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Curso de Hematologia Geral MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados a seus respectivos autores descritos nas referências bibliográficas. MÓDULO IV Leucócitos Como vimos anteriormente, a Stem cell, por ação de fatores de crescimento, dá origem a todas as demais células sangüíneas, obedecendo a um sistema hierárquico de maturação. FONTE: SILVA, 2003. 1-Leucócitos polimorfonucleares (granulócitos) Morfologia Os polimorfonucleares compreendem os granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. A medula produz, em media 20 a 30 x 109 polimorfonucleares por dia. O que 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores permite a diferenciação entre os polimorfonucleares são as granulações secundárias formadas a partir do estágio de mielócito. Sem elas, os granulócitos apresentam o mesmo padrão morfológico. As células progenitoras dos polimorfonucleares ficam no estroma da medula e, a medida em que elas maturam, deixam o estroma e ganham os sinusóides. Assim, as precursoras e as células normalmente encontradas na medula e sangue periférico são, sucessivamente: mieloblastos, promieloblastos, mielócitos, metamielócitos, bastonetes e polimorfonucleares (segmentado, eosinófilo, basófilo), que apresentam padrões similares de proliferação, diferenciação, maturação, armazenamento na medula óssea e liberação para o sangue periférico. Mieloblastos → Este termo descreve uma célula imatura típica de medula óssea, de forma arredondada, citoplasma escasso com uma basofilia discreta ou moderada, sem granulações, exceto no LMA, onde podem apresentar granulações primárias. O núcleo é arredondado ou oval com cromatina fina e reticulada. Os nucléolos geralmente estão presentes em número de até 5. Promielócito → Tem como característica o aparecimento de uma granulação fina azurófila e inespecífica seguida de uma granulação específica mais grosseira, inclusive por sobre o núcleo. Os nucléolos são evidentes no início desta fase ficando menos proeminentes à medida que a célula se desenvolve. 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Mielócito → Neste estágio é definida a característica do neutrófilo, ou seja, aparecem as granulações secundárias que vão caracterizar a célula como neutrófilo, basófilo ou eosinófilo. O núcleo é geralmente excêntrico, redondo ou ovalado, e o nucléolo não é mais visível. Metamielócito → Nesta fase, a célula não é mais capaz de dividir-se. Os nucléolos não podem ser vistos indicando o fim da síntese de DNA. O núcleo apresenta-se ovalado com uma reentrância (chanfradura). Bastonete (bastão) → A condensação da cromatina é intensa e o núcleo assume a forma de uma bastão uniforme. Segmentado → apresenta constrições nucleares, unidas por filamentos de cromatina, que formam dois ou mais lóbulos nucleares. 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores As granulações citoplasmáticas secundárias presentes nestas últimas fases de maturação dos polimorfonucleares coram-se tanto pelo azul de metileno como pela eosina. O nome de cada célula corresponde ao fato das granulações serem neutras (neutrófilos) , corar pela eosina (eosinófilos) ou azul de metileno (basófilo). Cinética e função dos polimorfonucleares (granulócitos) 1.1.Neutrófilos: A cinética dos neutrófilos diz respeito aos processos que vão desde a sua produção pela medula óssea, até seu consumo nos tecidos. São identificados 3 compartimentos. a- Medula óssea, onde se observa um equilíbrio entre Stem cell, células mitóticas e células maduras, ou seja, as células que amadurecem e abandonam este compartimento são substituídas através da divisão de outras células do compartimento; b- Sangue periférico →Nem todos os neutrófilos que estão nos vasos estão circulando. Aqui temos dois sub-compartimentos: o circulante composto de segmentados e bastonetes(que são os neutrófilos contados quando da realização do hemograma), e o marginal formado por neutrófilos aderidos às paredes vasculares, e que entram imediatamente em circulação em função das necessidades. O exercício e a adrenalina mobilizam os neutrófilos do compartimento marginal para o