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INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA FRIA Prof. Eng. Civil MsC LUIZ EDUARDO AGUIAR 2012 1-INTRODUÇÃO A água é muito importante para a sobrevivência e evolução do homem, pois sem ela não haveria vida animal ou vegetal sobre a terra. A água e a saúde estão intimamente relacionadas, pois, segundo a O.M.S., cerca de 81% dos casos de doenças, têm como origem a água. Uma água contaminada ocasiona riscos a saúde, pois ela é responsável pela higiene, é utilizada na industria, é utilizada na irrigação, é utilizada em barragens para geração de energia elétrica, é o principal meio de combate a incêndio, etc.. Assim, como a qualidade de vida é o resultado das condições de alimentação, transporte, moradia, saúde, abastecimento de água e energia, coleta de esgoto e de lixo, educação, etc., o fornecimento de água a população implica em melhores ou piores níveis de qualidade de vida e saúde. A água, até chegar as torneiras das casas percorre um grande caminho: é captada, passa por uma série de etapas de tratamento para purificar-se, é levada a um reservatório e depois é distribuída a população. As águas são tratadas nas chamadas ETAS (estações de tratamento de água) e as etapas de tratamento são basicamente quatro: floculação (sulfato de aluminio), decantação, filtração e desinfecção (cloro, flúor e cal hidratado). A tubulação que sai do reservatório elevado (geralmente localizado nas cotas mais altas), é denominada rede de distribuição, é ela que conduz a água ate as casas passando por todas as ruas e avenidas da cidade. Em frente a cada edificação é feita uma ligação à rede de distribuição, são os chamados ramais prediais. Este ramal predial é ligado a um medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água. Assim as instalações prediais de água fria são o conjunto de tubulações conexões, peças, aparelhos sanitários e acessórios existentes a partir do ramal predial, que permitem levar a água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro da habitação. Fonte: Martins, 2007 2. TIPOS DE SISTEMAS E PARTES COMPONENTES: Para o abastecimento podem sem empregados quatro tipos de sistemas: A- DIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente da rede pública: B- INDIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados pelo reservatório superior da edificação, o qual é alimentado diretamente pela rede pública (caso haja pressão suficiente na rede) ou através de recalque, a partir de um reservatório inferior; Sistemas de distribuição indireta a) sem bombeamento. b) com bombeamento. C- MISTO: parte dos aparelhos e torneiras são alimentados diretamente pela rede pública e parte pelo reservatório superior: D- HIDROPNEUMÁTICO: todos os pontos de consumo são alimentados por um conjunto hidropneumático, cuja finalidade é assegurar a pressão desejável no sistema, sem necessidade de reservatório superior; atender gabarito critico ou aliviar a estrutura. Os três primeiros sistemas são normalmente os mais utilizados. Em residências o sistema misto é melhor, pois se evita a utilização de água do reservatório superior, quando não há necessidade, especialmente nas torneiras de jardins e cozinhas, para utilização do sistema direto há necessidade de que na rede pública exista água continuamente e com pressão adequada. O sistema indireto é o ideal para edifícios altos. O sistema hidropneumático é pouco utilizado devido ao seu alto custo de implantação e inconvenientes de todo sistema mecânico. 3. MATERIAIS EMPREGADOS Geralmente são empregados tubos de aço galvanizado (f°g°) com ou sem costura, de cobre, de ferro fundido (f°f°) ou PVC rígido com juntas rosqueadas ou soldadas (mais usados atualmente). Para instalações não sujeitas a golpe de ariete, os tubos de PVC com juntas soldadas são os preferidos devido sua facilidade de manuseio e também porque o seu diâmetro se mantêm praticamente inalterado ao longo do tempo. Nas tubulações de recalque, sujeitas à maiores pressões é preferível usar tubo de f°g° com juntas de roscas ou flangeadas, pois subpressões causadas pelo golpe de ariete provocam danos nos tubos de PVC. 4. GOLPE DE ARÍETE Quando a água ao descer com velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida, os equipamentos da instalação ficam sujeitos a golpes de grande intensidade (elevação de pressão). Logo, denominados de golpe de aríete à variação