito	 tempo,	 o	 Reino	 Fungi foi	
dividido	em	quatro	filos,	sendo	eles	Zygomycota,	Basidiomycota,	Ascomycota	e	
Deuteromycota	(“fungos	imperfeitos”).	Houve	uma	nova	classificação,	realizada	
por	Hibbett	et al.	(2007),	que	define	o	Reino	Fungi em	sete	filos:	
1.	 Microsporidia	(parasitas	unicelulares	endobióticos).
2.	 Chytridiomycota	(quitrídios).
3.	 Blastocladiomycota	(fungos	saprófitas).
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
7
4.	 Neocallimastigomycota	 (vivem	 no	 sistema	 digestivo	 de	 mamíferos	
herbívoros).
5.	 Glomeromycota	(micorrizas).
6.	 Ascomycota	(alguns	cogumelos,	trufas	e	ferrugens).
7.	 Basidiomycota	(ferrugens	e	carvões).	
Apesar	 da	 nova	 classificação,	 alguns	 filos	 têm	 representantes	 que	 são	
mais	importantes	do	ponto	de	vista	biomédico.	Por	exemplo,	o	filo	Ascomycota,	
também	chamado	de	Ascomiceto,	apresenta	um	grupo	de	fungos	saprófitas,	mas	
que	podem	atuar	como	patógeno oportunista	nos	seres	humanos	(TORTORA;	
FUNKE;	CASE,	2017).
O	segundo	filo	de	grande	importância	no	contexto	de	doenças	humanas	
é	 o	 Basidiomycota,	 ou	 Basidiomiceto.	 Neste	 filo	 estão	 agrupados	 fungos	
oportunistas	 que	 requerem	 cuidados,	 sobretudo	 em	 pacientes	 internados	 em	
hospitais	 que	 estejam	 imunocomprometidos	 e/ou	 imunossuprimidos.	 O	 filo	
chamado	 de	Anamórficos,	 ou	 anteriormente	 conhecido	 como	Deuteromycota,	
compreende	 fungos	 extremamente	 importante	 por	 causarem	 desde	 infecções	
cutâneas	simples,	até	serem	causa	de	morte	em	pacientes	imunocomprometidos	
(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009;	TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).		
Em junho de 2019 foi descoberto o fungo mais antigo do mundo, cerca 
de 1 bilhão de anos. Essa descoberta foi feita no solo canadense, quando os cientistas 
encontraram minúsculos fósseis na lama do deserto Ártico canadense. O fóssil se formou 
entre 900 milhões e 1 bilhão de anos atrás e o fungo estava preservado lá dentro. Os 
organismos estão tão bem preservados que ainda exibem traços visíveis de quitina, 
composto orgânico usado para fazer paredes celulares de fungos. Essa descoberta torna 
o fungo duas vezes mais velho que o recordista anterior, uma espécie de 450 milhões de 
anos, descoberta em Wisconsin, EUA (LORON et al., 2019).
IMPORTANT
E
3 IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS
Os	fungos	apresentam	diversas	atribuições	benéficas	para	a	rotina	diária	
dos	seres	humanos,	embora	exista	uma	patogenicidade	associada	a	eles	quando	
causam	doenças.	De	maneira	geral,	a	maioria	dos	fungos	não	é	maléfica	para	os	
seres	humanos,	e,	na	maior	parte	do	tempo,	convivemos	de	forma	harmoniosa	
com	esses	 seres.	Eles	podem	ser	saprófitas,	decompondo	a	matéria	orgânica	e	
agindo	como	catalisadores	no	processo	de	decomposição.	Essa	característica	dos	
fungos	tem	sido	amplamente	utilizada	nas	indústrias	de	alimentos	na	produção	
de	pães,	queijos	e	vinhos	(Figura	4).	
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
8
FIGURA 4 – ALIMENTOS PRODUZIDOS POR AÇÃO DOS FUNGOS: PÃO, QUEIJO E VINHO
FONTE: <https://bit.ly/3omhEyi>. Acesso em: 22 jul. 2020.
Na	 indústria	 farmacêutica,	 é	 importante	 salientar	 o	 uso	 do	 gênero	
Penicillium	 no	 desenvolvimento	 de	 fármacos	 como	 a	 ciclosporina,	 que	 são	
amplamente	utilizados	a	serviço	da	saúde	 (MADIGAN	et al.,	2016).	Os	 fungos	
apresentam	um	papel	 benéfico	na	 alimentação,	 como	na	produção	de	queijos,	
pães	e	bebidas	alcoólicas,	bem	como	o	consumo	dos	próprios	fungos	comestíveis	
como	os	famosos	Shimeji,	Shitake	e	cogumelo	Paris	(Figura	5).	
No	 período	 pré-histórico,	 os	 fungos	 comestíveis,	 os	 venenosos	 e	 os	
alucinogênicos	 já	 eram	 conhecidos	 e	 utilizados	 por	 algumas	 populações,	 bem	
como	 já	 eram	 utilizadas	 leveduras	 para	 produção	 de	 alimentos	 (OLIVEIRA,	
2014;	MEZZARI;	FUENTEFRIA,	2012).	Gregos	e	romanos	dominavam	o	modo	
de	separar	os	fungos	comestíveis	dos	venenosos,	o	interesse	dessa	prática	chegou	
a	 ponto	 de	 perpetuá-los	 em	pinturas	 e	 gravação	 em	monólitos,	 nas	 ruinas	 de	
Pompeia	e	na	Argélia,	respectivamente.	Demonstrando	a	importância	que	esses	
seres	vivos	apresentavam	para	as	pessoas	daquelas	comunidades,	muito	antes	
deles	serem	de	fato	classificados	como	fungos	(OLIVEIRA,	2014).
FIGURA 5 – SELEÇÃO DE COGUMELOS FRESCOS
FONTE: <https://shutr.bz/37GMKef>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
9
A cerveja é a bebida alcóolica mais conhecida e consumida no Brasil. Ela é 
produzida em escala artesanal ou industrial, independente da forma de produção três 
ingredientes são básicos e estão presentes em todas as cervejas, são eles: o malte, o extrato 
de lúpulo e as leveduras. São elas as responsáveis pelo processo de fermentação do malte 
e da produção do álcool presente na bebida, duas espécies de leveduras são utilizadas 
a Saccharomyces cerevisiae ou a Saccharomyces uvarum. Ao redor do mundo, existem 
diversos tipos de cervejas (Lager, Pilsen, Bock, Mild etc.), com variadas formas de produção, 
o que todas elas têm em comum? Leveduras. Ein Prosit as leveduras! (P&Q ENGENHARIA 
JR., 2020).
