Buscar

Associtivismo

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA 
DISCIPLINA: EXTENSÃO E ASSOCIATIVISMO RURAL 
Prof.ª: Olga Oliveira dos Anjos 
Associativismo Rural 
Formas organizativas de 
produtores rurais. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
1. O associativismo como parte do cotidiano. 
Parte-se do princípio que as pessoas associam-se em 
seu dia-a-dia para satisfazer necessidades, praticar 
solidariedade, promover mudanças empreender 
esforços em conjunto. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
1. O associativismo como parte do cotidiano. 
As pessoas agem em grupo naturalmente quando desejam 
alcançar objetivos que são comuns. 
 
Contudo, em determinadas ações como, por exemplo, nas de 
produção e comercialização, a organização e o registro de 
uma associação pode facilitar uma melhor participação do 
produtor e do trabalhador rural no mercado. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Geralmente, o que motiva as pessoas a criar uma 
associação é o fato de perceberem que sozinhas 
teriam mais dificuldades em alcançar alguns objetivos. 
Prosperar 
Melhorar de vida 
Realizar empreendimentos 
1. O associativismo como parte do cotidiano. 
Criar novos espaços de discussões 
1. O associativismo como parte do cotidiano. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
O associativismo está relacionado à noção de atividade humana 
desenvolvida em grupo. 
 
Quando as pessoas se agrupam em 
comunidades por um longo tempo, 
geram um sentimento de 
pertencimento, identidade cultural 
comunal.(Peruzzo, 2003) 
Associativismo Rural 
Movimento sindical nos anos 80 nos centros urbanos; 
Nas comunidades surgiam as CEBs (Comunidades Eclesiais de 
Bases); 
Comunidade e Participação: palavras chave para
desenvolvimento local. 
 
Os produtores que optaram pelo associativismo boa parte não 
possuía recursos para promover melhorias técnicas nos 
cultivos, nem capacidade para a colocação de seus produtos 
no mercado. 
 
2. Hipóteses para a opção pelo associativismo (Pinheiro, 2001) 
Associativismo Rural 
2. Hipóteses para o opção pelo associativismo (Pinheiro, 2001) 
Década de 80: questão central do associativismo acesso e 
distribuição de terra, a reforma agrária. 
 
A partir da década de 90 muda-se o foco! Generalização da 
criação de associações. 
Com a agricultura familiar começando a ganhar destaque nas 
esferas políticas e a implementação das políticas de reforma 
agrária. 
üMelhor distribuição de renda; 
üAcesso ao crédito; 
üAcesso as políticas públicas. 
 
Resultando em maior desenvolvimento do setor rural, melhores
formas nas condições de produzir e de comercializar. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
3. Grupo Social 
Pluralidade de 
pessoas 
Realização de 
objetivos comuns 
Senso de 
solidariedade 
Para a agricultura familiar essa ação coletiva está relacionada 
a fatores como territorialidade, identidade e 
ruralidade, envolvendo suas diferentes formações 
históricas, suas estratégias de reprodução, sua inserção nas 
cadeias produtivas, e sua relação com os diferentes ambientes 
naturais do país. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
3. Grupo Social 
ØGrupo formal: com regras estatutárias. Associações, 
cooperativas, ONGs. 
ØGrupo informal: sem regras estatutárias; 
Em se tratando do associativismo rural podemos encontrar 
organizações formais e não formais. Ambas com objetivo de 
promover melhorias aos espaços rurais. 
Grupo de Jovens; Grupo de mulheres; Associações; 
Cooperativas; Sindicatos; Federações; Ong’s; 
4. Formas de associativismo 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Associativismo informal representa formas espontâneas de 
ajuda mútua, de modo geral desenvolvidas entre membros de 
uma comunidade. 
Associativismo formal tem como formas mais comuns no Brasil 
o cooperativismo e o sindicalismo. 
As associações comunitárias apesar da grande expansão da 
última década, podem ser vistas como resultado da intervenção 
governamental e não-governamental. Organizadas para que os 
produtores possam ter acesso a recursos oriundos de 
programas governamentais. 
Quando os produtores tem necessidades de formalização os 
grupos não formais podem ser legalizados ganhando 
personalização jurídica. Passando o associativismo da modalidade 
informal para a modalidade formal. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
5. Associativismo como estratégia de mudança. 
http://www.google.com.br/imgres? A 
http://rondoniarural.com/guia-comercial anuncio.php?cod=488 
 
