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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA2

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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
CONTRIBUINTE: Quando tiver relação pessoal e direta com a situação que 
constitua o respectivo fato gerador; 
RESPONSÁVEL: Quando a pessoa é diferente daquela que manifestou riqueza, 
apesar de estar vinculada ao evento definido em lei como fato gerador. 
 A pessoa a quem o legislador atribui a responsabilidade deve ser vinculada 
ao fato gerador da obrigação. (o vinculo deve existir, mas não pode ser 
relação direta com o F.G, pois, se caso fosse, o sujeito passivo seria 
contribuinte, e não responsável). 
 Sempre é necessária expressa disposição legal atribuindo a alguém a 
condição de responsável. 
 
1. MODALIDADES DE RESPONSABILIDADE 
 POR SUBSTITUIÇÃO: Quando a sujeição passiva do responsável surge 
contemporaneamente à ocorrência do fato gerador. 
 POR TRANSFERENCIA: No momento do surgimento da obrigação, 
determinada pessoa figura como sujeito passivo, num momento 
posterior, um evento definido em lei causa a modificação da pessoa 
que ocupa o polo passivo da obrigação. 
 
 
 
 
 
 
 
(obs): A doutrina coloca a solidariedade, como tipo da responsabilidade por transferência, 
mas segundo o CTN, a solidariedade foge das regras da responsabilidade, uma vez que os 
devedores solidários possuem interesse comum na situação que constitua o fato gerador 
da obrigação principal. O CTN divide as hipóteses de responsabilidade como o 
esquema descrito acima. 
 
1. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA: Caracterizada pela mudança da pessoa 
que figura no polo passivo da respectiva obrigação. 
 
Pode ser: De contribuinte  Responsável 
 De Responsável  Responsável 
Responsabilidade 
Tributária 
Por Substituição 
Por Sucessão 
Por Transferência De Terceiros 
Por Infrações 
2. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: A fonte pagadora substitui, no polo 
passivo da obrigação tributária a pessoa que, naturalmente figuraria em tal relação 
jurídica na condição de contribuinte. 
a. Substituição Tributária Regressiva, para trás ou antecedente: 
Ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições anteriores nas 
cadeiras de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar 
tributos, por aquelas que ocupam posições posteriores nessas mesmas 
cadeias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. Substituição Tributária Progressiva, para frente ou subsequente: 
Ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores das 
cadeiras de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, 
por aquelas que ocupam posições anteriores nessas mesmas cadeias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Boa parte da doutrina considera que essa antecipação do pagamento do 
tributo configuraria agressão a vários princípios tributários, entre eles a 
tipicidade, o da capacidade contributiva e o do não confiscam. 
O STJ afirma que, com o pagamento antecipado não ocorre recolhimento 
do imposto antes da ocorrência do fato gerador. Ocorre, tão somente o 
pagamento antecipado. 
 A sistemática da substituição tributaria pra frente é constitucional, 
mesmo com relação aos fatos ocorridos antes da EC 3/1993. 
 Não ocorrido o fato gerador presumido, nasce o direito a restituição 
imediata e preferencial da quantia paga; 
 É constitucional a decisão tomada pela maioria dos Estados da 
Federação (23 dos 26) e pelo Distrito Federal no sentido de não 
restituir nem cobrar diferenças nos casos de ocorrência do fato 
gerador com base de calculo diferente da presumida. (Convênio 
ICMS 13/1997); 
 
 
 
 
Ocorre no processo de execução. O Estado-
juiz adentra no patrimônio do devedor, 
apreendendo um bem, e alienando-o em 
praça pública. Onde quem oferecer o maior 
lance adquire o imóvel livre de qualquer 
ônus. (arrematante) 
I. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO: 
Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária, que possui como sujeito passivo 
um contribuinte legalmente definido.  POSTERIORMENTE, ocorre um evento que 
transfere a sujeição passiva a um responsável expressamente designado por lei. 
 O marco temporal da transferência da responsabilidade é a data da ocorrência 
dos eventos previstos em lei como aptos a gerar a sucessão. 
 A RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE DE BENS IMÓVEIS: 
Art. 130, CTN: Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato 
gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, 
e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a 
tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua 
quitação. 
- O adquirente passa a ser responsável por todo crédito tributário relativo ao 
imóvel, não importando o montante, mesmo que ultrapasse o valor do próprio 
bem. 
- Quanto aos créditos tributários relativos a taxas, a regra é que aos casos em 
que o fato gerador é a prestação de serviços referentes ao imóvel, não é possível a 
responsabilização do adquirente nos casos de taxas decorrentes do exercício do 
poder de polícia, ainda que relativos ao imóvel. 
 
