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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA COORDENAÇÃO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA PRÁTICA 02 PRÁTICA 2 – FOTOMETRIA DE EMISSÃO EM CHAMA: Determinação de Na+ e K+ em amostras sintéticas Aluno: Alberis Gonçalves Pereira Alice da Silva Amaral Andreza Jayane Nunes de Siqueira Hermógenes Bezerra Maia Joseane Mendes de Oliveira Disciplina: Química Analítica C Professor: Dr. Marcelo Batista de Lima Período: 2017.1 Serra Talhada, Pernambuco 10 de Julho de 2017 SUMÁRIO Fundamentação Teórica 3 Objetivo 4 Experimental 6 3.1. Materiais e reagentes 6 Procedimento 7 Resultado e discussão 8 Conclusão 14 Referências bibliográficas 15 Anexo 11 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Desde muitos séculos sabe-se que muitos materiais podem emitir luz quando submetido a uma fonte de energia. A explicação para esses fenômenos relaciona-se com a estrutura eletrônica dos átomos e suas características. Quimicamente, os estudos realizados e apresentados no modelo de Borh nos diz que os elétrons de cada átomo apresentam valores definidos de energia, sendo que no estado fundamental os elétrons do átomo de um determinado elemento possui valores definidos de energia relacionados com ás orbitas ou nível eletrônico que os elétrons pertencem. Ao passar do seu nível de energia para um nível de energia mais elevado é necessário que haja a absorção de certa quantidade de energia (Atkins, 2006). Ao retornar do estado excitado (nível de maior energia) para o estado fundamental (nível de menor energia) os elétrons podem emitir a energia correspondente na forma de radiação eletromagnética - luz de determinada frequência, isto é, monocromática (Nery e Fernandez, 2004). Gracetto, Hioka e Filho (2006) ainda nos diz que: A origem das cores geradas pela presença de metais nas chamas está na estrutura eletrônica dos átomos. Com a energia liberada na combustão, os elétrons externos dos átomos de metais são promovidos a estados excitados e, ao retornarem ao seu estado eletrônico inicial, liberam a energia excedente na forma de luz. A cor (ou os comprimentos de onda) da luz emitida depende da estrutura eletrônica do átomo. (GRACETTO, HIOKA E FILHO, 2006). Os saltos eletrônicos de qualquer nível mais externo para o nível mais interno correspondem a radiações visíveis do espectro eletromagnético, que vão do vermelho ao violeta (Figura 1). Figura 1: Comprimentos de onda de radiação eletromagnética característicos em de várias regiões do espectro eletromagnético. O conhecimento relacionado a este comportamento dos elétrons proporcionou importantes estudos e o desenvolvimento de técnicas analíticas de análise, entre elas podemos citar o teste de chama usado na identificação quantitativa da cátions presentes nas amostras levadas ao contato com a fonte de energia. O método se baseia no espectro de emissão característico que cada elemento emite ao receber energia de um determinada fonte (Tolentino e Filho, 1996). Outra técnica que podemos destacar é a espectroscopia de emissão atômica em chama. Trata-se de um técnica instrumental que utiliza a medição quantitativa da emissão óptica de átomos excitados para determinar a concentração da substância a ser analisada. Para a realização deste tipo de análise é usado um aparelho especifico chamado fotômetro de chama (Figura 3).Figura 2 - Fotômetro de Chama Nesse aparelho os átomos do analito em uma solução são aspirados na região de excitação onde são dissolvidos, vaporizados e atomizados por uma chama. Esta fonte de atomização a altas temperaturas fornece energia suficiente para promover os átomos a altos níveis de energia, conhecido como processo de absorção. Os átomos voltam a níveis mais baixos emitindo luz ao qual é chamado como processo de emissão. A figura abaixo mostra o esquema das reações que acontecem na chama. Figura 3 - Esquema dos processos que ocorrem no fotômetro de chama Uma das principais características dos fotômetros de chama é a sua alta versatilidade, que permite que ele seja utilizado em inúmeros setores da indústria, como na determinação de metais alcalinos e matais alcalinos terrosos em amostras diversas (solubilizadas em água ou solventes orgânicos) e na determinação de íons metálicos normalmente Na, K, Li e Ca em amostras biológicas, tais como soro sanguíneo, urina e outros fluídos biológicos. O uso correto do aparelho e calibração do mesmo permite com que a análise de dados apresentem resultados satisfatórios, entretanto é visto que tal procedimento consome bastante amostra, conforme o tipo de análise realizada (Okumura, Carvalho E Nóbrega, 2004). Diante das informações apresentadas o presente relatório tem como objetivo a determinação de íons potássio e sódio em diferentes soluções a partir da espectrometria de emissão em chama, a fim de conhecer e manuseiar o instrumento analítico em análises químicas. 