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MANUAL BÍBLICO SBB M issão da Sociedade Bíblica do Brasil: Difundir a Bíblia e sua mensagem a todas as pessoas e a todos os grupos sociais como instrumento de trans formação espiritual, de fortalecimento de valores éticos e morais e de desenvolvimento cultural e social. M251M Manual Bíblico SBB ; tradução de Lailah de Noronha. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil, 2008. 816 p. : il. ; 24,5 cm. Textos bíblicos: Almeida Revista e Atualizada, 2. ed. ©1993 e Nova Tradução na Linguagem de hoje, ©2000, Sociedade Bíblica do Brasil. Título em inglês: The New Lion Handbook to the Bible. 978-85-311-1118-1 1. Bíblia Sagrada 2. Manuais Bíblicos 3. História da Bíblia 4. Terras Bíblicas I. Sociedade Bíblica do Brasil II. Noronha, Layla de CDD - 220.9 Copyright do texto © 1999 Pat e David Alexander Edição originalmente publicada em inglês com o nome The New Lion Handbook to the Bible Traduzido para o português a partir da terceira edição em inglês Copyright da edição inglesa © 1999 Lion Hudson plc Copyright desta tradução © 2008 Sociedade Bíblica do Brasil Consultores: Rev. Dr. G. Mike Butterwort, Dr. David Instone-Brewer, Rev. Dr. R. T. France, Dr. Sue Gillingham, Alan R. Millard, Rt. Rev. John B. Taylor, Dr. Stephen Travis, Dr. Ben Witherington Os direitos morais dos autores foram assegurados Publicado no Brasil por Sociedade Bíblica do Brasil Av. Ceei, 706 - Tamboré Barueri, SP - CEP 06460-120 Caixa Postal 330 - CEP 06453-970 www.sbb.org.br - 0800-727-8888 Tradução: Lailah de Noronha e Sociedade Bíblica do Brasil Revisão, edição e diagramação: Sociedade Bíblica do Brasil Os textos bíblicos citados foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada, 2a edição © 1993 Sociedade Bíblica do Brasil, e da Nova Tradução na Linguagem de Hoje, © 2000 Socie dade Bíblica do Brasil Muitos dos textos são assinados e representam o ponto de vista dos autores. O conteúdo dos textos é de inteira responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a posição da Sociedade Bíblica do Brasil, que publica a presente edição no intuito de servir o Senhor Jesus Cristo e ajudar o leitor a conhecer melhor o Livro Sagrado. Impresso e encadernado na Eslovênia EA973MB - 12.000 - 2008 - SBB http://www.sbb.org.br MANUAL BÍBLICO SBB Editado por PAT E DAVID ALEXANDER Sociedade Bíblica do Brasil Lista de abreviaturas usadas Prefácio Abreviaturas gerais d.C. depois de Cristo s., ss. seguinte(s) a.C. antes de Cristo NT Novo Testamento cf. conferir AT Antigo Testam ento cap., caps. capítulo(s) v., vs. versículo(s) p. ex. por exem plo p- página etc. et cetera Livros bíblicos Gn Gênesis Na Naum Éx Êxodo Hc Habacuque Lv Levítico Sf Sofonias Nm Números Ag Ageu Dt Deuteronôm io Zc Zacarias Js Josué Ml Malaquias Jz Juizes M t Mateus Rt Rute Mc Marcos ISm ISamuel Lc Lucas 2Sm 2Samuel Jo João 1 Rs IReis At Atos 2Rs 2Reis Rm Romanos lCr 1 Crônicas IC o ICoríntios 2Cr 2Crônicas 2Co 2Corintios Ed Esdras Gl Gálatas Ne Neemias Ef Efésios Et Ester Fp Filipenses Jó Jó Cl Colossenses SI Salmos ITs ITessalonicenses Pv Provérbios 2Ts 2Tessalonicenses Ec Edesiastes ITm 1 Tim óteo Ct Cântico dos Cânticos 2Tm 2Tim óteo Is Isaías Tt Tito Jr Jeremias Fm Filemon Lm Lamentações Hb Hebreus Ez Ezequiel Tg Tiago Dn Daniel IPe 1Pedro Os Oséias 2Pe 2 Pedro Jl Joel IJo IJoâo Am Amos 2Jo 2João Ob Obadias 3Jo 3João Jn Jonas Jd Judas Mq Miquéias Ap Apocalipse A B íblia é o livro m ais d is tr ib u íd o e lid o do m u n d o . A lguns a lêem p o r cu riosidade, a lguns com o p a rte de um a busca espiritual, outros por causa do seu rico le g ad o cu ltural. Este M an u a l foi criado para ser usado co m a Bíblia; para estar ju n to de la . N âo é ap enas para referência, fa lando ao le itor sobre a B íblia. A in te n ção é reun ir in fo rm ação q u e an tes só p o d ia ser en contrad a em vários livros d e referência d ife re n tes. Isto é fe ito ta n to v isua lm ente co m o pela p a la vra escrita. As ilustrações, os m apas e d iagram as são inclu ídos, não para e m b e le za r o tex to , mas para esclarecer seu sign ificado . O M a n u a l p o d e ser usado com q u a lq u e r versão ou tra d u ç ã o da Bíblia. ' A lém d e ser um livro para ser usado co m a Bíblia, o M a n u a l ta m b é m estará ju n to ao le itor, co nvidativo e acessível. Ao ed ita r o M anual t ín h a mos em m e n te as pessoas que estão co m eç an d o a estudar a Bíblia. Assim, n e n h u m co n h ec im e n to prévio é necessário. Os vários co laboradores es p e cializados co m u n icam d e fo rm a sim ples — não sim plista. Term os técnicos são usados o m ín im o possível. Q u an d o são usados, são explicados. O o b je tiv o p rin c ip a l é a ju d a r os le ito res a en te n d e r o p róprio te x to da Bíblia. As seções-guia — Parte 2 sobre o A ntig o T estam en to e Parte 3 sobre o N ovo — analisam cada livro, p a rte por p a rte , re s u m in d o e fa z e n d o an o ta ç õ e s o n d e exp licações são necessárias. P eq u en o s a rtig o s d e destaqu e, escritos p o r especialistas, p e rm ite m q u e interesses específicos sejam investigados em m aior de ta lhe . Os passos seguintes são in te rp re ta r o q u e é lido e apreciar o que a Bíblia p o d e nos d izer hoje. Isto significa descobrir se um d e te rm in a d o livro é escrito com o poesia ou prosa, história ou carta — e seu co n tex to histórico. Os d iagram as e a r ti gos na Parte 1 fo ram pro je tados para a ju d ar nesta parte . E a Parte 4, o A uxílio Rápido, fac ilita e agiliza a localização d e in fo rm ação sobre personagens, lugares, assuntos e ilustrações. A brir a Bíblia em Gênesis e ler d ire to a té A p o calipse g e ra lm e n te não é a m e lh o r m a n eira de com eçar! "C om o Ler a Bíblia" (na Parte 1) o fe re ce várias alternativas úteis. O M anual p o d e estar sem pre à m ão, q u a lq u e r q u e seja o p o n to d e par tid a d o leitor: um livro da Bíblia, um personag em bíblico, um a questão específica, a rqu eolog ia b íb li ca, cu ltura, literatura. A lgum as pessoas p re fe rem um a le itura mais superficial; outras gostam d e ir a fu n d o . Por que uma edição completamente nova? 0 M anual fo i p ub licado pela p rim eira vez em 1973. Em 1983 foi revisado levan d o em considera ção as novas traduções im p o rtan te s q u e haviam surgido n a q u ele período . Em 25 anos, as vendas ating iram a m arca dos três m ilhões e o M anual já foi p u b lica d o em 2 8 línguas em to d o o m un do . Nas palavras d e um ed ito r asiático, e le se tornou um a "obra seminal". O p ro p ó s ito desta revisão m ais a m p la é ser v ir os le ito re s no n o v o m ilê n io . S e n tim o -n o s es tim u lad o s a reescrever o te x to e re fo rm u la r a obra c o m o u m to d o . Tem os m u itas fo to g ra fias novas para a ju d ar a im a g in a r o passado e o livro te m m apas e d ia g ram a s novos. O m anual levou em consideração as nov idad es na área da pesquisa b íb lic a e co loca a B íblia b e m d e n tro de seu c o n te x to histórico. Ele ta m b é m re fle te as preocupações m ais recentes dos le itores. C onvi dam os m u ito s co la b o ra d o re s novos, h o m en s e m ulheres, para c o m p a rtilh a r seu co n h ec im e n to . Um poeta fala sobre Salm os, um a au to ra ta le n tosa com m uitos anos d e ex p eriê n c ia no O rie n te M é d io escreveu es tu d o s so bre as m u lh eres da Bíblia. Levam os em co n ta os interesses tia s pes soas — no c u id ad o co m a criação, nas histórias (que tê m um p a p e l tã o im p o rta n te na narra tiva da Bíblia), na justiça , no p a p e l da m u lher, n u m a sociedade m u ltirre lig io sa , no lugar da B íblia no m un do a tu a l.. . Com o nas ed ições an teriores , o tex to b íb lico foi considerado assim co mo ele ap arece em nos sas Bíblias, levando em conta seus tipos diferentes de literatura. A m aior p reo cupação é com o co n teúd o e significado da Bíblia, não com questões de interesse m e ra m e n te técnico. Nos assuntos em que há controvérsias, ten ta m o s m ostrar isso, sem necessariam ente en tra r no d e b ate . Somos gratos aos erud itos por co m partilharem os frutos do seu tra b a lh o com um púb lico mais am plo. As obras d e referência clássicas no nível mais acadêm ico fo ram fo n te vital d e in form ação. A gradecem os a todos q u e co ntribu íram com este livro d ire ta ou in d ire tam en te , co m p artilh an d o seu discern im ento sobre o en s in a m en to bíblico, dis p o n ib iliza n d o seu p ró p rio m ateria l, ou s im ples m e n te p o r seu en tusiasm o no es tudo da Bíblia e sua convicção d e sua relevância e seu p o d e r para trans fo rm ar vidas. Ta m b ém somos m u ito gratos àqueles qu e a ju daram d e tan tas outras form as. A lguns são m e n cionados em "A gradecim entos", em b o ra isto não faça jus ao valiosíss im o au x ílio v in d o d e várias fontes — desde d ire tores d e m useus e coleções àqueles qu e d eram hosp ed ag em , a juda, in fo rm a ção e acim a d e tu d o incentivo. Pessoalm ente, n e n h u m o u tro liv ro te v e um p a p e l tã o s ig n ific an te em nossas v idas q u a n to a B íblia. Esperam os q u e o M a n u a l na sua nova fo rm a a jude fu turas gerações d e le itores a e n te n der a Bíblia em to d a a sua atua lidade. Pat e David Alexander Oxford Conteúdo INTRODUÇÃO O ANTIGO À BÍBLIA TESTAMENTO Veja o índice completo à página 11 Veja o indice completo à página 97 Introdução 98 COMEÇANDO A ESTUDAR A BÍBLIA 12 A BÍBLIA N O S E U C O N T E X T O 24 Hl ENTENDENDO A BÍBLIA 44 INDO A HISTORIA 60 A BIBLIA HOJE 78 LIVROS” POESIA E SABEDORIA Jó a Cântico dos Cânticos 344 OS PROFETAS Isaías a Malaquias