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O Idoso Institucionalizado Questões de Identidade e Políticas Sociais

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O IDOSO INSTITUCIONALIZADO: QUESTÕES DE IDENTIDADE E POLÍTICAS SOCIAIS
Deuzane Cristina Soares Lobo1, Fleude Nélia de Carvalho Gomes Santos2, Maria Eliene Gonçalves Brito2, Joscimar Souza Silva3, Maria da Glória Lobo Barrios4
¹Graduada em Pedagogia. Especialista em Psicopedagogia. Graduanda do Curso de Psicologia. Faculdade de Guanambi – FG. Guanambi-Ba.
²Graduanda do Curso de Psicologia. Faculdade de Guanambi – FG. Guanambi-Ba.
3Graduado em Ciências Sociais. Mestre em Ciência Política. Docente da Faculdade Guanambi-FG/CESG. Líder do Núcleo de Pesquisas Política na Prática do Observatório FG do Semiárido Nordestino.
4Graduada em Psicologia. Especialista em Psicopedagogia e Psicologia Hospitalar. Docente da Faculdade Guanambi-FG/CESG.
RESUMO: A identidade é um processo dinâmico e mutável no qual o sujeito desenvolve e transforma a imagem de si próprio a partir da especificidade dos contextos em que está inserido, e de suas experiências ao longo da vida. Partindo deste pressuposto, este estudo de revisão de literatura objetivou analisar as transformações identitárias do idoso e seus desafios frente à institucionalização, visto que esta implica um conjunto de etapas, por norma, difíceis para a pessoa idosa, ao mesmo tempo em que a população idosa tornou-se um dos grandes desafios do Estado brasileiro. Além disso, em virtude das condições de desigualdade e exclusão social, são poucos idosos que têm acesso a um serviço de acolhimento adequado em Instituições de Longa Permanência para idosos (ILPI). Este cenário também revelou a necessidade de atuação da psicologia nessas instituições junto aos idosos e à equipe de trabalho, visando qualificar o acolhimento por meio de uma escuta diferenciada e o papel da psicologia em pensar uma proposta política de saúde mental humanizada aos sujeitos dessas políticas. Com esta revisão constatou-se que uma reconstrução identitária bem-sucedida depende da qualidade do acolhimento e da adaptação desses idosos à instituição.
Palavras-chave: Envelhecimento. Dinâmicas identitárias. Humanização. 
INSTITUTIONALIZED ELDERLY: IDENTITY ISSUES AND PUBLIC POLICIES
ABSTRACT: Identity is a dynamic and changing process in which the subject develops and transforms the image of himself from the specific contexts in which it appears, and their experiences throughout life. On that basis, this literature review study aimed to analyze the identity transformations of the elderly and their challenges facing the institutionalization, as this implies a set of steps, as a rule, difficult for the elder while the aging population has become a major challenge of the Brazilian state. In addition, because of the conditions of inequality and social exclusion, few elderly who have access to a suitable reception service in Long-Stay Institutions for Elderly (LSIE). This scenario also revealed the need for psychology of performance in these institutions with the elderly and teamwork, aiming to qualify the reception by means of a differentiated listening, and the role of psychology in thinking a policy proposal of humanized mental health to subject these policies. With this review it was found that a successful identity reconstruction depends on the quality of the reception and adaptation of the elderly to the institution.
Key words: Aging. Identity dynamics. Humanization.
INTRODUÇÃO
A identidade diz respeito à representação e construção do eu como sujeito único e igual a si mesmo. O sujeito visualizado em sua particularidade e singularidade numa interação com o meio universal na construção e transformação de sua identidade (CIAMPA, 1988 p.93). Nesse sentido, tratar de questões relacionadas às transformações identitárias do idoso institucionalizado, por ser um fenômeno complexo, envolvendo diferentes particularidades e mudanças, requer a compreensão do envelhecimento enquanto processo biológico, psíquico, social, cultural, econômico e simbólico e também político. 