IMPORTANT
E
4 FUNGOS DE INTERESSE CLÍNICO
Durante	 muito	 tempo	 o	 estudo	 de	 fungos	 patogênicos	 não	 foi	 uma	
prioridade	dentro	das	ciências	médicas.	A	história	da	micologia	médica	humana	
é	extremamente	recente,	foi	apenas	no	início	do	século	XX	que	Sabouraud	deu	
início	à	micologia dermatológica	ao	publicar,	em	1910,	um	livro	especializado	nas	
lesões	de	pele	causadas	pelos	fungos,	que	ele	denominou	de	tineas.	Entre	os	anos	
de	1930	e	1940	surge	conceito	de	micose	doença	e	micose	infecção,	relacionando	
as	doenças	com	seus	agentes	etiológicos.	Mais	 tarde,	por	volta	de	1950,	surgiu	
o	 interesse	 por	 infecções	micóticas	 ocasionais,	 hoje	 conhecidas	 como	micoses 
oportunistas,	quadros	de	infecções	que	ocorriam	em	pacientes	que	estavam	sob	
tratamento	 farmacológico	para	outra	doença,	mas	que	muitas	vezes	 causavam	
um	desequilíbrio	imunológico,	abrindo	portas	para	que	os	fungos	que	até	então	
era	apenas	saprófitas,	se	tornassem	agressores	do	organismo	(FRANÇA;	LEITE,	
2018;	MEZZARI;	FUENTEFRIA,	2012).
Apenas	nas	últimas	três	décadas	que	os	fungos	emergiram	como	causas	
principais	 de	 doenças	 humanas,	 especialmente	 entre	 aqueles	 indivíduos	
imunocomprometidos	ou	que	estão	hospitalizados	por	complicações	de	graves	
doenças	 crônicas.	 	 Entre	 esses	 grupos	 de	 pacientes,	 os	 fungos	 atuam	 como	
patógenos	 oportunistas,	 causando	 considerável	 morbidade	 e	 mortalidade	
(MADIGAN	et al.,	2016).	O	aumento	nas	infecções	fúngicas	pode	ser	atribuído	ao	
número	em	constante	crescimentode	pacientes	imunocomprometidos,	incluindo	
pacientes transplantados,	 indivíduos	 com	AIDS,	 com	 câncer sob tratamento 
quimioterápico,	bem	como	indivíduos	hospitalizados	com	outras	doenças graves 
e	 submetidos	ao	 tratamento	 com	corticoides	 e	vários	procedimentos	 invasivos	
(FRANÇA;	LEITE,	2018;	MEZZARI;	FUENTEFRIA,	2012).
De	acordo	com	a	classificação	taxonômica	dos	fungos,	é	possível	observar	
no	Quadro	1,	os	principais	patógenos	dentro	de	cada	um	dos	filos	descritos,	bem	
como	o	tipo	de	micose	que	cada	um	deles	causa.	Cada	uma	dessas	micoses	será	
estudada	com	detalhes	na	Unidade	2.
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
10
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DE ALGUNS FUNGOS PATOGÊNICOS
FILO PATÓGENOS TIPO	DE	MICOSE
Zigomiceto
Rhizopus sp. Sistêmica
Mucor sp. Sistêmica
Ascomiceto
Aspergillus sp. Sistêmica
Histoplasma sp. Sistêmica
Microsporum sp. Cutânea
Trichophyton sp. Cutânea
Anamórficos
Epidermophyton sp. Cutânea
Sporothrix schenkii sp. Subcutânea
Coccidioides sp. Sistêmica
Candida albicans Cutânea,	mucocutânea	e	sistêmica
Basidiomiceto
Cryptococcus neoformans Sistêmica
Malassezia sp. Cutânea
FONTE: Adaptado de Tortora, Fuke e Case (2017, p. 366)
5 CARACTERÍSTICAS CELULARES DOS FUNGOS
Diferentemente	das	bactérias,	os	fungos	são	seres	eucariontes	que	assim	
como	 as	 células	 animais	 possuem	 carioteca,	 ou	 seja,	 responsável	 por	 separar	
o	 material	 genético	 do	 citoplasma.	 O	material	 genético	 dos	 eucariontes	 é	 em	
formato	cromossômico	e	fica	contido	dentro	do	núcleo	(Figura	6).	Diferentemente	
das	bactérias,	que	são	procariontes,	o	material	genético	que	além	de	ser	circular,	
também	está	disperso pelo seu citoplasma.	Dessa	forma,	o	fator	determinante	
para	 diferenciar	 um	 ser	 eucarioto	 de	 um	procarioto	 é	 a	 presença	da	 carioteca	
(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MADIGAN	et al.,	2016).
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
11
FIGURA 6 – DIFERENÇAS ENTRE CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES
FONTE: <https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/2019/10/1-celula-
eucarionte-procarionte.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2020.
Os	 fungos	podem	se	apresentar	 como	seres	unicelulares, ou	 seja,	 cada	
célula	isolada	é	considerada	como	um	microrganismo;	assim	como	as	bactérias.	
Em	contrapartida,	os	fungos	também	podem	ser	multicelulares,	seres	compostos	
por	mais	células,	como	as	plantas	e	os	animais.	Essa	característica	de	celularidade 
é	uma	das	características	que	diferencia	os	fungos	das	bactérias,	que	serão	apenas	
unicelulares.	 Os	 fungos	 unicelulares	 também	 são	 chamados	 de	 leveduras,	
enquanto	 os	 fungos	 multicelulares	 são	 chamados	 de	 fungos	 filamentosos	 ou	
bolores	(Figura	7).	Apesar	da	diferença	na	quantidade	de	células	que	formam	um	
fungo,	as	características	celulares	e	moleculares	são	semelhantes.	
FIGURA 7 – DIFERENÇAS ENTRE SERES UNICELULARES E PLURICELULARES
FONTE: Adaptada de <https://i.dlpng.com/static/png/6341271_preview.png>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
12
6 PAREDE CELULAR 
Como	vimos	até	agora,	os	fungos	diferem	das	plantas	pois	não	são	capazes	
de	realizar	fotossíntese,	também	diferem	das	bactérias	pela	presença	da	carioteca	
e	pela	multicelularidade	(fungo	filamentoso).	Já	a	presença	da	parede celular	é	
uma	característica	que	diferencia	os	 fungos	das	células	animais,	estas,	por	sua	
vez,	não	possuem	parede	celular.	