O NOVO TESTAMENTO Veja o índice completo à página 525 Introdução 527 AUXILIO RÁPIDO Página 779 OS EVANGELHOS E ATOS Mateus a Atos 538 AS EPÍSTOLAS Romanos a Apocalipse 674 REFERÊNCIA RAPIDA A MAPAS E DIAGRAMAS I Os livros da Bíblia 14 I Fazendo associações — a Bíblia e a história do mundo 26 i A Bíblia no seu tem po 28 I Entendendo a Bíblia 50 i A história do Antigo Testamento 100 I Israel nos tempos do Antigo Testamento 104 I Reis de Israel e Judá 306 I Os profetas no seu contexto 414 I Israel nos tempos do Novo Testamento 526 I A história do Novo Testamento 536 A u tores e C o lab orad ores David ePat Alexander, editores do Manual original; até 1994 respectivamente Diretor e Editora Chefe de Lion Publishing, Oxford: ■ Todas os fotografias (exceto aquelas descritos em Agradecimentos) foram tiradas especialmente por David Alexander ■ Esboço da Bíblia nas Partes 2 e l, com anotações e artigos por Pat Alexander, exceto aqueles atribuídos a oatrem Rev. David Barton, Chefe de Serviços de Informação, Diocese das Escolas de Oxford: ■ lacó, José, Davi, Retrato de Jeremias Rev. Dr. Craig Bartholomew, Pesquisador da Escola de Teologia e Estudos Religiosos, Escola Superior de Chetenhame Gloucester: ■ 0 texto e a mensagem Dr. Richard Bauckham, Professor de Estudos do Novo Testamento, Universidade de St Andrews: ■ Uma história do ponto de vista feminino (Rute), Perspectivas demulheres nos Evangelhos, Entendendo o Apocalipse R.J. Berry, Professor de Genética, Universidade de Londres: ■ Comentários de um geneticis ta (sobre nascimento virginal) Dr.John Bimson, Diretor de Estudos e Professor de Antigo Testamento, Faculdade Trinity, Bristol; autor de The World of the Old Testament; consultor. Illustrated Encyclopedia of Bible Places: ■ Recriando o passado, Vida Nômade, Vida Sedentária E. M. Blaikloch {in memorian) Professor Emérito dos Clássicos, Universidade de Auckland, Nova Zelândia: MA família Herodes, Um historiador avalia o Novo Testamento Rev.Dr. Gerald LBray, Professor a ngl ica no de Divin dad e, Escola de Divindade de Beeson, Universidade de Samford, Alabama; autor de Biblical interpretation, past and present: ■ Interpretando a Bíblia através dos séculos Rev. Dr. Richard A. Burridge, Deão do King's College, Londres, e Professor Honorário de Teologia; autor deWhatare the Gospels?, Four Gospels, One Jesus? e John na série People's Bible Commentary: ■ Estudando os evangelhos Rev. Dr. Mike Butterworth, Diretor de St Albans e Oxford Ministry Course; especialista em história do Amigo Testamento e Profetas: M Os Profetas George Cansdale (in memorian), Superintendente, Sociedade Zoológica de Londres: ■ A í codornlzes, Pescando no Lago da Galiléia Rev. Colin Chapman, Professor de Estudos Islâmicos, Escola de Teologia do Oriente Próximo, Beirute; escritor sobre conflitos entre árabes e israelenses e relações entre cristãos e muçulmanos; ■ A terra prometida,"Guerra Santa" Rabino Dan Cohn-Sherbok, Professor de Judaísmo, Departamento de Teologia e Estudos Religiosos, Universidade de Wales, Lampeter: w A Biblia Hebraica Rev. A. E. Cundall, ex-diretor, Faculdade Bíblica de Vitória, Austrália; autor de vários livros e estudos relacionados com d Antigo Testamento: ■ Examinando a cronologia dos reis Dra. Katharine Dell, Professora de Divindade, Universidade de Cambridge; Professora e Diretora de Estudos na Faculdade St Catherine; especialista em Jó e literatura de sabedoria: ■ Entendendo ló, Sabedoria em Provérbios e Jó John H. Eaton, ex-Professor de Antigo Testamento, Universidade de Birmingham; autor de estudos sobre Salmoseos Profetas: ■ Os Salmos em seu contexto D r. Mark Elliot, Professor de Teologia Histórica e Sistemática, Universidade de Nottingham: com Dr. Stephen Travis: M Lista Aprovada - 0 cânon das Escrituras, Livros deuterocanônicos Dra. Grace I.Emmerson, ex-membro do Departamento de Teologia, Universidade de Birmingham: ■ Entendendo Oséias MaryJ. Evans, Diretor do Curso de Vida e Ministério Cristãos e Professora de Antigo Testa mento, Faculdade Bíblica de Londres: ■ Profetas e profecia Rev. David Field, ex- vice-presidente, Faculdade Teológica de Oak Hill, Londres: m o reino de Deus Rev. Dr. R. T. (Dick) France, ex-diretor de Wyçliffe Hall, Oxford; estudioso do Novo Testamento e escritor: ■ Religião judaica no período do Hovo Testamento, Jesus eo Antigo Testamento, "Deus conosco" - a encarnação, O Antigo Testamento no Novo Testamento, A Dispersão judaica Frances Fui ler,autora, editora e ex-diretora de Baptist Publications, Beirute; tesidente do Oriente Médio pormuitosanos: ■ Sara, Agar, Retrato de Rute, Ana, Retrato de Ester, Maria, Marta e Maria, Maria Madalena Dr. David Gill, Professor sênior de História Antiga, Universidade de Wales, Swansea: ■ A província romana do Judéia, A cidade de Atenas, Governo romano, Cultura grega, A cidade de Roma, A cidade de Corinto, A cidade de Éfeso D r. John Goldingay, Professor de Antigo Testamento, Seminário Teológico Fuller. Pasadena, Califórnia; autor de Models for Scripture e Models for Interpretation of Scripture: ■ Dicas para entender (a Bíblia) Paula Gooder, Professora de Estudos Bíblicos, Faculdade Ripon, Giddesdon, Oxford; estudos especializados: evidência para crença no misticismojudaiconoNovo Testamento, teologia feminista, interpretação bíblica: ■ Entendendo (olossenses Rev.Dr. Michael Green, Estudioso do Novo Testa mento, autor e professor; Consultor de Evangelismo para os Arcebispos de Canterbury eYork: ■ “Boas Novos!'1- dos primeiros 'cristãos, Dons espirituais Rev. Geoffrey W. Grogan, ex-diretor, Instituto de Treinamento Bíblico, Glasgow: ■ 0 Espírito Santo em Atos Dr. P. Deryn Guest, Professor de Bíblia Hebraica, Universidade de Birmingham, Faculdade Westhill: ■ Entendendo Juizes Michele Guiness, Jornalista e escritora freelance judaico- cristà: ■ Páscoae a Última Ceia Dr. Donald Guthrie (in memorian), Vice-diretor, Faculdade Bíblica de Londres: ■ A Carfcri (revisado para esta edição pelo Rev. Dr. Stephen Motyer) Richard S. Hess, Professor de Antigo Testamento, Seminário de Denver, Colorado; especialista em Bíblia e Oriente Próximo antigo: ■ Nomes de pessoas em Gn 1— 11 Colin Humphreys, Professor de Ciência de Materiais, Universidade de Cambridge: MA estrela de Belém, 0 recenseamento Dr. David Instone Brewer, Pesquisador, Tyndale House and Library for Biblical Research, Cambridge: ■ Jesus e dinheiro, Jesus e as cidades, Jesus e as mulheres Rev. Philip Jenson, Professor de Antigo Testamento, Faculdade Trinity, Bristol: ■ Um estilo de vida: Os Dei Mandamentos, Sacerdócio no Antigo Testamento Dr. Philip Johnston, Professor de Antigo Testam ento, Wydiffe Hall, Oxford: ■ Posições do Antigo Testamento com relafão ao pós-morte Rev. F. D. Kidner, ex-Diretor deTjmdale House and Library for Biblical Research, Cambridge; ■ Poesia e sabedoria Dr. K. A. Kitchen, ex-Professor de Egípcio e Copta, Escola de Arqueologia e Estudos Orientais, Universidade de Liverpool: ■ Egito Dr. Nobuyoshi Kiuchi, Professor de Antigo Testamento, Universidade Cristã de Tóquio: ■ Sacrifício Dr. Todd E. Klutz, Seminário Teológico de Dallas e Faculdade de Wheaton; doutorado em demonologia antiga e exorcismo, Universidade de Sheffield; Professor de Novo Testamento, Universidade de Manchester: ■ Magia no Antigo Testamento J. Nelson Kraybill, Presidente do Seminário Bíblico Menonita, Elkhart, Indiana; autor de Imperial Cult and Commerce in John s Apocalypse: ■ Adoração do imperador e Apocalipse Dra. Melba Padilla Maggay, Presidente do Instituto de Estudos sobre Igreja e Cultura Asiáticas, Manila, Filipinas: ■ Perspectivas culturais: Oriente e Ocidente Dr. I. Howard Marshall, Professor de Exegese do Novo Testamento, Universidade de Aberdeen; estudos especializados - Lucas-Atos, as Cartas de João e as Cartas Pastorais (Timóteo eTito): M Os Evangelhos e Jesus Cristo, Os milagres do Novo Testamento Rev. Dr. Andrew McGowan, Diretor, Instituto Teológico Highland, Elgin: ■ Os doze discípulos de Jesus Alan R. Millard, Professor de Hebraico e Línguas Semíticas, Universidade de Liverpool; Membro da Sociedade de Antiquários e palestrante internacional sobre arqueologia bíblica: ■ 0 Antigo Testamento e o Antigo Oriente Próximo, Histórias da criação, Histórias do dilúvio, Abraão, Onde ficavam Sodoma e Gomorra?, Moisés, Cidades do conquista, Cananem e filisteus, A arca perdida, 0 templo de Salomão e suas reconstruções, 0 escriba, Os assírios, Os babilónios, Os persas Evelyn Mi ra nda- Felicran o, escritora e Professora, Instituto de Estudossobrea ig reja e Cultura Asiáticas, Manila, Filipinas: m A justiça e os pobres Rev.J.A. Motyer, ex-Professor de Antigo Testamento: m Os nomes de Deus, A importância do tabernáculo, Os Profetas (com Dr. Mike Butterwortb) Rev. Dr. Stephen Motyer, Professor de Novo Testamento e Hermenêutica, London Bible College: ■ /ls cartas, Paulo Rev. D r. Stephen Motyer, Professor de Novo Testamento e Hermenêutica, London Bible College: ■ ds Cartas, Paulo Rev. Dr. Michael Nazir-Ali, Bispo de Rocbester, ex-diretor da Church Mission Society e ex- bispo de Raiwind, Paquistão: ■ 0 Coroo e a Bíblia Dr. Stephen Noll, Professor de Estudos Bíblicos na Escola Ministerial Episcopal de Trinity, Amridge, Pensilvânia; autor de Anjos de Luz, Poderes das Trevas: Pensando biblicamente sobre anjos, Satanás e principados: m Anjos na Bíblia Meie Pearse, Chefe de Departamento, Faculdade Bíblica de Londres; Professor convidado de História da Igreja, Seminário Teológico Evangélico, Osijek, Croácia: ■ (Vosso mundo — o mundo deles Rev. Dr. John Polkinghorne, ex-professor de Física Matemática, Universidade de Cambridge; Membro da Sociedade Real: ■ A Bíblia do pomo de vista