da pressão acima e abaixo do valor de funcionamento normal dos condutos forçados, em consequência das mudanças de velocidade da Legenda: R – Rede RI – Reservatório Inferior B – Bomba TP – Tanque pressurizado água, decorrentes de manobras dos registros de regulagem de vazões. O fenômeno vem normalmente acompanhado de som que faz lembrar marteladas, fato que justifica o seu nome. Além do ruído desagradável, o golpe de aríete pode romper tubulações e danificar aparelhos. Por essas razões o engenheiro deve estudar quantitativamente o golpe de aríete e os meios disponíveis para evita-lo ou suavizar os seus efeitos. Nas instalações prediais, alguns tipos de válvulas de descarga e registro de fechamento rápido provocam o efeito de golpe de aríete, porém, no Brasil já existem algumas marcas de válvula de descarga que possuem dispositivos anti-golpe de aríete, os quais fazem com que o fechamento da válvula de torne mais suave, amenizando quase que totalmente os efeitos desse fenômeno. Creder (2003) adverte que algumas medidas devem ser tomadas para se evitar o golpe: - regular as válvulas de descarga para fechamento lento; - limitar a velocidade do liquido aos valores recomendados pelas normas; - instalar, em casos especiais, válvulas de alívio que permitam a descarga da água quando a pressão da tubulação ultrapassar 20% dos valores recomendados; - empregar válvulas redutoras de pressão (VRP) ou “caixas de quebra de pressão” todas as vezes em que a pressão estática ultrapassar 40 mca ou 4kgf/cm2. 5. DADOS BÁSICOS DE PROJETOS: Todo projeto deve ser desenvolvido obedecendo às normas brasileiras (NB92/80 e NBR 5626:1998) da (ABNT) e às normas da concessionária local: • DIÂMETRO MÍNIMO: ½” OU 15 mm (verificar junto à concessionária) • PRESSÃO ESTÁTICA MÁXIMA: 40 mca (metro coluna de água) • PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA: 0,5 mca • CÁLCULO DAS PERDAS DE CARGA: pelas fórmulas de flamant ou fair- whipple-hsião para água fria pelos respectivos ábacos; • VELOCIDADE MÁXIMA: V< 2,5m/s (D em mm, V em m/s) • PERDA DE CARGA NO BARRILETE: 8% = Jmax < 0,08 m/m A NBR 5626:1998 estabelece que as instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício, atendam aos seguintes requisitos: a) preservar a potabilidade da água; b) garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes; c) promover economia de água e de energia; d) possibilitar manutenção fácil e econômica; e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário. Na elaboração dos projetos de instalações hidráulicas, o projetista deve estudar a interdependênciadas diversas partes do conjunto, visando ao abastecimento nos pontos de consumo dentro da melhor técnica e economia. De maneira geral, um projeto completo de instalações hidráulicas compreende: a) Plantas, cortes, detalhes e vistas isométricas (perspectiva a cavaleira), com dimensionamento e traçado dos condutores; b) Memórias descritivas, justificativas e de cálculo; c) Especificações do material e normas para sua aplicação; d) Orçamento, compreendendo o levantamento das quantidades e dos preços unitário e global da obra. Para a elaboração do projeto, são imprescindíveis as plantas completas de arquitetura do prédio, bem como entendimentos indispensáveis com o autor do projeto e o calculista estrutural, a fim de se conseguir a solução mais estética dentro da melhor técnica e economia. Deve ficar clara a localização das caixas dágua, da rede de abastecimento do prédio, das bombas e dos diversos pontos de consumo. A escala de projeto mais usual é a de 1/50, podendo, em alguns casos, ser de 1/100; porém os detalhes devem ser feitos na escala 1/20 ou 1/25. 6. RESERVATÓRIOS Para suprir as deficiências do abastecimento, deve-se armazenar um volume de pelo menos 1 dia de consumo, normalmente se reserva 2 vezes o consumo diário, além disso é costume reservar água para combate a incêndio. Esta reserva é normalmente distribuída entre o reservatório superior e inferior. O RESERVATÓRIO INFERIOR DEVE ARMAZENAR 3/5 DO CONSUMO (60% de 2 dias) O RESRVATÓRIO SUPERIOR DEVE ARMAZENAR 2/5 DO CONSUMO. (40% de 2 dias) A RESERVA DE INCÊNDIO (técnica) É ESTIMADA EM 15% A 20% DO CONSUMO DIÁRIO. Quando o volume dos reservatórios ultrapassam 5.000 L, devem-se se previstos 2 compartimentos e cada compartimento deve conter as seguintes tubulações: - Alimentação; - Saída para o barrilete de água para consumo; - Saída para o barrilete de água de incêndio; - Extravasor; - Limpeza. OBS.: Para cada compartimento dos reservatórios (superior e inferior) são necessários instalar automáticos de bóia, comandados eletricamente, por chave de reversão. O sistema deverá ligar- se automaticamente quando houver água no reservatório inferior e o superior atingir o nível inferior de água e deverá desligar-se quando atingir o nível superior desejado ou o nível de água no reservatório inferior atingir um ponto muito baixo (10 cm antes da válvula de pé). 