A população da terceira idade, pessoas com mais de sessenta anos, é o grupo que mais cresce no Brasil. Assim, diante dessa nova configuração etária da população brasileira e mundial, “o asilamento é uma situação contemporânea que tem se tornado pertinente à nossa realidade e se consolidado como tal por uma série de motivos” (CHAVES, 2012).
Conforme Goffman (2003, p.11), o asilo pode ser compreendido como instituição total: “um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida fechada e formalmente administrada”. A institucionalização pressupõe um conjunto de etapas, por norma, difíceis para a pessoa idosa. A saída de casa para um lar institucional põe em causa a integridade, privacidade e independência do idoso e provocam adaptações que podem representar transformações na identidade do indivíduo. 
No Brasil, em virtude das condições de desigualdade, injustiça e exclusão social são poucas as pessoas que têm acesso a um serviço de acolhimento adequado às suas necessidades m Instituições de Longa Permanência, ILP, o que constitui um fator determinante para não satisfação das necessidades próprias da velhice comprometendo a qualidade de vida enquanto direito de todos.
 Contudo, desde a Constituição Federal de 1988 até a promulgação da Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso, a busca por garantia de direitos da pessoa idosa por meio de efetivação de políticas públicas vem produzindo uma realidade de ressignificação da velhice. Como salienta Celich et al, (2010), a política nacional de saúde do idoso tem como principal objetivo a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde.
Nesse cenário, verifica-se a importância de um acolhimento humanizado, construído a partir de uma reestruturação dos serviços prestados pelas ILP, que pressupõe a escuta das reais necessidades, medos, inseguranças, desejos e sonhos dos idosos, “(...) na sua alteridade, independente do lugar (...)” (MORÉ & MACEDO, 2006, p. 22), a fim de alcançar a qualidade necessária ao atendimento desse grupo etário “idoso”.
O objetivo do presente estudo é analisar as transformações de identidade do idoso e seus desafios frente à institucionalização, reconhecendo que uma reconstrução identitária bem-sucedida depende da qualidade do acolhimento e da adaptação desses idosos à instituição.
METODOLOGIA
Este trabalho se propôs a realizar uma análise de conteúdo de uma pesquisa bibliográfica de livros e artigos acadêmicos sobre as temáticas “Institucionalização, Questões de identidade e Políticas Sociais para idosos”. Segundo Bardin (2011), a análise de conteúdo é “uma operação ou conjunto de operações visando representar o conteúdo de um documento sob uma forma diferente da original, a fim de facilitar, num estado ulterior, a sua consulta e referenciação” (BARDIN, 2011, p. 51). Essa análise é realizada objetivando a representação concisa da informação, para consulta e armazenamento. 
Nessa revisão de literatura foram avaliadas 12 publicações referentes à “A Institucionalização” 05 “Envelhecimento” 03 Identidade”, 07 “Políticas Sociais” e 04 “Humanização”. Quanto ao tipo de publicação, foram considerados apenas periódicos (revistas científicas), livros e artigos.
Na identificação das fontes bibliográficas nacionais foram utilizadas as bases de dados SCIELO, LILACS, PERIÓDICOS. Para identificar as publicações indexadas nessas bases de dados foram utilizadas as seguintes palavras chaves em português: “Institucionalização”, “Psicologia” “Identidade”, “Humanização”, “Envelhecimento”, “Saúde Mental” e “Políticas Sociais para Idosos”.
A análise de dados foi realizada no período entre os meses de fevereiro a agosto de 2015, adotando as seguintes premissas: leitura exploratória de todo o material selecionado (leitura preliminar que objetivou verificarse a obra consultada seria de interesse para o trabalho); leitura seletiva (leitura aprofundada das partes que realmente interessaram); registro das informações extraídas das fontes, seleção das unidades de análise feita por categorias apriorísticas, e posteriormente abarcando subcategorias que surgiram do texto sendo então construído o processo de categorização e subcategorização.
