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O DIREITO PORTUGUÊS E O DIREITO NO BRASIL COLÔNIA

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES
FACULDADE DE DIREITO
 HISTÓRIA DO DIREITO
						PESQUISA
“O DIREITO PORTUGUÊS E O DIREITO NO BRASIL COLÔNIA”
 As Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas
Organização local no Brasil  antes da independência
A carta constitucional de 1824
Direitos e Garantias na Carta de 1824
A organização administrativa do Império do Brasil
 						INTRODUÇÃO
 Neste trabalho, será exposto alguns aspectos característicos do DIREITO PORTUGUÊS E O DIREITO NO BRASIL COLÔNIA. Traremos à tona, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas, estas tratavam da ordem jurídica portuguesa nas ordenações do reino e que tiveram influência o direito brasileiro. Seguindo, abordaremos a Organização locar do Brasil antes da Independência, a Carta Constitucional de 1824, esta, trouxe a separação dos poderes. Direitos e garantias da mesma e por último a organização administrativa do Império do Brasil.
As Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas
 A ordem jurídica portuguesa encontrava-se nas Ordenações do Reino, que compreendiam primeiro, as Ordenações Afonsinas ou Código Afonsino, depois, as Ordenações Manuelinas e, ao tempo da dominação espanhola, as Ordenações Filipinas, essas Ordenações tiveram considerável influência no direito brasileiro. 
 A primeira grande codificação do direito português foram as chamadas Ordenações Afonsinas, resultado do trabalho iniciado em 1385 pelo rei Dom João I e concluído apenas no reinado do rei Afonso V (por isso Ordenações Afonsinas, em referência ao rei Afonso V). Constituíram o primeiro código legislativo do reino de Portugal. Era dividido em 5 livros, que tratavam da proteção dos bens da Coroa, da garantia às liberdades individuais, da proibição de abusos por parte de funcionários reais, entre outros temas. Devemos ressaltar que o direito romano foi a base das leis gerais e ordenações portuguesas, desde a Idade Média até os tempos modernos, e que muitas leis portuguesas foram simplesmente cópias adaptadas do direito romano. As Ordenações Afonsinas vigoraram de 1446 até 1521, quando foram publicadas as  Ordenações Manuelinas.
 Em 1521 surgiram as Ordenações Manuelinas que foram o resultado da reunião das Ordenações Afonsinas com as leis extravagantes publicadas 1446 á 1521. De 1521 a 1603 aconteceu a mesma coisa. Novas leis extravagantes foram publicadas fora das Ordenações e que depois foram reunidas nas chamadas Ordenações Filipinas, publicadas em 1603, durante o governo do rei Felipe. 
 As Ordenações Filipinas foram o código legislativo português que vigorou no Brasil por mais tempo. Na verdade, as Ordenações Filipinas eram as Ordenações Manuelinas (com alterações/atualizações) mais as leis extravagantes publicadas de 1521 até 1603. É um código extremamente complexo, porque a sociedade portuguesa assim exigia.
 As Ordenações Filipinas, bem como os outros códigos anteriores, compõem-se de cinco livros. O primeiro trata do direito administrativo e da organização judiciária, versando sobre as atribuições, direitos e deveres dos magistrados, oficiais de justiça e funcionários em geral. O segundo trata do direito do clero, do rei, da nobreza e dos estrangeiros, definindo os privilégios, direitos e deveres de cada um e regulamentando as relações entre o Estado e a Igreja. O terceiro trata do processo civil, ou seja, dos procedimentos judiciais relativos a situações de natureza privada (relações privadas), como casamento, patrimônio, sucessão, doações, contratos, etc. O quarto trata do direito civil e do direito comercial, apresentando as leis que compõem esses direitos. O último livro é dedicado ao direito penal.
2. Organização local no Brasil  antes da independência
 A organização política do Brasil. Como se sabe, consistia o império colonial português sul-americano em uma série de regiões, que primitivamente eram parte colônias feudal, parte colônias régias, porém pouco a pouco passaram, sem exceção, para a imediata soberania da coroa; excluindo-se algumas que se fundiram com as suas vizinhas, ao passo quê outras se desmembraram, sempre conservaram as províncias separadamente a sua individualidade independente e a sua própria administração local.