Quais os benefícios que os produtores rurais passam a ter quando se 
associam? 
 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
As associações passaram a ser vistas como o tipo de 
organização ideal, pois combinam a possibilidade de 
participação democrática de todos os membros com as 
vantagens de uma coletividade organizada, pensada em 
termos de uma maior capacidade de pressão por benefícios 
pra o grupo. 
5. Associativismo como estratégia de mudança. 
Quais os benefícios que os produtores rurais passam a ter quando se 
associam? 
 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
ü Maior possibilidade de conquista de novos mercados por 
meio de vendas coletivas ou compartilhadas; 
ü Possibilidade de criar formas de reduzir as desigualdades 
sociais; 
ü Mais facilidade para conseguir participar de cursos específicos 
do setor; 
 
 
 
 
ü Mais facilidades para compras de matérias-primas, insumos e 
materiais de consumo; 
ü Melhores oportunidades de compra de máquinas e 
equipamentos. 
ü Maiores oportunidades de desenvolvimento da comunidade; 
ü Mais facilidade para divulgação dos seus produtos e serviços 
6. Associativismo formal 
Buscar caminhos 
próprios que atendam 
as suas necessidades, 
interesses e objetivos 
comuns. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
ASSOCIATIVISMO 
6. Associativismo formal
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Antes da formalização é preciso entender a importância desse 
processo. E internalizar os seguintes aspectos: 
Objetivos da instituição a ser criada, e 
que estes devem representar a 
realidade da comunidade e não 
interesses de agentes externos. 
Fonte: SEBRAE, unir forças para melhorar, 2014. 
6. Associativismo formal
ASSOCIATIVISMO RURAL 
1. Identificação de necessidades comuns;
2.Acreditar no grupo; 
3.Reconhecer a igualdade 
4.Consciência 
5.Unidade na diversidade 
6. Associativismo formal 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Os objetivos do grupo deverão ser escritos e compartilhados através de um 
instrumento denominado pelo SEBRAE de Plano de Ação Coletiva. Este 
instrumento será util na formalização do grupo e servirá de base para 
elaboração do Estatuto Social. 
PLANO DE AÇÃO 
Necessidade Comum: 
O que fazer 
(Ações) 
Como fazer 
(Atividades) 
Quando fazer 
(prazo) 
Quem faz 
(Responsável) 
Quanto (Recursos) 
 
Indicação para líder: 
Indicação para 
secretário: 
É importante para o grupo a decisão do tipo de instituição jurídica 
que atenderá aos objetivos traçados no plano de ação! 
ASSOCIAÇÃO ou COOPERATIVA 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
6. Associativismo formal 
ØDiferenças entre 
Associações/Cooperativas/Sindicatos/Empresas Mercantis. 
CARACTERÍSTICAS ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA 
SISTEMA REPRESENTATIVO Em âmbito municipal, 
estadual e federal, as 
associações podem ser 
representadas por 
federações e 
confederações, 
respectivamente. 
Nacional: OCB – 
Organização das 
cooperativas do Brasil. 
Estadual: Federações. 
 