de um cientista Claire Powell, Professora de Novo Testamento, Grego, Cristologia, Hermenêutica e Gênero na Faculdade Cristã de Todas as Nações, Ware, Herts: ■ Mulheres de fé, A Bíblia do ponto de vista feminino Professor Sir Ghillean Prance, Diretordo Jardim Botânico Real, Kew, Inglaterra: ■ Pessoas como administradoras de Deus Dr. Vinoth Ramachandra, Secretário Regional da Associação Sul Asiática de Estudantes Evangélicos, Colombo, Sri Lanka; autor de Hecovery of Missions, Gods that Fail: ■ Jesus numa sociedade pluralista Dr. Harold Rowdon, Ex-professor e instrutor residente, Faculdade Bíblica de Londres; editor-chefe e secretário internacional de Partnership, uma rede de igrejas independentes: ■ Soldados romanos no Novo Testamento, Pilatos Rev.J. A. Simpson, Deão de Canterbury: a o nascimento virginal Reva.VeraSinton, Ex-diretora de Estudos Pastorais, V/ycliffe Hall, Oxford: ■ Questões sexuais na igreja de Corinto Rev. John B. Taylor, Estudioso do Antigo Testamento e ex-bispo de St Albans: ■ Introdução ao Antigo Testamento, Os “Cinco Livros", Historio de Israel Dra. Joy Tetley. Diretor do Curso Anglicano de Treinamento Ministerial, Cambridge: ■ Entendendo Hebreus Dr. Stephen Travis, Vice-reitor e diretor de Pesquisa, Faculdade de St John, Nottingham; especialista em Novo Testamento: M Lendo o Bíblia; com Dr. Mark Elliot: ■ Lista aprovada - o "cânon" das Escrituras, Livros deuterocanônicos Steve Turner, poeta, jornalista eautorde vários livros de poesia e biografa; ■ Salmos do ponto de vista de um poeta Rev. Dr. Peter Walker, Professor de Novo Testamento, Wycliffe Hall, Oxford; autor de Jesus and the Holy City. ■ Jerusalém no período do Novo Testamento Dr. Steve Walton, Professor de Novo Testamento, Faculdade de St John, Nottingham; especialista em Lucas-Atos. M O que é a Bíblia?, Divulgando a palavra - a tarefa da tradução Walter Wangerin Jr, Ocupante da cáledra Jochum da Universidade de Valparaiso, Indiana; professor de Literatura e Redação; teólogo e escritor; autor de 0 Livro de Deus: A Bíblia Romanceada: ■ A Bíblia como uma história Rev. Dr. Jo Bailey Wells, Deã, Faculdade Clare, Cambridge: ■ Contadores de histórias - a tradição oral, Os escribas, O trabalho dos editores Dr. Gordon Wenham, Professor de Estudos do Antigo Testamento, Escola Superior de Cheltenham e Gloucester: ■ Alianças e tratados no Oriente Próximo Rev. David Wheaton, Cónego emérito da Catedral de St Alban; ex-diretor da Faculdade Teológica Oak Hill, Londres; Capelão honorário de Sua Majestade, A Rainha: ■ A ressurreição de Jesus Rev. Dr. D. Wilkinson, Professor de Apologética Cristã e diretor do Centro de Comunicação Cristã, Faculdade de St John, Universidade de Durham; astrofísico teórico e Membro da Sociedade Astronômica Real; palestrante e radialista sobre questões relacionadas com ciência e religião; autor úeGod, the Big Bang and Stephen Hawking e Alone in the Universe? ■ Deus eo universo Hugh G.M. Williamson, Ocupante da cátedra Regius de hebraico, Universidade de Oxford: ■ Entendendo Isaías Robert Willoughby, Professor de Novo Testamento, Faculdade Bíblica de Londres, especialista em Evangelhos e teologia política: MA paz de Deus, Amor Introdução à Bíblia COMEÇANDO j p A BÍBLIA ENTENDENDO TRANSMITINDO A ESTUDAR NO SEU A BIBLIA A HISTORIA A BÍBLIA CONTEXTO 14 Os livros da Bíblia 26 Fazendo associações 46 Dicas para entender 62 Contadores de histórias 18 0 que é a Bíblia? a Bíblia e a história 50 Entendendo a Bíblia — a tradição oral 22 Lendo a Bíblia do mundo 52 A Bíblia como uma 64 0s escribas 28 A Bíblia no seu tempo história 66 0 trabalho dos editores 30 Recriando o passado 53 Interpretando a Bíblia 68 A Bíblia Hebraica 36 A terra de Israel através dos séculos /O Uma lista aprovada 38 Animais e aves 58 0 texto e a mensagem — o "cânon'das 40 Árvores e plantas Escrituras 42 0 calendário de Israel 74 Divulgando a palavra — a tarefa da tradução “A rua palavra é lâmpada que iluminaos meus passos e luz que clareia o meu caminho. ” SI 119.105 1 A BÍBLIA HOJE 80 Perspectivas culturais — Oriente e Ocidente 83 Jesus numa sociedade pluralista 86 0 Corão e a Bíblia 89 A Bíblia do ponto de vista feminino 92 A Bíblia do ponto de vista de um cientista 95 Nosso mundo — p mundo deles CWW3MS, COMEÇANDO A ESTUDAR A BÍBLIA 14 Introdução à Bíblia Os livros da Bíblia ANTI60 TESTAMENTO (39 livros) OS "CINCO LIVROS" Gênesis Êxodo Levitico N úm eros D eu te ro n ô m io Estes livros contêm histórias sobre a criação do mundo, o gran de dilúvio e os pais (e mães!) da nação de Israel (Gênesis); a escra vidão no Egito e o êxodo (Êxodo): e os 40 anos de peregrinação no “deserto” do Sinai (Números; Deuteronômio). Eles também registram o dom da lei de Deus para seu povo resumi do nos Dez Mandamentos (Êxodo; Deuteronômio) e regras detalhadas para sacri fício e adoração, cen trados no tabernáculo (tenda especial de Deus) (Êxodo; Levitico). Hórus, sim bolizado por este o lh o , era um dos deuses d o Egito, onde os israelitas fo ram escravizados. Começando a estudar a Bíblia 15 HISTÓRIA DE ISRAEL POESIA E SABEDORIA OS PROFETAS ■ Josué ■ Jó ■ Isaías ■ 12 "profetas ■ Juizes ■ Salmos ■ Jerem ias menores": ■ Rute ■ Provérbios ■ Lam entações Oséias, ■ 1 e 2Sam uel ■ Eclesiastes ■ Ezequiel Joel, Amós, ■ 1 e 2Reis ■ C ântico dos Cânticos ■ Daniel Obadias, ■ 1 e 2Crônicas Jonas, ■ Esdras Miquéias, ■ Neem ias 11 0 shofar, fe ito de chifre Naum, ■ Ester M de carn eiro , era tocado Habacuque, israelitas à batalha. Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias Começando com a conquista da terra prometida (Josué), estes livros dão continuidade à história da nação, de seus heróis e daqueles que falha ram para com a nação ao desviá-la de Deus. O período de liderança dos “jui zes” (Gideão, Sansãoc outros) termina com Samuel, que ungiu os primeiros reis de Israel. Depois dos reis Saul, Davi e Salomão (1 e 2Samuel; IReis), as dez tribos do Norte se separaram e formaram o Reino de Israel, enquan to a linhagem de Davi continuou em Judá. A queda de Samaria nas mãos da Assíria marcou o fim de Israel. Mas um remanescente de Judá sobreviveu à destruição de Jerusalém e retornou do exílio na Babilônia. Renovando sua obediência à lei de Deus, reconstruí ram o Templo e as muralhas da cidade (Esdras; Neemias). Estes livros contêm a maior parte da poesia da Bíblia e a “sabedo ria” (grande parte em forma de provérbios: Provérbios, Eclesias- tes) que era bastante popular no Oriente Próximo antigo por volta da época do Rei Salomão. Jó é uma dramatização poéti ca sobre o sofrimento. Salmos é um livro de hinos. Cântico dos Cânticos é poesia românti ca lírica. O povo d e Israel m uitas vezes trocou o Deus verd adeiro por ídolos. Esta é unia im ag em de Baal, deus dos cananeus. Os profetas traziam a palavra de Deus a seu povo: adver tindo sobre o julgamento (quando o povo se desviava de Deus) incentivando com esperança e promessas (nos momentos difíceis). A maioria viveu nos séculos 8 e 7 a.C., quando a nação estava sob ameaça, pri meiro dos assírios e depois dos babilônios. Amós falou pela justiça a favor dos pobres. Alguns pertencem ao período do retorno do exílio. Várias profecias (as mais conhecidas estão em Isaías) prevêem a vinda do “Messias”, que Deus envia ria para libertar seu povo e reinar com justiça e paz. 16 Introdução à Bíblia LIVROS DEUTEROCANÔNICOS/APÓCRIFOS ■ Tobias ■ O ração de ■ Judite A zarias /C ân ■ Adições a Ester tico dos três ■ Sabedoria de jovens Salom ão ■ Susana ■ Eclesiástico ■ Bei e o D ragão ■ Baruque ■ 1 ,2 ,3 , ■ 1 e 2Esdras e 4 M a c a b e u s ■ Carta de ■ O ração de Jeremias Manassés Grande parte deste material adi cional, incluído nas Bíblias Católicas, mas, em geral, ausente nas edições protestantes, vem da tradução grega (Septuaginta) da Bíblia hebraica. Macabeus relata a luta judaica pela independência na época “entre os Testamentos”. Veja também “Livros deuterocanônicos”. Canetas, tin ta c estojo do período d o N T . Um a estatueta de Artem is (D ian a ) de Efeso, a cidade em que o ensinam ento de Paulo resultou em tum ulto. Incenso ío i um dos presentes que os magos trouxeram . para o m enino Jesus. O mais amigo fragm ento do o - 'tV V S f'» Evangelho <le Juiio ■ data de 125-130 „ MviHcVlí.iS- ■ - ».yt»ï|0V{ *ATC A Jude ia estava sob d om ín io rom ano no período do NT. | 0 Evangelho de João registra com o Jesus transformou em vinho a água de jarros como este. m andou cunhar esta m oeda, au to rizo u a crucificação de Jesus. O Códice Sinaítico, que data do século 4 d.C ., contém todo o NT. NOVO TESTAMENTO (27 livros) OS EVANGELHOSE ATOS M ateus Marcos Lucas João Atos Os quatro evangelhos registram a vida de Jesus, principalmente seus três anos como pregador itine rante, e a semana final em que foi crucificado. Sua ressurreição é con siderada confirmação de sua rei vindicação de ser o Messias/“Filho de Deus” prometido. Todos se baseiam na evidência de testemunhas oculares den tre seus seguidores mais chegados: cada autor tem seu próprio propósito em contar a história. Atos é a continuação do Evange lho de Lucas, a história de como os primeiros cristãos, principalmente Pedro e Paulo, difundiram as “boas novas” de Jesus entre judeus e gen tios, chegando até a própria Roma. AS CARTAS E APOCALIPSE ■ Rom anos ■ T iago ■ 1 e 2Coríntios ■ 1 e 2Pedro ■ Gálatas ■ 1 ,2 e 3 J o á o ■ Efésios ■ Judas ■ Filipenses ■ A pocalipse ■ Colossenses ■ 1 e2Tessaloni- censes ■ 1 e 2T im ó teo ■ Tito ■ Filem om ■ Hebreus As 13 primeiras cartas — escritas para “novas igrejas” recém-forma- das — lidam com situações específi cas, questões que os cristãos estavam levantando, e as necessidades de líde res. Todas são de autoria de Paulo, o “apóstolo dos gentios”, cuja conversão dramática é registrada em Atos. Hebreus (mais parecido com um sermão do que uma carta) é um livro anônimo. As outras, cartas “gerais”, dirigem- se a grupos mais amplos de cristãos. Apocalipse, embora uma carta circular, é o único exemplo no Novo Testamento de uma obra “apocalípti ca”. Escrita para cristãos perseguidos, ela lhes assegura que os propósitos de Deus estão sendo e serão realizados, até a história chegar ao fim, o mal ser finalmente destruído, e o povo de Deus gozar para sempre da sua pre sença nos “novos céus e nova terra”. 