compartimento circulante alterando o leucograma. c- Tecidos, para onde os neutrófilos migram para exercerem suas funções. Função dos neutrófilos→ Através de suas propriedades de motilidade, quimiotaxia, ação 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores bactericida e digestão, os neutrófilos tem como principal função a fagocitose de corpos estranhos e bactérias, além de participar dos processos inflamatórios. Destino dos neutrófilos→ Em condições normais, o tempo de maturação do mieloblasto até o segmentado é de 4 a 6 dias. No sangue periférico, os neutrófilos circulam em torno de 7 horas. Daí, ou são destruídos, ou migram para os tecidos. Uma vez nos tecidos estas células nunca voltam ao sangue. Efetuam suas funções de fagocitose e são destruídos no local ou nos gânglios pelas células reticulares. Alteração no número de neutrófilos Neutrofilias( ) • fisiológicas→exercícios físicos, estresse, gravidez, recém-nascidos • não fisiológicas→infecções bacterianas agudas, inflamações agudas sem infecções(cirurgias, queimaduras, infartos, artrite reumatóide, vasculite),hemorragias e hemólises agudas,doenças mieloproliferativas (LMC, policitemia Vera, mielofibrose), cânceres (carcinoma, linfoma, melanoma), alterações metabólocas(uremia, acidose diabética). Neutropenias(↓) →processos infecciosos graves(depleção dos neutrófilos da medula óssea), infecções virais em geral, protozoárias e fúngicas, drogas, fatores nutricionais e causas imunológicas. 1.2.Eosinófilos: Os eosinófilos são um pouco maiores que os neutrófilos e são diferenciados dos neutrófilos e dos basófilos pelas granulações secundárias grosseiras e alaranjadas, cuja produção inicia-se no estágio de mielócito. Estas granulações contém enzimas do tipo peroxidases, fosfatase ácida, fosfolipases e principalmente histaminases. Estas últimas conferem a principal função dos eosinófilos de modulação das reações imunológicas de hipersensibilidade. Além disso apresentam grande afinidade pelos anticorpos do tipo IgE que recobrem os parasitas. Através destes anticorpos eles de aderem à superfície dos parasitas e liberam, através da degranulação, proteínas citotóxicas. 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Os eosinófilos maduros circulam no sangue por 8 horas e migram para os tecidos (pele, mucosas do trato respiratório e trato intestinal) onde permanecem cercade 12 dias. As causas de aumento dos eosinófilos (Eosinofilia) são: parasitoses (90%), reações alérgicas e uso de certos medicamentos (nitrofurantoína , sulfonamidas). A diminuição dos eosinófilos (Eosinopenia) aparece em doenças mieloproliferativas, utilização de glicorticóides. A ausência de eosinófilos em infecções graves demonstra o estado de estresse do organismo (prognóstico ruim). 1.3.Basófilos: Os basófilos são encontrados em pequena quantidade no sangue periférico (0 a 1%) e circulam por algumas horas e migram aos tecidos. São facilmente identificados pelos grânulos grosseiros azuis escuros, muitas vezes sobre o núcleo, ricos em histamina e heparina. São mediadores do processo inflamatório e das reações alérgicas, quando estão aumentados. Os mastócitos tissulares são células semelhantes aos basófilos, com a mesma função, porém não possuem a mesma origem. Os mastócitos se originam da linhagem dos monócitos e macrófagos. 2-Leucócitos mononucleares 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 2.1- Linfócitos O sistema linfóide é constituído por órgãos linfóides primários e secundários que estão envolvidos na produção de um determinado grupo de células que desempenham a mesma função: o fenômeno da imunização. O timo e a medula óssea são órgãos linfóides primários envolvidos com a diferenciação dos linfócitos a partir de precursores imaturos. No timo ocorre a diferenciação dos linfócitos T (timo-dependentes) e, na medula, a diferenciação dos linfócitos B (bolsa-dependentes). Posteriormente, estes linfócitos imunocompetentes se dirigem aos órgãos linfóides secundários (linfonodos, baço, placas de Peyer no intestino e as amígdalas) onde passam por uma diferenciação final e proliferam a partir de antígenos específicos. Os linfócitos são células com núcleo