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RESUMO DE NEUROANATOMIA I

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS 
CAMPUS ARAPIRACA 
CURSO DE MEDICINA 
 
ALUNO: JOÃO PAULO GOMES DA SILVA 
CASO 03, MÓDULO 09 
OBJETIVOS: DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO, 
CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO (POTENCIAL 
DE AÇÃO E SINAPSE). 
 
SISTEMA NERVOSO 
DIVISÃO ANATÔMICA: 
 
DIVISÃO FISIOLÓGICA: 
 
DIVISÃO EMBRIOLÓGICA: 
 
TIPOS CELULARES: 
• NEURÔNIO: é a unidade anatômica ou estrutural do sistema nervoso. 
Consiste de quatro regiões distintas: 
- corpo celular ( núcleo + citoplasma + organelas) 
- dendritos 
- axônio 
 
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CURSO DE MEDICINA 
 
Os axônios dos neurônios podem ou não conter uma substância branca a ele aderida que é 
chamada de mielina. 
No encéfalo e na medula encontramos: 
Substância Cinzenta - Contem agregados de corpos celulares. 
Substância Branca - Contem fibras nervosas mielinizadas. 
• CÉLULAS DA GLIA: 
 
 
IMPULSO NERVOSO (POTENCIAL DE AÇÃO E SINAPSES) 
Um impulso nervoso é a transmissão de uma alteração elétrica ao longo da membrana do 
neurônio a partir do ponto em que ele foi estimulado. A direção normal do impulso no 
organismo é do corpo celular para o axônio. 
Esse impulso nervoso, ou potencial de ação, é uma alteração brusca e rápida da diferença de 
potencial transmembrana. Normalmente, a membrana do neurônio é polarizada em repouso, 
sendo que o potencial é negativo ( -70 mV). O potencial de ação consiste de uma redução 
rápida da negatividade da membrana até 0mV e inversão deste potencial até valores de cerca 
de +30mV, seguido de um retorno também rápido até valores um pouco mais negativos que 
o potencial de repouso de -70mV. 
O impulso nervoso é conhecido por potencial de ação. O potencial de ação é um fenômeno 
de natureza eletroquímica e ocorre devido a modificações na permeabilidade da membrana 
do neurônio. Essas modificações de permeabilidade permitem a passagem de íons de um 
lado para o outro da membrana. Como os íons são partículas carregadas eletricamente, 
ocorrem também modificações no campo elétrico gerado por essas cargas. 
Um exemplo: a percepção da dor aguda quando um objeto pontiagudo entra em seu pé é 
causada pela geração de certos potenciais de ação em certas fibras nervosas na pele. 
Acredita-se que a membrana destas fibras possui canais de sódio que se abrem quando o 
terminal nervoso da célula é esticado. A cadeia inicial de eventos é assim: 
 
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1. Objeto pontiagudo entra na pele; 
2. A membrana das fibras nervosas na pele é esticada; 
3. Os canais permeáveis ao sódio (Na+) se abrem. 
Em virtude do gradiente de concentração e carga negativa do fluido extracelular, os íons 
entram na fibra através destes canais. A entrada de sódio (em amarelo) despolariza a 
membrana, isto é, a face da membrana imersa no fluído extracelular das fibras se torna menos 
negativo em relação ao interior. Se esta despolarização, chamada potencial gerador, alcança 
o nível crítico, a membrana irá gerar um potencial de ação. O nível crítico de despolarização 
que deve ser atravessado a fim de desencadear um potencial de ação é chamado limiar. Os 
potenciais de ação são causados pela despolarização da membrana além do limiar. 
A perfuração na pele é transduzida em sinais que viajam para cima em nervos sensoriais. 
Esta informação chega até a medula espinhal, e é distribuída para interneurônios (neurônios 
que fazem conexões intermediárias com outras cadeias neuronais). Alguns destes neurônios 
enviam axônios à região sensorial do cérebro onde a sensação dolorosa é registrada. Outros 
fazem sinapse em neurônios motores, os quais enviam sinais descendentes aos músculos. 
Os comandos motores conduzem a contração muscular e retirada do pé do local que está 
perfurando-o. 
Como ocorre? 
Quando um estímulo atinge a membrana do neurônio ocorre uma pequena despolarização 
local. Esse estímulo pode ser fótico, químico, físico ou farmacológico, dependendo da 
sensibilidade da célula. A despolarização faz com que canais de Na+ e K+ dependentes de 
voltagem se abram e permitam um fluxo de correntes iônicas de um lado para o outro da 
célula. Simultaneamente ocorre um fluxo de fora para dentro de Na+ (pois, como vimos no 
capítulo anterior, existe uma maior concentração de sódio fora), o que tende a despolarizar 
ainda mais a membrana; e um fluxo de dentro para fora de K+, que tende a repolariza-la. 
"Tudo ou Nada” 
Existe, contudo, uma diferença importante entre os canais de Na+ e K+: os canais de Na+ se 
abrem mais rapidamente do que os canais de K+. Com isso, a despolarização provoca um 
efeito autoalimentador: quanto mais sódio passa pelo canal, mais ele fica permeável. É uma 
avalancha de despolarização, que leva a um ponto em que a corrente despolarizante de Na+ 
é muito maior que a corrente repolarizante de K+; a esse ponto dá-se o nome de potencial 
limiar. A partir do momento em que ele é atingido, o processo não pode mais ser revertido e 
 