18 Introdução à Bíblia 0 que é a Bíblia? Steve Walton Para m uitas pessoas a Bíblia é um livro desconhecido. O q u e e la contém ? Do que se trata? É m e lh o r ver a Bíblia com o um to d o para não nos p e rd er mos em m eios aos deta lhes. As duas m aneiras mais eficazes d e analisar a Bíblia são: considerá-la um a história; e ouvi-la com o um a testem unha. A gran de h is tó ria A Bíblia é um magnífico livro de histórias, cheio de narrativas muito bem escritas. Mas ela é mais que uma coleção de histórias — há uma grande história contada pelo con junto de relatos individuais. No cen tro da grande história está Deus e o que ele está fazendo com o mundo e a humanidade. A Bíblia começa com Deus criando os céus e a terra, e conta a história da sua relação com a humanidade até o dia futu ro em que as guerras, as doenças, a morte, e a dor deixarão de existir. Esta grande história tem seis partes principais. 1. Criação Deus criou o universo do nada, pela sua simples palavra. Gn 1 registra seis ocasiões em que Deus falou e acrescenta: “E assim acon teceu.” Deus ficou satisfeito com o universo que criou, e o chamou de “muitobom” (Gn 1.31). Ele colocou pessoas no seu mundo para cui dar dele e usar todo o seu poten cial, dando-lhes responsabilidade pelos animais, pássaros, árvores e plantas. 2 . Q ueda Deus deu às primeiras pes soas liberdade para explorar o jardim em que as colocou, mas proibiu-as de comero fruto de uma determinada árvore (Gn 2.15-17). Influenciados por uma serpente falante (a per sonificação do mal), elas deci diram não fazer a vontade de Deus (Gn 3.1-7) e Deus reagiu expulsando-as do jardim (Gn 3.22-24). Esta história (geral mente chamada de “queda da hum anidade”) é vital para compreendermos gran de parte da Bíblia, pois expli ca que a raça humana está de relações cortadas com Deus — e toda a criação foi afeta da pelo rompimento deste relacionamento. Começando a estudar a Bíblia 19 3. Israel Em seguida vem o período de Israel. Deus escolheu um homem, e seus descendentes, para ser o meio de reparar o estrago que a rebe lião humana contra Deus causara — um homem chamado Abr(a)ão que vivia na cidade de Ur. Deus deu a Abraão uma promes sa tripla: uma descendência; uma terra que Deus daria a seus descen dentes; e que por meio da descen dência de Abraão Deus abençoaria toda a humanidade (Gn 12.1-3). Após escolher esta nação, Deus a protegeu e cuidou dela. Eles se tornaram escravos no Egito, mas Deus agiu para livrá-los por intermédio de Moisés, tirando- os do Egito, conduzindo-os numa peregrinação de 40 anos pelos desertos da Península do Sinai, até introduzi-los na terra onde Abraão tinha vivido antes deles. Este ato maravilhoso, chamado de êxodo, tornou-se um momento mar cante para a nação de Israel, pois, daí em diante, eles se lembrariam desse episódio como o momento em que Deus os tinha salvado e os adota do. Até hoje, o povo judeu celcbra o êxodo na festa anual da Páscoa. Enquanto estavam no deser to, Deus fez outra coisa que seria muito importante para a vida da nação: deu-lhes sua lei. A nação era sua por causa da sua bondade em tirá-la do Egito: logo, os “Dez Man damentos”, um resumo da idéia central da lei, começam assim: “Eu sou o St-NHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2). Os m an d am en to s tam bém diziam como o povo de Deus devia viver (Êx 20.3-17). O povo, no entanto, não conse guia viver consistentemente como Deus queria, e então outra parte cru cial da lei era o sistema sacrificial. Quando o povo desobedecia à lei, a maneira de “cobrir" seu erro e restaurar o relacionamento com Deus era o sacrifício de um animal no lugar da pessoa que desobedece ra a lei. A pessoa colocava uma das mãos na cabeça do animal, para demonstrar que este estava sendo sacrificado por ela, para que Deus perdoasse sua desobediência. Tratava-se de um procedimento caro, pois animais eram um gran de sinal de riqueza na sociedade rural da Antiguidade. Posterior mente, os sacrifícios passaram a ser oferecidos no Templo de Jeru salém, a capital da nação. A vida de Israel continuou com muitos altos e baixos por mais de 1000 anos. A nação se dividiu após a morte do rei Salomão, e a parte norte do reino (Israel) caiu nas mãos dos assírios no século 8 a.C., porque abandonara sua fé cm Deus dando lugar a outras religiões. O povo do reino do sul (Judá) foi levado ao exílio na Babilônia cerca de 150 anos mais tarde, por razões semelhantes. Mas Deus não desistira do seu povo. Ele restaurou o povo de Judá na sua própria terra cerca de meio século depois. Profetas — que transmitiam a palavra de Deus ao povo — interpre taram este retorno como um “novo êxodo” (veja, por exemplo, Is 40.3-5; 43.1-7). Os profetas também anuncia ram um salvador vindouro, que Deus enviaria para libertar seu povo, uma pessoa que os judeus chamavam de “Messias”. Diversos grupos de judeus tinham crenças diferentes com rela ção ao Messias, mas todos esperavam que ele trouxesse o reino de justiça da parte de Deus. 4 . Jesus Os profetas prometeram mais que um simples retorno à terra. Eles falaram de outras coisas boas que Deus faria para seu povo, inclu sive liberdade para adorar e viver como povo de Deus e a oportuni dade de envelhecer sem medo. Isto ficou ainda mais difícil quando o povo se tornou prisioneiro em sua própria terra e foi oprimido por povos pagãos. No século 1 d.C., eles se sentiam como se ainda esti vessem no exílio, sendo castigados por Deus, embora estivessem fisi camente na sua terra. Os romanos os governavam e eles não tinham liberdade para viver como o povo de Deus devia viver. Mas as histó rias centrais que os definiam como povo de Deus eram histórias de Deus agindo para resgatá-los — Ele fizera isto no êxodo e no retorno da Babilônia, e por isso eles criam que Deus o faria novamente. Nesse contexto aparece Jesus, um mestre judeu que curava e falava do “reino” de Deus — afir mando que Deus ainda estava no controle, apesar dc seu povo estar sofrendo e sendo oprimido. Durante três anos Jesus ensinou, curou e libertou pessoas de forças opressivas, anunciando que o poder de Deus podia ser visto no que Ele fazia e dizia (Lc 11.16-20). Jesus se im portava com os pobres e excluídos da sociedade — Ele ajudou até estrangeiros despre zados que o procuravam (p. ex. Mt 8.5-13). Jesus dizia oferecer reno vação para a nação, trazendo boas novas do perdão de Deus. Ele falava 20 Introdução à Bíblia a respeito do Templo de uma forma que sugeria que este seria destruí do e substituído de certa maneira por sua própria pessoa (Jo 2.18- 22; Mc 13.1-2). Esta mensagem não foi bem aceita pelos líderes judeus, cuja vida dependia da existência do Templo. Muitos deles estavam colaborando com os governantes romanos e não queriam a instabilidade que Jesus aparentemente trazia. Isto levou a uma tram a para matar Jesus (Jo 11.47-53). Surpre endentemente, Jesus não resistiu a isto. Ele parecia saber o que esta va se passando e falava disso por meio de parábolas (Mc 12.1-12). Além disso, Jesus considerava sua morte a realização daquilo que os sacrifícios representavam: perdão e renovação para o povo. Na noite em que foi preso e jul gado, ele passou tempo com Seus amigos, celebrando a Páscoa que comemorava o êxodo do Egito. Jesus deu àquela refeição um novo significado. Ele deu ao pão e ao vinho da refeição um novo signi ficado. Ele interpretou o pão e o vinho da refeição como símbolos do seu corpo e sangue, entregues na morte (Lc 22.14-20). Pouco depois Jesus foi preso, julgado e condenado à m orte pelos líderes judeus, e depois pelos romanos (pois os judeus não podiam fazer execuções naquela época). Ele foi executado por cru cificação. Trevas cobriram a terra enquanto ele estava pendurado na cruz. Jesus morreu. Três dias depois Seus seguidores ficaram totalmente maravilhados e alegres em vê-lo vivo novamen te: a morte não fora capaz de der- rotá-lo. Ele era o mesmo Jesus que conheciam há três anos, mas que agora estava mais vivo que nunca. Ele realmente era o Messias! 5. Os seguidores de Cristo Após a sua ressurreição, Jesus deu a seus seguidores a responsa bilidade de contar aos outros sobre ele. Antes de voltar para Deus, ele prometeu dar-lhes poder para rea lizar esta grande tarefa. Na festa judaica de Pentecostes, pouco tempo mais tarde, os segui dores de Jesus foram surpreendi dos pelo envio do Espírito Santo, quando receberam a capacidade de falar em novas línguas, de forma que uma grande multidão foi atraí da para ouvi-los falar sobre Jesus. Aquele pequeno grupo rapi dam ente espalhou a mensagem sobre Jesus por todos os países ao redor do mar Mediterrâneo. Peque nos grupos de cristãos começaram a formar-se, inicialmente entre o povo judeu, mas depois também entre não-judeus: a promessa feita a Abraão de que toda a humanida de seria abençoada por meio da sua descendência começava a se cum prir! Estes grupos reuniam-se na casa de algum membro do grupo. E os primeiros grupos cristãos tinham seus problemas! As car tas dos primeiros líderes cristãos demonstram os tipos de dificulda des que tinham, ajustando-se a um novo modo de vida que derrubava barreiras entre as pessoas — bar reiras de gênero, condição social e raça (G1 3.28). Eles tiveram de aprender oque significava ser seguidor de Jesus: não era mais possível viver do jeito que se quisesse. Cuidar dos outros, principalmente de outros cristãos, era mais importante que suas pró prias necessidades. Além disso, eles tinham de estar prontos para sofrer pela sua fé em Jesus — muitos foram excluídos socialmente, outros morreram porque se compromete ram a segui-lo. 6 . 