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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA CURSO DE MEDICINA ALUNO: JOÃO PAULO GOMES DA SILVA CASO 04, MÓDULO 09 OBJETIVOS: ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SIST. NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO, PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FARMACODINÂMICA ( AÇÃO DOS FÁRMACOS, AGONISTAS E ANTAGONISTAS,COLINPERGICO E ANTICOLINÉRGICO) SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO O sistema nervoso autônomo, de maneira geral, se refere aos sistemas nervosos simpático e parassimpático. Outra subdivisão, também considerada como integrante do sistema nervoso autônomo, é o sistema nervoso entérico. O sistema nervoso autônomo pode ser visto como uma parte integrante do sistema motor. Porém, no lugar de músculos esqueléticos, os efetores do sistema nervoso autônomo são a musculatura lisa, o músculo cardíaco e as glândulas. Uma das principais funções do sistema nervoso autônomo é a manutenção do ambiente interno, ou seja, a manutenção da homeostase. Quando estímulos internos sinalizam a necessidade de uma determinada regulação, o SNC ativa o sistema autônomo, que realiza as ações compensatórias. A unidade funcional primária dos sistemas nervoso simpático e parassimpático consiste de uma via motora formada por dois neurônios, um pré-ganglionar e um neurônio pós-ganglionar. O neurônio pré-ganglionar tem o corpo celular localizado no SNC, e o neurônio pós-ganglionar tem o seu corpo celular num gânglio autonômico. Os neurônios pré-ganglionares estão localizados em vários núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico, bem como na região intermediária dos segmentos S3 e S4 da medula espinhal sacral; os neurônios pós-ganglionares encontram-se localizados próximo ou mesmo nas paredes das vísceras torácicas, abdominais e pélvicas. Os neurônios pós-ganglionares parassimpáticos, que se projetam para as vísceras torácicas e de parte do abdômen, estão localizadas no núcleo motor dorsal do nervo vago e no núcleo ambíguo. Enquanto o núcleo motor dorsal do vago é amplamente secretomotor, o núcleo ambíguo é visceromotor (modifica a atividade do músculo cardíaco). O sistema parassimpático é considerado um sistema crânio-caudal. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor acetilcolina no gânglio autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou adrenalina). UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA CURSO DE MEDICINA O sistema nervoso parassimpático, considerado como sistema nervoso autônomo cranio- sacral, possui fibras pré-ganglionares muito longas que emergem do encéfalo ou dos segmentos sacrais. As fibras pré-ganglionares do sistema nervoso parassimpático vão até o órgão-alvo e lá, encontram gânglios bastante próximos da parede do órgão , e ali fazem sinapse com a fibra pós-ganglionar. As fibras pós-ganglionares inervam a própria estrutura (musculatura lisa) do órgão. Um bom exemplo ocorre no tubo gastrintestinal, entre as lâminas de músculo liso, onde é formado um plexo denominado mioentérico. Este plexo é composto por uma enorme rede de gânglios e fibras, que são encontradas entre as camadas musculares do tubo gastrintestinal. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE FARMACODINÂMICA Os fármacos com ação inespecífica não necessitam de alvos moleculares (receptores, canais iônicos, enzimas) para desencadear sua ação farmacológica, isto ocorre através das propriedades físico-químicas do próprio fármaco, como grau de ionização, solubilidade, tensão superficial e atividade termodinâmica. O exemplo mais conhecido de fármacos com ação inespecífica são os antiácidos, o mecanismo de ação ocorre por uma reação de neutralização, que faz com que o pH estomacal aumente, nesta situação não ocorre a interação do antiácido com algum receptor do estômago. A ação inespecífica constitui a minoria dos fármacos, os mecanismos mais comuns são para aqueles que agem de maneira especifica, ou seja, necessitam se ligar a alvos moleculares específicos para desencadearem sua ação farmacológica. Estes fármacos podem agir da UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA CURSO DE MEDICINA seguinte forma: atuação sobre enzimas (ativação ou inibição), antagonismo, ação sobre membranas, ação na transcrição gênica. Certos fármacos podem fornecer íons inorgânicos que irão atuar como ativadores de enzimas, este íon pode atuar de duas formas distintas: 1) O íon interage com o inibidor da enzima, inativando-o e assim impedindo que a enzima perca a sua ação; 2) o íon pode interagir diretamente com a enzima no sentido de alterar sua conformação espacial e assim ativa-la. Outros fármacos podem ativar enzimas por mecanismo de adaptação, ou seja, a presença do fármaco induz a enzima a modificar sua estrutura do seu estado inativo para ativo, este fato pode ser observado com os fármacos da classe dos barbitúricos, que induzem enzimas de seu metabolismo, este é um dos principais mecanismos de tolerância a barbitúricos. No sentido de inativar enzimas os fármacos podem atuar