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M e m b r o do C o lé g io T e o l ó g i c o d e B o lo n h a Co-diretores: pura o A. T. p a ra o N .T . SI 1I ANO VIROULIN P. STANISLAS LYONNET, S . ] . I*i ii iflllc1lu I ' i i lveiHliIndo U r h a n i n n a — R o m a D e c a n o d a F a c u l d a d e B íb l i c a n o P o n t i f í c io I n s t i t u to B íb l ic o — R o m a IV edltOra V O Z E S lim itada IV trópolis 1072 OS EVANGELHOS Colaboraram: LEONE ALGISI GIACOMO DANESI LUIGI MORALDJ P1ERO ROSSANO GIOVANNI SALDARINI T raduziu : PE. IOAO EVANGELISTA MARTINS TERRA, S.J. O BIBLIOTECA ãmimmim A u g u s to d o C o ro o lh u d u a lM B I B L I O T E C A è £ ’ O EiÈit isir-CA n ucou i m m SKllifl Sí fiíí U ft #.} k. Ins.rs E t G E TRAÇO SOS N - | £ « —Jl k *i j editora VOZES limitada P etrópo lis 1972 T ítu lo do orig inal ita lia n o : IN T U O D U /IO N E ALLA B1BBIA: IV. I VANGELI •,i|iyi'Í!',lil o' |0(i2 by M arietti E ditori Ltd., T orino , Itália £ Faculdade de São Bento - RJ Biblioteca í Tombo Data L i '1 ‘o 0'S /.O cl-VC 1 M I’ R ! M A T U R I v i tó p o l i s , 3 de j u n h o de 1970 Almo:. F . G en t i l C o s t a VigArio G e r a l I, i 1 ‘ »7;> d a I r . i d i i i . ; u > |>m l n g i i r - i b y c d i l d r u V d / l . S I m o l a d a A P R E S E N T A Ç Ã O pelo Revmo. Padre Atanásio Miller, O . S . B . E s T A Introdução é a primeira, em língua italiana,1 a tratar dos prin cipais problemas bíblicos de modo amplo, científico e moderno, E' de todos conhecido o desenvolvimento dos estudos escriturísticos sob o pon tificado de Pio XII. D o início ao fim de sua atividade fêz-se o grande Pontífice arauto e promotor incansável de um progresso firmemente an corado na tradição eclesiástica e que utilizasse os métodos mais recen tes da investigação filológica e arqueológica, na superior certeza de que nenhuma oposição poderia surgir entre os resultados definitivos de uma investigação verdadeiramente científica e os dados da Fé cristã. Assim impulsionados, rejuvenesceram em tôda a Igreja católica o amor pela S. Escritura e de modo particular os estudos bíblicos. Ao mesmo tempo, com espírito tranqüilo e o paternal encorajamento do mesmo Pontífice, enfrentavam-se «as graves dificuldades que ainda hoje preocupam as mentes dos exegetas católicos» (Enc. Divino Afflante Spiritu, EB 563). Com o fim de utilizar didàticamente o renovado patrimônio cientí fico, para concretizar as diretrizes pontifícias e atalhar inevitáveis crises de progresso, e sobretudo para facilitar aos sacerdotes e aos aspirantes ao sacerdócio o encontro com o Livro Sagrado dentro do estado atual dos conhecimentos, a Pontifícia Comissão Bíblica deu a lume, a 13 de maio de 1950, a conhecida Instrução sôbre o ensino da S. Escritura nos Seminários e nos Escolasticados religiosos. Dedicava-se aí particular aten ção ao Lente, ao qual se inculca, em vista de sua especial tarefa de me diação entre o mundo da ciência e o da formação dos alunos, o dever de um estudo assíduo e de uma acurada atualização, sem a qual bem depressa ficaria inapto para aquilo que dêle esperam os sacerdotes e os próprios fiéis. A uma sólida formação científica, sempre renovada, deve aliar-se nêle uma prudência iluminada e clara, que saiba discernir, para os fins didáticos, entre o dado seguro e imutável da fé e os resultados ora certos, ora apenas prováveis ou provisórios, da pesquisa científica. 1 N . d . T r a d . : T a m b é m em p o r t u g u ê s n ã o d i s p o m o s a t é a g o r a de o b r a s s e m e l h a n t e s . E s p e r a m o s que , ao l a d o de o u t r o s m u i to s e d iv e r s i f i c a d o s t r a b a l h o s q u e a u g u r a m o s s u r j a m pelo B r a s i l q u a n t o a n t e s , p o s s a e s t a I n t r o d u ç ã o c o m s e u s a m p l o s 5 v o lu m e s c o n t r i b u i r p a r a c r i a r e n t r e n ó s a q u e l a i n f r a - e s t r u t u r a d e i n s t r u m e n t o s b á s i c o s n e c e s s á r i a p a r a u m f lo r e s c i m e n t o d a s c i ê n c i a s e s c r i t u r í s t i c a s em n o s s o m e io . s IN TRO D U Ç Ã O À BÍBLIA Os autores desta Introdução são todos Professores de S. Escritura em Seminários ou Faculdades teológicas italianas, e tencionaram traba lhar lealmente no espírito e segundo as diretrizes da citada Instrução, visando principalmente os sacerdotes e as pessoas de cultura. Propuse ram-se, ao mesmo tempo, fornecer a todos aqueles Lentes que, por mui tas e justificadas razões, bastas vêzes não têm a possibilidade de se dedicar aos estudos de S. Escritura com aquela disponibilidade que a Instrução almejaria, uma informação ampla e segura sôbre os principais problemas, e ainda um subsídio didático para preparar as suas aulas, sem temor dos fatos, sem confundir os resultados adquiridos com os apenas provisórios, sem aumentar mas também sem «atenuar ou dissi mular as dificuldades que aqui e ali ainda subsistem» (EB 600). Com muita satisfação notamos que a obra se alinha perfeitamente com aquelas normas que por sua vez o S. Padre João XXIII recente mente apontava aos estudiosos e professores de S. Escritura: «Serie dade, solidez, lealdade científica do estudo e do ensino, e ao mesmo tempo absoluta fidelidade ao sagrado depósito da Fé e ao magistério infalível da Igreja» (Alocução no 509 aniversário de fundação do Pon tifício Instituto Bíblico, 17 de fevereiro de 1960).2 Fazemos votos que esta obra, que em tão altas diretrizes se ins pira, possa contribuir eficazmente para a difusão de um conhecimento e de um amor sempre maior pela Palavra de Deus. Rom a, fèsta de S. A gostinho, 28 de agôsto de 1960. S ecretário da Pontifíc ia C om issão Bíblica * M il T t m l . : d . KHII :'M r,it . i ADVERTÊNCIA Segundo as linhas programáticas da série de que fa z parte, o pre sente volume pretende levar as pessoas cultas a uma inteligente e pro fícua leitura dos Evangelhos. O leitor é convidada a ter sem pre sob os olhos o texto sagrado em língua original ou numa boa tradução. Por razões contingentes, neste volume a parte exegética foi reduzi da ao mínimo. Avisam os que não será assim nos outros volumes, mas haverá um manejo assaz mais amplo. O estado atual do estudo dos Evangelhos, especialmente pelos no táveis progressos realizados no setor bíblico nestes últimos anos, em muitas questões é um tanto fluido. O leitor atento, cônscio da delica deza do sujeito, não tomará como axioma o que de caso pensado foi apresentado de modo hipotético, nem julgará como certa, uma solução apresentada como possível. Nem tôdas as dificuldades foram solucionadas; algumas talvez nunca o serão. Todavia, como solenemente afirmou Pio XII (Divino afflante Spiritu, D P 27, n- 25) : “Êste estado de coisas não é motivo para que o intérprete católico, animado de amor efetivo e forte para com sua ciência, e sinceramente dedicado à Santa M adre Igreja, deixe de arcar uma ou outra vez com as questões difíceis até hoje insolúveis". Foi isto que se procurou cumprir com a intenção de dar uma contribuição para utilidade de todos e para o crescente progresso do conhecimento do Evangelho. L. M. ABREVIAÇÕES E SIGLAS I. L ivros da Sagrada E scritura Abd A bdias Ag Ageu Am Amós Apc A pocalipse de S. João B ar B aruc C ânt C ântico dos C ânticos Col E písto la aos C olossenses lC o r 1* E písto la aos C oríntios 2C or 2* E písto la aos C oríntios lC rô n 1? Livro das C rônicas (na Vul- g a ta : P aralipôm enos) 2Crôn 2? L ivro das C rônicas D an D aniel D t D euteronòm io Ecle E clesiastes Eclo E clesiástico E f E písto la aos E fésios E sd E sd ras (1? de E sd ras) E st E ster Ez Ezequiel Ex Exodo Fim E písto la a Filêmon Flp E písto la aos Filipenses G ál E písto la aos G ála tas Gên G ênesis H ab H abacuc H br E písto la aos H ebreus Is Isaías Jd t Judite Jer Jerem ias Jo João (E vangelho) l j o 1* E písto la de S. João 3Jo 2l E písto la de S. João 2Jo S* E písto la de S. João Jó Jó J1 Joel Jon Jonas Jos Josué Ju E písto la de S. Judas Jz Juizes Lam L am entações Lc Lucas Lev Levítico IM ac P Livro dos M acabeus 2Mac 29 Livro dos M acabeus Mal M alaquias Mc M arcos Miq M iquéias Mt M ateus N a N aum Ne N eem ias (2° de E sd ras) Núm N úm eros Os O séias lP d r 1* E písto la de S. Pedro 2P dr 2* E písto la de S. Pedro Prov Provérb ios Rom E písto la aos Rom anos lR s P Livro dos Reis 2Rs 2'> Livro dos Reis Ru Rute Sab Sabedoria ISam P Livro de Sam uel 2Sam T' Livro de Samuel SI Salm os Sof Sofonias IT es 1* E písto la aos T essalonicenses 2T es 2" E písto la aos T essalonicenses T g E písto la de S. T iago IT im P E písto la a T im óteo 2Tim 2* E pisto la a T im óteo T i E písto la a T ito T ob T obias Zac Z acarias II. S ig las das R evistas, D icionários, etc. AAS A cta Apostolicae Sedis AASOR The A nnua l o f the Am erican Schools o f O riental R esearch Acme Acm e A ctO r A cta O rientalia A eg A egyp tu s Aev A evum AfO A rchiv fü r O rientforschung 12 IN TRO D U Ç Ã O À BÍBLIA AIBL Acad. des Inscrip tions e t des B elles L ettres, C om ptes rendus AJA The A m erican Journal o f A rchaeology AJP A m erican Journal o f P hilo logy A JSL(L) A m erican Journal o f Sem itic L anguages (and L ite ra tu re s) ; an tes se cham ava H ebraica; so freu várias tran sfo rm ações; to rnou-se ag o ra JN E S (ve ja) A