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
Desde o nascimento é concedido aos seres humanos quem são e o que desejam na vida ao longo de sua existência. Na relação com o outro e com o ambiente, cada ser humano constrói uma identidade pessoal, a sua afirmação e a sua individualidade como ser, pessoa. Ao longo dos anos cada pessoa vai se auto afirmando, identificando e reconhecendo as várias áreas da vida, como a afetiva, corporal, espiritual, financeira, profissional e outras, tanto no campo pessoal como social.
Para Ciampa (2006), a identidade, enquanto processo histórico, pessoal e social, compara-se a uma metamorfose na qual ocorre fundamentalmente como produção de sentido, portanto, dinâmico, de transformações. Assim, a [...] reprodução da vida humana, implicando a reprodução da cultura, da sociedade e do indivíduo, três elementos distintos, mas indissociáveis como produto e ao mesmo tempo como produtores de sentido (CIAMPA, 1988 p.93). Portanto, o sujeito é visualizado em sua particularidade e singularidade numa interação com o meio universal na construção e transformação de sua identidade. 
Também entendendo identidade como construção processual, Erikson (1987) destaca a influência da integração de numerosas experiências do indivíduo ao longo de toda a sua vida, que é construída na relação com os outros no ambiente social em que está inserido. Ele afirma que a identidade expõe funções reguladoras: a função integradora e a função adaptativa, sendo que a primeira assegura a preservação do eu, a segunda permite a adaptação às diferentes situações relacionais. 
Ainda nessa perspectiva, segundo Dubar (1997) a identidade nunca está definitivamente terminada, pelo contrário, assume-se como um processo no qual os indivíduos atravessam obrigatoriamente períodos de crise. Ela é um processo dinâmico e mutável em que o sujeito desenvolve e transforma a imagem de si próprio, que são reflexos de suas vivências e experiências ao longo da vida. Erikson (1987) afirma ser importante considerar o contexto histórico e cultural como informações e instrumento de análise, pois vão nos dar indicativos da formação de uma identidade que é construída e mantida pela sociedade, chamado por ele de “ego grupal” (ERIKSON 1987). 
Conforme os autores supracitados, o processo de envelhecimento é biológico, psíquico, social, cultural, econômico e simbólico. Por ser um fenômeno complexo, envolvendo diferentes dimensões, produz diversas particularidades e traz consigo mudanças que podem afetar o cotidiano, a autoestima e a autonomia do idoso. 
Para compreender melhor esses fenômenos na identidade do idoso, problematizamos a seguir a questão do envelhecimento com base no referencial teórico estudado.
ENVELHECIMENTO 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define velhice como “prolongamento e término de um processo representado por um conjunto de modificações fisiofórmicas e psicológicas a ação do tempo sobre as pessoas” (SILVA, 2013). Para esta autora, trata-se de uma etapa onde o envelhecimento é um processo acumulativo, quando ocorre a deterioração do organismo dificultando ao indivíduo desenvolver algumas atividades que antes eram feitas com mais facilidade. Um processo que acontece de forma gradual, cujas transformações independe da vontade do ser humano. 
A população da terceira idade é o grupo que mais cresce no Brasil. Segundo Lima et al. (2010), nos países em desenvolvimento como o Brasil, as pessoas idosas são aquelas que têm mais de sessenta anos. Conforme a OMS (1998), até o ano 2025 a população idosa brasileira crescerá 16 vezes contra cinco da população total. Isso classifica o país com a sexta maior população idosa do mundo, correspondendo a mais de 34 milhões de pessoas com sessenta anos ou mais. É importante considerar ainda que, além da questão demográfica, o envelhecimento também envolve aspectos socioculturais, políticos e econômicos em interação dinâmica e permanente com a dimensão biológica e subjetiva dos indivíduos (CARVALHO & DIAS, 2011, p. 64), o que impõe um desafio ao Estado brasileiro, especialmente em aspectos relacionados à Seguridade Social.