Exceções: 
- Quando conste do titulo de transferência de propriedade a prova de 
quitação dos tributos (parte final do caput do art. 130, CTN); 
- No caso de arrematação em hasta pública, caso em que a sub-rogação 
ocorre sobre o respectivo preço. (CTN, art. 130, parágrafo único); 
 
 O caso da apresentação de certidão negativa: 
- A transferência da propriedade de imóveis somente ocorre com o registro do 
ato no cartório de registro de imóveis; 
- Apresentados os comprovantes da quitação dos tributos, o adquirente não 
pode ser responsabilizado por obrigações por ventura existentes. Caso haja 
alguma pendência, a Administração pode lançar o tributo, todavia a cobrança 
irá recair sobre o anterior proprietário (contribuinte), não se colocando o 
adquirente na posição de responsável 
tributário. 
 
 O caso de arrematação em hasta pública: 
 
- Aqui, o adquirente não se coloca como 
responsável por quaisquer tributos devidos 
até a data da alienação; 
(Os débitos existentes devem ser quitados com o produto da arrematação. Caso 
o valor alcançado pelo imóvel seja insuficiente para a quitação do tributo, o 
Fisco não poderá exigir do adquirente – nem do alienante – qualquer 
excedente).  Pois a sub-rogação aqui é real e não pessoal. 
 A RESPONSABILIDADE DO ADQUIRINTE OU REMITENTE DE BENS MÓVEIS 
A regra relativa à aquisição de bens móveis é basicamente a mesma aplicada à 
aquisição de imóveis, a única diferença é a inaplicabilidade das exceções. 
- A transferência da propriedade de bens móveis ocorre com a tradição. 
Art. 131: São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos 
ou remidos; 
 
Se o remitente adquire o bem, passa a ser o devedor dos tributos sobre ele 
incidentes. 
 A RESPONSABILIDADE NA SUCESSÃO CAUSA MORTIS: Com a morte, ocorre a 
abertura da sucessão.  A formalização da transferência da responsabilidade 
para os sucessores depende da conclusão do processo de inventário (ou 
arrolamento), com a consequente partilha dos bens. 
o Durante o período de tempo iniciado com a abertura da sucessão 
(morte) e concluído com o termino do processo de inventário 
(partilha de bens), a responsabilidade pelos tributos devidos pelo 
de cujus, até a data de sua morte, é do espólio. 
 
 
o Com a prolação da sentença de partilha ou adjudicação, a 
responsabilidade por todo o período passado (respeitado o prazo 
decadencial) passa a ser dos sucessores a qualquer titulo e do 
cônjuge meeiro, limitada esta responsabilidade ao montantedo 
quinhão do legado ou da meação. 
 
 
o Assim, se o de cujus deixou créditos tributários em aberto, o espólio 
deve fazer o pagamento (é responsável). Caso o pagamento não tenha 
sido feito e, mesmo assim, os bens tenham sido compartilhados, os 
sucessores a qualquer titulo e o cônjuge meeiro deverão fazer o 
pagamento (são responsáveis). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A RESPONSABILIDADE NA SUCESSÃO EMPRESARIAL: 
Termo utilizado em sentido amplo, compreendendo todos os casos de 
operações entre empresas, como as fusões, cisões, incorporações, alienações de 
filiais, entre outras. 
o A premissa fundamental é a de que a sucessão empresarial gera 
sucessão tributária. 
o Os Arts. 132 e 133, CTN, impõem ao sucessor a responsabilidade 
integral tanto pelos eventuais tributos quanto pela multa decorrente, 
seja ela de caráter moratório ou punitivo. 
o Na expressão “créditos tributários” estão incluídas as multas 
moratórias; 
o A empresa, quando chamada na qualidade de sucessora tributária, é 
responsável pelo tributo declarado pela sucedida e não pago no 
vencimento, incluindo-se o valor da multa moratória. 
o A responsabilidade na fusão, incorporação, transformação, cisão e 
extinção de pessoas jurídicas: 
 Art. 132, CTN, afirma que a pessoa jurídica de direito privado 
que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra 
ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do 
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, 
transformadas ou incorporadas. 
 Fusão: Quando se unem duas ou mais sociedades para formar 
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e 
obrigações, inclusive as de natureza tributária. 
 Incorporação: Quando uma sociedade incorpora a outra. 
Onde aquela continua existindo como sujeito de direitos e 
obrigações, sendo ainda contribuinte de seus tributos. Já 
esta deixaria de existir como pessoa jurídica e seus 
tributos passariam a ter como sujeito passivo a sociedade 
que lhe incorporou, na condição de responsável. 
 Transformação: Ocorre quando uma sociedade passa 
independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para 
outro. Continuando como contribuinte de seus tributos. 
Segundo o CTN, a sociedade da transformação passa a ser 
responsável pelos tributos devidos pela sociedade 
transformada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Os casos de extinção da sociedade: 
Parágrafo Único do art. 132, CTN diz que: 
As regras estipuladas para os casos de fusão, incorporação e 
transformação aplicam-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de 
direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja 
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob 
a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. 
 