JTh The A m erican Journal o f Theo logy ALMA A rchivum L a tin ita tis M edii A ev i AmCl A m i du Clergé A N ET A ncien t N ear E astern T ex ts R ela ting to the Old T estam en t A ng A ngelicum A NLR(M ) Accadem ia N azionale dei Lincei. R endicanti (ou M em orie) A nOr A nalecta Orientalia A nt A ntonianum AO D er A lte O rient AOB A ltorientalische T ex te und B ilder zum A lten T estam en t, II: Bilder, de H. G ressm ann, 2* ed. AOF A ltorientalische F orschungen de H. W inckler A OT Altorienta lische T ex te zum alten T estam ent, I: T exte , coligidos por H. G ressm ann ARM A rchives R oyales de Mari A rO r A rchiv Orientálni AtA A lttestam entliche A bhandlangen A ThR A nglican Theological Review AuS A rbeit und S itte in P alãstina de G. D alm an BA The Biblical A rchaeolog ist BALCL B ulletin d ’A ncienne L ittéra ture Chrétienne Latine BASOR B ulletin o f the A m erican Schools o f O riental Research BBLA B eitrãge zur biblischen L andes- und A ltertum skunde BDS H ebrew and E nglish Lexicon de B row n-D river-B riggs B FC T B eitrãge zu r F õrderung christlicher Theologie Bibl Biblica B JPES B ulletin o f the Jewish P alestine E xplora tion Society BJRL B ulletin o f the John R y la n d ’s L ibrary B iSa Bibliotheca Sacra BK B ibel und Kirche B LitE B ulletin de L ittéra ture E cclésiastique BO B ibliotheca O rientalis B O r B ibbia e O riente BRL B iblisches R eallexikon de K. G alling BSL B ulletin de la Société de L ingaistique de P aris BSOS B ulletin o f the Schools o f O riental S tud ies BSt Biblische S tud ien B ullEtA r B ulletin des E tudes A rabes BVC Bible e t Vie Chrétienne B W A (N )T B eitrãge zur W issenscha ft vom A lten (und N eu en ) Testam en t BZ B iblische Z eitschrift BZAW B eihefte zur Z A W BZNW B eihcfte zur Z N W BZF Biblische Z eitfragen t'H 011 (iC S C orpus Beroíincnse ( f) ir grirchixchcn clitisllichcn Schi i/ ls liilc r der cr.slcn drri Jahrhundcrlc) ( Calliolir llibhciil (J tw ilc ilv ABREVIAÇÕES E SIGLAS 13 ( '( ' La Civiltà Cattolica <T. Chronique d ’E gyp te ( I I C odex H am m urabi, edição D eim el-Pohl-Follet Cli()R Church Q uarterly Review CM Classica et M ediaevalia C nN T C oniectanea N eotestam entica Cmic Concilium , rev ista que se edita em 6 difer. línguas (tb . po rt.) CRAIBL, veja AIBL CSEL C orpus Scrip torum Ecclesiasticorum Latinorum DACL D ictionnaire d ’A rchéologie Chrétienne e t de L iturgic IHi D ictionnaire de la Bible DBII A D ictionary o f the B ible de H astings-Selbie DISNII D ictionary o f the B ible, N ew -H astings, de G rant-R ossley DBS D ictionnaire de la B ible: Supplêm ent D l./. D eutsche L itera turze itung D P D ocum entos P ontifícios (V ozes) DR Enchiridion Sym bolorum e t D efinitionum de D enzinger-R ahner I)Th, D ivTh D ivus T hom as DTIiC D ictionnaire de T héologie Catholique EA Die el-Am arna Tafeln , 2 vols. publicados por J. A. K nudtzon E li E nchiridion B iblicum E líli E lenchus B ibliographicus B iblicus anexo a cada Volume anual dè Biblica Elíí E stúd ios B íblicos EC E nciclopédia Cattolica El Enciclopédia Italiana Treccani EIsl The E ncyclopaedia o f Islam , 4 vols. E | E ncyclopaedia Judaica I I.S E nchiridion Locorum Sanctorum de D. Baldi EDI., veja JEO L EphThL E phem erides Theologicae Lovanienses l t li E stúd ios E clesiásticos EvQ E vangelical Q uarterly EvTli E vangelische Theologie Exp The E xpositor ExpTm E xposito ry T im es EE F orschungen und F ortschritte EKJ.ANT F orschungen zu r R elig ion und L itera tu r des A lten u n d N etten Tesfa - m ents «.CS, veja CB < íK H ebrüische G ram m atik de W . G esenius-E . K autzsch (íKC G esenius’ H ebrew G ram m ar a s E dited and E n larged by the la te E. K autzsch D l.ECS G rottpe L inguistiquc d ’E tudes C ham ito-Sém itiques, C om ptes rendus < o cg G rcgorianum <iNAI Giornale delia Società A sia tica Italiana M .nvTliR T he H arvard Thcological Review l i o Ilandbuch der O ricntalistik M'« llo ra e Sddcrblom it/nae IIDCA H ebrew Union College A nnual II ./ Inlcrniitionule kirehliche '/.eitsehrift 1111 i-i I >1 In lerprehdion l l . i q l l l l l ) I I h D l r i : d i I h c o l i i g i e t i l ( J i n u l r r l y l / s i l i Internationale Zeitschriftenschau |A Journal A sia tíque JAOS Journal o f the A m erican O riental Society JbACIir Jahrhuch fü r A n tike und C hristentum JBL Journal of B iblical L iterature JBR The Journal o f B ible and Religion JC S Journal o f C uneiform S tud ies JEA The Journal o f E gyp tian A rchaeology JE O L Jaarbericht van het V oorazia tisch-E gyptisch G euootschap E x O riente L u x j jS The Journal o f Jew ish S tud ies JK F Jahrbuch fü r kleinasiatische Forschung JN E S Journal o f N ear E astern S tud ies: substitu i A J S L (L ) desde 1942 JPO S Journal o f the P alestine O riental Society j Q R Jew ish Q uarterly Review J R The Journal o f Religion JRAS Journal o f the R oya l A sia tic Society JSO R Journal o f the Society o f O riental Research jS S ^ h e Journal o f Sem itic S tud ies JT h S t Journal o f Theological S tud ies KS K irja th Sepher KZ K irchliche Z eitschrift Lesh Leshonenu (em hebraico) LexThK Lexicon fü r Theologie und Kirche LumVi Lum ière et Vie MAB M anuel d ’Archéologie biblique de A.-G. B arro is MAOG M itteilungen der Á ltorientalischen G esedschaft M FOB M élanges de la Faculte O rientale de B eyrou th , desde 1D06; ago ra to rnou-se M U S] M NDPV M itteilungen und N achrichten des dcutschen P alãstina-Vereíns M us (L e) M uséon M USJ M élanges de l’Univ. de S t. Joseph, continuação de M FO B M uTZ M ünchener Theologische Z eitschrift MVAG M itteilungen der V orderasia tisch-A egyptischen G csellschaft NA N eutcstam entliche A bhandlungen N ed T T N edertands Theologisch T ijdschrift NR A N ouvelle R evue A pologétique N R T h N ouvelle R evue Théologique N T N ovum T estam entum N TA N ew T estam en t A bstrac ts N T S t N ew T estam en t S tud ies N T T N ieuw Theologisch T ijd sch rift Ç OLZ O rientalistiche L itera turze itung OM U O rien te M oderno O r Orientalia O rC hr O riens C hristianus O riens O riens O TM S The O ld T estam en t and M odem S tudy , a G cnrration o f D iscovcrv and Research O T S Oiidte.stamcntise.hc S tnd ién Paideia Paideia PH F P alestine E xploration Fund, Q nm icrly S lu lem ent PE Q P olcstiuc Exploriitinn (J tuu tc tly I I INTRODUÇÃO À BÍBLIA Á ABREVIAÇÕES E SIGLAS 15 t'( i P atrologia Graeca (M igne) l-JB P alãstinajahrbuch l ‘l. P atrologia Latina (M igne) 1’I.S Patro log ia Latina, Supplem entum l ’K P ergunte e R esponderem os l-SBA P roceedings o f the Socie ty o f B iblical A rchaeology P au ly -J *\V Real-E ncyclopàdie der klassischen A ltertum sw issenscha ft de W issow a (,)DAP The Q uarterly o f the D epartm ent o f A ntiqu ities in Palestine i v A R evue d ’A ssyrio tog ie et d’Archêologie O rientale RAChr R eallexikon fü r A n tike und C hristentum KM í R evue B iblique KMicn R evue Bénédictine KM i: R evista de C ultura B íblica 1V t ‘ I •' R evue da Clergé Français r c t R evista de C ultura Teológica r i -r. R evista Eclesiástica Brasileira i ’ i 1 R evue des E tudes ju ives RES R evue des E tudes Sém itiques r g g D ie R elig ion in G eschichte und G egenw art KM fA R evue H ittite c t Asia tique KM IE R evue d’H istoire Ecclésiastique R IIPhR R evue d’H istoire et P hitosophie R eligieuses KM IR R evue de 1’H istoire des R elig ions J V l ■ 1 > í R evista Bíblica K-ii'.i R ivista Biblica RI. A Reallexicon der A ssyrio logie El) R evue de Q um rân E S I) R ivista degli S tud i O rientali ENPhTh Revue des Sciences P hilosophiques et Théologiques RSR Recherches de Science R eligieuse l li, RThom Revue Thom iste KThPh R evue de Théologie et de P hitosophie líTK Reatencyclopãdie fü r profestantische Theologie und Kirche EvSR R evue de Sciences R elig ieuses La Scuola C attolica r -.-i ' .cr Scrinium ,1 I li Stud ia Theologica ' .mu Sum er '■VI Syria ■./ Stim m en der Z eit 1 .ii 1) T arbiz (em hebraico) i iii;i Theologische B lã tter i h i ; Theologie und Glaube 1 UI.Z Theologische L itera turze itung 1 hpQ Theologisch-praktische Q uartalschrift 1 lil) Theologische Q uarta lschrift 1 liK' Theologische R evue 1 lilúl Theologische Rundschau 1 liSI Thcotogicul S tm lirs l 11'. 