Para Chaves (2012), essa nova realidade de longevidade humana a qual nos insere faz surgir diversas problemáticas sociais e econômicas; um dos pontos que tem merecido destaque e maiores discussões é a questão da institucionalização de idosos por se tratar de um fenômeno social emergente principalmente no aspecto que tange à liberdade, valorização e ao respeito da subjetividade dos idosos enquanto seres históricos, dotados de vida e potencialidades. 
Apesar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006) considerar que a institucionalização não se constitui ainda uma prática comum em nossa sociedade, no qual o Censo Demográfico de 2000 afirma que havia 103 mil idosos residentes em domicílios coletivos incluindo os asilos, representando em torno de 0,8% da população idosa, e que, conforme Yamamoto (2002), fatores demográficos, sociais e de saúde constituem-se em causas que tendem a levar idosos a residir em instituições de longa permanência, denominação atual para o tradicional asilo.
Assim, diante dessa nova configuração etária da população brasileira e mundial, “o asilamento é uma situação contemporânea que tem se tornado pertinente à nossa realidade e se consolidado como tal por uma série de motivos” (CHAVES, 2012).
INSTITUCIONALIZAÇÃO: UM DESAFIO À IDENTIDADE DO IDOSO
Institucionalização é o termo usado para descrever um processo de controle social realizado por instituições privadas, públicas, ou sem fins lucrativos, designadas originalmente com fins beneméritos. Neste sentido, as instituições asilares foram criadas para cuidar das pessoas que supostamente são incapazes como cegos, velhos, órfãos e indigentes. 
O Manual de Funcionamento de Instituição de Longa Permanência (ILP) (2003) para Idosos, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, define como asilo a casa de assistência social onde são recolhidas pessoas pobres e desamparadas, como mendigos, crianças abandonadas, órfãos e velhos. Além disso, também define-se como locais de assistência a idosos como por exemplo, abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancionato. A denominação de Instituições de Longa Permanência para idosos começa a ser utilizada para definir estabelecimentos de atendimento integral a idosos, dependentes ou não, sem condições familiares ou domiciliares para a sua permanência na comunidade de origem.
Conforme prevê a Política Nacional de Atenção ao Idoso, expressa na Lei nº 8.842/94 e regulamentada pelo Decreto nº 1.948/96, o idoso desprovido de família nuclear possui maior probabilidade de asilamento. A partir disso, podemos constatar que o asilamento também é um meio de assegurar a promoção da sobrevivência digna aos idosos que não mais possuem família estruturada. Corroborando essa informação, o Estatuto do Idoso prega que os idosos devem ter a garantia da “priorização do atendimento ao idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência”. (Lei nº 10.741, 1º de outubro de 2003, art. 3º, inciso V).
Segundo Goffman (2003), essa forma de acolhimento tem tendências de "fechamento", ou seja, são regidas por normas rígidas e padronizadas também compreendidas como instituições totais: “um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida fechada e formalmente administrada”; além disso, dividida entre um grande grupocontrolado, os internados, e uma pequena equipe de supervisão ou dirigente, sendo esta uma consequência básica da direção burocrática. “Nesse espaço os indivíduos se tornam cidadãos violados em sua individualidade, sem controle da própria vida, sem direito a seus pertences sociais e à privacidade, com relação difícil ou inexistente com funcionários e o mundo exterior” (GOFFMAN, 2003). Coadunando a isso, Pavan et al. (2008) apud Chaves (2012), apontam que estas “instituições fundamentam-se no controle e na hierarquia, o tratamento é uniformizado, a rotina é regida por horários preestabelecidos e os idosos perdem o direito de expressar sua subjetividade e seus desejos”. 