0 fim dos tem pos Como os primeiros cristãos lida vam com este sofrimento? Como entendiam o que Deus estava fazen do agora que Jesus deixara a terra? O último livro da Bíblia, Apoca lipse, mostra que Deus tem o contro le dos processos da história, algo que elevaria os espíritos dos cristãos perse guidos à presença do grande Deus que serviam. Mais que isso, os primeiros cristãos aguardavam um dia em que Jesus voltaria à terra para completar, finalmente, a obra que começara na Sua vida, morte e ressurreição. Nesse dia, os cristãos esperam a renovação e restauração de todo o universo de volta ao plano original de Deus na criação (Ap 21.1-8). Será também um dia em que o mal e o pecado serão removidos do mundo, um dia no qual aqueles que rejeitam a Deus serão julgados e aqueles que confiam em Jesus verão o Senhor face a face. Começando a estudar a Bíblia 21 A Bíblia com o testem u n h a A Bíblia não conta esta história de forma distante, como um his toriador faria. Ela é escrita para convidar aqueles que ouvem sua mensagem a confiar em Jesus tam bém. É escrita para convencer seus leitores a se tornarem seguidores de Jesus, e ajudá-los a entender como segui-lo com outras pes soas. Ler a Bíblia é como receber um convite para uma festa — ela busca nossa resposta! Este grupo de jovens cristãos da Ásia representa 05 milhões que ao longo dos séculos ouviram a história da B íblia c se to rn aram seguidores de Jesus. Traduções da Bíblia A Bíblia ou, pelo menos, uma parte dela já foi traduzida para mais de 2400 línguas. No Brasil, a Bíblia completa já foi traduzida, além do por tuguês, para línguas minoritárias como, waiwai, guajajara e guarani-mbyá. Fm português, assim como em outras línguas majoritárias, existem várias traduções. Algumas são mais antigas; outras, mais recentes, Alguns leitores preferem uma tradução mais antiga como, por exemplo, a edição Revista e Corri gida de Almeida. Outros têm dificuldade com a lin guagem arcaica, e preferem uma tradução mais atual, como a Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Ter mais de uma tradução na mesma língua, longe de ser um problema, é uma benção. F.m geral, as diferentes traduções se complementam, ou seja, uma ajuda a entender a outra. Além disso, permitem uma leitura comparativa e uma melhor compreensão da mensagem da Bíblia. Para maiores detalhes sobre diferentes tra duções. veja p. 77. Capítulos e versículos Em edições modernas da Bíblia, o texto costuma ser disposto em parágrafos e seções. E o caso, por exemplo, da Nova Tradução na Lin guagem de Hoje. Um sistema mais antigo, criado em grande parte para localizar textos bíblicos, é a divisão do texto em capítulos e versículos. Os números dos capítulos começaram a ser inseridos no texto bíblico no século 13 d.C. Os números dos versículos foram acrescentados posteriormente, no século 16. Cada livro da Bíblia tem um nome. Sempre que se faz referência a uma passagem, este nome, em geral abreviado, aparece em primeiro lugar. Logo em seguida aparece o número do capítulo. Um ponto separa o capítulo do versículo, que aparece por último. Assim, uma referência bíblica normalmente tem a seguinte estrutura: livro, capí tulo, versículo(s). Por exemplo: Gn 12.1-3 significa "livro de Gênesis, capítulo 12, versículos um a três". Rm 3.21 -26 significa “carta aos Romanos, capítulo três, versículos 21 a 26" (veja uma lista de abre viaturas no início do livro). Este sistema permite localizar facilmente qualquer texto bíblico. Por mais útil gue seja o sistema de capítulos e versículos, não deveria ser determinante na hora de ler o texto. Afinal, essa divisão na faz parte do original; foi acrescentada posteriormente, às vezes, a divisão do capítulo ocorre no meio da história e o versículo termina com vírgula! Portan to, recomenda-se ler trechos mais longos, e com pletos . Em outras palavras, é melhor ler parágrafos e seções do que ler versículos e capítulos. 22 Introdução à Bíblia Lendo a Bíblia Stephen Travis R elacion am en to Em segundo lugar, elas contam a história do nosso relacionamen to com Deus. Há histórias sobre o povo tentando obedecer a Deus, mensagens de profetas e apósto los incentivando o povo a redes- cobrir o caminho de Deus, orações de pessoas que anseiam receber a bênção de Deus. C om u n idade Em terceiro lugar, elas falam sobre nosso relacionamento com o povo de Deus, a igreja. Os livros da Bíblia foram escritos em gran de parte para uma comunidade, não para indivíduos. Então vere mos que sua mensagem se d iri ge a nós mais claramente quando estudam os a Bíblia com outras pessoas do que quando o fazemos sozinhos. Ler a Bíblia pode ser um a tarefa difí cil. Às vezes é em ocionante, renovador. Mas às vezes ficamos perplexos. C om o p odem os co m e ç a r e c o n ti nuar lendo? É útil saber exatamente porque estamos lendo. As pessoas lêem a Bíblia por várias razões diferentes. ■ Você pode lê-la como literatura. Os Salmos, por exemplo, e o livro de Isaías são considerados dois dos melhores livros do mundo. ■ Você pode lê-la para descobrir a história do mundo antigo. ■ Você pode ler a Bíblia para estu dar a base da fé e dos padrões éticos judaicos e cristãos. ■ Ou você pode ler a Bíblia para descobrir os temas e histórias que inspiraram a obra de vários artistas, músicos e escritores do mundo. Todas estas são razões positi vas para estudar a Bíblia. Mas só chegaremos ao cerne da ques tão se perguntarmos por que os livros bíblicos foram escritos. O que motivou as pessoas que contaram as histórias, compuse ram os salmos, escreveram as car tas, profetizaram o futuro? Como elas viam Deus atuando na vida das pessoas? Podemos resumir seu propósito em quatro categorias. “Quando... um indivíduo humildemente toma este livro escrito por pessoas comuns e que traz bem evidenciadas as marcas do tempo e as dificuldades causadas pelo processo de transmissão, o Espírito Santo começa a agir e transmite Cristo por meio dele para a mente e o coração e a consciência do leitor.” Donald Coggan H istó ria Em primeiro lugar, elas contam a história de como Deus convidou um grupo específico de pessoas para conhecê-lo, de forma que no final o mundo inteiro aprendesse a conhecê-lo e amá-lo. Apesar da variedade de livros na Bíblia e da grande extensão de tempo durante a qual foi escri ta, há uma linha de racio cínio em toda a obra que dá sentido às diversas partes. A Bíblia c com o um a bússola, (laudo d ireção a nossas vidas. S ociedade Em quarto lugar, elas falam — principalmente no Antigo Tes tamento — sobre nosso relaciona mento com a sociedade e o mundo. A Bíblia não é um livro sobre uma religião que só se preocupa comi go como pessoa. Ela mostra como o povo de Deus devia refletir em suas próprias vidas o caráter de Deus e seu interesse por todo o mundo. Ela dá milhares de exemplos do significado de “ame o S e n h o r , o seu Deus... e ame o seu próximo como você ama a você mesmo”. Então, se quiserm os ouvir a mensagem da Bíblia, como deve mos lê-la? ■ R e c o n h e ç a a v a r ie d a d e q u e h á n a B íb lia . Há his tórias e parábolas, orações e poesias, profecias e provérbios, visões do céu e conselhos práti cos para o dia a dia. Começando a estudar a Bíblia 23 Nossa vida encerra vários aspec tos diferentes e Deus se interessa por cada um deles. Por isso, geral mente não é uma boa idéia tentar ler a Bíblia direto de Gênesis até o fim. E melhor, por exemplo, variar de vez em quando entre o Antigo e o Novo Testamento.Um bom plano é começar com um Evangelho, depois ler alguns salmos, depois uma das cartas mais curtas do Novo Testamento, e depois um trecho de Gênesis (capí tulos 1—11). ■ P e r g u n te : “ Q u e t ip o d e l iv r o e s t o u le n d o ? ” Não le m o s um liv ro de h i s tó ria como lemos o m anual de m a n u te n ç ã o do c a rro . Da mesma forma, os vários tipos de livros bíblicos precisam de abordagens diferentes. Quan do leio o Sermão do Monte (Mt 5—7) faço uma pausa a cada frase, porque todas as palavras de Jesus são informações vitais para a vida cristã. Quando leio o livro de Eclesiastes no Anti go T estam en to , te n h o uma abordagem mais descontraída e me divirto com sua m anei ra estranha de ver a natureza humana. ■ Tente, d e vez em qu an d o , ler trech os m ais lo n g o s de um a s ó v e z , especialm ente se estiver estudando um livro narrativo. Não lemos apenas duas páginas de um romance e depois o colocamos de lado até o dia seguinte. Leia um Evangelho inteiro e você perceberá coisas sobre Jesus que jamais notara antes. Leia ioda a história de Davi em 1 e 2Samuel e terá uma noção melhor do envolvimento de Deus em todos os altos e baixos da vida dessa pessoa, algo que você jamais compreenderia se lesse apenas alguns versículos de cada vez. ■ À m edida que lê , p ergunte que en sin a m en to a p a ssa gem o ferece sobre os quatro aspectos do propósito da Bíblia descritos acima: o que aprendo sobre o plano de Deus para o mundo; sobre meu relaciona mento com Deus, com o povo de Deus, e com a sociedade e o mundo? É claro que nem toda passagem ensinará algo sobre cada uma des tas quatro áreas da nossa vida. Mas sempre há algo para ajudar você a refletir