denso e nucléolo (raramente visualizados), e citoplasma pouco abundante contendo poucas organelas, de coloração basófila. Os subtipos de linfócitos T e B não podem ser diferenciados morfologicamente pelo esfregaço de sangue. Os linfócitos T consistem 75% dos linfócitos do sangue e estão relacionados com a imunidade mediada por células (rejeição de enxertos, organismos intracelulares, células tumorais e reações de hipersensibilidade tardia). Os linfócitos B atuam na imunidade humoral. Quando estimulados por antígenos se diferenciam em plasmócitos, que são células secretoras de anticorpos esécíficos. Os linfócitos em estágio de maturação entre os linfócitos B e os plasmócitos são denominados linfócitos atípicos e podem ser vistos no sangue periférico de pacientes com mononucleose infecciosa e outras viroses. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores linfócito atípico A linfocitose ocorre nas infecções virais, principalmente mononucleose infecciosa, hepatite, citomegalovírus. A linfopenia está presente nas infecções agudas, stress agudo (queimaduras, traumas), síndromes de imunodeficiência, administração de corticóides e quimioterapia. 2.2- Monócitos O monócito é a maior célula circulante. Apresenta um núcleo irregular, em forma de rim, com cromatina exibindo aspecto reticular. O citoplasma contém finas granulações azurófilas e grânulos ricos em esterase. O monócito tem origem medular e constitui uma série própria (monoblastos, promonócitos, monócitos e macrófagos), porém muito próxima da série granulocítica. Permanece no sangue cerca de 8 horas e sai em direção aos tecidos onde evolui dando origem ao macrófago. Como componente do sistema mononuclear fagocitário (anteriormente chamado de sistema retículo endotelial) tem como funções: a remoção de células mortas, senescentes, estranhas ou alteradas, remoção de partículas estranhas , destruição de microorganismos e células tumorais, e, principalmente, participar da imunidade humoral e celular como célula apresentadora de antígenos aos linfócitos T. A monocitose pode aparecer principalmente em estados de recuperação de infecções agudas (bom prognóstico), infecções crônicas, processos inflamatórios como lupos eritematoso e artrite reumatóide. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Alterações morfológicas do leucócitos: Anomalia de Pelger-Huet → Caracteriza-se por uma diminuição na segmentação do núcleo dos granulócitos dando ao leucograma a falsa impressão de um desvio à esquerda. A forma congênita é benigna, autossômica dominante. A forma adquirida (Pseudo Pelger-Huet) está geralmente associada à quimioterapia. Anomalia de Alder-Reilly → Anomalia autossômica recessiva, encontrada em diversas síndromes, caracterizada pela presença de grânulos vermelho-escuros, semelhantes às granulações tóxicas. Anomalia de Chediak-Higashi → Anomalia autossômica recessiva, pouco freqüente, que caracteriza-se pela presença de grânulos gigantescos no citoplasma, que alteram a 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores quimiotaxia e ação bacteriana dos neutrófilos, aumentando a suscetibilidade às infecções bacterianas. Anomalia de May-Hegglin → Caracteriza-se pela presença de granulações ribossomais grandes acinzentadas no citoplasma, um pouco maiores que o corpúsculo de Döhle. Reação leucemóide É um aumento exagerado dos glóbulos brancos, reacional e conseqüente a um processo infeccioso, que se corrige com a erradicação da infecção, e não deve ser confundido com reação leucêmica, típica da leucemia mielóide crônica. Etapas do hemograma infeccioso 1- Leucocitose, sem desvio à esquerda, sem granulação grosseira. 2- Leucocitose, com desvio à esquerda até bastão, com granulação grosseira. 3- Leucocitose mais intensa, com desvio à esquerda até mielócito, com granulação 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores tóxica, vacúolos citoplasmáticos. 4- Leucocitose intensa, com desvio à esquerda até promielócito, raros blastos, com granulação tóxica, vacúolos citoplasmáticos, degeneração nuclear, corpos de Döhle. 5- Leucocitose mais intensa, com desvio à esquerda até blasto, com granulação tóxica, vacúolos citoplasmáticos, degeneração nuclear, corpos de Döhle, esquizócitos, hemácias fragmentadas. 