A	parede	celular	é	a	camada	mais	externa	da	célula	fúngica	e	encontra-se	
ancorada	na	membrana	plasmática	 (Figura	 8).	 Essa	 estrutura	 externa	 é	 rígida, 
garantindo,	 assim,	 a	 forma	 das	 células,	 além	 de	 conferir	 proteção	 contra	 as	
variações	osmóticas	e	ambientais.	Essa	característica	é	importante	e	garante	que	
as	 células	 fúngicas	 consigam	 sobreviver	 em	 ambientes	 onde	 as	 condições	 não	
sejam	favoráveis	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).
FIGURA 8 – COMPOSIÇÃO DA CÉLULA FÚNGICA: PAREDE CELULAR
FONTE: Murray, Rosenthal e Pfaller (2009, p. 249)
Nos	 fungos,	 a	 parede	 celular	 é	 composta	 por	 quitina,	 um	 composto	
polissacarídeo	de	N-acetilglicosamina	resistente	e	insolúvel.	A	quitina	também	
é	um	precursor	direto	do	exoesqueleto	dos	artrópodes,	apresenta-se	disposta	
nas	paredes	como	feixes	microfibrilares,	para	formar	uma	parede	de	estrutura	
grossa	 e	 resistente.	 Outros	 polissacarídeos,	 como	 as	 mananas,	 associadas	
às	 proteínas,	 também	 chamadas	 de	 manoproteínas e β-glucanos podem 
complementar	 a	 quitina	 na	 parede	 celular	 de	 alguns	 fungos	 (Figura	 9).	 A	
parede	 celular	dos	 fungos	possui	normalmente	80	a	90%	de	polissacarídeos,	
uma	pequena	quantidade	de	proteínas,	lipídeos	e	íons	(MADIGAN	et al.,	2016;	
TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
13
FIGURA 9 – COMPOSIÇÃO DA PAREDE CELULUAR FÚNGICA
FONTE: Adaptada de <https://i.dlpng.com/static/png/6341271_preview.png>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
Outros	polímeros	podem	estar	associados	à	parede	celular	fúngica	e	são	
importantes	no	contexto	de	infecção,	podendo	desencadear	uma	resposta	imune	
no	hospedeiro.	Uma	dessas	variações	é	a	produção	de	melanina	que	alguns	fun-
gos	produzem	e	geram	uma	coloração	castanha	da	parede	celular.	A	melanina	é	
um	fator	de	patogenicidade	do	fungo	e	facilita	a	penetração	do	fungo	no	tecido.	
O grau de patogenicidade	de	um	fungo	se	dará	pela	presença	de	um	conjunto	
desses	 elementos	 que	 são	 capazes	de	 invadir	 os	 tecidos	 e	 estimular	diferentes	
respostas	no	hospedeiro.	Quanto	mais	fatores	de	patogenicidade	um	fungo	apre-
sentar,	mais	facilmente	ele	irá	se	instalar	e	causar	doença	(BROOKS	et al.,	2014).			
Os	 fungos	produtores	de	melanina	apresentam	uma	coloração	marrom	
nas	suas	estruturas.	Os	seres	com	essas	características	são	chamados	de	fungos 
demáceos	e	veremos	no	próximo	tópico	que	essa	é	uma	das	formas	de	classificar	
os	fungos.	
7 MEMBRANA PLASMÁTICA
Com	relação	às	estruturas	celulares,	os	fungos	apresentam	mais	algumas	
diferentes.	Entre	elas	está	uma	diferença	simples	na	membrana	plasmática	desses	
seres.	As	células	animais	são	formadas	por	uma	bicamada	lipídica	e	esses	lipídeos	
têm	 a	 base	 da	 sua	 constituição	 de	 colesterol.	 Os	 fungos,	 apesar	 de	 também	
apresentarem	uma	membrana	com	uma	bicamada	lipídica	como	a	célula	animal	
tem	essa	bicamada	composta	por	ergosterol,	um	tipo	de	colesterol	modificado	
(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009;	MADIGAN	et al.,	2016).
8 CÁPSULA
Alguns	fungos	ainda	possuem	uma	estrutura	a	mais	chamada	de	cápsula.	
Essa	estrutura	de	natureza	polissacarídea	está	na	porção	mais	externa	da	célula	
fúngica	e	envolve	a	parede	celular.	A	cápsula	auxilia	o	fungo	na	sua	aderência	ao	
tecido	que	ele	infecta,	armazena	água	e	nutrientes,	além	de	fornecer	proteção	ao	
fungo.	A	cápsula	age	nos	fungos	como	um	fator	de	virulência,	apesar	de	poucos	
fungos	possuírem	essa	estrutura,	ele	é	de	extrema	 importância	principalmente	
do	ponto	de	vista	de	diagnóstico (Figura	10)	(MADIGAN	et al.,	2016;	MEZZARI;	
FUENTEFRIA,	2012).
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
14
FIGURA 10 – MICROSGRAFIA ELETRÔNICA DE CÉLULA FÚNGICA 
FONTE: Adaptada de <http://anatpat.unicamp.br/DSCh41193a++.jpg>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
9 METABOLISMO 
Desprovidos	de	clorofila,	diferentemente	das	plantas,	os	fungos	são	seres	
heterotróficos,	ou	seja,	não	são	capazes	de	sintetizar	o	próprio	alimento.	Uma	vez	
que	eles	precisam	se	alimentar,	os	fungos	apresentam	duas	alternativas,	uma	delas	
é	viver	no	saprofitismo,	degradando	matéria	orgânica	em	decomposição	(morta),	
nessa	forma	de	interação	com	o	ambiente,	os	fungos	são	chamados	de	saprófitas.	
A	segunda	forma	de	obter	alimento	seria	através	do	parasitismo,	neste	formato,	
os	 fungos,	 além	 de	 degradar	 matéria	 orgânica	 morta,	 também	 apresentam	 a	
capacidade	 de	 degradar	 matéria	 orgânica	 viva.	 Nesse	 modelo,	 o	 fungo	 será	
chamado	de	parasita,	o	parasitismo	também	é	designado	pela	interação	entre	duas	
espécies,	em	que	apenas	uma	delas,	o	parasita	se	beneficia,	enquanto	o	hospedeiro	
sofre	danos	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MADIGAN	etal.,	2016).
Ao	 decomporem	matéria	 vegetal	morta,	 os	 fungos	 reciclam	 elementos	
vitais.	Caro,	acadêmico,	quando	nos	referimos	à	decomposição	de	matéria	orgânica,	
você	 também	pode	 entender	por	 apodrecimento	de	 tudo	que	 foi	 vivo	 ou	 está	
vivo.	Esse	processo	ocorre	através	da	utilização	de	enzimas extracelulares como 
as	celulases.	Além	disso,	os	fungos	também	são	os	principais	decompositores	de	
partes	duras	das	plantas,	que	não	podem	ser	digeridas	pelos	animais	(TORTORA;	
FUNKE;	CASE,	2017).