sobre sua vida com Deus. ■ P recisam os tam bém p erm i tir q u e a B íb lia n o s fa ça p erg u n ta s — deixar que ela questione nossos pressupostos, nosso comportamento e nossas prioridades. Ouviremos sua mensagem se a abordarmos com a reverência ade quada — não uma reverência pelo que está impresso no papel, mas pelo Deus que fala conosco por meio da Bíblia. ■ N ão d esa n im e se sentir que precisa fazer um curso in ten sivo de in terpretação bíblica para poder começar a ler. Ninguém aprende a jogar fute bol ou qualquer outro esporte sentado na poltrona, lendo livros de educação física! Use os guias d ispon íveis , com eçando com este Manual. Mas não deixe que estes impeçam você de entrar em campo! Ler a B íb lia em pequenos grupos pode ser um a m aneira estim ulante d e cstudã-la, pois os m em bros d o grupo podem com partilhar sua com preensão d a mesm a. ■ A Bíblia n ão é um livro de c u lin á r ia com uma receita para cada circunstância da vida m oderna. Ela é parecida com um a bússo la para nos guiar na direção certa, e não tanto com um mapa que traz todos os detalhes anotados. A men sagem da Bíblia gradualmente transform a as pessoas no que elas deveriam ser. A Bíblia faz o cristão e o cristão reage a Deus e às questões da vida como Cristo reagiria. A BIBLIA NO SEU CONTEXTO 26 Introdução à Bíblia Fazendo associações — a Bíblia e a história do mundo 2000 a.C. — 2000 d. C. Período bíblico Abraãoeos patriarcas Israelitas no Egito Exorto 0 « Mandamentos 0 período bíblico desde Abraão se sobre põe a cerca de metade de nossa história até os dias de hoje. Como os acontecimentos bíblicos se relacionam com o que se passava no resto do mundo? Fazer ligações pode ser fascinante. Será que os israelitas levaram o monoteísmo ao Egito, tendo sido mais tarde suprimido? As novas religiões na Ásia surgiram na mesma época dos Ideologias, crenças, idéias Politeísmo, religiões étnicas, religiões primitivas Stonehenge. Inglaterra; quebrar Judaísmo Reis Davi e Salomão femplo de Jerusalém Os Profetas Destruição de Jerusalem edo Templo; início do exílio Retorncdos judeus, reconstruçãodo Templo profetas de Israel. A mensagem de Jesus apa receu numa época singular, quando o sistema de comunicações do mundo romano e a língua grega possibilitaram sua rápida propagação no Império Romano e no Oriente. Este diagrama traz apenas alguns dos personagens, acontecimentos e ideologias que ajudam a mostrar o desenvol vimento das idéias desde 2000 a.C. Criação das sinagogas Revoltados macabeus Septuaginta ou tradução grega da Biblia hebraica Primeira rebelião judaica Templo de Jerusalém cte« X Josefo, historiador judft J Se' soÊBarKochba Jesus Cristianismo “J"''11'1 «mita1 Igrejas fundadas no Impèic Imperador Constaniiiw adota w u ^ ,! o cristianismo fcsóes Domingo se torna dia do Se.-.-« ̂ a,rí Concilio de Nicéia estabeíeceoa^y Canto de hinos desenvohido ? porAmbrõsio Budismo, hinduísmo, religiões asiáticas Siddl)ar tha Gautama, Buda Rigvcda, upanishads: poesia e ensinamentos hindus Jainrsmo fundado na India Confúciona China Tacismo T Paganismo clássico na Grécia Lao-Tsé, filósofo chinês Religião panteísta se desenvolve na India Zorwstro, fundador Período de adoração monoteista do sol no Egito Adoração de Baal da religião persa Esquilo. Sófodes, Heródoto, Eurípedes Sócrates, filósofo moral Filosofia grega: Aristóteles, Platão Estoicismo Epicuro e filosofia ’’epkurhta“ Neoplatonismo, filosofia gregè Civilizações, pessoas, acontecimentos Era do Ferro Dispersão do povo celta pela Europa Alexandre, o Grande, conquista Civilização etrusca central e ocidental a Pérsia e nvade a india Egitoantigo EradoBrcnze Império Assirio Grande Muralhada China Mesopotãmia Hititasem Anatólsa Primeiros jogos o- impees registrados Grecia sob controle romano Hamurábi dos códigos babilónicos Cananeus Império Babilónico Império Romano Sete primeiros períodos da 1 iteratu ra Império Persa Pornpeu captu ra Jerusalém chinesa Civilização grega lútio César Cultura minóicaem Creta Ihada e Od isséia de Homero Nav.os chineses chegam à India Construção da Acrópole em Atenas Horácio,Ovidio,Séneca Adoção da dem acracia em Atenas Inicio do Império 1 ndiano 2000 a.C 1600 1200 800 400 Poli itésios estabelecem colônii: no Pacifico Civil Governo romano, cultura helcn::- Era c imperadorConstantinoreúne:} pfjn- impérios ocidental eoriemH p sendo a capital ConsiantiiKfí ^ fat Hunos invadem a Europa \ Evar 2 8 Introdução à Bíblia A Bíblia no seu tempo Os p a tr ia rc a s Is ra e l no E g ito R e in o Exílio U n id o Êxodo e R ein o c o n q u is ta J_D iv id id o Rei Davi faz de Jerusalém sua capital i: P in tu ra dc tú m u lo eg ípc io m ostra v is itâm es dc G in a a . IIMû Moisés Rei Salomão constrói o Templo Reino de Israel no Norte Rei Acabe Profeta Elias Profeta Eliseu Dez Mandamentos,' Leide Deus dada no Sinai Samaria conquistada pelo Assíria 722/1 | Construção das pirâmides do Egito I Criação de sepulturas reais em Úr ' Primeiras bibliotecos do mundo, na Mesopotámia ■ Civilização minóica em Creta Preparação do Tabernáculo/Tenda de Deus Reino deJudà no Sul Pel° Jerui Batalha de Jericó Juizes Sansáo Samuel Profeta Isaias Rei Ezequias Profeta Jerenú do Tc Tutancàmon ■ do Egito (morto eme. 1338) Primeiros Jogos Olímpicos m registrados c. 776 Rómulo, primeiro rei jmpP de Roma Império Assirio ® C Inicio da construção dc ►► Acrópole em Atena , 2500 a c 2000 1750 30 Introdução à Bíblia Recriando John Bimson "A arqueolog ia prova qu e a Bíblia é verdadeira?" Esta é um a pergunta fe ita fre q ü e n te m en te a arqueólogos que ta m b é m traba lham com a Bíblia. O in d a g ad o r g era lm ente q u e r saber se há e v id ê n cia arqueológica d e que eventos espe cíficos aconteceram . Na rea lid a d e a a rq u e o lo g ia rara m e n te dá ev id ê n c ia d e s te t ip o . Na maioria dos casos ela dá um co ntexto re lac ionados, e a entender o clima, a produ ção de alimen tos e os padrões m u tan te s de o passado O tell (m onte form ado por m inas) da cidade bíblica de Laquis.iVo detalhe: instrum entos Desenterrando cidades antigas Até recen tem en te grande parte da arqueologia bíblica envolvia a escavação de tclls, montes feitos de ruínas de cidades antigas. As cidades nos tem pos da Bíblia gera lm en te eram reconstruíd as várias vezes no mesmo local, muitas vezes após a destruição por inim igos, incêndios ou ter remotos. Uma cidade que é freqüentemen te reconstruída sobre suas próprias ruínas acabará formando um monte de tamanho considerável e tal monte é um tell em árabe (ou lei em hebraico). Escavar um tell sig nifica cavar por várias camadas (ou estra tos), sendo que cada camada representa um período de ocupação. Escavação e registro cuidadosos capacitam arqueólogos a com por a história de uma cidade, a ver mudan ça no seu status e na sua cultura. assen tam ento da antiguidade. Estas abor dagens aparen temente não estão relacionadas com a Bíblia (e alguns arqueólogos não gostam do termo “arqueologia bíblica”), mas, se elas nos capaci tam a entender como a sociedade funcionava nos tempos bíblicos, podem indiretamente esclarecer a Bíblia para o leitor moderno. Uma historia de advertência As primeiras tentativas de ligar d es cobertas arqueológicas à Bíblia levaram a algum as conclusões enganosas. A d esco berta de uma série de longas construções retangulares em Megido em 1928 (acima) foi interpretada como se fossem estábulos e foi datada do período de Salomão. A desco berta logo foi ligada a uma referência, feita em lR s 9.15, de que Salomão reconstruiu Megido e as “cidades onde ficavam os seus carros de guerra" mencionadas três versí culos depois. S u b seq ü en tem en te as co n stru çõ es foram datadas do reinado de Acabe, um século depois de Salomão. Agora se suge re que estas construções são ainda mais recentes e alguns arqueólogos duvidam que sequer sejam estábulos. Isto deve nos advertir contra estabelecer conexões preci pitadas. A evidência arqueológica nem sem pre é fácil de interpretar. Cerâmica auxilia a datação As datas dos estratos de um tell geral mente são estabelecidas por sua cerâmica. Estilos de cerâmica estavam sempre mudan do; assim, fragmentos de cerâmica (sempre abundantes cm camadas de ocupação) são uma boa pista para a data em que determi nado eslrato era uma cidade próspera. Em última análise, as datas da cerâmica depen dem de ligações com o Kgito ou a Mesopo tamia, regiões nas quais longos períodos de história antigos foram reconstruídos a par tir de listas de reis. no qual a Bíblia p o d e ser m ais b em com preendida. N ovas abordagen s A tualm ente, a arqueo log ia envolve muito mais que a escava ção de tells (sítios arqueológicos). Levantamentos regionais podem nos ajudar a ver como cidades, vilas e acampa mentos nôm a des estav am Esclarecendo o Antigo Testam ento Em geral a arqueologia esc larece o contexto cultural, ao invés do contexto histórico de um evento da Bíblia, como demonstrado por estes exemplos do Antigo Testamento. Templo de Salomào A planta do Templo de Salom ão, com sua divisão tripla, tem sem elhanças com templos cananeus do final da Era do Bronze e com um tem plo posterior do norte da Síria. Em seu interior, o Templo de Salom ão tinha painéis de madeira entalhados com q u eru b in s , p a lm eira s , cabaças e flores. Placas de marfim entalhado cm estilo fenício, encontra das em Samaria (figura de palm eiras à esquer da) e na Síria e Assíria, são sem elhantes a essas decorações do Templo de Salomão. A prática dc S a lo mão de revestir gran de parte da decoração interior do Templo com ouro pode ser ilustrada por templos egípcios. Estes exemplos nos ajudam a im aginar o Templo dc