2. OBJETIVO 2.1. OBJETIVO GERAL Estimar a partir da curva analítica, a concentração de Na+ e K+ em todas as amostras. 2.2. METAS Preparar soluções padrão de Na+ e K+; Construir uma curva analítica; Aplicar o método por adição de padrão (MAP) à análise das amostras 2 e 3. 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente ajustar o zero do instrumento com o branco (água deionizada); mediu-se três vezes os sinais de emissão das soluções padrão e das amostras 1, 2 e 3; para as MAP foram feitas apenas uma medição para cada. Usou-se dois pequenos béqueres um com água e o outro para colocar cada amostra, lavou-se todas as vezes que foram colocadas amostras diferentes. Mediu-se os sinais de emissão para cada solução e anotou- os na tabela 1. 3.1. MATERIAIS E REAGENTES 3.1. MATERIAIS Fotômetro de chama; Balões volumétricos de 50 e 100 mL, pipeta graduada de 10 mL, béquers e peras. 3.2. REAGENTES Soluções padrão de Na+ e K+; água destilada. 3.3. AMOSTRAS Foi utilizado como amostra Na+ e K+ preparada em água deionizada; Na+ e K+ preparada em solução água-etanol a 10% (v/v); e Na+ e K+ preparada em solução água-glicerol 40% (v/v) 3.5. Método Inicialmente foi preparada a solução estoque, pesando em um béquer 0,1257g de Na+ e K+, em seguida adicionado água destilada, após dissolver foi transferido para o balão volumétrico de 100 mL e preenchido ate o menisco com água destilada. Foram preparadas soluções padrão nas seguintes concentrações 20,0; 30,0; 50,0; 70,0; 90,0 mg , a partir da solução estoque de 0,1257g/L de permanganato de Na+ e K+. Uma amostra sintética de Na+ e K+ (45,0 mg L-1) preparada em água deionizada; uma amostra sintética de Na+ e K+ preparada em solução água-etanol a 10% (v/v); e uma amostra sintética Na+ e K+ preparada em solução água-glicerol 40% (v/v). Para construção da curva analítica foram realizadas medidas dos sinais de emissão dos padrões e das amostras em triplicata. Iniciou-se as medidas instrumentais tomando-se um béquer com água deionizada para ajustar o zero do instrumento; em seguida mediu-se em triplicatas os sinais de emissão das soluções-padrão e apenas um vez das MAP. Todas as medidas foram realizadas utilizando-se o Fotômetro de Chama. 4. RESULTADO E DISCUSSÃO As medidas efetuadas no fotômetro de chama, para os padrões estão listados nas Tabelas 1 Tabela 1 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para Na+. Soluções Concentração Absorbância Média Padrão 1 20 mg/L 035 032 035 34,333 Padrão 2 30 mg/L 064 063 063 63,333 Padrão 3 50 mg/L 095 095 090 91,667 Padrão 4 70 mg/L 119 115 115 116,33 Padrão 5 90 mg/L 128 129 131 129,33 Tabela 2 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para K+. Soluções Concentração Absorbância Média Padrão 1 20 mg/L 077 077 077 77,00 Padrão 2 30 mg/L 144 142 144 143,33 Padrão 3 50 mg/L216 215 220 217,00 Padrão 4 70 mg/L 279 265 270 271,33 Padrão 5 90 mg/L 320 320 320 320,00 Tabela 3 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para as amostras 1 ,2 e 3, de Na+. Soluções Absorbância Média Amostra 1 080 080 078 79,333 Amostra 2 144 144 143 113,67 Amostra 3 065 062 065 064,00 Tabela 4 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para as amostras 1 ,2 e 3, de K+. Soluções Absorbância Média Amostra 1 180 182 182 181,33 Amostra 2 266 266 143 113,67 Amostra 3 065 062 065 064,00 Tabela 5 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para Na+ na amostra 2 nos padrões 1,2 ,3 e 4. Soluções Concentração Absorbância Água 00 mg/L 067 Padrão 1 20 mg/L 084 Padrão 2 30 mg/L 092 Padrão 3 50 mg/L 112 Padrão 4 90 mg/L 320 Tabela 6 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para K+ na amostra 2 nos padrões 1,2 ,3 e 4. Soluções Concentração Absorbância Água 00 mg/L 145 Padrão 1 20 mg/L 095 Padrão 2 30 mg/L 192 Padrão 3 50 mg/L 210 Padrão 4 90 mg/L 284 Tabela 7 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para Na+ na amostra 3 nos padrões 1,2 ,3 e 4. Soluções Concentração Absorbância Água 00 mg/L 025 Padrão 1 20 mg/L 035 Padrão 2 30 mg/L 040 Padrão 3 50 mg/L 048 Padrão 4 90 mg/L 058 Tabela 8 – Resultados das medidas de absorção molecular no fotômetro de chama para K+ na amostra 3 nos padrões 1,2 ,3 e 4. Soluções Concentração Absorbância Água 