Todos	os	fungos	são	quimio-heterotróficos,	necessitando	de	componentes	
orgânicos	 como	 fontes	 de	 energia.	 Para	 realizarem	 as	 atividades	metabólicas,	
os	 fungos	 retiram	compostos carbonados	das	proteínas,	dos	 carboidratos,	dos	
lipídios	e	dos	álcoois.	Retiram	o	nitrogênio	de	nitratos,	de	sais	de	amônio,	de	
ácidos	aminados,	de	ureia,	da	peptona	e	do	ácido	glutâmico.	Essas	atividades	
metabólicas	são	realizadas	na	presença	de	oxigênio,	por	isso	os	fungos	são	seres	
aeróbios (LEVINSON,	2011).
TÓPICO 1 — CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUNGOS
15
	Sob	o	ponto	de	vista	metabólico,	os	fungos	são	bioquimicamente	versáteis, 
produzindo	metabólitos primários	(por	exemplo:	ácido	cítrico,	etanol	e	glicerol),	
assim como metabólitos secundários	 (por	exemplo:	antibióticos	e	aflatoxinas).	
Devido	 à	 produção	 destes	metabólitos	 primários,	 os	 fungos	 são	 utilizados	 na	
indústria	para	produção	de	combustível	do	tipo	etanol	para	os	veículos,	produção	
de	cervejas,	queijos	entre	outros	produtos.		No	setor	de	laticínios,	os	fungos	que	se	
destacam	são	do	gênero	Penicillium sp.	que	são	utilizados	na	produção	de	queijos,	
diversificando-os	pelos	sabores	particulares	que	seus	metabólitos	produzem.	São	
os	conhecidos	como:	Camembert,	Roquefort	e	Gorgonzola.	Já	como	metabólitos	
secundários	 podemos	 citar	 como	 exemplos	 de	 alguns	 antibióticos,	 a	 seguir	 a	
estão	 listados	os	 antibióticos	 e	 seus	 respectivos	 fungos	produtores	 (Quadro	2)	
(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
QUADRO 2 – PRINCIPAIS METABÓLITOS SECUNDÁRIOS PRODUZIDOS POR FUNGOS
GRISEOFULVINA Penicillium griseofulvi
PENICILINA Penicillium notadum
TERRAMICINA Streptomyces rimosus
NEOMICINA Streptomyces fradii
AUREOMICINA Streptomyces aureofaciens
ESTREPTOMICINA Streptomyces griseus
ANFOTERICINA	B Streptomyces nodosus
FONTE: Adaptado de Murray, Rosenthal e Pfaller (2009)
16
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 Os	fungos	são	seres	presentem	em	praticamente	todos	os	locais	e	que	degradam	
a	matéria	orgânica	viva	ou	morta,	gerando,	dessa	forma,	decomposição	desde	
alimentos	até	tecidos	humanos	causando	patologias.
•	 São	 seres	 vivos	 que	 apresentam	 características	 celulares	 que	 os	diferenciam	
tanto	das	plantas	quando	dos	animais,	por	isso	criou-se	o	Reino	Fungi.
•	 Os	 fungos	apresentam	grande	 importância	na	 indústria	 farmacêutica	 com	o	
desenvolvimento	de	fármacos	como	os	antibióticos	e	na	indústria	alimentícia	
na	produção	de	pães,	queijos,	vinhos	e	cerveja,	além	de	serem	comestíveis	e	até	
mesmo	alucinógenos.
•	 Existe	interesse	clínico	no	estudo	dos	fungos	devido	ao	potencial	patogênico	
que	eles	podem	exercer	especialmente	nos	pacientes	imunocomprometidos.
•	 Podem	 ser	 classificados	 de	 acordo	 com	 as	 características	 celulares	 em	
unicelulares	 e	 serão	 então	 denominadas	 leveduras,	 ou	 pluricelulares	 e	
receberão	o	nome	de	hifas.
•	 Características	 na	 composição	 da	 célula	 fúngica	 são	 fatores	 de	 virulência	 e	
influência	 no	 desenvolvimento	 das	 patologias,	 por	 exemplo,	 a	 presença	 de	
melanina,	presença	de	cápsula	e	ação	de	enzimas	extracelulares.
17
1	 Fungos	são	seres	heterotróficos,	dessa	forma	não	são	capazes	de	produzir	o	
próprio	alimento,	como	plantas	e	algas	fazem	ao	realizarem	fotossíntese.	Ao	
invés	disso,	os	fungos	secretam	enzimas	que	degradam	a	matéria	orgânica	
que	os	rodeia	e	eles	absorvem	os	nutrientes	através	de	poros	presentes	na	
membrana.	 Nas	 plantas,	 a	 função	 do	 cloroplasto	 é	 produzir	 energia	 ao	
absorver	luz	solar,	CO2	e	água,	como	nos	fungos	a	fotossíntese	não	ocorre,	
eles	também	não	apresentam	cloroplastos,	no	seu	lugar	os	fungos	utilizam	
as	mitocôndrias	para	produção	de	 energia.	Com	 relação	 à	diferença	nas	
características	celulares	presentes	nas	plantas	e	nas	células	fúngicas,	associe	
os	itens,	utilizando	o	código	a	seguir:
I-	 Celulose.	
II-	 Cloroplasto.	
III-	Autotróficos.	
IV-	Fotossíntese.	
V-	 Amido.	
(				)	 Heterotróficos.
(				)	 Decomposição	matéria	orgânica.	
(				)		Glicogênio.	
(				)	 Quitina.	
(				)	 Mitocôndrias.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	 (				)	 I	–	V	–	IV	–	III	–	II.
b)	 (				)	 I	–	V	–	III	–	IV	–	II.
c)	 (				)	 II	–	IV	–	V	–	III	–	I.
d)	(				)	 III	–	IV	–	V	–	I	–	II.
e)	 (				)	 IV	–	III	–	II	–	V	–	I.
2	 O	 fermento	 biológico,	 o	 mofo	 que	 ataca	 os	 alimentos	 e	 os	 cogumelos	
comestíveis	são	organismos	que	pertencem	ao	Reino	Fungi.	Com	relação	a	
este	grupo	de	organismos,	analise	as	sentenças	a	seguir:
I-	 Todos	são	clorofilados.