de maneira competitiva ou não- competitiva. Na inibição competitiva o fármaco e o substrato natural da enzima competem pelo sitio ativo da enzima. Neste tipo de inibição dois aspectos devem ser analisados: o primeiro deles diz respeito a concentração do substrato e do inibidor, a medida que a concentração de substrato torna-se superior ao inibidor, o substrato passa a deslocar o inibidor do sitio ativo da enzima reativando-a; o segundo aspecto que deve ser levado em conta, refere-se mais a um fator de desenvolvimento farmacológico, pois o inibidor deve possuir uma semelhança estrutural com o substrato da enzima, já que , enzima são catalisadores orgânicos com alta régio e estereoseletividade. A moclobemida aumenta a concentração de noradrenalina e assim reduz estados depressivos, que são caracterizados por baixas desse neurotransmissor. Na inibição não-competitiva o fármaco combina-se com as enzima ou com o complexo enzima-substrato em um local diferente do sitio catalítico, ou seja, esse fármaco atua no sitio alostérico da enzima, que é o sitio responsável em manter a enzima em sua conformação ativa. Um exemplo desta inibição é o iodeto de ecotiofato que atua no sitio alostérico de enzima acetilcolinesterase desta forma inativando a enzima e aumentando a concentração de acetilcolina. Vale ressaltar que na inibição não-competitiva a ação do fármaco é independente da concentração do substrato, dependendo unicamente de sua concentração e sua velocidade de dissociação neste tipo de inibição, o fármaco não necessita ter semelhança estrutural com o substrato. Outra ação de fármacos sobre enzimas relaciona-se a reativação enzimática. Compostos organofosforados podem inativar a acetilcolinesterase levando a uma intoxicação colinérgica, compostos da classe das oximas (como a pralidoxima) removem os compostos organofosforados do sitio ativo da acetilcolinesterase reativando esta enzima. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA CURSO DE MEDICINA Outro mecanismo de ação muito comum a fármaco é o antagonismo, o antagonismo pode ser compreendido como a capacidade que um fármaco possui reduzir ou anular a atividade de outro. O antagonismo pode ser classificado em químico, fisiológico e farmacológico. No antagonismo químico o antagonista interage quimicamente com o agonista e assim o inativa, após a reação química entre o antagonista e o agonista pode formar-se um complexo inerte ou com atividade diminuída.Antagonismo fisiológico é aquele em que dois agonistas atuam em sistemas fisiológicas diferentes mas que o resultado final é que o efeito de um anula ou reduz o efeito do outro. A histamina provoca vasodilatação enquanto que a adrenalina provoca vasoconstrição efeitos opostos que são conseguidos por ações em sistemas diferentes. No antagonismo farmacológico o agonista e o antagonista atuam no mesmo alvo molecular podendo ser no mesmo sitio de ação (competitivo) em sitio de ligação diferente (não competitivo). Espera-se que no antagonismo competitivo o agonista e o antagonista possuam estruturas químicas muito próximas, como exemplo desse antagonismo tem-se a ação de adrenalina sobre os receptores alfa-1 adrenérgicos provocando um efeito hipertensor devido a vasoconstrição que ocorre após a ativação de receptores alfa-1, enquanto que a prazosina atuaria como antagonista, esse fármaco se liga ao receptor alfa-1 mas não o ativa, desta foram não ocorre vasoconstrição e assim o efeito da adrenalina é reduzido. No antagonismo não-competitivo o antagonista atua no sitio alostérico do alvo molecular reduzindo assim a afinidade do agonista com esse alvo, uma vez que, ao ter sua estrutura alterada o agonista não consegue interagir com o receptor. Neste tipo de antagonismo o antagonista não necessita possuir semelhança estrutural com o agonista. Fármacos que atuam na supressão da função gênica em sua maioria são agentes quimioterápicos encontrados entre antibióticos, antimaláricos, antivirais. Os fármacos supressores da função gênica podem atuar como: inibidores da biossíntese dos ácidos nucleicos e inibidores da síntese proteica. Os inibidores da biossíntese de ácidos nucleicos são fármacos que são empregados com bastante cuidado e uma vez que eles apresentam elevado grau de toxicidade isto porque eles atuam de maneira indistintos com os processos bioquímicos tanto de parasita quanto de organismo humano, eles não possuem seletividade. Esses inibidores da biossíntese de ácidos nucleicos podem ser divididos em: inibidores da biossíntese de precursores nucleotídeos em ácidos nucleicos. Nos dois casos a principal ação UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA CURSO DE MEDICINA é sobre enzimas que participam ou da formação de nucleotídeos ou na formação de ácidos nucleicos. Vale destacar que certos fármacos podem atuar intercalando-se entre as bases nitrogenadas. REFERÊNCIAS GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Rang, H.P., et al. Farmacologia. 8ª ed. Guabanara Koogan AS, 2016. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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