A soberania sobre essa série de Estados residia na coroa e no gabinete de Lisboa; todavia, tinha este criado, desde 1549, um órgão intermediário, uma autoridade colonial central, o governo-geral do Brasil, na Bahia, que exercia a superintendência sobre todas as províncias brasileiras e assegurava as relações oficiais com o governo da mãe-pátria. Esse poder central da colônia subsistiu, consoante o seu nome, até ao fim da era colonial, 1549-1760 na Bahia, 1763-1807 no Rio de Janeiro, e de 1720 em diante usou mesmo permanentemente do título mais brilhante de vice-reino; porém a sua autoridade sofreu sempre novas restrições: em primeiro lugar, perdeu sua ação sobre o Norte do Brasil, o denominado Estado do Maranhão, que foi subordinado diretamente ao gabinete de Lisboa (1621); e, se nominalmente lhe restava autoridade sobre as demais porções de terra, era só na aparência, sem significação real.
O império colonial brasileiro, no seu desenvolvimento final, era composto de um certo número de províncias, cada uma das quais somente de direito se relacionava com a mãe-pátria, ao passo que entre si não tinham ligação orgânica alguma, eram vizinhas entre si independentes. Os governadores provinciais, só dependentes da corte de Lisboa, comportavam-se uns para com os outros como príncipes soberanos, atentos a observar qualquer usurpação e a brigar, principalmente a respeito dos limites do território de sua administração, com uma violência tal, como se fossem potências inimigas; na época do descobrimento do ouro, aconteceu um deles ocupar militarmente um distrito aurífero da fronteira e logo declarar ao seu vizinho que só cederia à força das armas. E as medidas desta ordem podiam sempre contar certo com o aplauso das populações provinciais locais; a disseminação filiforme nas extensões gigantescas de terras, a imensa distância entre as diferentes colônias haviam naturalmente determinado no povo um forte bairrismo, que se comprazia na mentalidade provincialíssima; calando os ciúmes mesquinhos e atritos, lembremos somente aquela guerra encarniçada que os paulistas fizeram contra os denominados Emboabas, para a posse das Minas Gerais.
O império colonial do Brasil formava, portanto, apenas uma unidade geográfica, porém não um corpo de Estado organizado; o seu centro político ficava além dos mares, em Lisboa, onde o príncipe herdeiro da coroa de Portugal, desde 27 de outubro de 1645, usava o título de "Príncipe do Brasil", e onde tinha a sua sede o denominado "Conselho Ultramarino" (organizado a 14 de junho de 1642), em outras palavras, o ministério das colônias.
A forma do governo era a monarquia absoluta; sem dúvida ainda vigorava reconhecidamente em Portugal uma constituição, na época em que começou a colonização, e as cortes dos três Estados somente desde 1698 caíram em desuso; todavia, nada disso passou às novas colônias sul-americanas.
Aos primeiros imigrantes eram concedidos, além dos direitos de cidadania, somente as regalias municipais que eram de uso na mãe-pátria, portanto uma certa autonomia do governo e de administração dos municípios, reservando-se, porém, importante influência aos governadores (ou capitães geri erais), mormente nas eleições.
E, se depois algumas províncias e cidades obtiveram ainda maiores privilégios, também estes não lhes davam quaisquer direitos políticos propriamente; por exemplo, o grande privilégio da cidade do Porto, de l9 de junho de 1490, transplantado primeiro ao Rio de Janeiro (10 de fevereiro de 1642), depois ao Maranhão e Pará (20 de julho de 1655), mais tarde à Bahia e a São Paulo, só dava proteção contra certo despotismo, eximindo o cidadão da tortura judicial, exceto em casos especiais, assim como de prisãoarbitrária, dispensando-o e aos seus servos do recrutamento e, finalmente, dando-lhe o direito de usar armas.
Também os privilégios das diversas classes eram inteiramente do domínio do direito privado, e um regime político de classes privilegiadas, no sentido europeu de então, nunca existiu no Brasil. Em primeiro lugar, não existia nobreza; de fato imigraram muitos titulares portugueses, muitos outros obtiveram, na verdade, privilégios pessoais de nobreza, por meio de carta de mercê ou por serviços públicos, e, além do mais, o desenvolvimento natural do país criou uma aristocracia detentora de terras, uma fidalguia de fazendeiros; porém, por outro lado, esses elementos jamais se associaram em corporação regular, nem era de uso o direito de primogenitura, de sorte que daí não podia resultar uma classe de nobreza propriamente dita.