7. ESTIMATIVAS DAS VAZÕES Nas instalações de água fria devem ser considerados os seguintes consumos: 7.1 CONSUMO PREDIAL Para fins de cálculo do consumo residencial diário, estimamos cada quarto social ocupado por 02 (duas) pessoas e cada quarto de serviço por 01 (uma). Ex: 01 (um) apartamento com 03 (três) quartos e dependência de empregada, pressupõe: População: 2 x 3 + 1 = 7 pessoas Na falta de outra indicação, considera-se os dados da concessionária ou da norma para taxa de ocupação para prédios públicos ou comerciais, como: Tab 1.1 – Taxa de ocupação para prédios públicos e comerciais Conhecida a população do prédio podemos calcular o consumo, através da tabela abaixo: Tab. 1.2 – Consumo em relação ao tipo de prédio Obs: garagens: 50 litros per capta OBS: Todos esses valores devem ser verificados junto a concessionária de cada cidade brasileira. A- CONSUMO MÉDIO DIÁRIO: valor médio previsto para utilização num edifício em 24 horas. Deve-se considerar no consumo diário a Reserva para combate à incêndios (20%) do consumo da população do prédio. Para efeito de cálculos, a reserva normal de consumo corresponde a 2 (dois) dias de consumo. Ex: cálculo da capacidade dos reservatórios do edifício de 6 (seis) pavimentos, com 4 (quatro) apartamentos por andar, cada um com 3 (três) quartos e dependência: - população: 6 x 4 x (3 x 2 + 1) = 168 pessoas - consumo diário: 168 x 200 = 33.600 litros/dia - reserva de incêndio: 33.600 x 0,2 = 6.720 litros TOTAL: 33.600 + 6720 = 40.320 litros/dia Reservatórios: Reserva para dois dias = 40.320 x 2 = 80.640 litros Reservatório inferior (60%) = 48.384 litros... 48.000 litros Reservatório superior (40%) = 32.256 litros .... 32.000 litros OBS: Os valores calculados aos reservatórios superiores e inferiores devem ser indicados em projetos, e após os valores de decisão. OBS: Para residências de pequeno tamanho, recomenda-se que a reserva mínima seja de 500 (quinhentos) litros. B- VAZÃO DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO As peças de utilização na rede hidráulica de uma instalação são projetadas para funcionar dentro de condições bem determinadas, mediante certa vazão, que não deverá ser inferior à seguinte: Tab. 1.3 – Vazão e peso relativo nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização Na 2ª coluna, temos os pesos correspondentes a cada peça, necessários à aplicação do método de Hunter, que veremos a frente. C- CONSUMO MÁXIMO POSSÍVEL: vazão instantânea decorrentes do uso simultâneo de todos os aparelhos. É determinada com base nas vazões mínimas de cada aparelhos. É utilizado, por exemplo, no dimensionamento de uma bateria de chuveiros de um quartel ou um conjunto de lavatórios de uma escola, etc. Ressalta-se que este critério se baseia na hipótese que os diversos aparelhos servidos pelo ramal sejam utilizados simultaneamente, de modo que a descarga total no início do ramal será a soma das descargas em cada um dos sub-ramais. O uso simultâneo ocorre em geral em instalações onde o regime de uso determina essa ocorrência, como por exemplo em fábricas, escolas, quartéis, instalações esportivas etc. onde todas as peças podem estar em uso simultâneo em determinados horários. Macintyre (1990) recomenda que se utilize esse critério para casas em cuja cobertura exista apenas um ramal alimentando as peças dos banheiros, cozinha e área de serviço, pois é possível que, por exemplo, a descarga do vaso sanitário, a pia da cozinha e o tanque funcionem ao mesmo tempo. O dimensionamento é feito através do Método das Seções Equivalentes, que consiste em expressar o diâmetro de cada trecho da tubulação em função da vazão equivalente obtida com diâmetros de 15mm (1/2 polegada). A Tabela 1.4 apresenta os diâmetros nominais mínimos dos sub-ramais de alimentação para diferentes aparelhos sanitários e a Tabela 1.5 apresenta os diâmetros equivalentes para aplicação deste critério. Tab. 1.4 – Diâmetro mínimo dos sub-ramais de alimentação Tab. 1.5 – Correspondência de tubos de diversos diâmetros com o equivalente de 15mm – Seções Equivalentes Ex: Dimensionar pelo método do consumo máximo possível, o ramal de um banheiro com as seguintes peças: 2 Vasos sanitários/Válvula de descarga; 3 lavatórios; 4 chuveiros; e 4 mictórios. 