II-	 Nutrem-se	por	digestão	extracorpórea,	liberando	enzimas	digestivas.
III-	 São	eucariontes,	unicelulares	ou	multicelulares.
IV-	Se	alimentam	apenas	matéria	morta.
V-	 Possuem	parede	celular	de	quitina.
VI-	Alguns	dos	subprodutos	são	antibióticos.
AUTOATIVIDADE
18
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	 (				)	 I,	III,	VI	e	V.
b)	 (				)	 II,	III,	V	e	VI.
c)	 (				)	 II,	III	e	IV.
d)	(				)	 II	e	V.
e)	 (				)		 I	e	IV.
3	 Durante	 muito	 tempo	 os	 fungos	 foram	 classificados	 como	 vegetais.	
Entretanto,	eles	foram	considerados	diferentes,	sobretudo	pela	ausência	de:
a)	 (				)	 Núcleo	celular.
b)	 (				)	 Citoplasma.
c)	 (				)	 Membrana	plasmática.
d)	(				)	 Mitocôndrias.
e)	 (				)		 Clorofila.
4	 As	alternativas	representam	atividades	que	alguns	fungos	podem	realizar,	
EXCETO:
a)	 (				)	 Promover	decomposição	de	matéria	orgânica.
b)	 (				)	 Produzir	amido	para	fabricação	de	fécula.
c)	 (				)	 Auxiliar	na	fabricação	de	pães	macios.
d)	(				)	 Produzir	álcool	no	processo	da	fermentação	da	cevada.
e)	 (				)	 Produzir	antibióticos	para	controle	de	doenças.
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
BIOLOGIA DOS FUNGOS
1 INTRODUÇÃO
Caro	acadêmico,	os	 fungos	 emergiram	nas	duas	últimas	décadas	 como	
causas	principais	de	doenças	humanas,	especialmente	entre	aqueles	indivíduos	
que	estão	imunocomprometidos	ou	hospitalizados	com	graves	doenças	de	base.	
Eles	atuam	como	patógenos oportunistas,	causando	considerável	morbidade	e	
mortalidade,	o	aumento	nas	infecções	fúngicas	pode	ser	atribuído	ao	crescente	
número	de	pacientes	imunocomprometidos.
Com	o	aumento	no	número	de	caso	em	que	os	fungos	passam	de	saprófitas	
a	oportunistas,	o	diagnóstico	correto	de	gênero	e	espécie	passa	a	ser	fundamental	
para	o	sucesso	da	recuperação	do	paciente.	No	momento	de	realizar	o	diagnóstico	
de	infecções	fúngicas,	todas	as	propriedades	relacionadas	às	espécies	de	fungos	
são	determinantes	para	auxiliar	o	profissional	na	identificação.
Desse	 modo,	 o	 estudo	 das	 características	 citológicas,	 morfológicas	
estruturais	vegetativas,	reprodutivas	e	patogênicas	dos	fungos,	muitas	vezes,	é	
fundamental	para	o	reconhecimento	do	patógeno.	Neste	tópico,	você	aprenderá	
as principais características dos fungos,	caracterizando	seus	tipos	de	reprodução	
e	explicando	a	sua	importância	para	os	seres	humanos	e	para	o	interesse	clínico.
2 CRESCIMENTO FÚNGICO
Quando	comparamos	fungos	e	bactérias,	em	relação	à	taxa de crescimento,	
os	fungos	crescem	mais	lentamente,	com	tempos	de	duplicação	celular	em	termos	
de	horas,	em	vez	de	minutos	como	ocorre	nas	bactérias.	Isso	se	deve	ao	fato	de	que	
os	fungos	apresentam	características	bioquímicas	e	estruturais	mais	complexas	
do	que	das	bactérias	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).	
Para	que	os	fungos	consigam	crescer	e	se	desenvolver,	alguns	fatores	são	
essenciais,	são	eles:
20
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
1.	 Fonte	de	alimento.
2.	 Respiração	celular.
3.	 Temperatura.
4.	 Umidade.
Prezado	 acadêmico,com	 relação	 ao	 primeiro	 item	 da	 lista,	 a	 fonte de 
alimentos,	nós	 já	estudamos	no	 tópico	anterior.	Com	relação	ao	segundo	 item	
da	lista,	a respiração celular	é	o	processo	metabólico	energético	mais	importante	
para	o	crescimento	deste	microrganismo.	Pois,	assim	como	para	os	animais,	este	é	
o	processo	pelo	qual	o	fungo	é	capaz	de	produzir	a	energia	necessário	para	crescer	
e	 sobreviver.	De	 acordo	 com	 cada	 gênero,	 os	 fungos	podem	 ser	aeróbicos	 ou	
anaeróbicos facultativos	e	somente	alguns	fungos	anaeróbicos	são	conhecidos,	
geralmente	 leveduras	ou	 fungos	dimórficos	 (TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	
LEVINSON,	2011).
As	 leveduras	 apresentam	 respiração celular do tipo anaeróbias 
facultativas ou anaeróbia. A	 respiração	 anaeróbia	 também	pode	 ser	 chamada	
de	 respiração	 fermentativa	 e	 é	devido	 a	 este	 fator,	 que	 as	 leveduras	 têm	 sido	
empregadas	na	produção	de	pães	e	bebidas	alcoólicas.	Já	os	fungos	filamentosos,	
que	são	seres	multicelulares,	apresentam	geralmente	uma	respiração	aeróbia,	ou	
seja,	apenas	crescem	na	presença	de	oxigênio.	Caro	acadêmico,	você	deve	lembrar	
que,	no	tópico	anterior,	aprendemos	sobre	metabólitos	primários	e	secundários.	
A	 produção	 do	metabólito	 primário	 etanol,	 utilizado	 na	 produção	 da	 cerveja	
ocorre,	 pois,	 as	 leveduras	 do	 gênero	 Saccharomyces sp. tem a capacidade de 
realizar	a	respiração	fermentativa,	também	chamado	de	processo	de	fermentação 
(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MADIGAN	et al.,	2016).
Além	do	mais,	são	seres	muito	liberais	quanto	à	temperatura,	embora	a	
maioria	desenvolva-se	melhor	em	temperatura	ambiente	que	varia	entre	25	°C	
a	30	 °C.	 Já	os	 fungos	 isolados	de	espécimes	clínicos	em	um	estado	parasitário	
tendem	a	preferir	temperaturas	próximas	da	temperatura	corporal	em	torno	de	
37	°C	para	seu	crescimento.	O	que	se	refere	à	umidade,	estes	seres	desenvolvem-
se	melhor	em	locais	com	umidade	saturada,	ou	seja,	a	umidade	relativa	próxima	
à	superfície	deve	ser	de	70	a	100%.	Esse	fato	é	corroborado,	tendo	em	vista	que	
o	bolor	aparece	nos	ambientes	mais	úmidos	de	nossas	casas	(MADIGAN	et al.,	
2016,	MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).	
