História do cinema pré-cinema Slides

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Prof. Dr. ADRIANO CRUZ
adrianocruzufrn@gmail.com
HISTÓRIA, TEORIA E FENOMENOLOGIA DO CINEMA
DO PRÉ-CINEMA À LINGUAGEM CLÁSSICA
O marco do surgimento do cinema 
No dia 28 de dezembro de 1895, os irmãos 
Luís e Augusto Lumiére exibiram os seus filmes 
no Boulervard des Capucines, em Paris. Entre 
esses, estava “A chegada de um trem à estação 
de La Ciotat”, considerado o primeiro filme 
exibido. 
Marco do surgimento do cinema 
Filme: A chegada de um trem à estação de La Ciotat
Marco do surgimento do cinema 
Exibições do filme A chegada do trem à 
estação, em 1896: 
Itália, Rússia, Hungria,Romênia, Canadá, 
Dinamarca,Uruguai,México, Argentina, Cuba, 
entre outros. 
Cinematógrafo 
Leve, funcional, prático, filma, reproduz, 
projeta. 
Marco do surgimento do cinema 
Marco do surgimento do cinema 
Que características têm esses filmes?
L’Arrouseur Arrosé, 1897 
O mundo no final do século XIX
Revolução Industrial
Predomínio da Europa
Expansão dos EUA
Mobilidade (trens, automóveis) 
Invenção da fotografia (1827)
O cinema e as outras artes: formas de consumo
Diversão e 
entretenimento
Os vaudevilles - teatros 
de variedades
Pré-cinema
Pré-cinema
Pré-cinema
Pré-cinema
Ilusões ópticas
Imagens animadas
Invenções dispersas
Pré-cinema – o “olhar voyerista” , Arlindo Machado 
Thomas Edison, George Eastman, W.K.
Dickson, Louis Le Prince, G.A Smith, William 
Friese-Grene, Thomas Ince, irmãos 
Skladanowsky.
Outros precursores 
Bioscópio, 
irmãos Skladanowsky.
Cinetóscopio 
Thomas Edison 
“PRIMEIRO CINEMA” 
TEMAS
Gags (piadas) visuais,
eróticos, 
incêndios, 
temas religiosos 
e perseguições.
Transformações da narrativa
PAPEL DO EXIBIDOR: 
Organizava os rolos da forma como 
julgava adequado, operando verdadeiras 
intervenções no filme.
George Meliès 
Teatro de ilusionismo
Fantasia
Trucagens 
Corte e colagem
Meliès
Meliès
Meliès
Exibir filmes
1.La Lune à un mètre (1898);
2.Cinderela (1899);
3.Viagem à lua (1902);
Meliès
Que características têm esses filmes?
Com o que se assemelham?
A consolidação de Hollywood
Thomas Edison (1847-1931)
Kinetoscópio (1893)
Motion Pictures Patents Company
“Fuga” dos cineastas para a costa da 
Califórnia 
(clima, trabalhadores não sindicalizados e 
impostos mínimos). 
A consolidação de Hollywood
Fonte: FRIEDRICH, Otto. Cidade das redes. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
1887
Horace Wilcox, um milionário do setor 
imobiliário, tenta transformar uma região 
de campos de cevada, nos arredores de 
Los Angeles, em uma comunidade 
religiosa. Sua mulher, Daeida, é quem 
batiza o povoado de Hollywood, em 
homenagem à casa de campo de amigos 
da família em Chicago.
A consolidação de Hollywood
Fonte: FRIEDRICH, Otto. Cidade das redes. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
1903
As terras de Hollywood são compradas 
por uma organização dirigida pelo general 
Moses Hazeltine Sherman. Empreendedor 
nato, Sherman foi um grande incentivador 
da expansão das ferrovias na região, 
dando impulso ao crescimento urbano. 
A consolidação de Hollywood
Fonte: FRIEDRICH, Otto. Cidade das redes. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
1907
Fugindo de uma tempestade em Chicago, 
a equipe de O Conde de Monte Cristo 
termina o filme em Los Angeles. O astro 
Francis Boggs gosta do clima e fica por lá, 
criando o primeiro estúdio californiano. 
No mesmo ano, The Power of the Sultan
seria o primeiro filme todo rodado em 
Hollywood.
A consolidação de Hollywood
Fonte: FRIEDRICH, Otto. Cidade das redes. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
1909
O diretor Charles French produz, para a 
Bison Company, mais de 185 curtas-
metragens em apenas oito meses! É um 
sinal inequívoco de que a indústria 
cinematográfica local começa a 
“esquentar” para valer.
A consolidação de Hollywood
Fonte: FRIEDRICH, Otto. Cidade das redes. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
1914
É fundado o primeiro grande estúdio, a 
Paramount. Em 1925, surge a Metro-
Goldwyn-Mayer, ou MGM. Os dois 
representam a consolidação definitiva da 
capital do cinema mundial.