1K Theologische Sluilieu und K rilikcn 1 liW NT Tlieologisclies W ói lei huch rum N euen T estam ent, começado por G. Killt-1 T hZ Theologische Z e itschrift VCh Vigiliae C hristianae VD V erbum D om ini VP Vivre e t Pertser ( = RB nos anos 1941 ss) VSp Vie Spirituelle V T V etus T estam en tum W oW a W o rt und W ahrheit W ZKM W iener Z e itschrift fü r die K unde des M orgenlandes ZA Z eitschrift fü r die A ssyrio log ie und verw andte G ebiete ZASA Z eitschrift fü r die A egyp tische Sprache und A ltertum skunde ZAW Z eitschrift fü r die A lttestam entliche W issenscha ft ZDM G Z eitschrift der D eutschen M orgenlãndischen G eseltschaft Z D PV Z eitschrift des D eutschen P alãstina-V ereins Z kT h Z eitsch rift fü r ka tholische Theologie ZN W Z eitschrift fü r die neutestam entliche W issenscha ft und die der ültercn Kirche Z syT h Z eitschrift fü r system atische Theologie Z TK Z eitsch rift fü r Theologie und K irche Z w T h Z eitschrift fü r w issenschaftliche Theologie 16 IN TRO DU Ç ÃO À BÍBLIA III. Abreviações várias A. AA. A utor, A utores a . c. artig o citado aC (a . C.) an tes de C risto add. addit, acrescen ta adj. adjetivo apr. aproxim adam ente A T (A .T .) A ntigo T estam ento c. cc. capítulo, capítulos cf. confer, confira, veja cod. codd. códice, códices dC (d .C .) depois de C risto esp. especialm ente h .l. hoc loco, neste lugar Ibid. ibidem, rem ete a o b ra ou a rtig o citado há pouco i .l . in locum (loco) Iat. versões la tinas l.c . lu g ar citado LXX V ersão g reg a dos Seten ta m s m ss m anuscrito , m anuscritos n. no ta n» núm ero N T (N .T .) Nôvo T estam en to o .c . opera citata om. om ittit, omite par. parr . paralelo , paralelos p. pp. pág ina , pág inas p. ex. p o r exem plo prec. precs. precedente, precedentes s . a. sem ano séc. século s. ss. (segg .) seguinte, seguintes subst. substantivo s . v. sub voce (rem ete a di cionários ao verbete) t. tom o TM T exto hebraico m assoré- tico var. varian te vb. verbo Vg V ersão la tina V ulgata vl V etus L atina vol. vols. volume, volum es V .T . V etus T estam entum v. vv. versículo, versiculos N .B . A sim ples referência t cf . p. . . . » (ou vide, ver, veja) rem ete à tal página do m esm o volum e cm que se lê a referência; ao invés, a indicação «vol. . . . . p. . . . » rem ete a algum outro volume desta Introdução. s u b s í d i o s d i d á t i c o s p a r a o n o v o t e s t a m e n t o H istória religiosa e civil U. H o l z m e is t e r , Storia dei tem pi dei N aovo T estam en to (trad . ita liana e atualização de C. Z ed d a ) , T orino 1950; C. F. M o o r e , Judaism en the F irst C enturies o f the Christian E ra, I-III, Cam - bridge 1927-1930; M. J. L a g r a n g e , Le jada ism e avant fésus-C hrist, P a ris 1931; J. B o n s ir v e n , L e Judaism e palestinien au tem ps de Jésas-C hrist, I-II, P a ris 1934-1935; do m esmo au to r um a sín tese no DBS (trad . ita liana de G. M a r ig l ia n o , 11 G iudaism o palestinese a l tem po de G esú Cristo, T orino 1950); idem, T e x te s rabbiniques de deux prem iers siècles chrétiens pour servir à Vintelligence du N ou- veau Testam ent, Rom a 1955; D. D a u b e , T he N ew T estam en t and R abbinic fuda ism , London 1956. G ram áticas para o grego do N ôvo T estam ento F. M . A b e i ., G ram m aire du G rec B iblique, suivie d’un choix de P apyrus (E tudes B ibliques), P a ris 1927; M . Z e r w ic k , G raecitas B í blica exem plis illustratur (S crip ta Pontificii Institu ti Biblici 92), Rom ae 1960; idem, A n a lysis philologica N ovi T estam en ti G raeci (S crip ta Pontificii Institu ti Biblici 107), Rom ae 1953, re im presso em 1960; F. B l a s s - A . D e BRUNn e r , G ram m atik des neu testam ent- lichen G riechísch3, G õttingen 1954; J. H . M o u l t o n - F . W . H o w a r d , A G ram m ar o f N ew T esta m en t G reek, I P rolegom ena3, E d inburgh 1908, II Accidcnce and W ord-F orm ation, ibid. 1919-1929, III Syn ta x , de N. T u r n e r , ibid. 1963; G. B o n a c c o r s i , P rim i S agg i di filo logia neotestam entaria , I T orino 1933, II (póstum o) ibid. 1950. D icionários para o G rego do N ôvo T estam ento F . Z o r e l l , L exikon G raecum N o v i T esta m en ti%, P a ris 1931, nova edição com apêndice de M . Z e r w ic k , ibid. 1 9 6 1 ; J. H . M o u l t o n - C. M il l ig a n , T he V ocabulary o f th e N ew T esta m en t illustrated from P apyri, London 1930, reed. 1 9 5 2 ; W . B a u e r , Griechisch- D eutsches W õrterbuch zu den Schriften des N euen T estam en ts und der iibrigen urchristlichen L itera tu r5, Berlin 1 9 5 8 ; da edição an te rio r da m esm a o b ra apareceu um a versão inglêsa com ad ap ta ções ao s cuidados de W . F . A r n d t - F . W . G in g r ic h , A G reek- E nglish Lexicon o f the N ew T esta m en t and o ther E arly C hristian Literature, C am bridge-C hicago 1 9 5 7 ; G . K i t t e l - G . F r ie d r ic h , Theologisches W õrterbuch zum N euen T estam en t, I, S tu ttg a rd 1 9 3 3 ; II, 1 9 3 5 ; III, 1 9 3 8 ; IV, 1 9 4 3 ; V, 1 9 5 4 ; VI, 1 9 5 9 ; VII, 1 9 6 4 ; VIII, 1968; IX (em curso de publicação ; está -se fazendo um a versão italiana, na E ditrice P aideia , B rescia 1 9 6 3 ) . Concordâncias gregas e latinas A. S c i i m o i u r , lla n d ko rko rd u n z zum griechischen N euen T esta - incnl", S l i i t tg n r d 1951; W. F. M o ih .t o n - A. S. G e d e n , A Concor- IN TRO DU ÇÃO À BÍBLIA dance to the. G reek N ew T e s ta m e n t\ E dinburgh 1926, com reim pressões sucessivas; M. B e c h is , T otius Sacrae Scripturae Concor- dantiae. I-II, T au rin i 1887s. D icionários bíblicos e a tlantes F . V ig o u r o u x , D ictionnaire de la B ible I-V, P a ris 1905-1912; re to m ada com ob ra p raticam ente independente p o r L. PiROT, D iction naire de la B ible: Supplém ent, continuado por A. R o b e r t e H. C a z e l l e s , P a ris 1928ss (a inda em publicação, le tra p ) ; H. H aag, B ibel-Lexikon , Zürich 1951-1956 (versões em holandês, francês, in glês, italiano, espanhol; p rep a ra -se a p o r tu g u ê sa ) ; F . S pa d a fo r a , D izionarío biblico, Roma 1955; J. L. M c K e n z ie , D ictionary o f the Bible, M ihvaukee 1965; P. L e m a ir e - D. B a ld i, A tlan tc storico delia B ibb ia2, T orino 1964. Teologias do N ôvo T estam ento J. B o n s ir v e n , Teologia dei N uovo T estam ento (versão do francês de G . M a r ig l ia n o ) , T orino 1952; M . M e in e r t z , Theologie des N euen T estam en ts, I-II, Bonn 1950. Ú teis nos m uitos aspectos a in da as duas seguintes ob ras não -cató licas: E. S t a u f f e r , D ie T heo logie des N euen T es ta m en ts4, S tu ttg a rd 1948; O. C u l l m a n n , C hristologie du N ouveati T estam ent, N euchâtel 1958. Vida e pessoa de fe su s G . R ic c io t t i , Vita de Gcsü Cristo, M ilano-Rom a 1941; L. de G r a n d m a is o n , La personne de Jésas et ses tém oins, P a ris 1957 (redução da célebre ob ra em dois volum es); J. G u it t o n , Le problè- me de Jésus et Ics fondem ents du tém oignages chrétien, P aris 1050; Idem, Le problèm e de Jesus: D ivinité et Résurreciion, P aris 1953; as duas obras foram condensadas pelo p róprio au to r em um volum e: Jésus, P a ris 1956 (tradução ita liana na casa M arie tti) ; sôbre o processo contra Jesus, cf. B l in z l e r , D er P rozess Jesu: das jiidische und das rõm ische G erichtsverfahren gegen Jesus C hrisfus a u f G rund der ültesten Zeugnisse dargestellt und le u r te i l t ’’, R egensburg 1955. No cam po não-cató lico a escolha é um tan to difícil; as obras seguintes darão um a idéia exata das diversas co rren tes: R. O. P. T a y i. o r , The G roundw ork o f the Gospel, O xford 1946; M. A l b e r t z , B o tscha ft des neuen Testam ents, I-1II, Zollikon-Zürich 1947-1955; B o r n k a m m , Jesus von N azareth , S tu ttg a r t 1956; E. S t a u f f e r , Jesus, G estalt und Geschichte, Bern 1957. PIER O ROSANO d o S e m i n á r io M a io r de A lb a Capítulo I O AMBIENTE DE JESUS D ivisão : § 1. As fontes. § 2. O domínio dos rom anos e dos Herodes. § 3. A organização religioso-civil do judaísm o. § 4. As divisões do judaísm o. § 5. D outrina e p rá tica religiosa. T estem unhos e leituras. I 9 O festim onium flavianum . 2 9 O s ‘m á‘. 39 O s°monch ‘esrêh. 49 D a R egra da C om unidade de Qum ran. PÓRTICO N o ano dècimo-quinto do império de Tibério César, sendo gover nador da Judéia Pôncio Pilatos, tetrarca da Galiléia Herodes, Filipe seu irmão tetrarca da Jturéia e da Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, sob o pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E êle percorreu tôda a região do Jordão, pregando o batismo de penitência para a remissão dos pecados (Lc 3 ,1-3). O exórdio solene com o qual Lucas, o historiador do Nôvo Testa mento, introduz a pregação do Batista, arauto do Messias, ao mesmo tempo que evoca vigorosamente o enquadramento cronológico e geo gráfico do acontecimento evangélico, indica também a natureza complexa da situação histórica na qual vai inserir-se a pregação de Jesus. O império romano tinha estendido seu domínio e sua organização sôbre uma terra e uma nação que possuíam uma história e uma estrutura religíoso-civil única no mundo, as quais perduraram até então substancial mente autônomas, embora a civilização helenística tivesse impresso suas formas em alguns setores da vida e da cultura. Não é difícil deslindar e discernir no texto evangélico citado, diversamente entrelaçados, os três elementos culturais romano, helenístico e judaico. Uma vista preliminar, ainda que sumária, sôbre tal situação é por tanto pressuposto indispensável para uma compreensão histórica e viva da pregação de Jesus. 