Resultados Financeiros As possíveis sobras das 
operações financeiras não 
são divididas entre os 
sócios, sendo aplicadas 
integralmente no 
atendimento dos objetivos 
sociais da associação 
Distribuição das sobras 
líquidas do exercício aos 
associados, 
proporcionalmente às 
operações realizadas por 
cada um, salvo deliberação 
em contrário da 
assembleia geral. 
Dissolução Definida em assembleia 
geral ou medianteintervenção judicial 
realizada por representante 
do Ministério Público. O 
saldo do patrimônio se 
reverterá às instituições 
congêneres. 
Solucionado o passivo e 
reembolsados os 
cooperados até o valor de 
suas quotas-partes, o 
remanescente é distribuído 
de acordo com o estatuto. 
COOPERATIVA EMPRESA MERCANTIL (sociedades 
empresárias) 
Sociedade simples, regida por 
legislação específica 
Sociedade de capital por ações 
Número de associados limitado à 
capacidade de prestação de serviços 
Número ilimitado de sócios 
Controle democrático: cada pessoa 
corresponde a um voto. 
O objetivo é a prestação de serviços; 
O quorum na assembleia é baseado no 
número de sócios; 
Não é permitida a transferência de 
quotas-partes a terceiros; 
O retorno dos resultados é proporcional 
ao valor das operações; 
O compromisso é educativo, social e 
econômico. 
O voto é proporcional ao capital- quem 
tem mais capital decide; 
O objetivo é o lucro; 
O quorum é baseado no capital; 
São permitidas a transferência e a 
venda de ações a terceiros; 
O dividendo é proporcional ao valor 
total das ações. 
O compromisso é econômico. 
 
 
Particularidades das cooperativas. 
 
Indivisibilidade dos Fundos de reserva e de Assistência 
Técnica Educacional e Social. 
 
Das sobras líquidas deverão ser destinados no mínimo 10% para o FR e 
5% para o FATES. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
üA Associação é uma sociedade sem fins econômicos. 
üNão pode realizar operações comerciais em seu nome. 
üFuncionamento regido pelo seu estatuto social. 
üConstituição Federal (art.5º, incisos XVII a XXI e art. 174, § 2ª). 
üCódigo Civil Brasileiro (art. 53 - 61) 
6.1. Característica do Associativismo formal 
Associação de Produtores Rurais são organizadas para 
viabilização de suas atividades produtivas. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
 Associação 
Constitui-se pela união de pessoas físicas ou jurídicas que se 
organizam para fins não econômicos, sejam eles sociais, 
filantrópicos, científicos ou culturais. (MIRABELLI, ET al, 2004. ) 
Movimento social organizado em torno de indivíduos 
ou de grupos com os objetivos de representação e de
defesa de interesses comuns. (MOTTA, 2006). 
De acordo com o Código Civil, em seu 
artigo 53, as associações são constituídas 
pela união de pessoas que se organizam 
para fins não econômicos. (Código Civil) 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
6.2.1 Formalização da Associação 
Ø Reuniões prévias para elaboração do Plano de Ação e dos 
Objetivos da Associação 
Nesta etapa poderá surgir dentro do grupo as lideranças que 
possivelmente irão fazer parte da equipe gestora da associação. 
ØCriação de uma comissão provisória 
Discutir as etapas burocráticas da formalização 
Elaborar o estatuto social que será aprovado em assembléia 
geral 
Providenciar a data, local e horário da assembléia geral que 
constituíra a Associação 
Elaborar um edital de convocação 
 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Ø Elaborar o Estatuto Social (Código Civil art. 54) 
 
ü A denominação, os fins e a sede da associação; 
ü Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão 
dos associados; 
ü Os direitos e deveres dos associados; 
ü As fontes de recursos para sua manutenção; 
ü O modo de constituição e funcionamento dos órgãos 
deliberativos e administrativos; 
ü O modo de constituição e de funcionamento dos 
órgãos deliberativos; 
ü As condições para a alteração das disposições 
estatutárias e para a dissolução. 
ü A forma de gestão administrativa e de aprovação das 
respectivas contas. 
 
O Estatuto Social deve ser previamente discutido, 
principalmente quanto a finalidade da entidade e à sua 
forma de gestão e eleição da diretoria e dos conselhos. 
 
