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Ato Administrativo

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Ato administrativo
Matheus Rocha Faganello
Introdução
Estado de Polícia
Ausente a limitação do “Estado”
Vontade da Administração – Efeito concreto
Estado de Direito
Limita-se e controla-se o poder do Estado
Vontade da administração – ato administrativo – efeito concreto
Fatos Administrativos
Teoria Civilista (Di Pietro):
Fatos jurídicos são acontecimentos que têm relevância para o direito. 
Ex.: falecimento de um servidor público
Atos jurídicos são manifestações de vontade que possuem relevância para o direito.
Ex.: aplicação de uma multa
Fatos Administrativos
Teoria Dinâmica (Carvalho Filho):
Fato administrativo é a atividade material (efeito concreto) da administração. Evento dinâmico.
Pode decorrer de um ato administrativo (voluntário): 
Ex.: Deixar de comparecer ao serviço após o “ato de exoneração”
Pode decorrer de um evento natural:
Ex.: incêndio em um prédio público.
Atos da Administração
Atos praticados no exercício da função administrativa que não se enquadram como atos administrativos:
Atos privados: não submetidos ao direito administrativo
 Ex. contrato de locação
Atos políticos: decorrem diretamente da Constituição e possuem maior âmbito de discricionariedade 
Ex. Nomeação de ministro, indulto
Conceito
Conjugação de três elementos:
Proveniente de agente da administração ou com prerrogativas desta
Exercício de função pública
Agentes públicos
Delegatários: concessionários e permissionários
Produzir efeitos jurídicos com fim público
Ser submetido ao regramento de direito público
Conceito
A exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatários, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o fim de atender ao interesse público.
José dos Santos Carvalho Filho
Silêncio Administrativo
O que significa a ausência de manifestação de vontade expressa pela Administração pública?
Há previsão na lei?
‘Na ausência de manifestação em dez dias, entende-se aprovado o pedido.’
‘Na ausência de manifestação em dez dias, entende-se negado o pedido.’
Não há previsão em lei?
Não tem significado prévio surgindo o direito de exigir uma manifestação de vontade.
Elementos
Requisitos de validade do ato administrativo:
Artigo 2º da Lei nº 4.717:
Elementos
Competência:
“Quem pode?”
Divisão de atribuições
Não se presume, deve estar expressa na lei (ou na Constituição)
Critério
Matéria: ex. Multa de trânsito pela PF
Hierarquia: julgamento de recurso pelo superior hierárquico
Territorial: ex. Delegacia da Receita Federal 
Tempo: ex. Calamidade pública
Elementos
Competência:
Delegação e avocação:
Delegação é a transferência de funções originariamente previstas para um agente
Avocação é a retomada
Decorrem, via de regra, de previsão legal para sua ocorrência
A delegação não retira a competência da autoridade delegante
Elementos
Objeto (conteúdo):
“Para que serve o ato?”
A alteração no mundo jurídico pretendida
Ex: o objeto da multa é punir o transgressor
Pode ser discricionário ou vinculado
Vinculado: licença de construção – preenchendo os requisitos legais ela é concedida conforme previsto na lei.
Discricionário: autorização para uma festa na rua – administração pode definir o horário, restringir o local, etc...
Elementos
Forma:
“De que modo deve ser?”
Prevista em lei
Prevalece a ideia de solenidade
Ato deve ser, como regra escrito e publicado
Vícios no procedimento também são considerados vícios de forma
Ato de demissão do servidor público sem prévio PAD
Elementos
Motivo:
“Quais os fatos e o seu enquadramento jurídico?”
A lei pode descrever expressamente os fatos e determinar uma consequência jurídica – vinculação
A lei pode deixar em aberto a definição precisa dos fatos para enquadramento jurídico – discricionariedade 
Teoria dos motivos determinantes – verificação da existência dos motivos apresentados pela Administração
Elementos
Finalidade:
Busca pelo interesse público
Pode haver variação do objeto (conteúdo), mas o fim será sempre o interesse público
Se o ato for realizado buscando um fim que não seja de interesse público tem-se “desvio de finalidade” que invalida o ato.