O clero, por seu lado, era sem dúvida organizado em classe; porém, os sacerdotes seculares, sem bens próprios da Igreja, nomeados e assalariados pelo Estado, eram inteiramente dependentes do poder civil, e as ordens claustrais, por mais importante que fosse o papel desempenhado, sobretudo pela Companhia de Jesus, deviam, justamente pelo conjunto da sua feição, conservar-se alheias a toda a vida política propriamente dita.
Assim faltava, pois, qualquer órgão legal e qualquer classe fechada, autônoma, que, em nome e por delegação do povo, se opusesse à coroa e aos seus funcionários, e pudesse exercer alguma influência sobre as suas determinações.
A participação do povo na vida do Estado só se podia manifestar de modo extraordinário, por meios fora da lei, rebelando-se contra qualquer medida do governo, que desagradasse. E, para oposição deste gênero, serviam de órgãos as autoridades eleitas dos municípios, principalmente nos grandes municípios das capitais de província; aí o Conselho Municipal, a Câmara, apoiada na massa do povo, ocupava posição forte e respeitada, sobretudo nos tempos mais antigos; bastantes vezes citamos, na nossa narração, como as câmaras municipais, não só na ausência ou no caso de morte do governador da coroa, assumiam as funções de governo provisório da província, mas também como faziam oposição violenta aos governadores malquistos e mesmo depunham algum deles do seu cargo. As vezes, também em casos tais, de geral descontentamento, era por demagogos arrancado o poder das mãos da câmara; o povo revoltado elegia então o seu juiz do povo, procurador do povo, e, diante dessa autoridade da revolução, todos tinham que se curvar.
Agitações desta ordem nunca duravam muito, de resto, e, em geral, não se estendiam além da imediata vizinhança da cidade; assim, eram quase sempre suplantadas, sem especial esforço, pelo governo, sem deixarem efeito duradouro atrás de si. E, desde cerca do terceiro decênio do século XVIII, quase não aconteceram mais tais tumultos locais; mesmo, as maiores municipalidades jaziam em completa apatia, vencidos o gosto e força para resistir.
 3. A carta constitucional de 1824
Durante o período colonial, nosso país era baseado na monocultura, no latinfúndio e no escravismo, e grande parte da população era analfabeta.  Nessa época, praticamente não existia a garantia dos direitos individuais. Entretanto, no final do século XVIII, na França, nos Estados Unidos e na Inglaterra as ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade já estavam repercutindo e gerando revoluções. Neste mesmo período, no Brasil, ocorreram várias revoltas, como a Inconfidência Mineira (1789), a Revolta dos Alfaiates (1798) e a dos Palmares, contudo, sempre foram reprimidos pelo Estado absolutista.
Com a independência do Brasil, em 1822, inicia-se a era dos direitos políticos e sociais, formalizada através da Carta Imperial. Apesar de um certo grau de democracia, nem todos os brasileiros eram considerados cidadãos, somente aqueles que preenchessem os requisitos estabelecidos na referida Carta. Ademais, a maioria daqueles que eram considerados cidadãos, eram analfabetos e trabalhadores rurais sob o comando dos grandes proprietários, ou funcionários públicos influenciados pelo governo.
Por termos sido o último país cristão a abolir a escravidão, o desenvolvimento dos direitos civis em nosso país, passou por um processo muito lento. Posto que era negada a condição de humanidade para as pessoas consideradas escravas. E só ocorreu porque a elite brasileira percebeu que a escravidão impedia a integração do país nos mercados internacionais.
Inspirada na experiência franco-americana do século XVIII, a referida Carta recebeu influências da Declaração dos Direitos do Homem, e assegurou nos trinta e cinco incisos do artigo 179 os direitos sociais: liberdade, propriedade e segurança. Os quais não combinavam com as ideias de escravidão que ainda vigoravam à época [3].
Por fim, concluímos que apesar da independência política do Brasil, o período Imperial preserveu as elites no poder, manteve a nação dividida entre senhores e escravos e não investiu como deveria no acesso à educação pública.