o A responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou 
estabelecimento: 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que 
adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou 
estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a 
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob 
firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao 
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, 
indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na 
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da 
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, 
indústria ou profissão. 
 
 Não é a própria empresa que é alienada, mas apenas o conjunto 
de bens. 
 Se a empresa que alienou o fundo ou estabelecimento cessou a 
exploração do comercio, indústria ou atividade, a manifestação 
de riqueza passa a ser exclusiva da adquirente, que responde 
integralmente pelos citados tributos. 
 Quando a alienante continua a exploração de atividade 
econômica, é possível cobrar-lhe os tributos relativos ao fundo 
ou estabelecimento alienado. 
 Se o alienante iniciar dentro de seis meses, a contar da data da 
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão, estará na mesma situação 
daquele que continuou a exploração, de forma que o adquirente 
responderá apenas subsidiariamente. 
 Completados seis meses, no dia subsequente o alienante 
estará livre de qualquer responsabilidade quanto aos 
tributos relativos ao fundo ou estabelecimento até a data 
de alienação. 
 A sujeição do alienante existe independentemente da 
atividade que o mesmo continua a explorar, podendo esta 
ocorrer em qualquer ramo de comércio, indústria ou profissão. 
 
 A responsabilidade do adquirente existe apenas no que 
concerne aos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento 
adquirido e não, por óbvio, com relação a todos os tributos 
devidos pelo alienante. 
 EXCEÇÃO: Não mais há responsabilidade do adquirente no caso 
de alienação realizada em processo de falência ou de filial ou 
unidade produtiva isolada, em processo de recuperação 
judicial. CTN, art. 133, §1º, I e II). 
 
 
 EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO (Volta-se a regra): Não se aplica a 
exceção quando, apesar da alienação ser feita em processo de 
falência ou ter por objeto filial ou unidade produtiva isolada, 
em processo de recuperação judicial, o adquirente for: 
I- Sócio de sociedade falida ou em recuperação judicial, 
ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em 
recuperação judicial; 
II- Parente, em linha reta ou colateral até 4º grau, 
consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em 
recuperação judicial ou de seus sócios, ou; 
III- Identificado como agente do falido ou do devedor em 
recuperação judicial com o objetivo de fraudar a 
sucessão tributária; 
 
II. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS 
O CTN trata da responsabilidade de terceiros em dois diferentes dispositivos. Em 
ambos os casos, os terceiros responsabilizados são pessoas que, em 
determinadas circunstancias, falharam no cumprimento de um dever legal de 
gestão ou vigilância do patrimônio do contribuinte. 
A diferença é que, numa situação os terceiros responsáveis atuaram regularmente, 
sem agressão à lei, ao contrato social ou aos estatutos; já a outra dispões sobre atuação 
irregular de terceiro; 
 
Os terceiros responsáveis possuem algum vinculo jurídico com a pessoa que, por ter 
relação pessoal e direta com o fato gerado, naturalmente ocuparia o polo passivo da 
relação jurídico-tributária na condição de contribuinte. 
o RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS DECORRENTES DE ATUAÇÃO 
REGULAR 
Art. 134, CTN. 
- Impossibilidade do cumprimento da obrigação principal pelo 
contribuinte: A responsabilidade das pessoas enumeradas no 
dispositivo é subsidiária. Ou seja, somente no caso de insucesso a 
cobrança pode ser redirecionada contra o responsável, desde que 
presente o segundo requisito. 
É solidária, mas somete surge quando não é possível o 
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. 
 
- Ação ou indevida omissão imputável à pessoa designada como 
responsável: Somente haverá responsabilidade dos “terceiros” 
enumerados nas alíneas do art. 134 se estes tiverem participando 
ativamente da situação que configura fato gerador do tributo ou 
tenham indevidamente se omitido. 
 