6- Queda da leucometria, com desvio à esquerda até blasto, com corpos de Döhle, esquizócitos, hemácias fragmentadas. 7- Queda de leucometria, neutropenia, com desvio à esquerda até blasto, com granulação tóxica, vacúolos citoplasmáticos, degeneração nuclear, corpos de Döhle, esquizócitos, hemácias fragmentadas. 8- Septicemia, falência múltipla de órgãos, insuficiência renal, hemorragia. NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Em condições normais, as células sangüíneas estão sob estrito controle do organismo, podendo sofrer, a qualquer momento, alterações em quantidade e qualidade, como forma de reação a estímulos externos e de adequação a situações adversas.Segundo Brum,2003, estas flutuações, motivadas por estímulos diversos, são chamadas alterações reacionais. Entretanto, como qualquer outra célula do organismo vivo, as células sangüíneas podem sofrer reações que provocam alterações malignas, e que são denominadas neoplasias. Portanto, as células cancerosas diferem das normais por não mais responderem aos mecanismos de controle do organismo. 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1-Síndromes Mielo-Proliferativas 1.1. Leucemia mielóide crônica: Leucemia caracterizada pela proliferação e diferenciação descontrolada de células leucêmicas, decorrente da ação de um cromossomo alterado (cromossomo Philadelfia) que resulta na codificação de uma proteína com atividade tirosina quinase aumentada. A doença apresenta uma fase crônica com hiperleucocitose que pode evoluir para uma fase blástica fatal (crise blástica) com fibrose medular. É rara na criança, acometendo adultos jovens. No hemograma, encontramos hiperleucocitose (entre 100 a 300.000/µl), com pseudo desvio à esquerda, pois aparecem células jovens sem ordem de maturação. A predominância é de neutrófilos e mielócitos. As plaquetas e basófilos podem estar aumentados. Ocorre hiperuricemia e, ao exame clínico, observa-se esplenomegalia. Na fase maligna ou crise blástica ocorre pancitopenia com presença de blastos no sangue periférico. 1.2. Metaplasia Mielóide Agnogênica (mielofibrose): Aspectos Laboratoriais: presença de precursores mielóides e eritróides, leucocitose, anemia (Hb<10g/dl), hemácia em lágrima, policromasia, trombocitose com plaquetas gigantes, eosinofilia, basofilia. Pode ocorrer fibrose medular. 1.3. Trombocitemia Essencial: Aspectos laboratoriais: trombocitose (>1.000.000/µl) com presença de plaquetas grandes, anemia discreta, leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda, eosinofilia e basofilia. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 1.4. Policitemia Vera: Aspectos laboratoriais: hemoglobina entre 18 a 24 g/dl, hemácias entre 7 a 12 milhões/µl, hematócrito entre 70 a 92%, leucometria entre 25 a 50.000/µl, plaquetas entre 500 mil a 1.000.000/µl, anisocitose, poiquilocitose, presença de precursores eritróides, policromasia, ponteado basófilo, aumento absoluto e relativo da série mielóide. 2- Leucemias agudas As leucemias agudas resultam de um proliferação clonal de células imaturas, com pouca ou nenhuma maturação na medula óssea. A presença de 30% de blastos na medula óssea é geralmente aceita como critério de diagnóstico de leucemia aguda. A classificação é baseada na linhagem predominante na qual a maturação ocorre (linfóide ou mielóide). 2.1. Leucemia linfóide aguda (LLA): Ocorre principalmente em crianças e caracteriza-se pela presença de linfoblástos, com cromatina fina e uniforme, com nucléolo bem mais marcado e evidente que do mieloblasto. O citoplasma é azul e sem grânulos. Pode haver anemia normocítica normocrômica, trombocitopenia, leucometria de 10.000 a 50.000/µl em 2/3 dos pacientes, com granulocitopenia. Ocorre hiperuricemia e hipocalcemia e aumento de LDH. Em exames citoquímicos apresenta PAS positivo. Classificação FAB (Franco-americano-britânico) das LLA: L1 → Linfoblastos pequenos com núcleo irregular e pouco citoplasma. L2 → Linfoblastos grande com núcleo irregular, nucléolos evidentes e citoplasma mais abundante. L3 → Linfoblastos grandes com citoplasma hiperbasófilo (muito azul) e extremamente vacuolado . Também chamada de linfoma de Burkt. 