2 VSVD = 2” = 37,8 .... 37,8 x 2 = 75,6 3 Lav = ½” = 1 ............. 1 x 3 = 3,0 4 Ch = ½” = 1 ............. 1 x 4 = 4,0 4 Mic = ½” = 1 ............. 1 x 4 = 4,0 T O T A L .............................. = 86,6 Indo a tabela 1.5 obtém-se: 65,5 < 86,6 < 110,5.... Logo, na comparação para o maior valor imediato é 3”. - Ramal: canalização que abastece as diversas peças de um banheiro, uma cozinha, etc. D- CONUMO MÁXIMO PROVÁVEL: vazão instantânea esperada com o uso normal dos aparelhos, ou seja, levando-se em conta o uso não simultâneo dos aparelhos. É utilizado para dimensionar as canalizações principais, tais como, colar ou barrilete, colunas e ramais de distribuição, etc. Aplicação do método da NORMA BRASILEIRA Consiste em atribuir “PESOS” (diferente dos Métodos de Hunter) aos diversos aparelhos e relaciona-los comas vazões através da expressão: Q = C. PΣ Em que: Q = vazão, L/s C = coeficiente de descarga (0,30 l/s) P = soma dos pesos de todos os aparelhos através do trecho considerado Ex.: Para o exemplo tem-se (tabela do item B): 1 bacia sanitária com válvula de descarga.................................32 1 bidê.........................................................................................0,1 1 chuveiro..................................................................................0,4 1 torneira de lavagem................................................................0,3 32,8 Pela fórmula tem-se: Q = 0,3 √ ∑P = 0,3√32,8 ... Q = 1,72L/s No ábaco tem-se: Q = 1,72 L/s, o que corresponde a tubulação de 1 ¼” (32mm) Ou Pelo ábaco (1), o Peso 32,8 tem-se: Q = 1,7 L/s, o que corresponde a tubulação de 1 ¼” (32mm) Na próxima página temos a apresentação do Ábaco para dimensionamento de vazões e diâmetros das tubulações através dos pesos dos aparelhos. ÁBACO (1) PARA CÁLCULO DAS TUBULAÇÕES – INSTALAÇÕES DE AGUA FRIA Diâmetros e vazões em função do peso Pressão de serviço A máxima permitida em qualquer ponto da rede é de 40 mca (metros de coluna dagua), equivalente a 40 kgf/cm2, sendo 1 kgf/cm2 = 10 Pa, estabelecida pela Norma. - Pressão estática: é calculada quando não há fluxo. É medida pela altura da coluna dagua acima do ponto. - Pressão dinâmica: é fornecida pelos fabricantes e corresponde a vazão de serviço; resulta quando as peças estão em funcionamento. Tab. 1.6 - Número mínimo de Aparelhos – instalações mínimas Tab. 1.7 - TABELA PRESSÕES MAXIMAS E MINIMAS NOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO, EM mca. Aparelho Pressão de Serviço (m.c.a.) Mínima Máxima Aquecedor elétrico de alta pressão (AP) 0,5 40,0 Aquecedor elétrico de baixa pressão (BP) 0,5 4,0 Aquecedor a gás (BP) 1,0 5,0 Aquecedor a gás (AP) 1,0 40,0 Bebedouro 2,0 40,0 Chuveiro de ½” (15mm) 2,0 40,0 Chuveiro de ¾” (20mm) 1,0 40,0 Torneira 0,5 40,0 Torneira-boia de caixa de descarga de ½” (15mm) 1,5 40,0 Torneira-boia de caixa de descarga de ¾” (20mm) 0,5 40,0 Torneira-boia para reservatório 0,5 40,0 Válvula de descarga de 1 ½” (38mm) 1,2 6,0 Válvula de descarga 1 ¼” (32mm) 3,0 15,0 Valvula de descarga 1” (25mm) 10 40,0 Obs: consultar os dados do fabricante Em edifícios mais altos, onde as pressões estáticas ultrapassam os valores da tabela acima, há necessidade de provocar uma queda de pressão. Para isso, podemos aumentar a perda da carga, introduzindo no sistema válvulas redutoras de pressão (VRP) ou caixas intermediárias (CI). Logo, a pressão máxima em qualquer ponto da rede hidráulica não pode ultrapassar 40 mca = 40 Pa. O fechamento de qualquer peça de utilização não pode provocar, em nenhum ponto, sobrepressão que supere em mais de 20 mca a pressão estática neste mesmo ponto, conforme dados de fabricação. Existem 3 sistemas de instalação de válvulas redutoras de pressão: 1) Varios barriletes descendentes com as respectivas VRP; 2) Redução por barriletes ascendentes; 3) VRP instalado na própria coluna. A válvula mais comum é a JOGOFE e tem que ser especificado para redução de pressão desejada, como por exemplo 2:1; 3:1, etc. , pois não possui meios de regulagem depois de instalada. Ainda