Inciso V: É responsável o administrador judicial pelos tributos devidos 
pela massa falida ou pela empresa em processo de recuperação judicial. 
Inciso VI: Atribui responsabilidade aos tabeliões, escrivães, e demais 
serventuários de ofício pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles,ou perante eles, em razão do seu ofício. 
Inciso VII: A regra continua sendo a que os sócios não sejam 
responsáveis pelas obrigações da pessoa jurídica cujo quadro 
societário integram. 
 
 
o RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS DECORRENTES DE ATUAÇÃO 
IRREGULAR: 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos 
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas 
de direito privado. 
- Havendo atuação irregular dos pais, de forma a ultrapassar o que a lei lhes 
permite na administração do patrimônio dos filhos menores, a 
responsabilidade daqueles será pessoal, nos termos do art. 135, CTN. 
- O vício do qual decorre a aplicação do art. 134 está no fato de o agente 
praticar um ato contrariando os limites legais, estatutários ou contratuais 
de sua atuação, de forma que o ato praticado não se caracteriza 
necessariamente como ilícito tributário, residindo o vício na ausência de 
legitimação ou de autorização para sua pratica. 
 
Súmula 430 do STJ: “o inadimplemento da obrigação tributaria pela 
sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-
gerente”. 
 Apesar de o inadimplemento não ser causa isolada de 
responsabilização do sócio gerente, pode vir a gerar tal efeito desde 
que acrescido de outros eventos legalmente previstos (excesso de 
poderes, agressão à lei, contrato social ou estatutos). 
Súmula 392, STJ: “A fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida 
ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargo, quando se tratar de 
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito 
passivo da execução.” 
 
III. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES: 
As pessoas impropriamente designadas como responsáveis por infração são, na 
realidade, as pessoas que cometem tais infrações, tendo com estas relação pessoal e 
direta. 
Art. 136, CTN: A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da 
intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza ou extensão dos 
efeitos do ato. 
 A responsabilidade por infrações é, em regra, objetiva. 
 Nada impede que o legislador decida atribuir caráter subjetivo à responsabilidade por 
determinadas infrações, uma vez que o dispositivo é iniciado com a ressalva “salvo 
disposição em contrário”. 
 Se o legislador silenciou a respeito da necessidade de comprovação de 
dolo ou culpa para a atribuição da responsabilidade  será objetiva, 
não dependendo de comprovação. 
 Se o legislador quiser que a responsabilização dependa da análise da 
presença de dolo ou culpa  subjetiva, deve afirmar expressamente. 
 É aplicável a regra consubstanciada no brocardo in dubio pro reo, de 
forma que, se houver duvida sobre a caracterização de sonegação, 
fraude ou conluio, o contribuinte deve ser punido com multa mais 
suave; 
 Se o comerciante de boa-fé adquire mercadoria cuja nota fiscal emitida 
pelo vendedor posteriormente é declarada inidônea, o comerciante 
não pode ser responsabilizado objetivamente pela infração, ne perde o 
direito de aproveitamento do respectivo credito decorrente da não 
cumulatividade. 
 
 RESPONSABILIDADE PESSOAL DO AGENTE: A regra básica é que as 
consequências da prática de ato ilícito devem ser atribuídas 
pessoalmente ao infrator, pois a punição deve atingir direta e 
exclusivamente a pessoa (física ou jurídica) que agrediu o 
ordenamento jurídico. 
o A regra é punir a própria pessoa jurídica pelos ilícitos que 
venha a cometer. Assim, a multa é aplicada contra a pessoa 
jurídica e não contra o agente (pessoa física) que concretizou, 
no mundo dos fatos, o ilícito. 
 
 
 
 
 
o Art. 137, CTN: Trata das excepcionais hipóteses de 
responsabilidade pessoal do agente: 
 A responsabilidade é pessoal ao agente: 
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou 
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de 
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no 
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do 
agente seja elementar; 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente 
de dolo específico: 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por 
quem respondem; 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus 
mandantes, preponentes ou empregadores; 
 
 DENÚNCIA ESPONTÂNE DE INFRAÇÕES: 
Medida politica tributaria que visa a atrair de volta à legalidade 
contribuintes que delas se afastaram, oferecendo em troca a garantia de 
não aplicação de medidas punitivas; 
- Instituto inspirado na “desistência voluntária” e no “arrependimento 
eficaz” do direito penal. 
 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da 
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e 
dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela 
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de 
apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada 
após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de 
fiscalização, relacionados com a infração. 
 
- O STJ tem entendido que a denuncia espontânea eficaz (apresentada 
antes do procedimento fiscal e acompanhada do pagamento) extingue a 
punibilidade tanto das multas denominadas punitivas (de ofício), 
quanto das multas classificadas administrativas (moratórias, por 
atraso no pagamento).

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