3 FUNGOS FILAMENTOSOS
Os	 fungos	 filamentosos	 são	 organismos	 multicelulares	 que	 consistem	
em	 estruturas	 tubulares	 filamentosas	 chamadas	 hifas.	 Essas	 estruturas	 são	
ramificadas	e	se	alongam	em	suas	extremidades	através	de	um	processo	conhecido	
como extensão apical. Esse	 tipo	de	 crescimento	 inicia-se	 no	 centro	da	 colônia	
e	é	direcionado	para	as	bordas,	assim	como	ocorre	na	colônia,	 também	ocorre	
nas	lesões	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	ZAITZ,	2010).	As	hifas	se	mantêm	
unidas	para	produzir	uma	estrutura	semelhante	a	um	tapete	denominado	micélio 
(Figura	11)	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017).
TÓPICO 2 — BIOLOGIA DOS FUNGOS
21
FIGURA 11 – MASSA VISÍVEL DOS FUNGOS FILAMENTOSOS, HIFA E MICÉLIO
FONTE: A autora 
Hifa	 é	 o	 nome	 que	 se	 usa	 para	 designar	 as	 estruturas	 formadas	 pelos	
filamentos	dos	fungos,	enquanto	micélio	é	o	nome	dado	ao	conjunto	das	hifas	
que	formam	o	fungo	possibilitando	sua	visualização	macroscopicamente.	Apesar	
da	 hifa	 ser	 considerado	 um	filamento,	 o	 filamento	 de	 um	 fungo	 diferencia-se	
de	um	filamento	 bacteriano	 (bacilos,	 bastonetes),	 pois	 as	 hifas	 geralmente	 são	
ramificadas,	coisa	que	ocorre	raras	vezes	entre	as	bactérias.	Podemos	estudar	as	
hifas	sob	vários	aspectos,	sendo	as	mesmas	classificadas	de	acordo	com	a	forma, 
coloração e função (MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).	
4 CLASSIFICAÇÕES DAS HIFAS
Com	relação	a	sua	 forma,	podemos	classificar	as	hifas	em	dois	grupos,	
septadas	ou	cenocíticas	(Figura	12).	Quando	as	hifas	são	separadas	por	septos,	as	
chamamos	de	septadas.	Quando	elas	não	apresentam	septos,	então	as	chamamos	
de	hifas	cenocíticas.		As	hifas	septadas	ainda	podem	se	apresentar	com	pequenas	
conexões	que	as	mantém	unidas.	Outra	estrutura	pode	ser	observada	em	algumas	
hifas,	a	presença	de	processo tálico,	ocorre	no	local	onde	os	segmentos	das	hifas	se	
fragmentam	em	células	individuais	(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).	
Essas	células	são	chamadas	de	artroconídios	e	serão	importantes	no	processo	de	
reprodução	desses	fungos,	como	veremos	mais	adiante.
22
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
FIGURA 12 – MORFOLOGIA DOS FUNGOS FILAMENTOSOS
FONTE: Murray, Rosenthal e Pfaller (2009, p. 250)
As	hifas,	ainda,	podem	ser	classificadas	de	acordo	com	outra	característica	
visual,	sua	coloração.	Elas	podem	ser	transparentes,	também	chamadas	de	hifas 
hialinas	 ou	 podem	 apresentam	 uma	 coloração	 enegrecida	 ou	 marrom,	 então	
são	 denominadas	 como	 hifas demáceas.	 Alguns	 fungos	 exibem	 pigmentação	
castanha	ou	negra	em	função	da	constituição	da	parede	com	melanina,	tratando-
se,	inclusive,	de	um	fator	de	virulência.	Conforme	podemos	observar	diferença	
entre	elas	na	Figura	13	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	ZAITZ,	2010).
FIGURA 13 – MICROSCOPIA DE HIFAS HIALINAS E HIFAS DEMACIAS
FONTE: Adaptada de Zaitz (2010, p. 190) e <https://bit.ly/3aahOSQ>. Acesso em: 22 jul. 2020. 
TÓPICO 2 — BIOLOGIA DOS FUNGOS
23
A	última	classificação	das	hifas	está	relacionada	à	localização e	à	função 
das	hifas.	As	hifas	que	estão	em	contato	com	o	substrato	orgânico	ou,	então,	estão	
aderidas	ao	meio	de	cultura	em	uma	placa,	apresentam	a	função	de	nutrição do 
fungo	e	são	chamadas	de	hifas vegetativas.	Já	as	hifas	que	estão	formando	a	parte	
mais	externa	da	colônia	têm	a	função	de	reprodução,	promovendo	a	esporulação	
das	estruturas	fúngicas,	essas	são	chamadas	de	hifas aéreas	(TORTORA;	FUNKE;	
CASE,	2017;	MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
A	 Figura	 14	 representa	 a	 localização	 das	 hifas	 e,	 por	 consequência,	
as	 suas	 funções,	 ambas	 as	 hifas	 desempenham	 funções	 vitais	 no	 processo	 de	
desenvolvimento	 dos	 fungos.	 Enquanto	 as	 vegetativas	mantêm	 o	 fungo	 vivo, 
obtém	 nutrientes	 e	 promove	 seu	 crescimento,	 as	 hifas	 aéreas	 garantem	 que	 o	
fungo	será	capaz	de	se	multiplicar,	garantindo	a	sobrevivência	da	espécie.
FIGURA 14 – HIFAS VEGETATIVAS E HIFAS AÉREAS
FONTE: A autora
As	 hifas	 crescem	 pelo	 alongamento	 de	 suas	 extremidades,	 sendo	 que	
qualquer	porção	da	hifa	 tem	essa	capacidade,	sendo	o	crescimento	dos	fungos	
dependente	 de	 condições	 favoráveis	 para	 o	 seu	 desenvolvimento.	 Os	 fungos	
diferem	muito	entre	si,	sendo	que	cada	um	requer	uma	condição	própria.	Para	
que	as	hifas	possam	desenvolver-se,	os	fungos	requerem	temperatura,	umidade,	
quantidade	de	luz,	pH,	concentrações	de	O2	e	nutrientes	ideais.		