assim, devem ficar localizadas em pontos de fácil acesso. A pressão dinâmica mínima admissível em qualquer ponto de rede é de 0,5 mca. ( 5 kPa) para evitar pressões negativas que possibilitem a contaminação da água. Velocidade nas tubulações A máxima admitida é de 2,5m/s ou 14.D (D – diâmetro nominal, em metros) Tab. 1.8 - Tabela de Vazão (Q) e Velocidade (V) Maxima em função do Diâmetro (D) D mm 13 19 25 32 38 50 63 75 100 125 150 Pol 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3 4 5 6 Vmax m/s 1,6 1,93 2,25 2,50 Qmax l/s 0,2 0,6 1,2 2,5 4,0 5,7 8,9 12 18 31 40 Pela norma, deve ser prevista separação atmosférica duas vezes o diâmetro da peça de utilização, entre a saída da água para os aparelhos sanitários e o nível do transbordamento, a fim de evitar a retrosifonagem. OBS: é aconselhável, em colunas de banheiros, instalar uma coluna específica para as válvulas de descarga e outra para os demais aparelhos 8. RAMAL PREDIAL Ramal predial é a ligação do domicílio à rede de distribuição, o qual é ligado a um medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água, como ilustrado na Figura COLAR DE TOMADA TUBO PEAD 12,5m KIT CAVALETE DE PVC RÍGIDO COM TRAVAS JOELHO DE 90 COM ROSCA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ADAPTADOR PARA PEAD JOELHO DE 90 COM ROSCA REGISTRO HIDRÔMETRO TORNEIRA DE JARDIM TUBO PVC 12,5mm Figura 1. Esquema da ligação predial. O dimensionamento do ramal predial é feito do consumo médio diário do imóvel e da pressão disponível na rede. Normalmente eles são dimensionados pelas companhias concessionárias, mas podem ser facilmente dimensionados a partir de: - Pressão mínima disponível na rede - Cota do ponto de alimentação do reservatório inferior, em relação a rede pública, - Consumo médio estimado para o prédio. Segundo a Norma a velocidade média da água por alimentador predial deve estar entre os limites de 0,6 m/s e 1,0 m/s. Assim, fixando-se a velocidade e de posse do consumo diário (CD), pode-se calcular o diâmetro do ramal predial, aplicando-se a equação da continuidade: Q (m3/s) = S (m2) x V(m/s) Em que: Q = vazão do ramal predial V = velocidade média do ramal predial (entre 0,6 m/s e 1,0 m/s) S = área transversal do ramal S = π x D2 / 4, onde D é o diâmetro do ramal predial, em metros; π = 3,14159265 Assim: Q (L/s) = CD (L/dia) / 86400 (segundos/dia) Calculada a vazão, utiliza-se o Ábaco para tubulações (aço galvanizado e ferro fundido ou de cobre e plástico) com Q (l/s) e V=1m/s Tab. 1.9 - Tabela do diâmetro do ramal de entrada em função do numero de ligações Nr ligações (economias) D ramal mm Pol 1 a 5 20 3/4 6 a 10 25 1 11 a 20 40 1 1/4 21 a 80 50 2 81 a 400 75 3 401 a 600 100 4 Fonte: CEDAE Dmin ramal predial = ¾” Vmax ramal = 1 m/s. Ábaco (2) para tubulações de aço galvanizado e ferro fundido. Fórmula Fair-Whipple-Hsiao (Q = 27,113 . J0,632 . D2,596 ) Ábaco (3) para tubulações de cobre e plástico. Fórmula Fair-Whipple-Hsiao (Q = 59,934 . J0,571 . D2,714 ) EXERCÍCIO 1. Dimensionar o ramal de entrada para um condomínio com 640 aptos de 2 quartos e dependência de serviços com 900 vagas de garagem. Obs: considerar no dimensionamento a garagem e a reserva técnica de 20% Resolução: População: 640 x (2 x 2 + 1) = 3.200 Consumo população e carros: 3.200 x 200 + 900 x 50 = 685.000 litros Res. Incêndio (20%) = 137.000 litros Consumo Diário (CD) = 822.000 litros Q = 822.000 litros /86.400 segundos => Qmin = 9,51 l/s No ábaco 2, aplicando Q = 9,51 l/s e V = 1m/s tem-se D = 5” Ou Q (m3/s) = S (m2) x V(m/s) => 0,00951 m3/s = (π x D2 / 4) m2 x 1m/s D = 0,11003866 metros => 110 mm < D = 5” 9. INSTALAÇÕES DE RECALQUE Em prédios de ocupação coletiva é conveniente que sejam instalados pelo menos 2 conjuntos elevatórios de modo que um deles sempre fique de reserva. As normas exigem que a CAPACIDADE HORÁRIA mínima das bombas seja de 15% do consumo diário, mas, na prática, estabelece a capacidade horária em 20%, o que corresponde a 5 horas de funcionamentodiário. Assim para recalcar o volume diário de água seriam necessários: X h - 15% 24h - 100% X = 3,6 h O cálculo do diâmetro de recalque é feito considerando a equação de BRESSE para pequenos diâmetros: D = C x Q Em que: Q = vazão, m3 / s C = coeficiente prático de BRESSE C tem sido objeto de estudo e no Brasil varia de 0,75 a 1,4. Na realidade escolher o valor de C equivale a fixar a velocidade e cabe ao projetista escolher o valor de