Jerusalém . Eles também mostram que os detalhes da des crição são com pleta m ente p lau síve is no seu devido contexto. As vitórias do f;araó M cm cptá (cerca de 1208 a.C.) foram registradas nesta esteia (mais de 2 m de altura). Ela contém a referência mais antiga, além da Bíblia, a um povo cham ado Israel. Produção de azeite de oliva O azeite de oliva era um dos produtos mais importantes dos tempos bíblicos (Os 2.8, etc.). Era usado na cozinha, na ilumi nação das casas, na fabricação dc cosm éti cos e cm vários rituais. Escavações em Ecrom (Tel Miqne, na planície litorânea a oeste de Jerusalém) têm esclarecido a produção de óleo de oliva do século sete a.C. Bacias retangulares e compressores de pedra eram usados para amassar as azeito nas e cada bacia tinha a seu lado dois tonéis para prensar a polpa a fim de produzir líquido (20-30% de óleo). Vários pesos de pedras de 77 quilos eram usados no processo de pren sagem. Calcula-se que as 115 prensas de óleo de Ecrom podiam produzir 500 toneladas, ou 652.500 litros por ano. Na antiguidade, era com um usar fragmentos de cerâm ica, que sem pre estavam à m ão. para fazer breves registros e escrever cartas. A Bíblia no seu contexto A Pedra dc Roseta foi encontrada por soldados de Napoleào perto dc Roseta, ju n to ao rio Nilo. Ela registra um decreto do rei Ptolom eu V do Egito, em grego (parte inferior), escrita demótica egípcia (no m eio), e hieróglifos (parte superior). Ela foi a chave para decifrar a escrita egípcia antiga. Um selo com a inscrição “Abdi, servo dc Oséias” (últim o rei de Israel: 2Rs 17) Inscrições H á, h o j e , várias evidências arqueológicas de que certo nível de a lfa b e t iz a ção era comum no Israel anti- go, como a Bíblia ,, séculos 8 7 a.C.., tra z su gere (veja por 0 ,)ome llc sou dono exem plo, J z 8 .1 4 , em heb .n ic0 . Is 10 .19). Inscri ções em cerâmica e vasos de pedra, em túmulos, pesos, marfins e selos foram descobertas em diversas localidades. Alguns nos esclarecem indireta mente acerca da sociedade israelita. Uma coleção de óstracos (fragm entos de cerâmica com inscrições) da Samaria, que data do século 8 a.C., registra o pagam ento de impostos em espécie (vinho e óleo) aos armazéns da cidade. Eles revelam que alguns indivíduos supriam em grandes quantidades — um sinal de que eram pro prietários dc grandes fazendas. A concentra ção de terras nas mãos dos ricos foi muito condenada pelos profetas do século 8, pois isto ocorria geralmente às custas dos pobres (Am 8.4; Mq 2.2; Is 5.8). As duas fotos acima mostram m étodos d iferentes dc extrair óleo de oliva: o mais antigo era a viga e o peso; depois veio o pesado rolo de pedra; e, finalm ente, a prensa. à direita: Estes jarros eram usados para arm azenar óleo dc oliva. 32 Introdução à Bíblia Escavações cm Q u m ran descobriram o scriptorium, isto é, a sala cm que os rolos foram escritos. L m dos rolos do m ar M o rto , antes E ntre os rolos encontrados em Q u m ran havia d o cuidadoso trabalho de separaçao textos das Escrituras hebraicas 1 .00 0 anos mais das lâm inas enroladas de form a bem antigos do que as cópias até e n tão conhecidas, compacta. Esta é um a p arte do ro lo de Isaias. Os rolos do m a r M o rto foram arm azenados em jarro s com o estes e escondidos cm cavernas da região pela com u nidade de Q u m ran quand o esta Esclarecendo o Novo Testam ento Vida religiosa A descoberta tios M anuscritos do Mar Morto cm 1947 transformou nossa visão do mundo de Jesus. Os rolos nos revelaram uma seita do judaísmo (provavelmente a dos essênios) que tinha muitas características distintas c abriram os nossos olhos para o fato de que o judaísmo do primeiro século não era uma fé uniforme e estática: ela estava mudando c continha grande variedade em seu meio. A Bíblia no seu contexto 33 Vista aérea da Cesaréia antiga m ostra parte do sítio arqueológico. Os m uros são da época das Cruzadas. AS CONSTRUÇÕES DO REI HERODES Em vários aspectos o mundo que Jesus conheceu fora m oldado por H erodes o Grande (37-4 a.C.). Herodes foi responsá vel por muitas construções que alteraram o panoramadc Jerusalém c de outras cida des do seu reino, tais como Hebrom, Jeri co e Samaria (renomeada Sebaste, nome grego em honra a Augusto César). Em C esaréia (tam bém nom eada em honra ao imperador), Herodes fez de um pequeno ancoradouro um porto im por tante, ordenando a seus engenheiros que criassem um porto artificial grande o sufi ciente para os maiores navios m ercantes da época. A cidade foi construída em escala, com teatro, anfiteatro, banhos públicos, está dio c um templo cm honra ao Imperador Augusto. O palácio do próprio Herodes em Cesa réia mais tarde tornou-se residência dos governadores romanos da Judéia, inclusive Pôncio Pi latos. Parte de um monumento com o nome e título de Pilatos foi descoberto cm Cesaréia em 1961 (veja "Os judeus sob o governo roma no: a província da Judéia”). O teatro do rei I Icrodes, cm Cesaréia. 34 Introdução à Bíblia A Jerusalém do primeiro século Escavações no setor judaico de Jerusa lém durante a dccada de 1970 revelaram exemplos de mansões, ocupadas pela elite (possivelmente sacerdotes) no século um da era cristã. Uma delas, agora conhecida sim ples mente como a mansão, foi construída em dois níveis num terreno inclinado. As prin cipais áreas de estar ficavam no térreo, e no porão havia cisternas e banheiras para a purificação ritual. Uma das salas do térreo tinha um segundo andar. As paredes tinham reboco dos dois lados e os interiores tinham ornamentação rica em detalhes. Alguns dos pisos eram deco rados com mosaicos. Vidros e cerâmica de luxo bem como mesas de pedra de alta qua lidade foram encontrados nessas casas, que foram destruídas em 70 d.C., quando Jeru salém foi tomada pelo exército romano. Fstas descobertas dão uma idéia da vida desfrutada pelos ricos na época de Jesus, tais como o líder judeu que é mencionado em Lc 18.18-23. Cafarnaum Em comparação, grupos de casas esca vadas em Cafarnaum ilustram as casas bem mais simples das pessoas que viviam nas províncias. As paredes eram feitas de pedras basál- ticas irregulares, com pedras menores e argam assa para preencher o s espaços. Alguns pisos eram de pedra e pequenos objetos podam ser facilmente perdidos entre as pedras, como na parábola da moeda per dida que Jesus contou (Lc 15.8). Algumas casas tinham segundo andar. Os te lh a dos eram feitos de vigas que sustentavam galhos ou juncos, cobertos com argila. Salas c objetos descobertos em escavações na Cidade A lta, cm Jerusalém , em fren te ao Tem plo de Herodes. Essas casas foram queim adas quando os romanos tom aram Jerusalém em 7 0 d .C ., após a revolta judaica. A Bíblia no seu contexto 35 0 COTIDIANO No clima extrem amente seco da bacia do Mar Morto, sandálias, cestos, esteiras e roupas sobreviveram desde os séculos l e 2 nas localidades de Massada e En-Gedi. Estes objetos ilustram de forma toda espe cial o cotidiano na Judeia antiga. Jarros, pratos e objetos domésticos de bronze encontrados em Massada. Jarros de cosméticos, u m pente e outros itens encontrados cm Massada. Para mais informações sobre a vida diária veja: 198 Vida nômade 242 Vida sedentária Reconstrução parcial de um a das casas de Jerusalém destruídas em 7 0 d.C . Seus móveis e piso em mosaico dão um a ideia do estilo de vida dos ricos, apenas 4 0 anos após a m orte de Jesus. No detalhei Às vezes, são encontrados artefatos que revelam a h ab ilidade de quem os fez. U m exem plo é este vaso de v id ro , que data d e época próxim a à de Jesus. U m poço reconstruído nos a juda a en ten der um aspecto im portante do cotid iano nos Sandálias tam bém se m an rivera m quase intactas, apesar da ação do tetriDO. tempos bíblicos. 36 Introdução à Bíblia A terra de Israel Israel jam ais foi um país g ra n de ou m u ito poderoso . A d is tâ n cia de Dã, no N orte, a Berseba, no Sul, não chega a 230 qu ilôm etro s. Mas sua posição na es tre ita fa ixa de terra en tre o m ar e o deserto na parte o rie n ta l do M a r M e d ite rrâ neo lhe confere im portânc ia espe cial. Desde a an tig u id a d e até hoje a terra e seu povo têm sofrido com u m a série d e lu tas. Nos te m p o s bíblicos, essas lutas eram travadas geralm ente en tre as grandes civili zações da M esopotâm ia, a N ordes te, e do Egito, ao Sul. A gricu ltura e geografia Israel produz uma extensa variedade de alimentos. Cereais e grãos, legumes, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras são cultivados desde os tempos bíblicos. Desde a época de Abraão e mesmo antes disso, ovelhas e cabras são criadas naquela região acidentada e pedregosa, provendo leite, carne e lã. Pastos mais ver des possibilitam a criação de gado. Peixes são abundantes no Lago da Galiléia. O Mar Morto fornece sal e miné rios. Mais ao Sul, é extraído cobre e o deserto é rico em minérios. Asdode +42 m D iagrama da terra As regiões geográficas de Israel esten dem-se de Norte a Sul, paralelas à costa. Dcslocando-se para o interior, a planície litorânea dá lugar a uma cadeia de peque nas colinas, seguida da região montanhosa central, que forma a "espinha dorsal” de todo o país. Passando essas montanhas, a altitude cai drasticamente até se chegar ao vale do Jordão, sendo que existem mais cadeias de montanhas a leste. Para mis informações vejo: 38 Animais eaves 40 Arvores e plantas A romã é uma das m uitas frutas da terra que o AT descreve com o “terra que m ana leite c m eT . Desenhos de romã apareciam na barra do m anto do sum o sacerdote e haviam sido encalhadas nas colunas do Templo d e Salomão. A PLANÍCIE LITORÂNEA A extremidade sul da planície litorânea foi no passado a terra dos filisteus. Perto de Haifa, ao