1. AS FONTES P a ra o conhecim ento do am biente evangélico dispom os hoje de um vasto cabedal de inform ações. M erecem um lu g ar de prim eira ordem os p róprios escritos do Nôvo T estam ento , sobre tudo os quatro evangelhos, cujo m aterial foi coligido ou redigido prim àriam ente em grande p arte no solo palestinense. As indicações que nos oferecem incidentalm ente acêrca dos usos, costum es, doutrinas, tradições e a situação político-social e geográfica do am biente têm um valor h istórico excelente com provado pelos m ais plausíveis testem unhos arqueológicos e literários. Fontes arqueológicas 1. Inscrições. — P a ra as inscrições g reg as a ob ra fundam ental é o Corpus inscriptionum graecarum , Berlim 1828, que continua nas Inscrip tiones graecae, Berlim 1873ss. As novas des cobertas estão coligidas no Supplem entum epigraphicum graecum , Berlim 1913ss. As inscrições latinas encontram -se no C orpus inscriptionum latinarum, cujo prim eiro volume foi publicado em 1863 (B erlim ), o últim o (o XVI) em 1936. As inscrições seiníticas estão coligidas no C orpus inscriptionum sem iticarum , P a r is 1881ss. Ao lado dessas g randes publicações existem co letâneas e an to log ias de inscrições esco lhidas segundo diversos pontos de v is ta ; recordam os: W. D it t e n b e r g e r , O rientis graeci inscriptiones setectae, Leipzig 1903-1905; idem, Sylloge inscriptionum graeca rum, Leipzig 1915-1924; H. D e s s a u , Inscrip tiones tatinae setectae (1892-1916); 1„ J a la b er t -R . M o u t e r d e , Inscriptions grecques et latines de la Syrie, P aris 1929- 1939 (a publicação co n tin u a ); os textos concernentes aos Judeus da d iáspora foram coligidos por J. B. F r e y no C orpus inscriptionum judaicarum , I (E u ro p a ) , Roma 1936. 2. N um ism ática. — A obra m ais im portan te sôbre m oedas hebraicas é a de F. W. M a d d e n , Coins of the jew s, London 1903; a s m oedas g reg as em te rritó rio palestinense foram recolhidas po r G. F. H il l , C atalogue o f the G reek Coins of Ralestine, London 1914. 3. M onum entos. — Como as inscrições e as m oedas, tam bém os m onum entos nos a testam as condições relig iosas, sociais, civis e econôm icas da época que nos in teressa. E n tre a s obras clássicas c itam o s: P. T h o m s e n , K om pendium der palàstinische A ltertum skunde, T übingen 1913; idem, D enkm âler P alãstinas aus der Zcit Jesu, Leipzig 1916; idem, System atische B ibliographie der Palâstina-Literatur, l.eipzig 1895 (continuam ente a tualizada a té aos nossos d ia s ) ; F. NÕ t s c h e r , B i blische A ltertum skunde, Bonn 1940; A . G . B a r r o is , M anuel cfarchéologie biblique, 2 vol., P aris 1939-1953; H . V in c e n t -F . M . A b e l , jérusalem . R echerches de topo- graphie, d ’archéologie et déhistoire, II: jérusa lem nouvelle, P a ris 1914-1922; P. Le m a ir e -D . B a ld i, A tlan te storico delta B íblia, T o rino 1955; D. B a ld i, Enchiridion locorum sanctorum . D ocum enta S. E vangelii loca resp ic ien tia2, Jerusalém 1955. Fontes literárias 1. Até há poucos anos não dispúnham os de pa- judaicas piros palestinenses e de ou tros docum entos escri to s da época. A descoberta dos m anuscritos na região de Qumrâri iniciada em 1947 abriu um capítu lo nôvo e inesperado na h istória da arqueolog ia e da h istó ria n eo te s ta m e n tá ria .1 2. D a literatura rabinica, escrita e conservada sobretudo em aram aico , tem relação p a rticu la r com a idade do Nôvo T estam en to o Talm ude: não pelo seu valor histórico, m as enquanto é um verdadeiro corpus das trad ições m orais e ju r í dicas do judaísm o desenvolvido sob a Lei; a diversidade d o u trin ária entre os doutôres pa lestinenses e os doutores residen tes n a B abilônia deu origem a dois Tnlm udes, Palestinense e Babilônio, codificados o prim eiro no século IV dC, o segundo nos séculos V e VI. 1 Pnrn n» pulíllcnçAe* do» texto» cí. pp. 41-40. 24 CAPITU LO I: O A M B IEN TE DE JESU S Os Talm udes com preendem a M ixná ( repetições da Lei) e a G uem ara (co m entário da M ixna com m uitos elem entos p róp rio s). Aos T alm udes devem acrescen tar-se a T o se fta ( adições ou com plem entos da M ixná) com decisões e in terpre tações dos ou tros doutores, os M idraxim (com en tá r io s hom iléticos dos livros da B íblia) e o T argum (pl. T argum in ; tradução e in terpre tações da Bíblia em língua aram aica p a ra o uso das s in a g o g a s ) .2 3. O s apócrifos ju d a ico s3 com pilados en tre o século II aC e o século I dC nos revelam as crenças e asp irações do povo e particu larm ente de alguns am bientes. Uns contêm alusões veladas à h is tó ria política con tem porânea como os Salm os de Salom ão, que refletem a tom ada do Tem plo por Pom peu no ano 63 aC e a p erda da independência; a A ssunção (ou T estam en to ) de M oisés, claram ente hostil a H erodes e ao seu filho A rquelau; os T estam en tos dos 12 Patriarcas, com posição judeu-cristã (século II dC) insp irada em an tigos escritos hebraicos sem elhantes; a lgum as secções dos O ráculos sibilinos (livro te rc e iro ) .4 4. Um lugar de h on ra m erecem as ob ras de F il o de A lexandria e de F l á v io J o s e f o , as duas personalidades que servem de ponte en tre o m undo judeu e o helenismo. F il o (25 aC-45 dC ± ) , em bora in teressando-se sobretudo pela exegese antigo- tes tam en tá ria e pe la filosofia p latonizante, tom ou parte ativa na vida do judaísm o contem porâneo, quer em qualidade de e tnarca da com unidade de A lexandria, quer como defensor dos hebreus em Roma d iante do im perador C alígula no ano 40 dC. T êm p articu la r in terêsse p a ra a h istó ria da idade do Nôvo T estam ento e dos im périos de T ibério e C alígula as duas apolog ias em defesa dos correlig ionários de A lexandria, i. é : C ontra Flaco e Legação a G aio . 5 De natu reza bem d iversa é a personalidade e a ob ra de F l á v io J o s e f o (37 /38- 98 /103 d C ) : educado desde jovem na piedade farisaica e essena, teve o comando suprem o da G aliléia no início da g u e rra do ano 66; vencido e cap tu rado por V espasiano, to rnou-se cliente dos Rom anos e acom panhou o tr iun fado r T ito a Roma, onde se dedicou in teiram ente aos estudos com finalidades apologéticas p a ra o judaísm o e aulico-elogiativas p a ra os Flávios. Deixou duas obras de g rande mole, a G uerra judaica (publicada ± 77-78) em sete livros, e a A rqueologia judaica ( ± 93-94) em vinte livros; pelo fim de sua v ida publicou duas apologias menos extensas, um a C ontra Á pio ( ± 97-98), a ou tra con tra Justo de T iberiades sob form a de A utobiogra fia ( ± 95). O ca rá te r singu la r da personalidade do A utor e as intenções m anifestas que lhe inspiram a ativ idade exigem algum a reserva crítica no uso dos seus escri to s .6 T odavia como testem unha ocular de não poucos acontecim entos e dispondo de fontes seguras, não deixa de ser um inform ador precioso particu larm ente no que diz respeito às leis, à s trad ições, às ideologias e à consciência religioso- nacional dos seus conac iona is.7 2 A s p r i n c i p a i s t r a d u ç õ e s s ã o : L. GOLDSCHMIDT, D e r b a b y lo n is c h e T a lm u d , 12 v o ls . , B e r l i n , 1929-1936 ; M. SCHWAB, L e T a lm u d d e J é ru s a le m , 11 v o l s . , P a r i s 1878-1890. E x c e le n te p a r a u m a r á p i d a c o n s u l t a é a c o l e t â n e a de J. B o n s i r v e n , T e x te s r a b b in iq u e s d e s d e u x p r e m ie r s s iè c le s c h r è t ie n s , R o m a 1955. Cf . t a m b é m A. COHEN, L e T a lm u d ( t r a d . J. MARTY), P a r i s 1950 e a s o b r a s do m e s m o BONSIRVEN c i t a d a s n a b ib l io g r a fia do § se g u in t e . 3 Cf . J. B . FREY, A p o c r y p h e s d e l ’A .T . , em D B S I, 1928, 354-360. 4 N ã o p o s s u í m o s a i n d a u m a ed i ç ã o c r í t i c a de t o d o s os a p ó c r i f o s , t e m o s p o r é m a s t r a d u ç õ e s de R. H. CHARLES, T h e A p o c r y p h a a n d P s c u d e p ig r a p h a o f th e O ld T e s ta m e n t In E n g l is h , 2 v o ls . , O x f o r d 1913; de E. KAUTZSCH, D ie A p o c ry p h e n u n d P sc u d e p ig r a p h c n des A .T . , 2 v o ls . , T ü b i n g e n 1900; e de P . RlESSLER, A lt jü d is c h e s S c / ir i f t tu m a u s sc rh a lb d er B ib e l, A u g s b u r g 1928. A ed i ção d o s m s s . de Q u m r â n p r o m e t e u m a n ov a luz m e s m o p a r a os a p ó c r i f o s . 5 A ed ição c l á s s i c a d a s O p e r a o m n ia em g r e g o é a de I.. C o i i n - P . WENDLAND-S. Ri;iti:u, P h ilo n is a le x a n d r in i o p e r a q u a e s u p c r s u n t , 6 vo ls . , B e r l in 1890-1915 m a is o I n d e x P h llo n l* de J. LeISEGANG, 1920-1930. E s t á em v ia s de p u b l i c a ç ã o u m a ed iç ã o do te x to g r e g o com .i t r a d u ç ã o In g lé sa a o s c u i d a d o s de I*’. H. COLSON-0. II. WIIITAKIR, P h llo w ltll n n lin g lls li T r a n s la t lo n , C a m b r ld g e , M a s s . 1020hk. " (T II. IIoi./ .mi i s i i r , o, c. na b ib l io g r a fia , 7-10. 