5 FUNGOS LEVEDURIFORMES
Prezado	acadêmico,	você	aprendeu	anteriormente	que	os	fungos	podem	
ser unicelulares	 ou	pluricelulares.	Quando	um	 fungo	 se	 apresenta	de	 forma	
individualizada	em	uma	única	célula,	chamamos	de	levedura	ou	leveduriforme.	
As leveduras são	 organismos	 unicelulares de	 forma	oval ou esférica (Figura	
15),	reproduzem-se	de	forma	assexuada	e	se	multiplicam	rapidamente,	esta	é	a	
forma	que	se	assemelha	às	bactérias.
24
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
FIGURA 15 – MICROSCOPIA DAS LEVEDURAS EM FORMATO OVAL E ESFÉRICO
FONTE: <https://bit.ly/3mpHQWW>. Acesso em: 22 jul. 2020.
A	reprodução	assexuada	das	leveduras	pode	ser	definida	de	acordo	com	a	
morfologia	que	a	célula	adota	durante	esse	processo.	Pode	ser	classificado	como	
uma	célula	que	se	reproduz	por	fissão binária,	gerando	uma	“célula-filha”	idêntica,	
ou	por	brotamento,	gerando	uma	estrutura	que	será	chamada	de	blastoconídeo.	
Nesses	 procedimentos,	 uma	 célula	 progenitora	 ou	 “célula-mãe”	 destaca	 uma	
porção	 de	 si	 mesma	 para	 produzir	 uma	 progênie	 ou	 “célula-filha”.	 Essa	 é	 a	
forma	mais	simples	e	mais	comum	das	leveduras	se	multiplicarem.	Entretanto,	
as	células-filhas	em	brotamento	podem	se	alongar	para	formar	pseudo-hifas, em 
formato	de	salsicha,	assim	como	podem	formar	um	tubo	germinativo	(Figura	16)	
(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MADIGAN	et al.,	2016).
FIGURA 16 – MORFOLOGIA DAS LEVEDURAS
FONTE: Murray, Rosenthal e Pfaller (2009, p. 250)
Apesardas	 hifas	 serem	 estruturas	 de	 fungos	 filamentosos	 como	 vimos	
anteriormente,	as	 leveduras	podem	formar	essas	estruturas	para	se	adaptarem.	
Dependendo	 do	meio	 em	 que	 estão	 inseridas,	 as	 leveduras	 podem	precisar	 se	
transformas	em	filamentosos,	podendo	 ser	um	 fator	de	proteção	para	o	 fungo.	
São	chamadas	de	pseudo-hifas,	pois	após	o	brotamento	as	leveduras	não	se	sepa-
ram,	alongando-se	e	ficando	com	o	aspecto	semelhante	às	hifas.	Uma	colônia	de	
pseudo-hifas	pode	ser	chamada	de	pseudomicélio.	Quando	um	fungo	altera	a	seu	
formato,	independente	do	que	ocasionou	a	mudança,	ele	será	chamado	de	fungo 
dimórfico (MADIGAN	et al.,	2016,	MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
TÓPICO 2 — BIOLOGIA DOS FUNGOS
25
6 FUNGOS DIMÓRFICOS
Fungos	 que	 apresentam	 a	 capacidade	 de	 alterar	 a	 sua	 forma	 entre	
leveduriforme	 (levedura,	 oval)	 e	 filamentosa	 (hifal,	 alongada)	 são	 chamados	
de	 fungos	dimórficos.	Algumas	espécies	de	 leveduras	produzem	pseudo-hifas	
em	um	processo	de	transição	para	a	forma	filamentosa.	Isso	quer	dizer	que,	em	
alguns	momentos,	podemos	observar	leveduras,	pseudo-hifas	e	hifas	verdadeiras	
nos	fungos	(MADIGAN	et al.,	2016).	Todavia,	você	deve	se	perguntar,	como	será	
possível	diferenciar	uma	pseudo-hifa	de	uma	hifa	verdadeira?
A	resposta	é	bem	simples:	hifa	verdadeira	não	apresenta	constrição	entre	
célula-mãe	e	o	filamento.	Em	contrapartida,	 as	pseudo-hifas	apresentam	cons-
trições	ao	longo	do	filamento,	como	podemos	facilmente	observar	na	Figura	17.	
FIGURA 17 – DIFERENÇAS ENTRE HIFAS VERDADEIRAS, PSEUDO-HIFAS E LEVEDURAS
FONTE: Wightman et al. (2004, s.p.)
As hifas verdadeiras são	 as	 que	 crescem	 sem	 interrupção,	 a	 partir	 de	
germinação	de	um	esporo,	formando	uma	estrutura	filamentosa	alongada.	Todos	
os	fungos	filamentosos	apresentam	hifas	verdadeiras.	As	pseudo-hifas,	ou	hifas-
falsas,	 são	 aquelas	 que	 crescem	por	 gemulação	 ou	 por	 brotamento	 sucessivo,	
portanto,	 é	 possível	 ver	 que	 são	 estruturas	 separadas	 que	 se	 mantiveram	
conectadas.	No	 entanto,	 apesar	 de	 permanecerem	 conectadas,	 elas	 continuam	
sendo	seres	unicelulares	(MADIGAN	et al.,	2016;	FRANÇA;	LEITE,	2018).	
O dimorfismo também pode ser decorrente da concentração de CO2 presente 
no meio, visto que em concentrações inferiores de CO2 apresentam-se sob a forma de 
leveduras; em concentrações superiores de CO2 o desenvolvimento é filamentoso. Como 
é possível observar na Figura 18, fungo Mucor indicus apresenta dimorfimos dependente 
da concentração de CO2. Local onde a presença de O2 e CO2 é equilibrada ele apresenta 
crescimento leveduriforme, porém, no interior do meio, em que a concentração de CO2 é 
muito maior, o crescimento é filamentoso.
IMPORTANT
E
26
UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
FIGURA 18 – DIMORFISMO DE MUCOR INDICUS DEPENTENDE DA CONCENTRAÇÃO DE CO2 
NO AMBIENTE 
FONTE: Tortora, Fuke e Case (2017, p. 332)
7 CARACTERÍSTICAS DA REPRODUÇÃO FÚNGICA
Fungos	podem	se	reproduzir	de	duas	formas,	a	forma	sexuada como os 
animais	e	a	forma	assexuada,	assim	como	as	bactérias.	A	forma	assexuada pode 
ocorrer	por	três	formas	distintas:	
1.	 Crescimento	das	hifas.
2.	 Produção	de	esporos.
3.	 Brotamento	do	blastoconídeo.
 
Os	fungos	podem	combinar	as	formas	de	reprodução	como	forma	de	ga-
rantir	a	sobrevivência	da	espécie.	O	crescimento	das	hifas	é	a	forma	de	reprodução	
e	desenvolvimento	dos	fungos	filamentosos	na	matriz	orgânica	que	ele	se	encon-
tra.	No	entanto,	os	fungos	filamentosos	também	realizam	a	produção	de	esporos,	
que	serão	importantes	na	disseminação	do	fungo	em	outras	matrizes	orgânicas.