No Brasil o cristianismo foi pioneiro no amparo aos velhos em asilos. Sobre o asilamento Foucault (1984) destaca que as pessoas que prestavam este serviço assistencial eram caritativas (religiosos ou leigos) e buscavam a salvação da alma, tanto do pobre como a sua própria, além da função de separação dos indivíduos que de alguma forma, traziam ameaças à saúde da população. “Um lugar de assistência, formação espiritual e exclusão social (FOUCAULT, 1984, p. 102). 
O Asilo como instituição para acolhimento de idosos deu visibilidade à velhice, contudo “A instituição era um mundo à parte e ingressar nela significava romper laços com família e sociedade” (GROISMAN, 1999, p. 67-87 apud POLLO & ASSIS, 2008).
Neste sentido, Goffman (2001, p. 23) aponta que:
os internos chegam à instituição com uma “cultura aparente”, derivada de um “mundo da família”, parte de um esquema amplo - um conjunto de experiência que confirmava uma concepção tolerável do eu e permitia um conjunto de formas de defesa, exercidas de acordo com sua vontade, para enfrentar conflitos, dúvidas e fracassos. 
O autor afirma que com o tempo ocorre uma mudança cultural devido ao afastamento de algumas oportunidades de comportamento e ao fracasso para acompanhar as mudanças sociais impostas pelo contexto institucional. Devido a essa nova realidade a pessoa idosa acaba perdendo alguns papéis em virtude da barreira que o separa do mundo externo.
A transição geralmente representa um impacto para o idoso, pela perda de referências e do sentimento de pertença, trazendo repercussões no estado emocional, nas relações e na saúde de quem vive asilado (CHAVES, 2012). A partir do asilamento nas ILPI, o querer do idoso se torna o querer da instituição fazendo com que submeta sua vontade à vontade e às decisões administrativas institucionais. Assim, o idoso perde a possibilidade de administrar seu tempo, seu espaço, suas decisões, representando mudanças significativas nas suas relações consigo e com o outro.
Segundo Vigotsky (1929, p. 56), a construção social do indivíduo é uma história de relações com outros através da linguagem e de transformações do funcionamento psicológico constituídas por relações sociais mais amplas (que configuram lugares sociais, formas de inserção em esferas da cultura, papéis a serem assumidos etc.). Neste sentido, afirma que “nos tornamos nós mesmos através dos outros”. Além disso a institucionalização pode representar abandono e trazer um sentimento de tristeza e de solidão, seja envolvendo deficiências relativas a perdas, seja envolvendo deficiências funcionais do organismo ou na fragilidade das relações afetivas e sociais que por sua vez, conduzem a um distanciamento podendo culminar no isolamento social (HEREDIA et al., 2004). 
A carência de intimidade, a superficialidade das relações, a pobreza de afetos e de comunicação modificam a interação social e de interesse com a própria vida. Para Born “muitos idosos encaram o processo de institucionalização como perda de liberdade, abandono pelos filhos, aproximação da morte, além da ansiedade quanto à condução do tratamento pelos funcionários” (BORN, 2002). 
Corroborando com este pensamento, Rocha & Ribeiro afirmam que um dos sentimentos mais presentes na vida do idoso institucionalizado é o de “exclusão”, além de mágoa por ter sido abandonado e a crença de que é um peso para a família. Pode-se associar a essa exclusão social as marcas e sequelas das doenças crônicas não transmissíveis que são os motivos principais de sua internação, inclusive nas Instituições de Longa Permanência (ROCHA & RIBEIRO, 2011).
“Quando passa a fazer parte do ambiente institucional o idoso tem dificuldade de lidar com as perdas tais como de status e de papéis sociais, tendo de enfrentar problemas de saúde e de ordem econômica, isolamento, rejeição, marginalização social, entre outras questões” (TAVARES 2007 apud CARMO, et al., 2012, p. 331). Alguns sentem tensão, angústia, desespero, insegurança, e, quanto maior for o potencial para a perda desse vínculo, mais intensas e variadas serão essas reações, podendo vir a prejudicar o indivíduo. Muitos idosos sentem vergonha em dizer que foram internados involuntariamente preferindo argumentar que a internação se deu devido a problemas de saúde ou por falta de condição da família, tentando esconder as ameaças sofridas pelos próprios familiares. 