00 mg/L 061 Padrão 1 20 mg/L 080 Padrão 2 30 mg/L 092 Padrão 3 50 mg/L 115 Padrão 4 90 mg/L 139 A partir das medidas das soluções padrão foi possível construir a curva analítica, da concentração pela resposta instrumental foi possível construir a equação da reta por regressão linear, pelo método dos mínimos quadrados parciais. A equação da reta é construída com o auxílio de um software que permita realizar tais tarefas, utilizou-se para esta finalidade o programa Excel, do pacote Microsoft Office 365. A Figura 1 e 2 apresenta as curvas analíticas para Na+ e K+, com padrões externos e Figura 1 – Curva de calibração analítica e equação da reta para Na+. Figura 2 – Curva de calibração analítica e equação da reta para K+. Figura 3 – Curva de calibração analítica e equação da reta para Na+ na amostra 2 com adição de padrão. Figura 4 – Curva de calibração analítica e equação da reta para K+ na amostra 2 com adição de padrão. Figura 5 – Curva de calibração analítica e equação da reta para Na+ na amostra 3 com adição de padrão. Figura 6 – Curva de calibração analítica e equação da reta para K+ na amostra 3 com adição de padrão. 4.1 Cálculo da concentração de Na+ e K+ para as amostras 1, 2 e 3 pela curva analítica. Partindo-se da equação de calibração e isolando a concentração, temos: Logo, Sendo C1 a concentração da amostra 1, C2 a concentração da amostra 2, C3 a concentração da amostra 3. 4.2 Erro Relativo O erro relativo 4.3 Intervalo de Confiança para 95%. As vantagens de se usar a curva analítica para se determinar a concentração de Na+ e K que o ajuste da melhor reta entre os pontos proporciona uma maior confiabilidade para o resultado do que o uso do fator de calibração. Isso porque, os erros inerentes à medida de cada ponto da curva serão balanceados, ou seja, a confiança estatística aumenta, já que se usa um maior número de dados. Fato este que não ocorre utilizando-se o fator de calibração, pois apenas um ponto determinará a relação linear da absorvância com a concentração e o erro associado a esta medida será propagado para as demais. Em contrapartida, o uso do fator de calibração requer a preparação de apenas um padrão, reduzindo assim o tempo e o custo da análise, diferentemente do que ocorre na curva analítica, onde é necessária a preparação de diversos padrões nas mesmas condições da amostra. 5. CONCLUSÃO A realização do experimento completo, de forma geral, pode ser entendido como: utilizando um fotômetro de chama, obter a os sinais de absorção de sódio e potássio e através de padrões, determinar a concentração de uma solução de estoque de Na+ K+.Ao comparar a curva analítica e o fator de calibração para determinação da concentração de determinada substância em uma amostra, verificou-se que o primeiro procedimento tem uma confiança estatística maior, uma vez que se usa um maior número de dados. Em contrapartida, o uso do fator de calibração requer a preparação de apenas um padrão, reduzindo assim o tempo e o custo da análise. A escolha do método far-se-á de acordo com a necessidade que surgir. Como forma de exemplificação da análise quantitativa por métodos ópticos, pode-se dizer que tanto a obtenção dos sinais de sódio e potássio quanto a determinação da concentração dos mesmo nas amostras forma satisfatória, levando à conclusão de que o experimento pode ser considerado como bem-sucedido. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NERY, A. L. P.; FERNANDEZ, C. Fluorescência e estrutura atômica: Experimentos simples para abordar o tema. Química Nova na Escola, N° 19, Maio, 2004. GRACETTO, A. C.; HIOKA, N.; FILHO, O. S. Combustão, Chamas e Teste de Chamas para Cátions: Proposta de Experimento. Química Nova na Escola, N° 23, Maio, 2006. TOLENTINO, M.; FILHO, R. C. R.O Átomo e a Tecnologia. Química Nova na Escola, N° 3, Maio, 1996. ATKINS, P; Jones, L. Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Tradução de Ignez Caracelli et al.3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. HARRIS, Daniel C. Análise Química quantitativa. 6° ed., Rio de Janeiro: LTQ, 2008. OKUMURA, F.; CARVALHO, É. T.G.; NÓBREGA, J.A. Experimentos Simples Usando Fotometria De Chama Para Ensino De Princípios De Espectrometria Atômica Em Cursos De Química Analítica. Quim. Nova, Vol. 27, No. 5, 832-836, 2004. FRASTRONE, A. C. C.; PEREIRA, B. C.; ARAÚJO, G. A.; SOARES, K. M. Construção De Um Fotômetro De Chama Para Fins Didáticos. 2003, 66f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Bacharelado em Química, São Paulo 2013.
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