Norte, a planície é interrom pida pela serra do Carmelo, cujas colinas se estendem para o interior até se unirem à região montanhosa central. A REGIÃO MONTANHOSA CENTRAL Os m ontes de Sam aria e os m ontes da Judéia, mais ao Sul, sâo parte desta “espinha dorsal” de m ontes acidentados e rochosos. A Bíblia no seu contexto 37 Monte Nebo PLANÍCIE COSTEIRA Berseba DESERTO DO NEGUEBE 0 Vaie do Jordão O Jordão começa perto do sopé do monte Hermom e corre para o Sul, descendo cerca de mil metros até chegar ao mar Morto (a menor altitude do m undo no seu ponto mais baixo, ou seja, mais de 800m abaixo do nível do mar). O vale é uma depressão profunda, que foi criada por falhas geoló gicas nessa área instável. Possui um clima quente e úmido bem característico. Galiléia Ao norte do monte Carmelo, o territó rio se abre numa ampla e fértil planície, o vale de Esdraelom ou de Jezreel. Além dela estão os montes e vales que cercam o lago da Galiléia. A cidade de Dã e o monte Hermom, que é coberto de neve (2840m de altura), marcam a fronteira ao norte do país. 0 deserto Ao sul de Berseba está o deserto do N eguebe. Aqui o índice pluviométrico é baixo, e tudo que se vê sâo pequenas man chas de vegetação c uma eventual acácia entre os montes áridos. Estes ficam mais altos, acidentados e imponentes à medida que se vai na direção do Sinai, ao Sul. +500 m Niveldo mar -500 m -1000 m Chuvas Israel tem duas e sta ções: o inverno , frio e úmido; o verão, quente e seco. A temperatura varia bastante de um a região para outra. No inverno, pode nevar em Jerusalém e cair chuva gelada na Gali léia, enquanto a tem pera tura média em Jericó não baixa de 15°C. No verão, a temperatura média no lito ral c na região montanhosa é de 22-25cC; na região do Mar Morto se mantém uma temperatura constante de 40°C durante o dia. As chu vas começam em outubro, são mais fortes em dezem bro/janeiro e term inam por volta de abril. Belém Mar M orto Monte Nebo +760 m -390 m +833 m +1000 m Regiões de Israel r m m m Mar Mediterrâneo J ■ Monte Hermom ■ GALILÉIA PLANALT0ORIENTAL • :>■' lago, Haifa- \ da íáliféia Monte Carmelo R N to ré ' ' \ Planície " ? deJezreet' . Montes deSamaria PLANALTO OOLIORDAO CENTRAL índice pluviom étrico polegadas 60 50 -40 — a w 30 600 f 3? 400 — 200 100 — 20 _ —10 — —5 38 Introdução à Bíblia Animais e aves A nim ais A ntes da ép o ca d e A braão , o v e lhas e cabras já p astavam nos m o n tes ac identados e rochosos d e Israel, fo rnecendo le ite, q u e ijo e carne. A lã, usada para fazer vestim entas, sem pre fo i valiosa. Os cam pos mais férte is d e G ileade e Basã, a leste d o rio Jordão, fizeram com que essas regiões ficassem fa m o sas por seu gado. C am elos e ju m e n to s são an im ais de carga e transporte d e pessoas nos países do O rie n te M é d io d e s d e os prim órdios. M ulas são u m a cruza d e ju m e n to e cavalo . H avia cavalos no Egito na época d e José. Eles puxavam carruagens e eram m on tados por sol dados na fren te de batalha. U m n ú m e ro b e m m a io r d e a n i mais selvagens h a b ita v a a te rra d e Israel nos te m p o s b íb lico s d o q u e acontece a tu a lm e n te — lobos, leões e ursos, raposas e chacais, o ju m e n to selvagem (onagro), o íbex, veados e Poramois fotos e informações vtja: Ovelhas e cabras 144,269, etc. Gafanhotos 165,489 Codomizes196 Jumentos 248,259, etc. Corvos 291 Arganazes B83 Pombos 405,599 Gazelas 405 gazelas, cam undongos, ratos e outras criaturas pequenas, bem co m o o t ím i do hiracoídeo qu e se esconde en tre as rochas. H av ia m u ita s co bras , a m a io ria delas in o fe n s iva , m as a lg u m a s q u e p o d ia m ser le tais , inc lusive v íboras, q u e fo ra m , p o s s iv e lm e n te , as q u e p icaram os israelitas d u ra n te a jo rn a da pe lo deserto. H avia ta m b é m g a fan h o to s e oca s io n a lm en te nuvens destru idoras de gafanhotos do deserto . N o lago da Galiléia havia um a g ran d e variedade d e peixes (veja "A pesca no m ar da Galiléia"). Camelos são m uito im portantes cm regiões dentro c ■io redor do deserto. Os midiiinitas atacaram Israel montados em camelas (Jz 6 .5). A ralnlw dc Sabá utilizou-os para transportar carga* ( IKs 10.2). Cobrns existem em todas as regiões de Israel. Não é fácil Identificar as que são m encionadas na Biblia. A serpente m ortífera de Nin 21 provavelm ente ó a víbora, sem elhante A víbora dc chifres (.»cima}. Muitas, com o a cobra d e Clifford (abaixo), são inofensivas. liã mais d e 40 tipos de lagartos em Israel. Este é o lagarto Dabb. Deus disse que Ismael, o hlhn d e Abraão e Agar. seria com o o jum ento selvagem (foto), lutando contra todos (Gn 16.12). A Bíblia no seu contexto 39 Nos tempos bíblicos, a maioria das pessoas simples usava lumenios para sc locomover c fazer o transporte d e cargas. O ónx (do deserto) estaria extinto, sc nâo fosse criado em cativeiro. P ássaros Um a variedade d e hábitats, do semi- tropical ao árido, contribui para a riqueza de pássaros que podem ser encontrados em Israel. A lém dos q u e são nativos, m uitos pássaros passam pela região na primavera e no outono, num a im portan te rota migratória da África para a Euro pa e a Ásia Ocidental. A Bíblia m enciona m uitos pássaros q u e não p o d e m o s id e n tific a r c lara m ente. D en tre os qu e podem os estáo a águia, o abutre, a coruja, a cegonha, a garça, a andorinha, o pardal, a codorniz, a perdiz, a rolinha, a pom ba, a gralha e o corvo. O rato do deserto é um dos vários roedores encontrados em diferentes hábitats de Israel. O “bode selvagem" m encionado em versões mais antigas da Biblia cl o íbex núbio. Embora nesta foto apareça em terreno plano, o íbex um anim al montês, podendo ser visto ainda hoje nas áreas rochosas perto de En-G edi 40 Introdução à Bíblia / Arvores e plantas Figos crescem num a árvo re que faz som bra perto de um a casa. Árvores Em bora seja p rováve l q u e Israel jam ais te n h a tid o flo re s tas densas, algumas áreas atu a lm en te d escam pa das eram regiões d e floresta nos te m pos bíblicos. A árvore do deserto é a acácia, usada pelos israelitas para construir a arca da aliança e partes do tabernáculo. C arva lh o s , a b e to s , c ip re s te s e pinheiros cresciam nos m ontes. Álamos, salgueiros, tam argueiras e loureiros form avam densas m oitas ao longo das m argens do rio Jordão. As m ais im p o r ta n te s e ra m as árvores frutíferas: v inhas e oliveiras, figueiras, pés de rom ã, tam are ira s e amendoeiras. 0 cedro usado para o pa lác io do rei Davi e o T e m p lo de S a lo m ão foi im portado do Líbano. , ?» As olivas são um produto im portante em Israel. ^ M .É '' As uvas am adurecem na vinha. IJma tam argueira em flor. O pinheiro é árvore com um eni Israel. lista palm eira cresce n u m clim a subtropical. Para mais fotos e informações veja: Acácia do deserto 174 Papoulas 391 Romãs 405 Videiras 427,638 Figueira 623 Oliveira 640,688 A Bíblia no seu contexto 41 Plantas e ervas Os co ntrastes d e d ím a resu ltam numa variedade incom um de plantas e flores silvestres. Um a e x u b e râ n c ia d e f lo re s d o campo adorna os m on tes da G aliléia na prim avera — os "lírios do cam po" de que fala Jesus — açafrão, a n é m o na, narcisos, c ic la m e n s , p a p o u la s , margaridas am arelas e m uitas outras. Ervas e especiarias sem pre fo ram valiosas, a lgum as p o r seu uso m e d i cinal, outras p e lo sabor q u e acrescen tavam a um a d ie ta um ta n to insossa. Entre as ervas com uns estão com inho, endro, a lh o , an is , h issopo , a rru d a , menta e mostarda. Há ta m b é m m ais d e 120 tip o s de ervas dan inhas e esp inhe iros em Israell O crisântem o am arelo pode scr nm dos “lírios do campo'* de que Jesus falou. A iris am arela é um a planta do brejo. As papoulas florescem até nos lugares mais pedregosos. N a an tig u id ad e, o papel era feito do caule do papiro. Uma alcaparreira floresce entre as rochas. O absinto tem um gasto amargo. As folhas e flores d a m u n a são perfumadas. A Bíblia usa mais d e 2 0 palavras para referir-se a espinheiros' A papoula selvagem. A mais vivaz das flores da prim avera é a aném ona vermelha. Entre as ervas usadas para fins medicinais c na culinária estão (em sentido horário, começando no alto. à estfuerdu): a sálvia, a m enta, a arruda, a mostarda preia, c o endro. 42 Introdução à Bíblia 0 calendário de Israel O ca len d ário é um a daquelas c o i sas essenciais à qua l nem se m p re se dá o d e v id o va lor. Os m ais an tig o s c a len d ário s , in c lu s iv e os d o Is rael antigo, fo ram e lab o rad o s em fu n ção das estações d o a n o ag ríco la e dos ritos re lig iosos assoc iad os a essas estações. Por causa d is to , e p o rq u e era tu d o tão co m plexo , os sacerdotes se to rnaram especialistas na ad m in is tração d o ca len dário . O co m érc io e o g o v e rn o ta m b é m e x ig ia m d a ta ç ã o precisa. Assim, os g ran d es im p ério s da M e s o p o ta m ia e d o v a le d o N ilo d e s e n v o lv e ra m seus p ró p rio s siste m as com g ra n d e índ ice d e precisão. S ab em o s p o u c o so bre o c a le n d á rio is ra e lita a n tig o , co m exceção das fes tas . M as o M is h n a h (a co leç ão de leis ju d a ic a s fe ita no fin a l d o século 2 d a e ra c ris tã ) fa z u m a d e s c riç ã o c o m p le ta d o sistem a q u e os ju d e u s c ria ra m so b in f lu ê n c ia b a b iló n ic a . Ele c o n tin u o u a ser usado ju n to com o c a le n d á r io ro m a n o . Este, q u e fo i tã o b e m re fo rm a d o p o r Jú lio César, s o b re v iv e q u a se in ta c to a in d a h o je , dois m il an o s d e p o is . Quando os israelitas chegaram a Canaã. eles usaram