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Doenças Mitocondriais (1)

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Doenças Mitocondriais
Doença de Luft e Miopatia mitocondrial infantil
Caso clínico
Em 1962, Rolf Luft, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, realizou um estudo de mitocôndrias isoladas de uma mulher que estava sofrendo de fadiga e fraqueza muscular que perdurava por muito tempo, além de exibir taxa metabólica e temperatura corporal elevadas.
As mitocôndrias dessa paciente eram de alguma forma liberadas do controle respiratório normal.
Normalmente, quando os níveis de ADP estão baixos, mitocôndrias isoladas param de oxidar substratos.
Em contraste, as mitocôndrias dessa paciente continuavam a oxidar substrato numa taxa elevada, mesmo diante da presença de ADP para fosforilar, produzindo calor em vez de trabalho mecânico.
Características gerais 
Desde esse relato inicial, uma variedade de distúrbios foi descrita, ligada a anormalidades na estrutura e funcionamento mitocondrial.
Os tecidos nervosos e esqueléticos tendem a ser mais danificados afinal são os tecidos com maior demanda de ATP.
Dependendo das proteínas afetadas, as condições variam de doenças que levam a morte durante a infância a distúrbios que produzem ataques, cegueira, surdez ou a condições brandas caracterizadas pela intolerância ao exercício ou espermatozoides sem motilidade.
Os distúrbios mais graves normalmente originam-se de mutações que afetam genes que codificam RNAs de transferência mitocondrial, os quais são necessários para a síntese de todos os 13 polipeptídios produzidos nas mitocôndrias de humanos.
Pode ocorrer a heterosplasmia: condição em que as mitocôndrias de uma célula podem conter uma mistura de mtDNA normal e mtDNA mutante.
Cada tipo de mutação de mtDNA produzem um fenótipo clínico diferente. 
Classificação genética das doenças mitocondriais 
As doenças mitocondriais podem ser classificadas geneticamente quando forem:
De aparecimento esporádico (por rearranjos do DNAmt-duplicações ou deleções);
Por herança materna (tipicamente por mutações de ponto no DNAmt);
Por herança mendeliana (tipicamente por defeitos do DNA nuclear).
Síndrome de Luft
Trata-se de uma mutação no DNA nuclear ou mitocondrial, que reflete:
No número de mitocôndrias na célula;
Na forma das cristas mitocondriais;
Na produção energética;
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Esta coloraração mostra núcleos em roxo, miofibrilas em verde e outros elementos, tais como mitocôndrias, em vermelho. As fibras com borda vermelha de espessura irregular são denominadas em inglês ragged red fibers (algo como fibras rasgadas em vermelho), um termo hoje clássico e praticamente sinônimo de acúmulo de mitocôndrias.
Sintomatologia
Sintomas fisiológicos gerais:
Aumento do metabolismo geral;
Aumento do consumo de oxigênio;
Taquicardia;
Emagrecimento rápido;
Sudorese intensa;
Fraqueza muscular e fadiga;
Falta de concentração;
Insônia
Tratamento
Não existe um tratamento específico.
É uma doença crônica e rara.
O tratamento se resume ao combate dos sintomas.
Os estudos sobre a síndrome de Luft permitiram a descoberta de várias outras doenças mitocondriais.
O mecanismo básico é o mesmo:
Baixa produção de ATP;
Produção excessiva de calor;
Morte celular.
Miopatia mitocondrial infantil
Doença fatal acompanhada de lesões nos músculos esqueléticos e disfunção renal.
 É resultante da diminuição acentuada ou mesmo da ausência completa das enzimas da cadeia transportadora de elétrons.
 
Na miopatia mitocondrial ocorre o aumento do tamanho (alteração megaconial) e/ou do número das mitocôndrias (alteração pleoconial).
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A imagem apresenta uma alteração pleconial.
Aumento volumétrico das mitocôndrias (alteração megaconial) e aspecto ondulado das cristas. 
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Geralmente, há outras aberrações estruturais associadas, como irregularidades na distribuição das cristas, inclusões paracristalinas, etc.
As inclusões paracristalinas são formadas por replicação das cristas mitocondriais.
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Fibras com material basófilo (arroxeado) na periferia, formando um anel espesso, ou coxins.
Pode haver variação de diâmetro e contorno irregular das fibras, feições inespecíficas que podem ocorrer em miopatias de várias naturezas.
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Diagnóstico de doenças mitocondriais
Análise do quadro clínico a partir da presença de episódios tipo AVC, enxaquecas, convulsões, ataxia e mioclonias.
Na investigação familiar: procurar história de doenças na infância, inclusive morte no período neonatal, e de convulsões. 
Dosagem de lactato e piruvato no sangue em repouso e após exercício. 
Biópsia muscular – ragged red fibers, aspecto do músculo no SDH, COX (citocromo-oxidase) e microscopia eletrônica.
O diagnóstico final é clínico e baseado nos antecedentes familiares, testes laboratoriais, e biópsia muscular. Sinais e sintomas isolados como demência, fraqueza muscular, epilepsia, surdez neural, enxaqueca com AVCs , epilepsia mioclônica, cardiomiopatia e baixa estatura devem levantar hipótese de doença mitocondrial no diagnóstico diferencial.
Referências
http://miopatiamitocondrial.blogspot.com.br/2011/01/fatos-sobre-miopatias-mitocondriais.html
https://miopatiamitocondrial.wordpress.com/2014/03/24/guia-fundamen
http://revistaneurociencias.com.br/edicoes/2001/RN%2009%2002/Pages%20from%20RN%2009%2002-4.pdftal-aos-portadores-de-miopatia-mitocondrial-cid-g71-3/

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