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Aulas Bens Públicos

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Bens Públicos
Matheus Rocha Faganello
Teorias e Conceitos
Teoria Inclusivista: São bens públicos todos os bens de propriedade de pessoas jurídicas de direito público e de direito privado.
Hely Lopes Meireles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
Qual a consequência?
Qual a distinção entre bens de empresas públicas e sociedades de economia mista e bens da União?
Teorias e Conceitos
Teoria Exclusivista: Somente são bens públicos os bens de propriedade de pessoas jurídicas de direito público.
José dos Santos Carvalho Filho
Base da teoria é a lei.
Teorias e Conceitos
Teoria Mista: São bens públicos os bens de propriedade de pessoas jurídicas de direito público e os bens afetados à prestação de serviços Públicos
Celso Antônio Bandeira de Mello
Conceito de Bens Públicos
Código Civil
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Quem são as pessoas Jurídicas de Direito Público?
Conceito de Bens Públicos
Controle das Contas de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista pelos Tribunais de Contas 
CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público
Conceito de Bens Públicos
Controle das Contas de Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista pelos Tribunais de Contas 
MS n. 23.627 e 23.875: Não são bens públicos, logo não se sujeitam ao controle das cortes de contas 
MS n. 25.092 e 25.181: Possibilidade de controle pelo Tribunal de Contas – chega-se a afirmar que tais bens são públicos
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Classificação Constitucional não taxativa, mas de partilha básica
Bens da União:
Segurança Nacional – Incisos II, III, IV, VI e VII
Proteção da Economia – Incisos V, VIII e IX
Interesse Nacional – Incisos II (vias federais de comunicação, terras devolutas necessárias à preservação ambiental), X e XI
Extensão – Inciso III (lagos e rios que banhem mais de um estado)
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Art. 20. São bens da União:
	I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
	II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Art. 20. São bens da União:
	III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
	 IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Art. 20. São bens da União:	
	V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; (200 milhas marítimas)
	VI - o mar territorial; (12 milhas marítimas)
	VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; (DL 9.760/46 - 33 metros da linha preamar média de 1831)
	VIII - os potenciais de energia hidráulica;
	IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
	X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
	XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Classificação - Titularidade
Observações
Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. (Súmula 650 do STF)
Usucapião de áreas indígenas
As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos Estados, autorizam apenas o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores." (Súmula 477 do STF)
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
	I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
	II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Bens dos Estados e do Distrito Federal
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
	III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
	IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Classificação - Titularidade
Quanto à titularidade:
Dos Municípios:
Ruas, praças, jardins e logradouros públicos.
Edifícios e imóveis públicos
Ausência de partição Constitucional
Classificação - Destinação
Quanto à Destinação:
Código Civil - Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Classificação - Destinação
Bens de Uso Comum do Povo
Bens de uso de todos os indivíduos
Podem ser federais, estaduais ou municipais
Destituído do conceito técnico de propriedade
Destinação Pública (uso público)
Regulamentação do uso (ou não uso) pela Administração Pública
Rios, mares, estradas, ruas e praças
Inalienáveis
Classificação - Destinação
Bens de Uso Especial
Bens de uso para serviços administrativos ou serviços públicos em geral
Aparelhamento material da administração 
Não estão necessariamente disponíveis para o uso individual
Podem ser móveis ou imóveis
Podem ser federais, estaduais ou municipais
Edifícios, cemitérios, aeroportos, museus, veículos oficiais, navios militares
Classificação - Destinação
Bens Dominicais
Conceito residual – bens que não são de uso comum ou que não são de uso especial
Definição imprecisa do Código Civil
Terras sem destinação específica, prédios públicos desativados e a dívida ativa 
Classificação - Disponibilidade
Bens Indisponíveis
Não ostentam caráter patrimonial
Não podem ser alienados
Não podem ser onerados
São os bens de uso comum do povo
Mares, rios, lagos 
Classificação - Disponibilidade
Bens Patrimoniais Indisponíveis
Ostentam caráter patrimonial
Suscetíveis de avaliação pecuniária
Não podem ser alienados
Não podem ser onerados
São utilizados pelo Estado para atingir as suas finalidades
Mantém a sua indisponibilidade enquanto mantiverem a sua finalidade (afetação)
Bens de uso especial
Classificação - Disponibilidade
Bens Patrimoniais Disponíveis
Ostentam caráter patrimonial
Suscetíveis de avaliação pecuniária
Podem ser alienados
Não possuem destinação específica
Não são de livre alienação – devem seguir as disposições legais
Bens dominicais
Classificação - Disponibilidade
Código Civil
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas
as exigências da lei.
Afetação e Desafetação
Significa a existência de uma destinação (utilização com finalidade) específica de um bem
São considerados afetados os bens que possuem uma destinação específica
São considerados desafetados os bens que não possuem destinação específica
Uma vez desafetados os bens são passíveis de alienação 
A desafetação torna o bem dominical
Afetação e Desafetação
Exemplo:
Prédio de uma secretaria de Estado
Enquanto está sendo utilizado
Deixa de ser utilizado pela secretaria 
Passa a ser utilizado por um hospital
Divergência sobre a necessidade de ato administrativo específico para desafetação
Afetação e Desafetação
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. DESAFETAÇÃO DE BEM PÚBLICO PARA ALIENAÇÃO. LEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. Caso concreto em que os elementos de convicção disponíveis não permitem a conclusão de que o bem possui natureza de bem público de uso comum do povo. O ente municipal cumpriu com sua competência de dar destinação ao bem público, afetando e desafetando o imóvel na forma legal, sem que o autor alinhasse razões ou provas de eventual vício no procedimento administrativo. NEGADO SEGUIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70055792618, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em 11/10/2013)
Regime Jurídico
Inalienabilidade
Como regra os bens públicos não podem ser alienados
Carvalho Filho chama de “Alienabilidade Condicionada”: alienabilidade na forma em que a lei dispuser, pois a própria lei (CC e Lei de Licitações) permitem expressamente a alienabilidade dos bens.
Regime Jurídico
Impenhorabilidade
Penhor é constrição do bem do devedor para propiciar a satisfação do credor em razão de descumprimento de obrigação pelo devedor.
O bem penhorado pode ser alienado para com o valor obtido a partir da alienação seja satisfeito o credor.
Precatórios 
Regime Jurídico
Imprescritibilidade
Impossibilidade de usucapião
Art. 183. (...)§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Código Civil - Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Súmula 340 do STF: Desde a vigência do Código Civil (1916), os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
Regime Jurídico
Imprescritibilidade
USUCAPIÃO DE BENS ANTES DO CÓDIGO CIVIL. ADMISSIBILIDADE, TERRENOS URBANOS EM SALVADOR-BAHIA. I. A Jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal admitiu o usucapião de bens públicos dominiais se o prazo respectivo se completara antes da vigência do Código Civil. (...) 4. A prescriptio longissimi temporis dos bens públicos dominiais no Brasil era de 40 anos, que os Tribunais reconheciam se integralizados antes do Código Civil.(RE 61508 EDv, Relator(a):  Min. ALIOMAR BALEEIRO, Tribunal Pleno, julgado em 31/05/1973)
Regime Jurídico
Não onerabilidade
Onerar é dar em garantia
Se eles não são passíveis de penhora, como seria possível executar uma garantia?

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