Os esporos	são	o	produto	de	ambas	as	formas	de	reprodução,	quando	o	
fungo	produz	esporos	sexuados	a	forma	é	denominada	teleomorfo,	e	a	forma	que	
produz	esporos	assexuados	é	denominada	anamorfo.	São	estruturas	resistentes	
às	condições	adversas	e	permanecem	em	estado	de	latência	(dormência)	até	que	
as	condições	ambientais	sejam	favoráveis	para	o	seu	desenvolvimento.	Esse	é	o	
modo	mais	comum	de	reprodução	entre	os	fungos	patogênicos,	na	reprodução	
assexuada	os	esporos	são	obtidos	por	mitose.
A	 reprodução	 sexuada,	 por	 outro	 lado,	 ocorre	 também	 pela	 produção	
de	esporos,	porém	esses	esporos	são	sexuados.	Nesse	tipo	de	reprodução	ocorre	
a fusão dos núcleos	 dos	 esporos	 de	 duas	 linhagens	 de	 uma	mesma	 espécie.	
Esse	 tipo	de	 reprodução	 contribui	 com	a	 recombinação	genética,	promovendo	
TÓPICO 2 — BIOLOGIA DOS FUNGOS
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a	evolução	das	 espécies,	 entretanto,	 é	uma	 forma	de	 reprodução	 rara	 entre	os	
fungos.	A	 maior	 parte	 dos	 fungos	 de	 interesse	 biomédico	 se	 reproduzem	 de	
forma	assexuada,	mas	por	que	será	que	isso	acontece?
Caro	acadêmico,	quando	os	fungos	estão	dispersos	no	meio	ambiente	é	
mais	provável	que	eles	encontrem	outros	 fungos	da	mesma	espécie,	porém	de	
cepas	 diferentes	 para	 realizar	 a	 troca	 dos	 gametas.	Nessa	 troca	 que	 ocorre	 na	
reprodução	sexuada,	os	gametas	diferentes	são	combinados	e	assim	é	possível	
garantir	a	variabilidade	da	espécie.	No	entanto,	quando	os	fungos	estão	causando	
doença	no	ser	humano,	geralmente	estamos	 lidando	com	apenas	uma	cepa	de	
uma	espécie	de	 fungo.	Considera-se	que,	no	corpo	humano,	aquele	 fungo	não	
encontrará	o	 local	 ideal	para	a	 troca	de	gametas,	ou	seja,	o	 fungo	só	 tem	uma	
escolha	a	reprodução assexuada.	Portanto,	todos	os	fungos	isolados	de	espécimes	
clínicas	provenientes	de	pacientes	realizarão	apenas	a	reprodução	assexuada.	
Como a maioria dos fungos que causam doenças em humanos realizam 
reprodução assexuada, focaremos nossos estudos nessa classe. Tendo em vista que as 
características das hifas foram discutidas anteriormente neste tópico, estudaremos a 
formação dos esporos e do brotamento.
ESTUDOS FU
TUROS
8 REPRODUÇÃO ASSEXUADA
Prezado	acadêmico,	como	vimos	anteriormente,	a	reprodução	assexuada	
é	 mais	 comum	 durante	 o	 processo	 de	 infecção	 nos	 humanos.	 A	 reprodução	
assexuada	é	denominada	anamórfica ou imperfeita	e	ocorre	através	da	produção	
de	esporos.	A	produção	de	esporos	será	a	principal	forma	de	reprodução	assexuada	
que	auxiliarão	na	identificação	fúngica.	Portanto,	podemos	classificar	os	esporos	
de	acordo	com	a	forma	que	eles	são	gerados.	Quando	eles	são	formados	e	ficam	
envoltos	por	uma	bolsa,	são	os	chamamos	de	esporangiósporos ou	endosporos.	
Já	os	esporos	que	são	gerados	de	forma	livre,	ou	seja,	sem	a	bolsa,	são	chamados	de	
conídios ou	ectosporos (Figura	19)	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2017;	MURRAY;	
ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
Os	 esporangiósporos	 são	 mantidos	 dentro	 de	 uma	 vesícula	 chamada	
de esporgângio,	essa	estrutura	tem	a	função	de	manter	os	esporos	unidos	até	a	
maturação	estar	completa	e,	então,	liberá-los	todos	de	uma	vez	no	ambiente.	Da	
hifa	fúngica	brotam	um	tipo	de	hifa	especializada	chamada	de	esporangióforo 
que	será	responsável	pela	formação	da	columela	na	porção	distal.	Será	a	partir	
da	columela	que	os	esporangiósporos	serão	 formados	 (Figura	19a)	 (MURRAY;	
ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
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UNIDADE 1 — MICOLOGIA BÁSICA
Os conídios	são	esporos	de	vida	livre,	dessa	forma	não	precisam	de	uma	
vesícula.	O	termo	conídio	significa	pó	e	esses	esporos	são	facilmente	 liberados	
e	 flutuam	no	 ar	 como	poeira.	Os	 conídios	 permanecem	 aderidos	 às	fiálides e 
conforme	amadurecem	são	destacados	e	liberados	no	ambiente.	Da	hifa	fúngica	
brotam	um	tipo	de	hifa	especializada,	que	nesse	caso	será	chamada	de	conidióforo.	
Da	região	distal	dos	conidióforos	forma-se	uma	estrutura	semelhante	a	columela,	
mas	que	nesses	fungos	será	chamada	de	vesícula,	onde	as	fiálides	estão	ancoradas	
(Figura	19b)	(MURRAY;	ROSENTHAL;	PFALLER,	2009).
Essas	 estruturas	 de	 reprodução	 auxiliam	 o	 biomédico	 na	 distinção	 de	
importantes	 gêneros	 de	 fungos	 patogênicos.	 Dessa	 forma,	 compreender	 as	
diferenças	entre	eles	apresenta	um	enorme	poder	diagnóstico.
FIGURA 19 – FORMAÇÃO DE ESPOROS ASSEXUADOS E ESTRUTURAS DE REPRODUÇÃO DE (A) 
ZIGOMICETOS – RIZOPUS SPP. E DE (B) ASPERGILLUS SPP
FONTE: Murray, Rosenthal

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