Evolução dos códigos clássicos
Observemos os seguintes filmes:
Os irmão corsos, (Smith, 1890);
A fada dos repolhos, (Alice Guy Blanché, 
1896);
The corbett-fitzsimmons fight (Enoch J. 
Rector, 1897).
Edwin Stanton Porter : “enquanto isso...”
Edwin Stanton Porter : “enquanto isso...”
Evolução e formação dos códigos clássicos 
David Wark Griffith (1908)
De 1908 a 1913 – 400 curtas 
1915 – O nascimento de uma nação
Intolerância
Legado: montagem alternada
Montagem alternada
Permite montar alternadamente dois (ou 
mais de dois) eventos que se desenvolvem
Simultaneamente. 
Evolução e formação dos códigos clássicos 
Close-ups
Montagem paralela
Iluminação expressiva 
Atuação sutil
Campo/contracampo
O cinema clássico (1915-1945)
O narrador-câmera dirige o olhar, o 
sentimento e a adesão do espectador.
O cinema clássico (1915-1945)
“O que aconteceu?”
“Como vão conseguir?”
“Como vão reagir emocionalmente?”
“O que vai acontecer?”
“Como vai acontecer?”
Elementos formadores da narrativa clássica
O cinema clássico (1915-1945)
Apresentação, desenvolvimento e uma
conclusão “fechando” as questões que
motivaram a história (happy ending,
preferencialmente)
Elementos formadores da narrativa clássica
O cinema clássico (1915-1945)
Reprodução da vida 
Técnicas de interpretação naturalistas
“Realismo romântico fechado” 
(Mark Cousins)
O cinema clássico (1915-1945)
Quanto mais caro o filme, maior será o 
potencial do seu sucesso.
Não importa quem seja, a todos eles caberá um último grande papel a
representar, nessa tragicomédia que é a morte em Hollywood. Quem já leu o
sinistro ´The loved one`, do romancista inglês Evelyn Waugh, sabe a que me
refiro. Serão eles maquilados, como sempre o foram em vida – mas desta vez
por um ´mortician`, um embelezador mortuário. Terão os lábios pintados, as
faces artificialmente coloridas, de modo a que não se veja nelas a oitava cor
do espectro, a cor da morte. Foi assim que vi a Gregg Toland, o grande
´cameraman`, e um dos poucos amigos que fiz, da minha estada em
Hollywood – pintado como um boneco, entre flores funerárias. Pois para
Hollywood não só a vida, a verdadeira vida, mas a morte também é tida como
uma coisa feia.
MORAES, Vinícius de. O cinema de meus olhos. Organização por Carlos Augusto Calil. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1991. 
O star-system
(Os astros perdiam) seus traços reais como os heróis antigos, escapando à memória imediata 
das pessoas que lhe são próximas e de suas famílias, tornando-se, graças a uma seleção 
arbitrária de traços comuns, individualidades inorgânicas que podem ser reproduzidas 
indefinidamente. Logo, os atores não deverão, em sua vida pessoal, separar-se da localização 
paramnésica que lhes é assegurada por contrato: a gravidez ilegítima de Ingrid Bergman (a 
jovem Joana D`Arc!) e sua ligação com Roberto Rosselini chegou a motivar uma intervenção no 
Senado americano em plena Guerra da Coréia, antes de arruinar a carreira da atriz em 
Hollywood. O cinema já se inicia na fachada de seus palácios, onde são escritos, em letreiros 
iluminados, os nomes das estrelas. O cinema é como este esplendor da vida, que se encontra 
ao lado de cada ser, invisível, distante e portanto presente. Basta que o invoquemos pelo 
nome certo, pela palavra certa, e ele virá, aí está a essência da magia, observa Kafka em seu 
diário em 1921. À medida em que a estrela de cinema faz parte do universo isolante da 
percepção indireta, ela compõe uma figura icônica que não pode ser comparada à presença da 
criaçãoteatral. Ela é um vestal deste sol em cada imagem ao qual Gance se refere, guardiã de 
um lar nacional onde a iluminação intensa não pode ser comparada a nenhuma outra. A 
estrela conhecerá um destino semelhante ao da antiga sacerdotisa: ceder a paixões demasiado 
humanas e amar o amor mortal representa o fim de sua própria imortalidade, o começo de um 
isolamento do qual a censura e as ligas puritanas e políticas se encarregarão de reforçar 
diligentemente. 
VIRÌLiO, Paul. Guerra e Cinema. São Paulo: Scritta, 1993, p. 73-74).
O star-system
O star-system
Interesse de espectador
O cineasta dispõe do “star system”, um conjunto de 
“estrelas’ disponíveis para assumir o papel de 
protagonista com o qual o espectador já tenha uma 
empatia imediata.
A narrativa
A narração clássica é linear, na medida em que seus 
segmentos se conectam de forma causal.
Os gêneros
Os humoristas: comédias de Hollywood 
(1889 - 1977) (1895-1966) (1893-1971)
Resistência e dissidências ao modelo 
americano. 
Tempo de vanguardas