Direitos e Garantias na Carta de 1824
 Os Direitos civis e políticos A Constituição de 1824 tinha como seu Título 8o: Das disposições gerais e garantias dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros. Este era o último título da Constituição. Também o art. 179, que trazia um extenso rol de direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, era o último artigo da Constituição. Isso demonstra que a Constituição não destinou um espaço de relevância para os direitos fundamentais. O art. 179 afirmava que a inviolabilidade dos direitos civis e políticos tinham por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade. Inspirava-se para isso no art. 2o da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Porém, diferente da Declaração francesa, não fez menção a um quarto direito natural: o direito de resistência à opressão. No art.179, constavam 35 incisos, contemplando direitos civis e políticos. Entre os direitos, encontravam-se: a legalidade, a irretroatividade da lei, a igualdade, a liberdade de pensamento, a inviolabilidade de domicílio, a propriedade, o sigilo de correspondência, a proibição dos açoites, da tortura, a marca de ferro quente e outras penas cruéis, entre outros direitos e garantias. É interessante também assinalar a presença de direitos sociais na Constituição de 1824 no rol do art. 179: o direito aos socorros públicos (XXXI) e o direito à instrução primária gratuita a todos os cidadãos (XXXII), apesar de os direitos sociais serem um evento próprio do século XX. Em relação a proteção judicial dos direitos fundamentais, a Constituição de 1824 não criou instrumentos apropriados para a defesa dos direitos fundamentais. O habeas corpus não foi criado explicitamente pela Constituição de 1824, muito embora Pontes de Miranda (1999, p. 170) sustente que era possível extraí-lo da Constituição, quando esta decretou a independência dos poderes e quando deu ao Poder Judiciário o direito exclusivo de conhecer de tudo quanto se entendesse como inviolabilidade penal. Pontes (1999) assinala ainda que de nada adianta o direito material prever um determinado direito sem um remédio processual capaz de garanti-lo, como é o caso do habeas corpus. Por outro lado, Pontes (1999) observa que o habeas corpus já existia no direito brasileiro mesmo antes da Constituição de 1824, com o Decreto de 23 de maio de 1821, embora não com o nome de habeas corpus, mas com a denominação de “ação de de constrangimento”. Com o nome de habeas corpus, essa ação foi criada pelo Código de Processo Criminal do Império de 1932. Pontes (1999) observa que o habeas corpus é pretensão, ação e remédio. Como pretensão estava no Código Criminal (art. 183-188), de 1830, e como ação e remédio estava no Código de Processo Criminal do Império de 1832. Os direitos políticos dos cidadãos eram graduados segundo suas rendas e status social. A Constituição estabelecia claramente a renda necessária para o cidadão votar na escolha dos eleitores da província: renda líquida anual de cem mil réis por bensrurais, da indústria, do comércio ou de empregos (art. 92). Para ser candidato a deputado, a renda líquida anual deveria ser de quatrocentos mil réis por bens rurais, da indústria, do comércio ou de empregos (art. 95). Portanto, reinava o chamado voto censitário, o que não consistia numa particularidade brasileira, mas algo também existente nos principais países europeus (Cf. NOGUEIRA, 2001, p. 60). Vedava-se também o voto aos analfabetos (art. 92), que representavam mais de 80% da população no fim do século XIX, e às mulheres, que constituíam em torno de 50% da população. Em todo o Brasil somente 1% da população participava do processo eleitoral (Cf. FURTADO, 1969, p. 150). No fim da Monarquia, houve importantes alterações do processo político e eleitoral. A Lei n. 3.029, de 9/01/1881, conhecida como “Lei Saraiva”, aboliu as eleições indiretas, introduzindo a eleição direta, e adotou o voto do analfabeto. Apesar desse passo importante, esta última inovação foi em seguida confiscada pela Constituição de 1891 (art. 70, § 1o , item 2o ). Os analfabetos foram readquirir o direito ao voto quase um século depois, por meio da Emenda Constitucional n. 25, de 15/05/1985, que alterou o art. 147 da Constituição de 1969. Para estes o voto passaria a ser facultativo. A Constituição de 1988 manteve essa mesma previsão. Apesar da declaração de direitos e garantias expressas na Constituição (art.179), resultante das idéias liberais da época, foi mantido o sistema escravocrata durante todo o Império, estando isso relacionado com a base econômica da época e a monocultura latifundiária. Somente no fim do Império, em 1888, é que foi abolida a escravidão. Isso demonstra o quanto esse regime político-constitucional era contraditório.
