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Aula 12- CORROSÃO EM CALDEIRAS (parte 1) UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DISCIPLINA : CORROSÃO Prafª Eliane Medeiros TIPOS DE CALDEIRAS: FLAMOTUBULARES E AQUATUBULARES Caldeiras Flamotubulares: São equipamentos onde o fogo e os gases quentes da combustão circulam no interior dos tubos e a água a ser vaporizada circula pelo lado de fora. FLAMOTUBULARES TIPOS DE CALDEIRAS: Caldeiras Aquatubulares: Surgiram da necessidade de maiores produções de vapor e maior pressão de operação. Nestes modelos, a água ocupa o interior dos tubos, enquanto que o fogo e os gases quentes ficam por fora. ACESSÓRIOS DAS CALDEIRAS AQUATUBULARES • Economizador: preaquecimento de água de alimentação. • Préaquecedor de ar: aquecer ar para combustão. • Superaquecedor: transformar vapor saturado em superaquecido. • Lavadores de vapor: eliminar gotículas. • Desaeradores: remover gases. QUALIDADE DA ÁGUA PARA CALDEIRAS • Menor quantidade possível de sais e óxidos dissolvidos • Ausência de oxigênio e outros gases dissolvidos • Isenta de materiais em suspensão • Ausência de materiais orgânicos • Temperatura elevada • pH adequado (faixa alcalina) IMPUREZAS ENCONTRADAS EM ÁGUA ØDureza: íons cálcio e magnésio (Ca2+ e Mg2+), principalmente os sulfatos (SO42-), carbonatos (CO32-) e bicarbonatos (HCO3-). ØSílica solúvel (SiO2) e silicatos (SiO32-) associados a vários cátions. ØÓxidos metálicos (principalmente de ferro), originados de processos corrosivos. ØMaterial orgânico: óleos, graxas, açúcares, material de processo, contaminantes de condensados, etc. ØGases: oxigênio, gás carbônico, amônia, óxidos de nitrogênio e enxofre. ØMateriais em suspensão: areia, argila, lodo, etc. PARTE INFERIOR DE CALDEIRA FOGOTUBULAR MOSTRANDO TUBOS INCRUSTADOS (DUREZA) E ACÚMULO DE LAMA E DEPÓSITOS NO FUNDO CALDEIRA AQUATUBULAR CONTENDO ELEVADA QUANTIDADE DE LAMA DE ORIGEM ARGILOSA (ÁGUA BRUTA) TUBO DE CALDEIRA AQUATUBULAR INCRUSTADO COM PRODUTOS DE CORROSÃO (ÓXIDO FÉRRICO): INCRUSTAÇÕES RETIRADAS DE CALDEIRA FOGOTUBULAR INCRUSTADA APÓS INÍCIO DE TRATAMENTO QUÍMICO FOTOGRAFIA DE UM TUBO LIGEIRAMENTE INCRUSTADO (ESQ) E UM TUBO COMPLETAMENTE LIMPO FOTOGRAFIA DE UMA CALDEIRA, MOSTRANDO GROSSAS INCRUSTAÇÕES NOS TUBOS TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CALDEIRAS • Eliminação da dureza: Precipitação com fosfatos Tratamento com quelatos (EDTA) • Controle do pH e da alcalinidade. • Eliminação do oxigênio dissolvido. • Controle do teor de cloretos e sólidos totais. TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CALDEIRAS •Clarificação: O processo consiste na previa floculação, decantação e filtração da água com vistas a reduzir a presença de sólidos em suspensão. •Abrandamento: Consiste na remoção total ou parcial dos sais de cálcio e magnésio presentes na água, ou seja, consiste na redução de sua dureza. TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CALDEIRAS • Desmineralização ou troca iônica - Resinas catiônicas: eliminação de cálcio, magnésio, sódio e potássio. - Resinas aniônicas: eliminar cloretos, sulfatos, nitratos, bicarbonatos e silicatos. • Desgaseificação São empregados equipamentos especiais que aquecem a água e desta forma, são eliminados os gases dissolvidos. Pode ser utilizado vapor direto para o aquecimento da água a ser desgaseificada. TRATAMENTO DE ÁGUA PARA CALDEIRAS • Métodos internos ü Remover e controlar as impurezas da água mediante a aplicação de produtos químicos na caldeira e retorno de condensado. ü Principais produtos: Sequestrantes de oxigênio, agentes controladores de pH, eliminadores de dureza, dispersantes, etc. ü Especificar a qualidade da água da caldeira, condensado e ciclo de concentração. MANUTENÇÃO DAS CALDEIRAS Todo tratamento para obter bons resultados depende de um controle eficiente e sistemático, quer dos parâmetros químicos e físicos, como de certas operações e procedimentos. •Controle químico •Limpeza química das caldeiras •Proteção de caldeiras contra corrosões TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: “Pittings” (ou pites): Promovem grande penetração no metal da caldeira, chegando inclusive