Mérito
Avaliação da conveniência e oportunidade do ato administrativo.
Avaliação dos motivos e objeto do ato
Margem de discricionariedade
Não há mérito em atos vinculados
Vinculação e Discricionariedade
Construção da norma:
Se A é, B deve ser.
Tipo (A) – descrição dos fatos 
Consequência (B) – previsão legal do que deve ser feito no caso de ocorrer os fatos
Vinculação e discricionariedade
A norma pode estabelecer todas as condições para a atuação sem deixar margem de liberdade para a administração.
VINCULAÇÃO
Preenchido o “tipo” deve haver uma consequência 
Aposentadoria compulsória aos 70 anos
E se for um bom servidor?
E se a administração quiser que ele continue
Vinculação e discricionariedade
A norma pode deixa margens de liberdade para escolhas do Administrador
DISCRICIONARIEDADE
Se A, pode ser B, C ou NÃO SER.
Necessidade de ser adotado em cada caso concreto uma solução específica.
Multiplicidade de situações fáticas impossíveis de previsão pela norma.
Vinculação e discricionariedade
Discricionariedade significa ausência de lei?
Quando haverá discricionariedade?
Causas da Discricionariedade
Quando há liberdade para escolha quanto às consequências:
Se vai atuar ou não;
Quando vai atuar
Se vai escolher a consequência A ou B
Causas da Discricionariedade
Há utilização de conceitos jurídicos indeterminados no tipo da norma.
Se a pessoa for “pobre” (A) deve ser atendida gratuitamente (B)
Quantos fios de cabelo são necessários para alguém ser qualificado como careca? (L. A. Hart – O Conceito de Direito)
Discricionariedade x Conceitos Jurídicos Indeterminados
Não seria margem de liberdade, mas passível de verificação
Plena sindicabilidade dos atos pelo judiciário
“É possível indicar com segurança qual a única opção correta?”
Conceito de Discricionariedade
Discricionariedade, portanto, é a margem de liberdade que remanesça ao administrador para eleger, segundo critérios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos cabíveis, perante cada caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade legal, quando por força da fluidez das expressões da lei ou da liberdade conferida no mandamento, dela não se possa extrair objetivamente, uma solução unívoca para a solução vertente. (Celso Antônio)
Discrição na norma e no caso concreto
Pode haver discricionariedade na norma, mas esta não estar presente na prática.
Limitação por princípios em decorrência das peculiaridades do caso concreto.
Exemplo: Autorização do porte de arma
Exemplo: Auto vinculação por decisões anteriores
Vícios da discricionariedade
Excesso de poder discricionário:
Atua fora dos limites de discricionário
Norma: Se A é, pode B ou C, mas Administração escolhe D
Exemplo: Multa de 10 a 100 e é aplicada multa de 150.
Vícios da discricionariedade
Não uso do poder discricionário
Deixa de atuar
Norma: Se A é, pode B ou C, mas Administração não escolhe
Exemplo: É pedida uma outorga, mas a Administração não se manifesta
Vícios da discricionariedade
Não uso do poder discricionário
4. Considerando que a legislação em vigor estabelece a competência do Poder Executivo para autorizar, (...), não pode o Poder Judiciário imiscuir-se no âmbito da discricionariedade da Administração Pública, deferindo pedido de funcionamento, ainda que a título precário, de rádio comunitária. Ao Judiciário apenas é permitido, em caso de demora na análise de requerimento administrativo de autorização para seu funcionamento, o reconhecimento de omissão por parte da autoridade competente, estipulando prazo razoável para que se pronuncie sobre o respectivo requerimento.
(...)
(REsp 958.641/PI, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe 26/11/2009)
Vícios da discricionariedade
Desvio de Poder
Finalidade alheia ao interesse público
Perseguição
Favorecimento 
Finalidade diversa da pretendida pela lei
Impedir a entrada de ambulância em área em que é proibido passar veículos

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