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Norma de Desempenho

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Norma de Desempenho, um marco na construção           
habitacional brasileira
O presidente da ProAcústica, Davi Akkerman, fala sobre a NBR 15.575                   
“Edificações Habitacionais ­ Desempenho”, que entra em vigor em julho, e trata de                       
três classes de desempenho acústico, além de níveis máximos de ruído gerados                     
por equipamentos e instalações hidráulicas em edificações novas
A publicação da NBR 15.575, e sua exigibilidade em julho, é um marco ”divisor de                           
águas” na construção imobiliária residencial no Brasil, envolvendo toda a cadeia                   
produtiva agregada, de acordo com Davi Akkerman, presidente da ProAcústica. Para                   
ele, trata­se de uma norma de vital importância, e que já existe nos países da Europa                             
há bastante tempo.
Na área de acústica, em particular, com as exigências de desempenho acústico                     
estabelecidas nos níveis mínimo, intermediário e superior, o mercado imobiliário                 
passa a ser disciplinado, com mais instrumentos de controle para beneficio ao                     
usuário final. “Quanto às desvantagens, essas ficam para os construtores                 
irresponsáveis do mercado que, ao não cumprir a norma, deverão responder por                     
isso, já que as normas técnicas no Brasil têm força de lei”, explica Akkerman.
Leia a seguir a entrevista completa com o presidente da ProAcústica, que esclarece                       
as questões relacionadas ao conforto acústico nas edificações novas.
Qual a importância da Norma de Desempenho (NBR 15.575) quando entrar em                     
exigibilidade, em julho? O mercado está preparado para cumpri­la?
Trata­se de uma norma de vital importância para o Brasil, e que já existe nos países                             
da Europa há bastante tempo. A norma surge como um “divisor de águas” para o                           
mercado imobiliário de construção residencial de qualquer padrão, envolvendo toda a                   
cadeia produtiva agregada. Nem todas as construtoras estão preparadas, mas as                   
boas empresas já assimilaram e até já estão aplicando a norma. A NBR 15.575                         
(Edificações Habitacionais – Desempenho) estabelece padrões mínimos de qualidade               
para edificações, nos vários aspectos incluídos em uma obra, com forte ênfase na                       
área de acústica. Depois de cerca de cinco anos de sua primeira publicação o texto                           
da norma foi revisado e aprovado instituindo níveis mínimos de qualidade em diversos                       
quesitos, como desempenho acústico, térmico e relacionado à iluminação. Além                 
disso, a norma também define a vida útil dos diversos sistemas de uma edificação,                         
como estrutura, paredes, revestimento e pisos.
Quais as novidades quanto à abordagem da questão acústica?
A questão acústica na norma é abordada de maneira extensa, em quase todos os                         
aspectos relevantes de uma edificação, ficando apenas a desejar quanto a alguns                     
valores mínimos exigidos, que são muito baixos se comparados às normas europeias,                     
aquém das necessidades de usuários mais sensíveis à questão de ruídos. Mas o                       
comprador do imóvel pode optar por um nível de desempenho maior (intermediário ou                       
superior, por exemplo) na hora de pesquisar e comprar um imóvel. Apesar disso, ao                         
longo do tempo, acredito que esses patamares passem a ser cada vez mais                       
exigentes.
Como foram definidas as classes de desempenho acústico?
Na área de acústica, a NBR 15.575 trata de três classes de desempenho acústico                         
(mínimo, intermediário e superior), além de níveis máximos de ruído aceitáveis                   
gerados por equipamentos motores e instalações hidráulicas. Os usuários terão                 
acesso a essas informações e poderão reclamar quando constatarem problemas                 
acústicos em suas habitações. Os próprios usuários serão os fiscalizadores, pois                   
terão acesso a essas informações e poderão exigir o cumprimento da norma. Na                       
verdade, como a norma vem sendo elaborada e debatida há mais de cinco anos, as                           
construtoras mais interessadas em oferecer uma maior qualidade aos seus clientes já                     
vêm adotando melhores parâmetros de desempenho em seus empreendimentos.
Quais os principais aspectos da norma em relação ao vidro?
O vidro não é citado de forma específica na norma, mas se trata de um importante                             
elemento construtivo, que cada vez mais vem incorporando desempenho às                 
edificações, e faz parte de um sistema, no caso, o de vedações verticais externas                         
(fachadas). Toda cadeia produtiva voltada para a construção, de alguma forma, será                     
atingida.
As empresas do setor acústico estão prontas para as mudanças?
Sim. Quem deve se adequar são os projetistas, arquitetos e construtoras e                     
incorporadoras.
Podemos dizer que a norma vai "revolucionar" o setor de construção civil do                       
país?