7 Da*, e d i ç õ e s d o Onera omnia e m g r e g o , a c l á s s i c a é a do H Nl i i , Plavtl Josephl opera, 7 v o l s , Mer l m 1897 1805 D a ( h iena judaica r s h . i r u m a ( i n d u ç ã o f e l l a por D KICCIOMI, ( v o l s . c o m u m a a m p l a I nt ro d uç ã o » f a r i n o I PTMU. I U I ' ó t i m a a t i a d i i ç ã o f r a n c e s a de § 1. AS F O N T E S 25 Fontes literárias In teressaram -se necessàriam ente pela h istó ria e p ag ãs pelas causas judeu-palestinenses tam bém escrito res, sobre tudo h isto riadores, gregos e rom anos com o: E st r a b ã o ( f 20dC) na G eografia (16,2, 25,48). P l u t a r c o ( f ± 120 dC) particu larm ente nas Vidas Paralelas (especialm ente na vida de Antônio)-, D io CÁssiO ( f 235 dC) nas H istórias (37,15-18); P l ín io , o V e l h o ( f 79 dC) e P l ín io S e g u n d o , o Jovem ( f 113 dC) respectivam ente na H istória natural (5,13-17) e nas C artas; C o r n é l io T á c it o ( f depois de 118) nos A nais e nas H istórias; S u e t ô n io T r a n q ü il o ( f 150 dC ) nas Vidas dos X II C ésares; fazem ainda refe rências explícitas aos hebreus não poucos escrito res e poetas, sobretudo satíricos, da idade helenístico-rom ana, como H orácio, Ovídio, M arcial, Ju v en a l.8 Devem tam bém se r enum eradas en tre a s fontes escritas os pap iros contendo alusões, notícias e testem unhos da vida contem porânea; pela sua afinidade com o nosso assun to reenviam os a : A. D e is s m a n n , Licht vom O sten, T übingen 1923; F . P r e is ig k e , W õrterbuch der griechischen P apyrusurkunden , Berlim 1925-1944; W. B a u e r , G riechisch-D eutsches W õrterbuch zu den Schriften des N .T . und der übrigen nrchristlichen L ite ra tu r , Berlim 1956; p a ra os pap iros hebraico-aram aicos cf. a b ib liografia sôb re os m ss de Q um rân. t ô d n n ;ih o b r a s de F láv io J o sé : T H . R e i n a c h , O e u v r e s c o m p lè te s d e J o s è p h e , 6 v o l s . , Cm Ik 1902-1032. • As p r o v a s q u e a p r e s e n t a m In te rô ss e d o c u m e n t á r i o f o r a m r e c o l h id a s e p u b l i c a d a s p o r M l Ui in ac li , T iX te n d 'a u te u r » u re c s e t r o m a tn s r c la t i fs a u ju d a is m e , P a r i9 1895. I i itr«xluçAo á lllhllii IV :i § 2. ü D0M1JM10 D 0 8 KUMAJN OS E DOS HERODES B i b l i o g r a f i a E l e n c a m o s a s o b r a s f u n d a m e n t a i s q u e d iz em r e s p e i to à n a ç ã o j u d a i c a do p o n t o de v i s t a p r e d o m i n a n t e m e n t e h i s tó r i c o , e m b o r a n ã o s e j a f ác i l s e p a r á - la s d a s o b r a s q u e e s tu d a m t a m b é m o a m b i e n t e re l ig io s o . E. SCHÜRER, G e s c h ic h te d e s ji id is c h e n V o lk e s im Z e i ta l te r J e su C h r is ti4, 3 v o ls . , L e ip z ig 1901-1911; a o b r a a i n d a c l á s s i c a p a r a o n o s so p e r í o d o foi t r a d u z i d a p a r a o in g lê s A H is to r y o f th e Je w ish P e o p le in th e T im e o f Je su s C h r is t, 5 v o ls . , E d i n b u r g h 1886-1890 e r e i m p r e s s a r e c e n t i s s i m a m e n t e ; J. FELTEN, N e u te s ta m e n tl ic h e Z e i tg e s c h ic h te 3, 2 v o ls . , R e g e n s b u r g 1925; ex i s t e a t r a d u ç ã o i t a l i a n a d e L. E. BONGIOANNI, S to r ia d e i te m p i d e i N . T . 3, 4 v o ls . , T o r i n o 1944: c i t a m o s s e m p r e a t r a d u ç ã o i t a l . ; com a o b r a de HOLZMElSTER (v ide a b a i x o ) e s t a é a o b r a m a is c o m p le t a e x i s t e n t e n a I t á l i a ; J. JUSTER, L e s J u i fs d a n s V E m p ire R o m a in : le u r c o n d itio n ju r id iq u e , é c o n o m iq u e e t s o c ia le , 2 v o ls . , P a r i s 1914; E. M e y e r , U rs p r u n g u n d A n fa n g e d es C h r is te n tu m s , 3 v o ls . , S t u t t g a r t - B e r l i n 1921-1923; J. JEREMIAS, J e ru s a le m z u r Z e i t J e su . K u ltu r g e s c h ic h t lic h e U n te r s u c h u n g z u r n e u te s ta m e n tl ic h e n Z e i t g e s c h ic h te , L e ip z ig 1923-1937; G. RICCIOTTI, S to r ia d ^ s r a e le * ( a p r i m e i r a ed . em 1933), 2 v o ls . , T o r i n o 1950; p a r a a n o s s a m a t é r i a : vo l. II, 331-539 ; do m e s m o A u to r , t e m o s m a i o r e s d a d o s a i n d a n a V ita d i G esü C ris to '2, M i la n o 1941, 1-100 ; A. M o m i g l i a n o , R ic e r c h e s u lT o r g a n iz z a z io n e d e lia G iu d ea s o t to il d o m in io ro m a n o (63 aC -7 0 d C ) , em A n n a l i d e lia R e a le S c u o la d i P isa I I / 3 , 1934, 183-226, 347-396; U. HOLZMElSTER, H is to r ia a e ta tis N o v i T e s ta m e n t i2, R o m a 1938; ex i s t e a t r a d u ç ã o i t a l i a n a , r e e l a b o r a d a e a t u a l i z a d a p o r C. Ze d da , S to r ia d e i te m p i d e i N .T . , T o r i n o 1950, co m a m p l a e b o a b ib l i o g r a f i a ; n a s p á g i n a s ss. c i t a m o s s e m p r e a e d i ç ã o i t a l i a n a ; W . FÕRSTER, N e u te s ta m e n tl ic h e Z e i t g e s c h ic h te , I: D e r z e itg e s c h ic h t l ic h e H in te r g r u n d d e s L e b e n s u n d d e r V e r k ü n d ig u n g Je su , B e r l im 1940; R. H. P f e i f f e r , H is to r y o f N .T . T im e s w ith a n In tr o d u c t io n to th e A p o c r y p h a , N ew Y o rk 1949; P. Al. ABEL, H is to ir e d e la P a le s tin e d e p u is la c o n q u ê te d 'A le x a n d r e ju s q u ’à V in v a s io n a r a b e 2, 2 vo ls . , P a r i s 1952; o b r a e s p e c i a lm e n te i m p o r t a n t e p a r a o p e r í o d o d o s A s m o n e u s ao d o m í n io r o m a n o ; Al. NOTH, G e sc h ic h te l s r a e l s 2, G õ t t i n g e n 1954, e s p e c i a lm e n te 322-406 ; h á u m a t r a d u ç ã o f r a n c e s a d a o b r a , r e v i s t a p e lo A u to r , H is to ir e d 1I s r a e l, P a r i s 1954; S. P e r o w n e , . T h e L i fe a n d T im e s o f H e r o d th e G re a t, L o n d o n 1956; E. B a r k e r , F r o m A le x a n d e r to C o n s ta n tin e . P a s s a g e s a n d D o c u m e n ts i l lu s tr a t in g th e H is to r y o f S o c ia l a n d P o lit ic a l I d e a s , O x f o r d 1956; C. K. B a r r e t t , T h e N ew T e s ta m e n t B a c k g r o u n d : S e le c te d D o c u m e n ts , L o n d o n 1957; a o b r a o f e r e c e c o m o d a m e n t e r e u n i d a u m a b o a s é r ie de t e x to s ( d a l i t e r a t u r a r o m a n a , p a p i r o s , f i l o so f i a g r e c o - r o m a n a , l i t e r a t u r a r e l ig io s a p a g ã , l i t e r a t u r a j u d a i c a ) p a r t i c u l a r m e n t e ú te i s p a r a o p e r í o d o aq u i c o n s id e r a d o . H erodes M agno No ano 63 aC Pom pèu, vencedor da cam panha do O riente, invadiu a P alestina com as legiões rom anas expugnando Jerusalém . A sua intervenção tinha o escopo, em aparência , de pôr fim à g uerra civil en tre H ircano II e A ristóbulo II, os dois irm ãos hasm o- neus que d isputavam o trono erguido um século an tes pelos heróicos M acabeus; na realidade sendo vencido A ristóbulo II e conduzido prisioneiro a Roma, foi deixado a H ircano II som ente o poder religioso sacerdotal, e o te rritó rio pales tinense, dividido em 11 distritos (to p a rq u ia s), foi anexado à província rom ana da S íria e feito tr ib u tá rio de R o m a .1 A liberdade m oral e relig iosa reconhecida a todos os judeus não os consolava contudo da perda da independência nacional. R enascia no fundo dos ânim os o an tigo ódio con tra o estrange iro enquanto o m essianism o acentuava a sua invo- lução nacionalística e te rrena . C onform e a política rom ana do divide et impera, Pom peu, an tes de partir, tinha colocado ao lado de H ircano, como m inistro e p refeito do palácio, o nobre idum eu A ntípatro , o qual, com a m ulher á rab e 1 A s t e r g i v e r s a ç õ e s , o c o m p o r t a m e n t o i lóg ico e i n c o n s t a n t e de A r i s tó b u lo , o b r i g a r a m a P o m p e u a t ê - lo p r i s io n e i r o e a i n v a d i r o T e m p l o on d e e s t a v a m r e f u g i a d o s os a r i s t o b u la n o s . D e p o is d e t r ê s m e s e s de a s s é d io , a r e s i s t ê n c i a foi q u e b r a d a ( o u t o n o de 63) e s e g u id a de u m m a s s a c r e de 12.000 j u d e u s , d ev id a m a i s à v i n g a n ç a d o s f a r i s e u s h i r c a n i a n o s do q u e à s e s p a d a s r o m a n a s . “ N e s t a o c a s i ã o , t a lv e z no m e s m o dia , P o m p e u fêz a s u a f a m o s a In s p eção d e n t r o d o s a n t u á r i o in d o a t é o ‘s a n t o d o s s a n t o s ’ . D e to d o s os o b je to s de o u r o e d os 2 .000 t a l e n t o s e n c o n t r a d o s n o s v á r i o s l o c a i s n a d a t o c o u ; m a s a r e p e n t i n a p r e s e n ç a d a q u e le p a g ã o , n u m lu g a r o n d e só u m a v e z p o r a n o p o d ia e n t r a r o s u m o s a c e r d o t e , foi r e c e b id a p o r to d o s os j u d e u s i n d i s t i n t a m e n t e com g r a n d e m ê d o . A lém d a s r a z õ e s m i l i t a r e s , no g e s to de P o m p e u d eve h a v e r u m a b o a p a r t e de c u r i o s i d a d e : c o n t a v a m - s e t a n t a s c o i s a s d a q u e le m i s t e r io s o T e m p l o , q u e êl es , a p r o v e i t a n d o a o c a s i ã o , q u i s e r a m v e r co m s e u s p r ó p r i o s o lh o s o q u e li av la d e n t r o n a r e a l i d a d e . N ã o é d if íc il im a g i n a r - s e P o m p e u q u e , com a e s p a d a n a m ã o , se a d e n t r a c a u t e lo s o a t r a v é s do “ s a n t o " ; s o e r g u e e m o c io n a d o a c o r t i n a q u e e s t a v a d i a n t e d a p o r t a p e n t a g o n a l , p r e p a r a d o p a r a d iv i sa r u m a c a b e ç a de a s n o ou a l g u m m o n s t r u o s o s im u l a c r o . P o r é m n a o b s c u r id a d e d o “ s a n t o d o s s a n t o s " n a d a d i s t i n g u e a n ã o Her a 1v a c u a m s e d e m e t in a n ia a rca r ia * ( T á c i t o , H ls t . , V, 9 ) . E r a P o m p e u o q u e r e a l iz a v a a q u ê l c g e s to o u e r a a h u m a n i d a d e i n t e i r a ? " G . RlCCIOTTl, S to r ia d 'l s r a e le , II, 355a. § 2. 