2. Direitos Fundamentais na Constituição de 1891 A monarquia no Brasil teve o seu fim com a proclamação da República, em 1889. Essa mudança foi formalizada pelo Decreto n. 1, de 15-11-1889, que introduziu a República e o federalismo. A proclamação da República representou um marco fundamental no constitucionalismo brasileiro, momento em que surgiam novas instituições, baseadas na matriz constitucional norte-americana. Porém, essas instituições passaram a conviver com uma cultura política conservadora e autoritária. Nesse contexto a garantia dos direitos fundamentais, embora formalmente prevista na Constituição, ficava prejudicada na prática.
5. A organização administrativa do Império do Brasil
O Império do Brasil é uma monarquia hereditária, constitucional e representativa. O atual Imperador é o Senhor D. Pedro II de Alcântara, Defensor Perpetuo do Brasil, nascido a 2 de Dezembro de 1825, no Palácio da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
O Império reconhece quatro grandes poderes: O poder moderador, o poder legislativo, o poder executivo e o poder judiciário.
Direitos dos Cidadãos: Gozam os mesmos direitos políticos e civis todos os cidadãos brasileiros, tanto o nato brasileiro, como o estrangeiro naturalizado, sejam qual for a sua religião, com a única exceção de não poderem ser nem ministro, nem regente. (Decreto n. 3029 de 9 de Janeiro de 1881). Conselho de Estado: É uma Instituição auxiliar aos poderes moderador e executivo, composta de 12 membros vitalícios, nomeados pelo Imperador, podendo haver, além destes, até 12 membros extraordinários, nomeados igualmente pelo Imperador, que os poderá dispensar por tempo indefinido. Estes conselheiros são ouvidos em todos os negócios graves da administração governamental.
Divisão administrativa: O Brasil está dividido em 20 províncias, administradas por presidentes de província, nomeados pelo Imperador, e na hierarquia administrativa subordinada ao ministério, além de um município neutro, onde está a Corte, que tem uma organização administrativa especial. Em cada província há uma assembleia legislativa, composta de deputados temporários os eleitos por sufrágio dos cidadãos da província; é delegada a esta assembleia a legislação provincial, sendo suas leis obrigatórias para todo o cidadão, depois de serem elas sancionadas pelo presidente da província. As províncias estão subdivididas em Municípios, administrados por câmaras municipais, compostas de vereadores temporários, eleitos por sufrágio dos cidadãos do município. Há mais em cada município um delegado. Os municípios são divididos em freguesias administradas por subdelegados, sob a ordem imediata das delegadas. As freguesias são divididas em quarteirões, administrados por inspetores de quarteirão, debaixo da ordem imediata dos subdelegados.
CONCLUSÃO
Ao fim deste trabalho concluímos que as Ordenações tiveram considerável influência no direito brasileiro, que a ordenação jurídica atual tem uma forte influência das antiguidades. O Direito no Brasil Colonial vai de seu descobrimento até sua independência. 
Com a independência do Brasil, um novo regime foi estabelecido. O primeiro regime foi de D Pedro I. Logo depois a proclamação da República pelo seu filho D Pedro II concluir um novo regime Imperial.
Com o golpe militar o Brasil Império chegou ao fim, implantando-se, portanto uma República Presidencialista.
Notamos também a veracidade de que o Brasil colonial nunca foi visto como uma nação, mas sim como uma terra de exploração de mão de obra e de bens, era vista como uma terra de enriquecimento rápido, sendo assim o direito no Brasil acabou surgindo de forma imposta pelos colonizadores e não algo construído com o dia-dia das relações sociais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1.            LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.161;
2.            LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.60;
3.            Direitos Fundamentais, da cidade antiga à Constituição Brasileira de 1988: as “Gerações” de Direitos. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 2001. p.194;
4.  A Constituição na História, origem e reforma. Autor: Cerqueira, Marcelo, editora Revan. Temas: História do Brasil Monarquia, Constituição.
5. Constituição politica do império do Brasil de 25 de março de 1824 no site do Palácio do Planalto.
6. SILVA, Flávio Marcus de. História do Direito Português no período das Ordenações Reais. Disponível em: http://hisdireito.blogspot.com.br
7. OLIVEIRA, Adriane Stoll de. A codificação do Direito. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 60, 1 nov. 2002. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/3549>.
8. SOUSA, Rainer Gonçalves. "A organização da independência brasileira"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/historiab/a-organizacao-independencia-brasileira.htm>. Acesso em 26 de junho de 2017.

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