até a inutilização do equipamento. Geralmente os processos de corrosão por pite são observados na seção vapor das caldeiras e acessórios pós-caldeira, sendo provocados em sua quase totalidade pelo ataque de oxigênio indevidamente presente na água. CARCAÇA DE UMA CALDEIRA FOGOTUBULAR, MOSTRANDO OS PONTOS DE CORROSÃO LOCALIZADA (PITES) DEVIDO À PRESENÇA DE OXIGÊNIO: TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Controle da corrosão por pite: A desaeração mecânica conveniente da água de alimentação da caldeira, bem como a dosagem e manutenção de um residual adequado de sequestrante de oxigênio (sulfito de sódio, hidrazina, hidroquinona, dietilhidroxilamina, metileetilcetoxina, carboidrazina e eritorbato). TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Galvânica: Em aparelhos geradores de vapor, principalmente nas seções pré e pós-caldeira, é comum a construção de equipamentos auxiliares com ligas diferentes do aço empregado na caldeira. Isto acentua a corrosão galvânica e as medidas corretivas tem que ser tomadas, sob pena de um processo rápido de corrosão no metal menos nobre. TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Controle da corrosão Galvânica Para minimizar a ocorrência de corrosão galvânica, recomenda-se evitar a construção de equipamentos utilizando metais ou ligas com potenciais de oxidação muito diferentes e evitar o contato elétrico direto entre os metais, colocando materiais isolantes entre os mesmos (plástico, borracha, etc). TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Corrosão por Tensão em caldeiras Ocorre em áreas do metal submetidas a tensões e esforços, tais como nas operações de corte, soldagem, dobramento de chapas, entalhamento de roscas, rebites, etc. Também aparecem em pontos de falha na estrutura cristalina do metal. TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Controle da Corrosão por Tensão em caldeiras Os métodos de combatê-la são, na maioria, preventivos: alívio de tensões, escolha de material de boa qualidade para fabricação e reparos no equipamento, evitar operações que provoquem tensões excessivas no equipamento depois de montado, entre outros. TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Ataque Cáustico É um tipo de ataque que ocorre devido à excessiva concentração de alcalinidade hidróxida (íons OH-), provenientes normalmente da soda cáustica usada para manutenção do pH na faixa alcalina. Há uma reação das mesmas com o filme de magnetita (Fe3O4) que protege a superfície do metal. TUBO DE 3” DE UMA CALDEIRA QUE SOFREU ATAQUE CÁUSTICO. PRESSÃO DE OPERAÇÃO: 150 kgf/ cm2. TIPOS DE CORROSÃO EM CALDEIRAS: Fragilização por Hidrogênio É um processo que ocorre somente em caldeiras de pressões elevadas, digamos acima de 100 kgf/ cm2. É ocasionado pela presença de hidrogênio molecular (H2) que pode se formar nas reações químicas presentes na caldeira. RUPTURA EM UM TUBO DE CALDEIRA (PRESSÃO DE OPERAÇÃO: 136 KGF/ CM2) DEVIDO A FRAGILIZAÇÃO POR HIDROGÊNIO MÉTODOS DE PREVENÇÃO DA CORROSÃO ØRemoção do Oxigênio da Água • Desaeração Mecânica: Consiste em fazer a água passar por um equipamento chamado “desaerador” o qual, trabalhando em temperatura elevada, promove uma grande área de contato para expulsão do ar dissolvido. • Desaeração Química : Sequestrantes de Oxigênio (sulfito de sódio, Hidrazina) SO32- + ½O2 → SO42- N2H4 + O2 → N2 + 2H2O MÉTODOS DE PREVENÇÃO DA CORROSÃO EM CALDEIRAS ØDurante a construção e possíveis reparos: • Alívio de Tensões: Consiste em promover um aquecimento lento e gradual, manter uma determinadatemperatura por certo tempo e resfriar lentamente a região que se quer aliviar. • Escolha das ligas e metais adequados: Visa minimizar a ocorrência de corrosão galvânica, normalmente responsável pelo aparecimento de processos corrosivos rápidos e localizados. MÉTODOS DE PREVENÇÃO DA CORROSÃO EM CALDEIRAS ØDurante a construção e possíveis reparos • Tratamentos de Superfície: têm por objetivo a formação de uma película protetora sobre o metal. • Hibernação: Os métodos mais simples costumam empregar residuais elevados de sulfito de sódio e a manutenção de um pH adequado, normalmente feito com soda cáustica.