0 DOMÍNIO DOS ROMANOS E DOS HERODES 27 K ypros e os filhos Fasael e H erodes, então com a idade de dez anos, apressou-se logo a estabelecer-se em Jerusalém condividindo a intim idade da côrte hasm onéia. N o ano 49, tendo a travessado o Rubicão, C ésar inicia a gu erra civil con tra Pompeu. A n típatro corre ao E gito p a ra a judar C ésar. No ano 47 êste, em tro ca dos auxílios recebidos, concedeu a H ircano, com o títu lo e tnarca dos judeus, o poder político que lhe fô ra tirado por Pom peu, e nomeou A ntípatro p rocurador, confiando aos seus dois filhos Fasael e H erodes o govêrno respectivam ente da Judéia e da G alilé ia .2 D esde êsse dia com eçaram a delinear-se a s am bições de H erodes: constru ir um trono sôbre as ru ínas do glorioso trono dos hasm oneus, desfru tando a deb i lidade de H ircano e a sim patia dos rom anos, a lternando conform e a ocasião as arm as da astúcia com as da violência. Foi p artid ário de C ésar a té os idos de m arço de 44, depois aderiu aos republicanos susten tando B ruto e C ássio; após Filipos (a. 42) foi p a rtid á rio de A ntônio, o qual, sensível às adulações e ao di nheiro, convenceu o colega O taviano a ap resen ta r ao senado a cand ida tu ra de Herodes p ara rei. Foi assim que no outono de 40 o senado de Roma proclam ou H erodes rex am icus et socius populi rom ani. D epois da d erro ta de A ntônio na batalha de Acio (31 aC ), H erodes logrou habilm ente aproxim ar-se do vencedor O taviano que o reconfirm ou no cargo. N ão m enos cínica e desum ana toi sua conduta p a ra com os hasm oneus. D epois de te r su sten tado H ircano II con tra o pretendente A ntígono, filho de A ristóbulo 11, e te r recebido como espôsa a nobilis- sim a M ariam ne — sobrinha de H ircano II e de A ristóbulo II, — desfez-se do irm ão dela, A ristóbulo III, últim o descendente dos hasm oneus (35 aC ), porque era ido latrado pelo povo; em seguida, movido pelas in trigas da irm ã Salomé, chegou a suprim ir a p rópria M ariam ne (29 ou 25? aC ) e a mãe dela A lexandra, filha de H ircano 11. R estavam ainda jun to de C ostobar, prefeito da Idum éia, d u as crianças de sangue m acabeu: tam bém elas foram elim inadas jun tam ente com seu p ro te to r e m uitos ou tros nobres pa rtid á rio s dos hasm oneus. E ’ evidente que o sangu inário rei idumeu, rom anófilo e im oral, não desper tasse nos judeus senão ódio e desprêzo; com preende-se por isso como se tenha visto ob rigado a osten tar, em várias ocasiões, po r razões políticas, um respeito formal pelas instituições relig iosas e juríd icas do povo hebraico, e tenha em preen dido no ano 20 aC aquela ob ra g rand iosa da am pliação e em belezam ento do tem plo (cf. Jo 2,20; M t 24,1; Mc 13,1) que o tornou um a das m arav ilhas do m undo antigo. A liás esta m agnificência nas construções foi um a das carac terísticas do seu reino, e êle a m anifestou na p á tr ia e fo ra a títu lo de popularidade e de ■ervilismo p ara com os rom anos. Fundou a cidade de C esaréia sôbre o lugar da an tiga T ô rre de E stra tão , fundou a A ntipátrida, Fasaélis, Sebaste sôbre a an tiga Sam aria, embelezou Jerusalém , am pliou Jericó, dotou D am asco, A ntioquia c ou tras cidades helenísticas com tem plos, tea tro s, pórticos; p ródigos donativos loram feitos a cidades e a personagens em inentes a com eçar po r A ugusto e por m u i fam ília (A g rip a). Os últim os anos da vida de H erodes foram tristes. D esor dens públicas in ternas, a taques á rab es do exterior, desconfiança da parte de A u g u sto 3 que lhe tirou a faculdade de designar a sucessão sem o consentim ento de Roma, m atança dos filhos de M ariam ne: cinco d ias an tes de m orrer o velho ..uiguinário, vítim a de ú lceras verm inosas, o rdenava ainda a m orte do filho A ntí- ■ No c o m è ç o do im p é r io os t e r r i t ó r i o s s u b m e t i d o s a R o m a d iv id e m - s e em p r o v i n c i a s e 111 (U eto rn d os , a lém do E g i to , o q u a l f o r m a u m a p r e f e i t u r a e é c o n s id e r a d o co m o p a t r im ô n i o I" O,mil do im p e r a d o r . Ao t i p o d o s p r o t e t o r a d o s p e r t e n c e a P a l e s t i n a s o b H e r o d e s . “ Os j iM i lc lo n id o s s d o e s t a d o s v a s s a lo s , g e r a l m e n t e r e in o s q u e c o n s e r v a r a m o c o n j u n to de s u a s ImilItulvOes t r a d i c i o n a i s . R o m a d i r i g e de m o d o s o b e r a n o a p o l í t i c a e x t e r io r d ê l e s e t a m b é m , Ml m e d id a q u e q u e r , s u a p o l í t i c a i n t e r n a ” . L. H o m o , L e s in s t i tu t io n s p o li t iq u e s R o m a in e s de la i'ltt' d 1’é ta t , P a r i s 1950, 404. Cf. A. J . FESTUGIÈRE, I I m o n d o g r e c o r o m a n o a l te m p o itl /('«li C r is to , ed . i t a l . , T o r i n o 1955, 17s. ' I :' v e r l s s lm l l q u e o r e c e n s e a m e n t o r e f e r i d o em Lc 2,1 e s i l e n c ia d o p o r F lá v io J o se f o '• nli.i nldo ex ig id o p o r A u g u s t o a H e r o d e s co m o s in a l de r e n o v a d a s u b m is s á o . Cf. U. Mui /.mi isi i: ií , S to r ia d e t t e m p i . , , , 2Hss. 28 CAPITU LO I: O AM BIENTE DE JESUS patro . A m orte o colheu em Jericó pela P áscoa do ano 750 de Roma ( = 4 aC ). Jesus tinha en tão dois ou três a n o s .4 Os sucessores Ao m orrer, H erodes deixava o reino a três dç de H erodes seus íilhos: A rquelau e ra designado rei da Judéia, Sam aria e Idum éia;  ntipas, da G aliléia e P eré ia ; Filipe, das regiões seten trionais (Itu ré ia , T raconítide, G aulanítide, Ba- tanéia, A uran ítide). M as o testam ento devia ser ra tificado p o r A ugusto : a s itu a ção ccm plicou-se pela insurreição que explodiu logo em Jerusalém naquela P áscoa, enquanto os herdeiros entravam em litígio en tre si. A fim de defender mais eficazm ente seus direitos, A rquelau partiu p ara R om a; seguiu-o logo um a legação de judeus p a ra pedir aos rom anos a abolição do regim e herodiano e a anexação à província da S íria (cf. Lc 19,12.14.17);  ntipas tam bém partiu p a ra Roma. No en tan to o incêndio da revolta deflag rava- se na Judéia e na P eré ia ; a G aliléia, onde Jesus crescia, estava em ebulição, ag itad a p o r um certo Judas (A t 5 ,37); com bateu-se desesperadam ente em Séforis, a poucos km de N azaré, m as o legado da Síria, Q uintílio V aro, logrou su b jugar os revoltosos; a rep ressão foi te rríve l: dois mil judeus foram crucificados. A ugusto no en tan to tinha ratificado o testam ento de H erodes, porém com algum as m odificações: A rquelau devia con ten tar-se com o m odesto título de etnarca , enquanto  ntipas e Filipe eram proclam ados te tra rca s das respectivas regiões, exercitando o poder sob o controle do legado da S íria, como vassalos de Roma. O reino de H erodes M agno não existia mais. A rquelau m ostrou-se digno descendente de H erodes, cruel, cínico e despótico (M t 2 ,22); depôs p o r duas vêzes o sum o sacerdo te ; desposou contra a lei judaica a cunhada G lafira, repudiando a espôsa legítim a, exacerbou o povo com im pos tos pesados p ara continuar a trad ição de m agnificência do pai. N ão podendo m ais supo rta r, judeus e sam aritanos enviaram um a legação a A ugusto, o qual e s ta vez os o u v iu 3: A rquelau foi deposto e enviado ao exílio em V iena na G ália (6 dC ). O govêrno do seu te rritó rio foi confiado a um procu rado r rom ano. H erodes  n tipas (cham ado sim plesm ente H erodes nos Evangelhos, n as m oedas, em F l á v io J o s e f o , e designado como rei, conform e o uso popular, nos E van gelhos) habitou prim eiro em Séforis, m as em seguida (en tre 12 e 22 dC) cons tru iu um a capital de gôsto helenístico, à m argem ocidental do lago, denom inando- a T iberíade, do nome do im perador T ibério . Foi o soberano que reinou na época de Jesus do qual teve várias vêzes que in teressar-se (Lc 9,7ss; 13,32; 23,6ss). M antém um a conduta de am izade e de obséquio form al p ara com o judaísm o religioso, chegando mesmo a ir a Jerusalém nas festas da pereg rinação (Lc 23,7) e apoiando jun to de T ibério as reivindicações dos judeus contra P ila tos, e isso talvez foi a ra iz da inimizade cordial en tre os dois (Lc 23,12). A ru ína lhe vem da cunhada H erodíades, m ulher de seu irm ão Filipe, a qual êle se uniu em m atrim ônio depois de te r repudiado a m ulher legítim a, filha de A retas IV, rei dos nab a teu s: daí nasce um a gu erra com A retas, term inada com a d erro ta de H erodes, enquanto o escândalo e a abom inação dos judeus culm inavam na p regação profética de João B atista , que o rei, p a ra con ten tar H erodíades, m andou p render na forta leza do M aqueronte e decap itar, em bora com p esa r (M t 14,2ss). Foi ainda a am bição de H erodíades que o induziu a ir a Rom a ped ir a G aio C alígula o títu lo de rei, como o tinha obtido naqueles d ias o sobrinho A gripa (37 dC) ao qual o im perador concedera nada m enos que a Judéia, a Sam aria e a Idum éia, sub tra indo -as aos p rocuradores rom anos. M as 4 S eg u n d o Mt 2,1088 uma d as ú lt im as crue ld ades do m onarca v e lho c d escon f ia d o foi o m a s sa c re d as cr ia nças de Belém e cerca n ias quando da n otic ia do n a sc im en to do "Rei dos ju deus" . O fato, m esm o nflo sen do co n f irm a do p ela s tes tem u n has p ro fa n a s , Insere-se num c o n tex to h is tóric o p len am en te ace itável • n T á c i t o . À n n . . 