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ocorre uma abrupta inversão da polarização da membrana, ou seja, o potencial de ação. Na 
maioria dos neurônios, o valor do potencial limiar é de cerca de -30mV. 
Uma vez atingido o limiar, o potencial de ação ocorre com uma amplitude e duração fixas. Se 
o limiar não for atingido, ou seja, a despolarização ou o influxo de sódio não forem 
suficientemente fortes, não ocorre o potencial de ação. Por isso os cientistas o denominam 
de um "fenômeno tudo ou nada", muito parecido com um mecanismo digital (0 ou 1). 
A fase de despolarização do potencial de ação é abrupta e muito rápida: ocorre em menos de 
um milissegundo. Logo depois dele ter atingido o pico máximo de despolarização (que inverte 
o potencial de membrana em cerca de 10 a 20 mV positivos), ele começa a voltar ao normal, 
ou seja, em direção ao valor de repouso. A esse fenômeno denominamos repolarização, e 
nele acontece uma coisa muito importante: enquanto durar essa recuperação o neurônio fica 
insensível a novos estímulos (é o período refratário). 
Porque acontece isso? Há uma diferença importante entre os canais de Na+ e K+: o primeiro 
sofre inativação e o segundo não. 
Após ter ocorrido o potencial de ação, os canais de Na+ passam para um estado inativo no 
qual não são capazes de responder a um novo estímulo, ou seja, ficam fechados a novos 
influxos de sódio. Enquanto isso, os canais de K+, que ainda estão se abrindo, devido à sua 
lentidão característica, permanecem ativos e permitem uma grande saída de íons K+. Isso 
leva à repolarização da membrana. Ela chega a ser "exagerada" na sua fase final, provocando 
inclusive uma pequena e transitória hiperpolarização. 
Os canais de Na+ somente voltam a poder ser estimulados apenas depois que a membrana 
estiver totalmente repolarizada. Enquanto não houver um número suficiente de canais de Na+ 
nessa condição, é possível estimular o neurônio, mas ele responderá somente se a 
intensidade for bem maior. É o que denominamos de período refratário relativo. Quando os 
canais estão totalmente fechados e é impossível estimular o neurônio, por maior que seja a 
intensidade do estímulo, dizemos que o período refratário é absoluto. 
SINAPSE 
Sinapse é a região localizada entre neurônios onde agem os neurotransmissores (mediadores 
químicos), transmitindo o impulso nervoso de um neurônio a outro, ou de um neurônio para 
uma célula muscular ou glandular. 
 
 
 
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O espaço entre as membranas das células é chamado fenda sináptica. A membrana do axônio 
que gera o sinal e libera as vesículasna fenda é chamada pré-sináptica, enquanto que a 
membrana que recebe o estímulo através dos neurotransmissores é chamada pós-sináptica. 
Existem dois tipos de sinapses: química e elétrica. As sinapses químicas são as mais comuns 
nos seres humanos e outros mamíferos. As sinapses elétricas são mais comuns em 
organismos invertebrados. 
Sinapses Químicas 
Essas sinapses iniciam no terminal do axônio (uma região pouco mais alargada formando um 
botão) da célula pré-sináptica. As vesículas contendo neurotransmissores são liberadas na 
fenda sináptica e reconhecidas por receptores químicos (proteínas específicas) na membrana 
da célula pós-sináptica. A seguir se fundem com a membrana e liberam o seu conteúdo. A 
ligação química entre o neurotransmissor e o receptor do neurônio seguinte gera mudanças 
que irão fazer com que o sinal elétrico seja transmitido. 
Sinapse Excitatória ou Inibitória 
As sinapses químicas podem ser excitatórias ou inibitórias, de acordo com o tipo de sinal que 
conduzem. 
Sinapses Elétricas 
Nessas sinapses não há participação de neurotransmissores, o sinal elétrico é conduzido 
diretamente de uma célula a outra através de junções comunicantes. Essas junções são 
canais que conduzem íons, obtendo respostas quase imediatas, isso quer dizer que o 
potencial de ação é gerado diretamente. 
 
 
REFERÊNCIAS 
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2006. 
SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Porto Alegre: 
Artmed, 2010.

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