Tornar o estatuto um documento acessível para todos 
os sócios. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Ø Elaborar o Estatuto Social (Código Civil art. 54) 
 
 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
4.2 Formalização da Associação 
Ø Definir um grupo para compor a Diretoria e o conselho 
fiscal 
Ø Realizar Assembleia Geral Constitutiva (Fundação) 
Ø Eleger a Diretoria e o conselho fiscal 
Ø Elaborar a ata da Assembleia Geral Constitutiva (ata de 
fundação) – assinada e rubricada por todos os presentes, em 
todas as folhas. 
Ø Iniciar o processo de registro da Associação 
 Estatuto e ata de fundação 
Para que a entidade tenha personalidade jurídica, 
o estatuto deve ser registrado em cartório e na 
Receita Federal do Brasil. 
Registro no Cartório de Títulos e Documentos 
“Certidão de nascimento” da Associação. O registro 
declara ao público que a Associação existe, para que 
existe, bem como os associados que a representam 
judicial e extrajudicialmente 
A ata e o estatuto devem ser visados por um 
advogado, os documentos só podem ser 
registrados com o visto de um advogado. (Lei 
8.906, 4 de Julho de 1994, art. 1º § 2º) 
Registro no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC 
Deve ser requerido junto à Receita Federal, 
encaminhando-se cópias autenticadas dos 
documentos: 
 
− Estatuto e Ata de Fundação devidamente registrados em 
cartório; 
− Cópia do CPF do presidente da Associação; 
− Formulários específicos de requerimento da Receita Federal 
− Publicação no Diário Oficial do Estado. 
Alvará de Licença 
Deve ser requerido junto à prefeitura do município 
onde está situada a sede da Associação, 
encaminhando-se cópias autenticadas dos 
seguintes documentos: 
− Estatuto registrado em cartório; − Ata de 
fundação; − publicação no Diário Oficial; − CGC. 
Inscrição Estadual 
Deve ser requerido à agência do governo estadual 
no local ou na região encaminhando-se cópias 
autenticadas dos seguintes documentos: 
− Estatuto registrado em cartório; − Ata da 
fundação; − publicação no Diário Oficial; − CGC; 
Alvará de licença; − prova de localização da 
associação (contrato de locação ou prova de 
propriedade). 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Caso de Sucesso: União dos Clubes de Mãe de Itapecuru-Mirim. 
A associação legalmente constituída é composta por 
mulheres trabalhadoras rurais e/ou artesãs. 
 
Localizada no bairro das Malvinas zona urbana de 
Itapecuru-Mirim. 
 
A organização em grupo formalizada pela União como é 
popularmente conhecida possibilitou a construção de uma 
fábrica de sabonetes e artesanatos tendo como matéria 
prima a o babaçu. 
 
A Associação tem como parceiros o SEBRAE, SENAR, 
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPECURU, SAGRIMA, 
Fundação Banco do Brasil. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
Caso de Sucesso: União dos Clubes de Mãe de Itapecuru-Mirim. 
A Associação possui sede própria e por meio de parcerias foi 
possível a construção de uma padaria, compra de 
equipamentos e um pequeno pólo produtivo de hortaliças e 
avicultura. 
 
Por meio dos cursos de capacitação realizados por parceiros 
como o SEBRAE e o SENAR, as mulheres aprenderam a fabricar 
pães e biscoitos a partir do mesocarpo do babaçu estando 
cadastradas no programa compra local e PNAE ambos do 
Governo Federal. 
 
As atividades de comercialização realizadas pela Associação 
geram um faturamento que necessita de acompanhamento 
contábil e gerencial. 
Extensão: Levar, transferir, entregar, depositar. Tem um que 
sabe e um que desconhece. 
 
Visão excessivamente tecnicista 
 
Encontrar soluções adequadas para a escala e produção das 
pequenas propriedades. 
 
“Papel de animadores culturais”, promovendo reuniões e 
outras atividades que estimulassem a participação dos 
lavradores. 
 
O extensionista é um agente externo que irá realizar uma 
intervenção para promover a participação dos agricultores. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
O papel do extensionista na condução de associações rurais. 
ASSOCIATIVISMO RURAL 
O papel do extensionista na condução de associações rurais. 
ExtensionistaP
E
S
Q
U
I
S
A
 
A
G
R
I
C
U
T
O
R

Continue navegando