11. A a. § 2. 0 DOMÍNIO DOS ROMANOS E DOS HERODES 29 os agen tes de A gripa precederam o inepto rei diante do im perador o qual, depois de tê-lo escutado, o relegou ao exílio em Lião (39 dC ), passando seu reino a Agripa. Filipe aparece na h istó ria como o m elhor dos filhos de H erodes. Seu reino na T ran sjo rd ân ia do norte e ra constituído em m aioria por pagãos que êle adm i nistrou sabiam ente sob a p ro teção de Roma. À su a m orte (34 dC) os te rritó rio s foram anexados à província da S íria (34-37), antes de p assar às m ãos de A gripa (41), o qual logrou assim reunir por breve tem po em suas m ãos todo o antigo principado de H erodes M agno (41-44 dC ). O p rocurador rom ano D estituindo A rquelau, A ugusto, em vez de anex ar a P alestina ao legado im perial da S íria, tinha preferido nom ear um procu rado r que a governasse em seu nome. Aos dois tipos de províncias rom anas, senatórias (confiadas ao senado e governadas por um procônsul) e im periais (governadas d iretam ente pelo im perador m ediante um le gado p ro te to r) , v iera com efeito acrescen tar-se há pouco o tipo das províncias procuratórias, p a ra os casos m ais delicados: o im perador assum ia pessoalm ente 0 com ando, exercitando-o por meio de um procu rado r proveniente da ordem eqüestre. O p rocu rado r da Judéia e S am aria recebia po r isso d iretam ente do im perador todos os seus podêres, a saber, legislativo e judiciário , além do encargo de a rrecad a r os tr ib u to s; até o poder capital, sub tra ído à au to ridade judaica, era tran sfe rido às suas m ãos, como a testam F i l o 6 e F l á v i o J o s e f o t, além de Jo 18,31 e a unânim e n arração da Paixão dos Sinóticos. “ Q uanto ao poder militar, suas fôrças eram muito m odestas, não tendo à disposição verdadeiras e p róprias legiões, m as som ente tropas auxiliares recru tadas no lu g ar: cinco coortes de in fan taria (um a coorte = cêrca de 500 so ldados) e um a a la de cavalaria. E ra natu ra l po rtan to que dependesse sob êste respeito do legado da Síria, o qual tinha à sua disposição, no dizer de T ácito , quatro legiões. A resi dência habitual e ra C esaréia, a cidade helenística fundada por H erodes; du ran te as festas em Jerusalém subia tam bém êle à capital po r motivos de ordem , com um forte contingente de tropa , instalando-se no an tigo palácio real ou na fo r taleza A ntônia, a noroeste do Tem plo, aum entada por Herodes. O prim eiro p rocu rado r nom eado por A ugusto foi Capônio (6-9 dC ); sucedeu- lhe Marco Am bívio (9-12),  nio Ruf o (12-15), Valério G rato (15-26) e final- mente Pônei o P ila tos (26-36). F i l o assim o descreve: “Cruel po r na tu reza , não recuava d iante de n ada na dureza de seu c o ra ç ã o . . . sob seu govêrno reinava o orgulho, a a rrogância , a insolência; o país estava abandonado à pilhagem , opres- i.o, u ltra jado de todos os m odos” . 0 N ão m enos severo é o juízo de F l á v i o J o s e f o . 10 1 les ainda narram afron tas e provocações infligidas à consciência juda ica : um a vc/,, en trando em Jerusalém com o estan d arte desfraldado osten tando a efígie do im p erad o r11, uma ou tra vez apossando-se do dinheiro do T em plo p a ra a construção de um a q u e d u to 11; no p rim eiro caso, de n ad a valendo os violentos p ro testos dos judeus, foi necessária um a ordem de T ibério p ara que o estandarte re to rnasse à C esaréia; no segundo, reben tando um a revolta entre o povo, P ila to s l«v um m assacre tra içoeiram ente; é possível que se re fira a esta c ircunstância a nlusflo de Lucas aos galileus cujo sangue P ila tos tinha m istu rado com o sangue d r seus sacrifícios (13,1). U m a rep ressão a m ão arm ada dos sam aritanos que " l . v a a t lo 30, 307. ' A n l. 20, 9, I, § 199-203; G u erra 6, 3, 3, § 300-309. 11 Cl II. lloi.ZMlílSTER, Z u r F ra g e B lu tg e r ic h ts b a r k e i t d e s S y n c d r iu m s , em B ib l. 19, 1938, 11 VI LM 172. “ F i m , L e g a t lo 3H, 3 0 l s . Anl. IS, 4, 2, § 89. " l i AVIO Iosi h i , A n l 18, 3, I, 8 35-99. " Idem, All l 18, 3, 2, 8 (10. 30 CAPITULO I: O AM BIENTE DE JESU S aco rreram ao m onte G arizim seguindo as pegadas de um pseudom essias, provocou a in tervenção de Vitélio, legado da S íria, o qual enviou o p ro cu rad o r a Roma p a ra desculpar-se d iante de T ib é r io .13 D uran te a viagem de P ila tos m orre T ibério. D e tal modo P ila tos desaparece da cena política, m as seu nome estava já indis- solúvelm ente ligado com o de Jesu s: “O nom e dêles (dos cristãos) vinha de C risto, que sob o reinado de T ibério foi condenado ao suplício por ordem do p rocurador Pôncio P ila to s”. 14 D everes e privilégios Além de receber dos Rom anos a m oeda e so fre r dos judeus a p resença das fôrças arm adas, os judeus esta - vam obrigados p a ra com o im perador ao ju ra m ento de fidelidade e aos tribu tos. O prim eiro, em vista da autonom ia reconhe cida aos hebreus quanto à relig ião , não ia além de um obséquio civil, m as os segundos subordinavam realm ente a P alestina aos in teresses do im pério. A quota dos im postos diretos e ra determ inada com base no recenseam ento, e a a rreca dação o p rocu rado r providenciava m ediante funcionários de estado recru tados no lu g ar; além dos im postos pelos bens imóveis, exigia-se de todos indistin ta m ente o tr ib u to pessoal (êjuxEcpodio-v, cap itação) ao qual estavam obrigados todos os de m aior idade (cf. Mc 12,14 e 11. pp .). A arrecadação dos principais tr i bu tos indiretos ao invés (tax a aduaneira ou a lfandegária etc.) e ra dada m ediante con tra to a privados (publicanos) aos quais se encarregavam d iretam ente da sua a rrecadação . Existiam p a ra ta l fim na antigü idade verdade iras societa tes publica- tiorum com acionistas, capitais, dividendo e um a m ultidão de em pregados suba l ternos. 15 Pelo E vangelho sabem os que Levi-M ateus era um em pregado da a lfân dega de C afarnaum (Lc 5 ,27), enquanto Z aqueu era chefe dos publicanos em Jericó (Lc 19,ls ) . A au to ridade rom ana g a ran tia os arrecadado res de im postos con tra o povo, m as ninguém g a ran tia o povo con tra as arb itra ried ad es dêles. E ’ conhecida a p regação do B atista a respeito dêles: N ão exijais m ais do que aquilo que vos fo i estabelecido (Lc 3,13). E ’ n a tu ra l que o povo detestasse ta l ca tegoria de p esso as: além de exercer um a profissão por si m esm a odiosa e incontro lada, êles represen tavam e serviam o opressor estrangeiro em prejuízo dos conacionais. D aí deriva a associacão do têrm o publicano ao de pecador (M t 5,46; 21,31 s). G aran tida a paz, a obediência política e a contribuição reg u la r dos tributos, Roma, como era sua praxe, não inquietava os vencidos, os quais podiam desen volver a p róp ria vida segundo as usanças p á tria s e as disposições da ordem in terna im perturbàvelm ente. C ontudo os judeus, devido às ca rac terísticas de seu credo religioso e o ordenam ento sacra l da sua sociedade, gozavam ainda de privilégios particulares, cuja concessão rem ontava em pa rte a Júlio C ésar. T ais privilégios e ram : a isenção do culto do im perador, a exoneração do serviço m ilitar, a rem oção dos e s tandartes m ilitares rom anos do te rritó rio judaico, a isenção do foro judicial no d ia de sábado , a au to rização p a ra m a ta r qualquer pag ão que ousasse e n tra r no in terio r do tem p lo 10, o salvo-conduto p a ra a rrecad ar n a d iáspora o tribu to p a ra o Tem plo e levá-lo a Jerusalém . A an istia pascal de que falam os evangelhos (Mc 15,6 e 11. pp.) não é com provada por docum entos p ro fanos; o contexto histórico todavia lhe confere g rande verossim ilhança. Igual m ente parece que se deva a trib u ir a um privilégio dos judeus o fato de que 13 FLÁVIO JOSEFO, Ant. 18, 4, 2, § 89. 14 TÁCITO, A n n ., XV, 44. 15 O " D ig e s to ” (X X X IX ) afir m a: P u b lic a n i d ic u n tu r q u l p u b lic a v c c tip a l la h a b e n t cn n d u c ía . xt No ano 1871 foi en co n tra d a uma lápide n as im edia ções do tem plo , a tu a lm en te em C onstan t in op la , com a in scr ição em grego: “ Nenhum es tra n g e iro ponha o pé dentro do pAtlo OU do recinto do T e m p lo . Quem frtr surpreen d id o aerá r t l p o n s á v t l pala lUfl r t i M Cf. CLKRMONT-OANNKAU, R cvuc A rch éo lo u iq u c 23, 1872, 214-34; VV I >i ITI NMI Udl lt, O rlc n t l s (ir. InicrlottoM» ■'/. " B98i O Ricciotti, Storia >h itrotlo II» I99i; K QALLINO* Ttxtbuch ur ( i e i c h lc h t c I t r a c h , T ü b in gen 1090, n 92. § 2. O DOMfNIO DOS ROMANOS E DOS HERODES 31 Jesus fosse conduzido ao suplício vestido com suas vestes (Mc 15,20 e 11. pp .), <'in vez de nu, como era a p raxe rom ana. A d e c á p o le e as c id a d e s O quadro político da P alestina no tem po de Jesus h e le n ís t ic a s C risto com preende ainda uma série de cidades, as quais, em bora sendo tr ib u tá rias dos rom anos, gozavam de autonom ia em relação tan to a H erodes e seus descendentes como no procurador rom ano da Judéia, estando em d ire ta dependência do legado da Siria. A razão dêste fato deve ser p rocu rada no ca rá te r étnica e culturalm ente lielenístico da sua população, a qual, não v ingando am algam ar-se com a nação judaica, obteve de Pom peu, no dia em que se tornou senhor da P alestina, a liberdade .17 Uma dezena destas cidades, tôdas além do Jordão , com exceção de ritó p o lis , form ava uma espécie de confederação, a D ecápolis Syríae ou Decapoli- lim a regio como a cham a P l ín io , o V elho .18 Faziam parte da D ecápole: D am asco, Hipos, G ádara ” , R áfana, C ânata , Ci- lópolis, Pela , Dium, G érasa e ou tras cidades menores. Jesus estêve várias vêzes na D ecápole onde curou um surdo-m udo (Mc 7,31-37) e aquêle possesso que se tornou o prim eiro evangelizador da reg ião (Mc 5,2-20); m ultidões da D ecápole o oguiram sobretudo nos inícios de seu m inistério (M t 4,25). Em situação análoga de cidades livres como as da D ecápole estavam algum as i idades helenísticas do lito ral f ilis teu : G aza, Azoto, Jâm nia, Jope, T ô rre de l s t ra tão ( = C esaré ia : que se tornou capital da província rom ana com o advento ilos p rocuradores rom anos), Apolônia, D ora, T olem aida. D eixadas, ao que parece, de p a rte pela p regação de Jesus, elas to rnaram -se tea tro da p rim eira p regação apostólica in teressando vivam ente à h istó ria da Ig re ja nascente. " Cf, 1'I.AVIO JOSliTO, Anl. 14, 4, 4, § 74s . N a l lilsl. 