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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS ENGENHARIA ELÉTRICA DOUGLAS SOUSA SANTOS 08/03/2017 A mais antiga reflexão sobre o desejo está na obra “Banquete” (um dos 35 diálogos de Platão), que tem o conceito de Eros, ou seja, amor – desejo. No Banquete existem vários discursos sobre Eros (Fedro, Pausânias, Erixímaco, Aristófanes, Agatão, Sócrates). Platão usa ironia para destruir o conceito de Eros definido em cada um desses diálogos. Para Platão, o desejo é falta, o que nos caracteriza é a busca da satisfação e não a satisfação. Todo o desejo satisfeito deixa de ser desejo, para dar lugar a um novo desejo... Mas, na prática a política tem como matéria prima a interação entre homens que são desejantes, por isso, interessados e com interesses incompatíveis entre si, portanto a política é a gestão da busca da redução ininterrupta de uma certa falta. Portanto, o trabalho da política, implica a identificação do interesse que está por trás de toda a decisão, que temos para agir. Torna-se problemática porque na hora de interagir acabamos usando nossos discursos como forma de ocultamente dos nossos reais interesses. A política da gestão da satisfação não é possível, pois para que exista é necessário que todo desejo seja satisfeito. O problema é que todo desejo satisfeito é um desejo instinto, e para o seu lugar um novo desejo. A lógica e do saco sem fundo. Assim, fica claro então, que sendo a política a gestão de desejos, desejos que buscam a satisfação de faltas, faltas que serão preenchidas por mundos escassos, a relação entre as pessoas é necessariamente de conflitos, e a política é a gestão de conflitos entre desejantes. Apesar do trabalho do profissional da política ser essencialmente cínico, o cinismo não é exclusividade deste profissional. Deste modo, pressupomos que o cinismo está presente em todo lugar no teatro da vida social, até mesmo dentro do nosso ambiente universitário. O cinismo porque independente da atividade social que a pessoal exerça é essencial que a pessoa tenha uma motivação transcenda o próprio desejo. Deste modo, o julgamento parece incoerente, já que se torna uma ação comum, entretanto, em alguns casos em minha modesta opinião, o cinismo trata-se de uma atividade antiética, já que em determinadas profissões, em destaque no meio público, o profissional, tem como função representar os demais cidadãos, buscando assim também os desejos destes. Principalmente os que tem mais possuem desejos em comuns. E utilizar o cinismo nesta ocasião como um engenheiro civil utilizar um material de baixa qualidade em projeto sabendo que pode haver consequências apenas por baratear o projeto para o cliente.
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