C mais conveniente. Tab. 1.10 relação do Coeficiente Bresse e Velocidade _____________________________________________________________________________ C V (m/s) 0,75 2,26 0,80 1,99 0,85 1,76 0,90 1,57 1,00 1,27 1,10 1,05 1,20 0,88 1,30 0,75 1,40 0,65 Substituindo a equação da continuidade (V = Q / A) na fórmula de BRESSE tem-se: V = 4 . Q/(π x D2) V = (4.D2/C2)/(π.D2) = 4 / π . C2 Nas instalações que funcionam apenas algumas horas por dia e utilizam maiores velocidades, a norma NB 92/80 aconselha utilizar a seguinte equação: (Fórmula de Forchheimer) D =1,3 x Q x 4 X Em que: X = n/24 n = número de horas de funcionamento da bomba por dia; Q = vazão, em m3/s D = diâmetro, em metros. Exemplo: Dimensionar o recalque para um prédio com 16 aptos de sala, 2 quartos e dependências, 16 vagas na garagem e 150m2 de área ajardinada. Obs: Considerar garagem, área ajardinada, 20% reserva técnica e vazão horária da bomba em 20%: Resolução: 16 x (2x2+1) = 80 pessoas Consumo Diário = 200 x 80 + 50 x 16 + 1,5 x 150 = 17.025 litros Reserva técnica (20%) = 3.405 litros Consumo Diário = 17.025 + 3.405 => 20.430 litros = 20,43m3 (em um dia = 24 horas) Vazão horária (20%) => (20,43 x 0,2) => Q = 4,08m3/H ... (1 hora = 3.600 seg) Q = 0,00113m3/s D = 1,3 x √0,00113 x 4√5/24 => D = 0,032m => Diâmetro do Recalque Dr = 1 ¼” Tubulação de sucção – uma medida acima. Ds > Dr => Diãmetro de sucção Ds = 1 ½” 10. BARRILETE Chama-se de BARRILETE o cano que interliga as duas metades da caixa d’água e de onde partem as colunas de água. Podem ser do tipo ramificado ou do tipo concentrado. Barrilete ramificado Barrilete concentrado O dimensionamento do barrilete pode ser feito por dois métodos: A- Método de HUNTER: fixa-se a perda de carga em 8% ( J = 0,08) e calcula-se a vazão como se cada metade da caixa atendesse à metade das colunas, ou seja, de cada metade do barrilete. Conhecendo-se J e Q, calcula-se pelo ábaco (2) de FAIR-WHIPLE-HSIÃO o diâmetro. B- MÉTODO DAS SEÇÕES EQUIVALENTES: considera-se o diâmetro encontrado para as colunas, de modo que metade das colunas seja atendida pela metade da caixa. Recorre-se a tabela 1.5. Exemplo: 1 2 3 4 b d 2 ½” 2” 2” 1 ½” 4l/s 3,5l/s 3,4l/s 3l/s 1º método (Hunter): J = 8% = 0,08 Qab = 4 + 3,5 = 7,5 l/s Qcd = 3,4 + 3 = 6,4 l/s Abaco (2) Dab = 3” / Dcd = 3” 2º método: Aplicação da tabela 1.5 – seções equivalentes Coluna 1 = 2 ½” => 65,5 Coluna 2 = 2” => 37,8.... soma = 103,3<110,5 = 3” Coluna 3 = 2” => 37,8 Coluna 4 = 1 ½” => 17,4.... soma = 55,2<65,5 = 2 ½” 11. COLUNAS São tubulações verticais que partem do barrrilete delas saem os ramais de distribuição. Deve-se evitar colocar em uma mesma coluna válvulas de descarga com aquecedores e outras peça. As colunas são dimensionadas trecho a trecho e para isso é necessário dispor de um esquema vertical da instalação, com as peças que serão atendidas em cada coluna. A norma sugere a utilização da planilha de cálculo que facilita o trabalho, além de deixar visível as vazões máximas e pressão dinâmica a jusante. . c a MARCHAS DE CÁLCULO 1) Numerar as colunas; 2) Marcar com letras os trechos em que haverá derivações para os ramais; 3) Somar os pesos de todas as peças de utilização (tabela 1.3); 4) Juntar os pesos acumulados no trecho 5) Determinar a vazão em função dos pesos, em L/s (ábaco 1) 6) Arbitrar o diâmetro D (mm) do trecho; 7) Com D e Q obter outros parâmetros hidráulicos: Perdas de carga, J(m/m) Velocidade, V(m/s) (caso V > 2,5 m/s escolher D maior) 8) Medir em planta o comprimento real, L, as tubulação; 9) Calcular o comprimento equivalente, LE, que é resultante das perdas de carga localizadas nas conexões, registros, válvulas, etc. (representa um acréscimo do comprimento real) – dados das peças obtidos em tabelas; 10) Calcular o comprimento total: LT = L + LE; 11) Calcular a pressão disponível no ponto. A pressão disponível é a diferença de nível entre a metade de água no reservatório e este ponto, medindo em metros de coluna de água (mca); 12) Calcular a perda de carga unitária, medida em mca. Obtida conforme nr 7; 13) Calcular a perda de carga total, em mca, obtida multiplicando-se o comprimento total (nr 10) pela perda de carga unitária (nr 12) J = Hp / Lt ou Hp = J x Lt 14) De posse da Pressão disponível (nr 11), subtraindo a perda de carga total (nr 13), temos a pressão dinâmica a jusante, em mca. Esta pressão deve ser verificada para cada peça, para ver se está