2.2. Leucemia mielóide aguda (LMA): Proliferação anormal de células leucêmicas, com parada de produção de células normais. Ocorre anemia normocrônica normocítica causada por falta de espaço dentro da 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores medula pela proliferação do clone maligno. Trombocitopenia. Leucometria até 100.000/µl em 80% dos pacientes. Presença de bastões de Auer nos blastos, que dão reações positivas com a peroxidase e Sudan Black. Classificação FAB das LMA FONTE: OLIVEIRA, 2003. 3- Síndromes Mielo-Displásicas (SMD) 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores São causadas por um defeito adquirido no DNA de um ou, mais provavelmente, vários cromossomos do progenitor hematopoético (Stem cell multipotente), podendo evoluir para uma leucemia mieloblástica aguda. As SMD resultam da falência da medula óssea na produção do número adequado de células circulantes. A falência da medula óssea é um resultado de um dano genético adquirido. As anormalidades citogenéticas podem ser freqüentemente observadas. Nas SMD podem ser observadas alterações nas linhagens granulocíticas, eritrocíticas e/ou megacariocítica. Etiologia → Agentes químicos (benzeno), radiação/radioterapia, quimioterapia (agentes alquilantes). Aspectos laboratoriais: → Anemia em 90% dos casos (normocítica ou macrocítica) → Poiquilocitose com macro-ovalócitos, hemácias em lágrima. → Ponteado basófilo e corpúsculo de Howell-Jolly. → Presença de eritroblastos. → Contagem de reticulócitos normal ou baixa. → Trombocitopenia ou trombocitose com macroplaquetas. → Linfocitopenia. → Anomalia de Pelger-Huët. → Medula óssea hipercelular. Classificação FAB das SMD: → Anemia refratária. → Anemia refratária com sideroblastos. → Anemia refratária com excesso de blastos → Anemia refratária com excesso de blastos em diferenciação. → Leucemia mielo-monocítica crônica. 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores 4- Síndromes Linfo-Proliferativas 4.1. Leucemia linfóide crônica: 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Não é uma doença agressiva, é rara antes dos 40 anos (doença do idoso), e caracteriza-se por um proliferação maligna de células linfóides maduras com a parada de maturação funcional destas células. A contagem de linfócitos varia de 10.000 a 100.000/µl, com presença de linfócitos pequenos e de células degeneradas (restos nucleares) denominados manchas de Grumpet. Pode haver anemia normocrômica e normocítica, e o número de granulócitos geralmente é normal. 4.2. Tricoleucemia (Hairy Cell Leukemia): Os pacientes geralmente apresentam uma tríade de sintomas: pancitopenia, esplenomegalia e Hairy cell circulantes (linfócitos cujo citoplasma tem aspecto de franja). 4.3. Leucemia pró-linfocítica: É uma variante sub-aguda da LLC na qual a metade das células leucêmicas são linfócitos grandes denominados pró-linfócitos (apresentam nucléolo). Em 80% dos casos os pró-linfócitos são células B e em 20% células T. 50% dos pacientes tem mais de 70 anos. Apresenta leucometria maior que 100.000/µl, anemia normocrômica e normocítica e contagem de plaquetas abaixo de 100.000/µl. 4.4. Mieloma Múltiplo: Proliferação anormal de plasmócitos quesintetizam imunoglobulinas específicas IgG ou IgA. Acomete pessoas com idade média de 65 anos, embora possa ocorrer ocasionalmente na segunda década de vida. Apresenta dor óssea causada por compressão vertebral e fratura, causada por um aumento da atividade osteoclástica. Aspectos laboratoriais: → Infiltrado medular de plasmócitos com reflexos no sangue periférico. → Anemia normocrômica e normocítica. → Presença de Rouleaux. → Aumento do VHS. → Secreção de Ig monoclonal detectável por imunoeletroforese. 4.5. Linfoma Leucemizado: O envolvimento medular nos linfomas é pequeno. Apresenta anemia e reticulocitose associados à anemia hemolítica autoimune (Coombs +). A trombocitopenia está relacionada à infiltração medular, hiperesplenismo ou destruição autoimune. ------ FIM MÓDULO IV ----- 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
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