Sim. Algumas melhorias imediatas que a NBR 15.575 trará, em relação ao conforto                       
acústico, incluem as paredes geminadas entre dormitórios e outros ambientes, que                   
passam a ter um desempenho mínimo de 45 dB de isolamento. As paredes de                         
alvenaria, que vinham sendo construídas com até 9 cm de espessura, deverão ter no                         
mínimo 15 cm. Em paredes com espessura menor, o sistema drywall pode ser uma                         
solução viável para alcançar as exigências da norma. Além disso, não serão aceitas                       
as lajes de concreto com espessura menor que 10 cm, pois não atendem mais às                           
exigências mínimas da norma.
A NBR 15.575, pelo visto, irá melhorar a qualidade de vida dos cidadãos?
Sim, uma edificação com conforto acústico não é uma questão de luxo, mas de                         
saúde.
Tanto que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o ruído é                         
considerado um problema mundial de saúde pública e uma das principais causas de                       
poluição que afeta o planeta. Com isso, vem crescendo a incidência de perdas                       
auditivas e outras doenças causadas pelo ruído, inclusive em crianças e                   
adolescentes. Segundo a OMS, cerca de 120 milhões de pessoas no mundo têm a                         
audição afetada pelo ruído. Além disso, o ruído em excesso, acima de 55 dBA,                         
também causa doenças tais como stress, insônia, irritabilidade, pressão alta,                 
problemas cardíacos e nas cordas vocais, interferindo diretamente no funcionamento                 
do organismo e na qualidade de vida.
Como fica a acústica em relação ao sistema drywall?
As vedações verticais internas deverão atender ao desempenho acústico mínimo em                     
diversas situações, e o sistema drywall passa a ser uma excelente alternativa para os                         
construtores e projetistas, uma vez que várias tipologias construtivas já foram                   
ensaiadas em laboratório do ponto de vista da acústica. Com isso, podem oferecer                       
mais segurança técnica aos especificadores e, por consequência, aos               
consumidores.
O que mudou em termos de acústica na atual versão da NBR 15.575, em                         
relação à versão de 2010?
Não mudou muito, mas o mais importante foi a inclusão de níveis máximosde ruído                           
gerados por equipamentos prediais de uso coletivo como elevadores, exaustores,                 
ventiladores, bombas e também em relação aos ruídos de instalações hidráulicas.
Qual a data em que a Norma deve entrar em vigor?
Em 19/07/2013 passa a ser obrigatório para projetos novos de edificações que ainda                       
não foram protocolados nas prefeituras.
Ao que, especificamente, o consumidor final deve ficar atento ao comprar um                     
apartamento novo, com relação à NBR 15.575?
Se comprar na planta o consumidor deve fazer as perguntas pertinentes ao                     
desempenho acústico da unidade e se está de acordo com Norma de Desempenho.                       
Se for um edifício recém­construído, o comprador pode requerer do construtor os                     
laudos de comprovação de desempenho que achar necessário.
A norma garante mais credibilidade e qualidade em relação ao tema da                     
acústica?
Com certeza, uma vez que agora o desempenho acústico poderá ser avaliado                     
objetivamente.
Quanto ao desempenho acústico, os valores mínimos exigidos garantem ao usuário                   
um mínimo de privacidade e conforto, implicando em melhor habitabilidade e                   
qualidade de vida.
Quanto tempo as construtoras que ainda não aderiram têm para se ajustarem                     
às novas regras?
A partir de julho, no desenvolvimento dos novos projetos de edificações habitacionais                     
de qualquer porte ou padrão.
Em caso de descumprimento da norma, que punição as empresas podem                   
sofrer?
Isso não fica bem claro na norma ainda. Mas juridicamente, a responsabilidade pelo                       
não cumprimento recairá nos produtores, fabricantes, projetistas e construtores, caso                 
o usuário venha a acionar os responsáveis pela má qualidade da obra. Não podemos                         
esquecer também que o usuário também terá a sua parcela de responsabilidade pelo                       
desempenho, devendo fazer manutenção correta de seu imóvel ao longo do tempo.
As construtoras precisam adequar imóveis edificados antes de a norma ter                   
entrado em vigor?
Não. Mas, em minha opinião, a norma de desempenho, mesmo que válida só para                         
edifícios novos, poderá sim dar respaldo técnico aos eventuais usuários reclamantes                   
de edifícios já prontos que moverem ações na justiça.
O valor dos imóveis pode sofrer aumento? Se sim, quanto?
Podem ou não sofrer aumento de preços, vai depender das soluções tecnológicas                     
escolhidas pelos projetistas e construtoras para alcançar os níveis de desempenho                   
exigidos pela norma.
Ainda em relação aos fabricantes, adotar a NBR 15.575 é comercialmente                   
vantajoso?
Só vejo vantagens para quem quer atender a um mercado consumidor cada vez mais                         
exigente. E não é uma questão de adotar ou não, a norma é obrigatória e tem força                               
de lei.

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