dentro dos limites especificados na Tab. 1.7 - TABELA PRESSÕES MAXIMAS E MINIMAS NOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO, EM mca. Ref: Creder, Helio – Instalações hidráulicas e sanitárias – LTC; RJ, 2003, Pag. 26 Ref: Creder, Helio – Instalações hidráulicas e sanitárias – LTC; RJ, 2003, Pag. 27 Ref: Creder, Helio – Instalações hidráulicas e sanitárias – LTC; RJ, 2003, Pag. 29 Exemplo: Dimensionamento da coluna d’agua fria de um edifício de 5 andares (pavimentos), em FeFo, conforme o diagrama seguinte: Memória de cálculo: Nr 3 - Pesos (dados da concessionária): Vs/Vd: 40,0 + Ch: 0,5 + L: 0,5 + Bd: 0,1 = 41,1 Nr 4 – Pesos acumulados – por andar: 41,1 x 5 = 205,5 Nr 5 e 6 – Determinação da vazão, em l/s, e o diâmetro, em mm, pelo ábaco (1): Q = 4,3 l/s e D = 50 mm (2”) Nr 7 – Ábaco (2) - Velocidade: 1,9 m/s; perda: J = 0,15 m/m; Nr 8 – medição na planta – 5º andar – 1 + 9 + 2 = 12 m; Nr 9 – cálculo do comprimento equivalente (LE) - 5º andar: 2 joelhos + 2 tês + 1 registros Joelho e Tê (fig. 1.13a em 2”): 2 x 1,9 + 2 x 3,3 = 10,4 + 1 registro (fig. 1.13b em 2”): 1 x 0,4 = 0,4 ... Total LE (5º andar) = 10,4 + 0,4 = 10,8 Nr 10 – soma dos comprimentosLT = 12 + 10,8 = 22,8 Nr 11 – pressão disponível (Pdisp) = 4 mca Nr 12 – perda – calculada nr 7: J = 0,15 m/m Nr 13 – perdas totais – Hp = J x Lt => H = 0,15 x 22,8 = 3,42 Nr 14 – pressão a jusante = Pdisp – Hp => 4 – 3,42 => Hp = 0,58 < 1,2 (Pmin Tab.1.7) Não satisfaz... aumentar o diâmetro... de 50 para 65mm. c a 5º Pav: VS/VD; Ch; L; Bd 4º Pav: VS/VD; Ch; L; Bd 3º Pav: VS/VD; Ch; L; Bd 2º Pav: VS/VD; Ch; L; Bd 1º Pav: VS/VD; Ch; L; Bd NA 0,5 0,5 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 2,0 Tê Tês Registros Joelhos 9,0 4,0 mca 1,0 mca Dados da Concessionária: Pesos de aparelhos: Vs/Vd 40,0 Ch 0,5 L 0,5 Bd 0,1 Planilha de cálculo de instalações prediais de água fria Pav. Peso Vazão l/s D mm V m/s Comprimento (m) Pdisp mca Perdas (mca) Pjus mca OBS Real Eqv Total unit total 5º 205 4,3 50 1,9 12 10,8 22,8 4 0,15 3,42 0,58 Não satfz 5º 205 4,3 65 1,4 12 13,4 25,4 4 0,05 1,27 2,73 2 ½” 4º 164,4 3,8 50 1,8 15 16,7 31,7 7 0,11 3,5 3,5 2” 3º 123,3 3,3 50 1,6 18 20,0 38,0 10 0,09 3,4 6,6 2” 2º 82,2 2,7 40 2,1 21 22,5 43,5 13 0,19 8,3 4,7 1 ½” 1º 41,1 1,9 32 2,4 24 24,6 48,6 16 0,29 14,1 1,9 Não satfz 1º 41,1 1,9 40 1,5 24 25,0 49,0 16 0,1 4,9 11,1 1 ½” 1.2 PENA D’AGUA É um limitador de vazão, consistindo em um redutor da seção do ramal de entrada por meio de um registro com orifício graduado, que acarreta grande perda dagua. A tabela 1.11, a seguir, fornece a vazão e perdas correspondentes em função dos orifícios da pena dagua: ESQUEMA TÍPICO DE ENTRADA DE AGUA EM EDIFÍCIOS 13. HIDRÔMETROS – são os aparelhos reguladores da vazão e limitadores do consumo. Devem ficar a 1,5 m da testada do terreno e protegidos por cubículo construído pelo proprietário a quem compete fornecer o aparelho no ato da instalação. Deve ficar em fácil acesso para leitura pelo pessoal da concessionária ou da prefeitura local. Os hidrômetros podem ser: - volumétricos: baseiam-se na medida no número de vezes que uma câmara de volumes conhecida se enche e se esvaziaç - taquimétricos: baseiam-se na medida da velocidade do fluxo de água através de uma seção de área conhecida. Os volumétricos são, de maior sensibilidade e precisão, indicados nas instalações de pequenas vazões e os taquimétricos, para os de grande vazões. 14. RECALQUE DE AGUA FRIA E DIMENSIONAMENTO DAS BOMBAS Qualquer bomba hidráulica funciona conforme o trinômio de Bernouille, que estabelece a soma das energias de posição, cinética e de pressão é uma constante entre dois pontos da tubulação, mais a perda de carga. Estas energias dão a seguinte equação: Z1 + P1 + V1 2 = Z2 + P2 + V2 2 + J γ 2g γ 2g Z = energia (W) de posição P = energia (W) de pressão V= velocidade de escoamento γ = peso específico do fluido g = aceleração da gravidade Obs1: nos cálculos usuais, a parcela relativa a W Cinética é desprezada. Obs2: a altura de perdas é estabelecida por Hperdas = J x Lequiv No caso de instalações prediais, aplica-se o trinômio de Bernouilli, considerando dois pontos: Ponto 1: correspondente a bomba Ponto 2: entrada do reservatório superior = W Potencial = W Cinética Z1 + P1 γ V1 2 2g De modo que: Z2 = H estática do reservatório P2 = pressão atmosférica (atm) V2 = 0 Z1 = 0 P1 = Patm + P recalque V1 = V recalque Logo, com a desconsideração