15, 3, 15; 5, 19, 77 rurtlciiliirincnti- cé lehrc peln ciilliirn cra a c idade de G ád ara , verdadeiro centro do lirli idninn no nnihlonlc p a les t in en se . T o rn a ra m f a m o s a a c idade entre o i l l sécu lo aC e o I « én i lo dC n t l lósn ln c ln lco Monlpo, o p o e ta M ctcagro, o orador T c o d o r o c o f i ló so fo • p lrm rtt IMIodontn. 3. A ORGANIZAÇÃO RELIGIOSO-CIVIL DO JUDAÍSMO B i b l i o g r a f i a Cf . o § 2. A lém d is s o , p a r a ê s t e e o s §§ s e g u in t e s c i t a m o s : I. ABRAHAMS, S tu d ie s in P h a r is e ism a n d th e G o sp e t, 2 voll . , C a m b r i d g e 1917; F . j . JACKSON-K. LAKS, T h e B e g in n in g o f C h r is t ia n i ty , I, v o l . I: T h e fe w is h , O e n tile a n d C h r is tia n B a c k g r o u n d , L o n d o n 1920; G. K i t t e l , U rc h r is t e n tu m , S p ü tju d e n tu r n , H e lle n is m u s , S t u t t g a r t 1926; C. F . M o o r e , fu d a is m in th e F ir s t C e n tu ry o f th e C h r is tia n E r a , 3 vo ls . , H a r v a r d 1927- 1930; M. J. LAGRANGE, L e J u d a lsm e a v a n t J é su s C h r is t , P a r i s 1931; P. V o l t z , D ie E s c h a to to g ie d e r fü d isc h e n Q e m e in d e im n e u te s ta m e n tl ic h e n Z e i ta l te r , T ü b i n g e n 1934; J. B o n s i r v e n , L e Ju d a lsm e p a le s t in ie n a u te m p s d e J é s u s - C h r i s t 2 v o l s . , P a r i s 1934-1935; IDEM, Ju d a ísm o p a le s t in ie n au te m p s d e J é su s -C h r is t , in D B S IV, 1949, 1143-1285 ( c o m r ic a e e x a u s t iv a b ib l i o g r a f i a ) ; o a m p lo a r t i g o foi t r a d u z i d o em i t a l i a n o p o r G. M a r i g l i a n o , II G lu d a lsm o p a le s t in e s e a l te m p o d i G esit C r is to , T o r i n o 1950; E . R. GOODENOUGH, Je w ish S y m b o ls in t h e ' G rc c o -R o m a n P e r io d , N ew Y o r k 1954ss; o b r a m o n u m e n t a l q u e c o m p r e e n d e r á 6 v o ls . , d o s q u a i s j á f o r a m e d i t a d o s 4 ; o A u to r se p r o p õ e u m a n o v a i n t e r p r e t a ç ã o do J u d a í s m o . S in t e s e s ú te is se e n c o n t r a m e m : J. M. VOSTÉ, D e s e c t is J u d a e o ru m te m p o r e C h r is ti, R o m a 1929; J. J e r e m i a s , G r a m m a te ú s , em T h W b N T 1, 1938, 740-2 ; A. ROMEO, II s a c e r d o z io d 'I s r a e le , em E n c ic lo p é d ia d e i S a c e r d o z io , F i r e n z e 1953, 393-498 ; W . D . DAVIES-D. DAUBE, T h e B a c k g r o u n d o f th e N .T . a n d i t s E s c h a to to g y , em S tu d ie s in H o n o u r o f C. H. Dodd, C a m b r i d g e 1956; S. W . B a r o n , H is to ire d T s r a é l . V ie so c ia le e t r e lig ie u s e . I - I I , L e s p r e m ie r s s iè c le s d e V è re c h r é t ie n n e , P a r i s 1957. D e p a r t i c u l a r i n t e r e s s e p a r a a r e l a ç ã o e n t r e j u d a í s m o e N ôvo T e s t a m e n t o s ã o os s e g u in t e s e s tu d o s : H. S t r a c k - P . BILLERBECK, K o m m e n ta r z u m N e u e n T e s ta m e n t a u s T a lm u d u n d M td r a s h 2, 4 v o l s . , M ü n c h e n 1957; o b r a c o m p l e t a d a de a m p l o ín d i c e p o r K. A d o l p h s o b a d i r e ç ã o de J. J e r e m i a s , R a b b in is c h e r In d e x , M ü n c h e n 1956; L. GOPPELT, C h r is te n tu m u n d J u d e n tu m im e r s te n u n d z w e ite n J a h r h u n d e r t. E in A u fr i s s d e r U rg e sc h ic h te d e r K irc h e , G U te r s loh 1954; J. B o n s i r v e n , T e x te s r a b b in iq u e s d es d e u x p r e m ie r s s iè c le s c h r é t ic n s , R o m a 1955; D. D au bÈ , T h e N e w T e s ta m e n t a n d R a b b in ic J u d a ism , L o n d o n 1956; e a s o b r a s c i t a d a s de B o n s i r v e n . P a r a o m o v i m e n t o re l ig io s o de Q u m r â n e os no v o s p r o b l e m a s h i s tó r i c o s e re l ig io s o s , r e m e t e m o s à s i n d i c a ç õ e s b ib l i o g r á f i c a s d a p. 41ss. Sacerdócio e pontificado Como nos tem pos passados os sacerdo tes conti nuavam a rep resen tar, teoricam ente ao m enos, a aristocrac ia espiritual da nação. E stavam repartidos, como no tem po de Davi, em 24 classes ou ca tego rias (êcpriuEoím). cada um a delas presid ida p o r um chefe, e se revezavam sem analm ente nos m últiplos serviços do Tem plo ( lC rô n 24.3-19); cf. 2Rs 11,9; Lc 1,5-8.23). A an tiga ta re fa que lhes fô ra confiada pela Lei (D t 17,8-12; 31,9-13) de in stru ir e fo rm ar o povo no conhecim ento das E scritu ras tinha-se-lhes p raticam ente escapado das mãos, usurpado pelos escribas. E ntre o pessoal adido ao Tem plo havia tam bém os levitas, m as infelizm ente sôbre êles — no nosso período — se sabe muito pouco. Dêles não falam os dois livros dos M acabeus, o au to r do Eclesiástico tam bém silencia a respeito dêles, e F l á v io J o s e f o rom pe o silêncio som ente p a ra anunciar, com indignação, que os levitas tiveram o atrevim ento de pedir e o b te r de A gripa II a túnica b ranca a té então reservada aos sace rd o te s .3 N o N T os levitas são nom eados trê s vêzes: Lc 10.32; Jo 1,19; At 4,36. Chefe dos sacerdo tes e dos levitas e ra o sum o sacerdote (ó ãpxcEoeúç) o qual desem penhava a função de chefe da nação reunindo em si o poder relig ioso e o poder civil; êste últim o — como vimos — podia se r inde pendente ou dependente, de modo com patível com a sabedo ria de Roma. Depois do exílio, a eleição p a ra o sum o sacerdote era feita não m ais por consagração , tendo desaparecido, com a destru ição do Tem plo, o óleo sacro p ara a unção (cf. Êx 29,7). m as por sim ples investidura. Os rom anos depois, seguindo as pegadas dos soberanos selêucidas e de H erodes, avocaram -se o d ireito de nom ear e depor os sum os sacerdotes conform e o próprio parecer e os in teres ses da situação. Isto explica como o elevado carg o se tivesse to rnado no tem po de Jesus m onopólio de algum as fam ílias sem escrúpulos, avassa ladas no estrangeiro . A tribuição fundam ental do sum o sacerdo te perm anecia aquela tradicional de purificar o povo no dia da E xpiação (10 T isri, cf. Lev 16; llb r 9,7.25) e de vigiar quer sôbre o desenvolvim ento do cullo, quer sôbre a aplicação da Lei. 1 FLÁVIO JOSIÍI'0, Alll. ao, II, I), b 211. 2IH § 3. A ORGANIZAÇÃO RELIGIOSO-CIVIL DO JUDAÍSMO 33 T inha-se introduzido todavia e reforçado paulatinam ente o costum e de fazer pon tificar o sum o sacerdo te n a s m aiores so lenidades do ano. N a época de Jesus Cristo, além disso, êle e ra o chefe na tu ra l da assem bléia suprem a do povo judaico, o sinédrio. Sinédrio e escribas O aparecim ento do sinédrio não deve ser estranho ao influxo e exemplo de m uitas cidades helenísti- cas governadas precisam ente po r um senado de anciãos. D êste senado falam pela prim eira vez os livros dos M acabeus (IM ac 112,3; 12,6; 14,28; e 2M ac 1,10; •1,44; 11,27). Dêie fa ia m a is vêzes F l á v io J o s e f o , m as a principal fonte se en contra no tra tad o Sanhedrin do T u im u d e .2 Os prim eiros testem unhos p a ra o têrm o “sinédrio” são os escritos do N T e F lá v io J o s e f o . No tem po de Jesus e ra o ó rgão diretivo suprem o da n a ç ã o para negócios in ternos de n a tu reza religiosa, adm inistrativa e judiciária, com exclusão apenas da pena de m orte, que os rom anos tinham reservado p a ra si. A su a au toridade e ra efetiva sôbre tôda a Judéia e ao m enos m oral sôbre o resto da Palestina e sôbre os hebreus da d iáspora. Os m em bros eram 70 (cf. Êx '.M,1.9; Núm 11,16), mais o sum o sacerdo te , e se reuniam quando eram con vocados na “sa la das p ed ras esq u ad riad as” (liska t ha -gâztt), localizada pelos estudiosos no ângulo sudoeste do á trio in terno do Tem plo. T rê s ca tego rias de pessoas participavam dèsse conselho su p rem o : os pon- llfices, os escribas, os anciãos; e todos três são m encionados exatam ente pelos evangelhos (cf. M t 27,41; Mc 11,27; 14,45-53; 15,1; Lc 20,1 etc.).
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