da velocidade (W Cinética é desprezada), resulta em: H manométrico = H estático + H perdas 14.1 ESCOLHA DAS BOMBAS Inicialmente, é necessário apresentar a classificação das bombas antes da sua escolha. - CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS De um modo geral as bombas se classificam em: a) Volumétricas: embolo ou pistão; rotativas (de engrenagem e de palhetas); b) Escoamento: centrífugas ou axiais; c) Diversas: injetoras, de ar comprimido, e outras. - ESCOLHA DA BOMBA Em geral, nos edifícios e outras instalações, utiliza-se bombas centrífugas. Para isso, são necessários: vazão, altura manométrica e o rendimento (50% a 60%), considerando que: H manométrico = H sucçção + perdas + H recalque + perdas Para obter Hperdas é necessário determinar o comprimento (L) virtual da tubulação. Lvirtual = L real da tubulação + L perdas Para calcular as perdas são necessários os diametros da seção e recalque, calculados entrando com a vazão em m3/h e horas de funcionamento, no ábaco (4) abaixo: Entrando com os dados no ábaco acima, obtém-se D recalque e assim o D sucção, que é a medida comercial imediatamente acima. Lembra-se que essas informações foram passadas no item 9. instalações de recalque, desse material de estudo. Ex: D Recalque = 2” => D sucção 2 ½” A capacidade normal da bomba deve atender 20% do consumo diário, daí resultando 5 horas diárias de funcionamento. Com o diâmetro e a vazão, obtém-se a perda unitária (J = m/m) através do Abaco (2) ou (3), que dependerá do tipo de tubulação (2 - aço galv/Fefo ou 3 – PVC/cobre). Então: Hp = J x Lv POTENCIA DO MOTOR: A potência do conjunto elevatório é calculada pela expressão: P = η γ .75 .. mHQ Em que: P = potência da bomba em cavalos-vapor (CV) Q = vazão, m3/h Hm = altura manométrica total, m γ = peso específico da água = 1000 kgf/m3 η = ηb . ηm ηb = rendimento da bomba ηm = rendimento do motor Exemplo: Desejamos dimensionar a instalação de bombeamento de um edifício residencial, 10 (dez) pavimentos. Dados: Consumo diário: 60.000 litros; Altura estática da sucção: 2,0m; Comprimento desenvolvido da sucção: 3,0m; Altura estática recalque: 40,0m; Comprimento desenvolvido no recalque: 61,0m Peças de sucção Peças de recalque 1 valvula de pé 1 curva de 90º 2 cotovelos curtos (joelhos) 1 tê de saída bilateral 2 registros de gaveta (abertos) 1 válvula de retenção (leve) 5 cotovelos curtos 1 saída de canalização Obs: toda tubulação é de aço galvanizado e as conexões são de ferro maleável classe 10. Cálculo do Diâmetro – 2 metodologias: cálculo (instalações de recalque) ou do ábaco (4) 60m3/h / 5 = 12 m3 /h... logo, no ábaco (4) considerando as 5 horas temos como o diâmetro do recalque 2”... então, o diâmetro de sucção é de 2 ½” Q = 12 m3/h = 3,34 l/s Cálculo dos comprimentos equivalentes (LE) Peças de sucção (2 ½”) Peças de recalque (2”) 1 valvula de pé = 17,0 1 curva de 90º = 1,68 2 cotovelos curtos (joelhos) = 2 x 2,35 = 4,7 1 tê de saída bilateral = 4,16 2 registros de gaveta (abertos) = 2x0,4 = 0,8 1 válvula de retenção (leve) = 4,2 5 cotovelos curtos = 5 x 1,88 = 9,4 1 saída de canalização = 1,5 Total: 28,34m Total: 15,1m Comprimento total = LE + compr. Desenvolvido sucção = 28,34 + 3 = 31,34m Comprimento total = LE + compr. Desenvolvido recalque = 15,1 + 61 = 76,1m Perda de carga: Sucção: D 2 ½” Q = 3,34 l/s ... ábaco (2) : J= 0,03 m/m V = 1,0 m/s Recalque: D 2” Q = 3,34 l/s ... ábaco (2) : J= 0,09 m/m V = 1,5 m/s Altura relativa as perdas na sucção: Hp = 0,03 x 31,34 = 0,91m Altura relativa as perdas no recalque: Hp = 0,09 x 76,1 = 6,85m Altura representativa da velocidade: Hv = V2 / 2g = 1 / 2x9,81 = 0,05m Altura manométrica na sucção: Hms = 2 + 0,91 + 0,05 => Hms = 2,96m Altura manométrica no recalque: Hmr = 40 + 6,85 => Hmr = 46,94m Altura manométrica total : 2,96 + 46,85 = 49,81m Potencia do motor P = η γ .75 .. mHQ P= 1000 x 49,81 x 12 / 75 x 0,5 x 3.600 = 4,43 CV .... 5 CV. Referências Bibliográficas: - ALMEIDA: Instalações de água fria – notas de aula; Unisuam, 2005 - BOHN, A Ricardo: Instalações prediais de água fria; UFSC-DEC; 2008 - CREDER, Helio: instalações hidráulicas e sanitárias. LTC; RJ, 2003; - GHISI, Enedir: Instalações prediais de água fria; UFSC, 2004; - MARTINS, J Rodolfo: Instalações de água fria – notas de aula; Escola Politécnica, 2007; - NBR 5626 – instalação predial de água fria; ABNT, 1998
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