O processo de admissão em uma instituição provoca a despersonalização, referindo-se à degradação da identidade pessoal e à perda de autonomia. Alienados, rebatizados reduzidos a meros membros, dependentes da instituição que os moldam. Para o autor está associada à perda e à mortificação do eu (GOFFMAN, 2003). Tais aspectos devem ser considerados, pois segundo Carvalho & Dias (2011), “As necessidades de auto atualização e de crescimento pessoal não declinam com a idade, mas podem ser afetadas quando o indivíduo enfrenta limitações de atividades e de capacidades em múltiplos domínios e quando enfrenta estresse psicológico”. 
Diante desse contexto, cabe ao Estado a promoção de seguridade social para os idosos institucionalizados, saúde ambiental, física, psíquica e social, que pode ser ofertada diretamente na promoção de instituições humanizadas ou ainda indiretamente, via processos de regulamentação dessas instituições e através da criação de parcerias e cooperação com instituições não diretamente vinculadas ao Estado.
IDOSO E POLÍTICAS PÚBLICAS
No Brasil, em virtude das condições de desigualdade, injustiça e exclusão social, são poucas as pessoas que têm acesso a um serviço de acolhimento adequado às suas necessidades em ILP, o que constitui um fator determinante para não satisfação das necessidades próprias da velhice comprometendo a qualidade de vida enquanto direito de todos.
Historicamente a Assistência Social brasileira se caracteriza por práticas filantrópicas, com características assistencialistas e imediatistas, contudo, a população idosa brasileira teve importantes conquistas nas duas últimas décadas. 
De acordo com caput do art.194 da Constituição Federal de 1988, a Seguridade Social é composta pela tríade: previdência, saúde, e assistência social. A previdência prioriza o atendimento dos idosos. Garante benefícios específicos ao idoso (homem ou mulher) contribuinte ou não a depender das condições que deram origem à concessão do benefício, e, assegura aposentadoria por idade com fundamento no artigo 201, parágrafo 7.º, II, CF: é garantido ao segurado que, tendo cumprido a carência, completar 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher. A idade é reduzida em 5 anos para os trabalhadores rurais.
No âmbito da saúde, em 10 de Dezembro de 1999 foi promulgada a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) através da Portaria 13395/GM a qual se fundamenta na concepção da atenção integral à saúde da população em processo de envelhecimento, em conformidade com o que determina a Lei Orgânica da Saúde 8080/90 e a Lei 8142/94 que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei 8842, de 4 de janeiro de 1994). A Política Nacional do Idoso (PNI) tem como foco ampliar a concepção de velhice e do processo de envelhecimento, sinaliza a necessidade do envolvimento dos profissionais de saúde e da sociedade como um todo para que se possa enfrentar o desafio de assistir à uma população idosa. 
Enquanto a assistênciasocial prevê a execução de programas e projetos, que vinculados com outras políticas sociais volta-se a atender os direitos do idoso buscando amenizar a exclusão social, promovendo a transferência de renda e a conquista à cidadania, o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) integrante da Seguridade Social, organiza os serviços socioassistenciais de forma descentralizada no Brasil, juntamente com os esforços, recursos e financiamento da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) ofertando e regulamentando benefícios de proteção social. 
A proteção social de Assistência Social consiste no conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados pelo SUAS para redução e prevenção do impacto das vicissitudes sociais e naturais ao ciclo de vida, à dignidade humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional. (NOB-SUAS, 2005, p. 19)
O marco no processo de garantia dos direitos desse segmento populacional é a Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003, que instituiu o Estatuto do Idoso. O Estatuto serve como guia essencial para que as políticas públicas sejam cada vez mais adequadas ao processo de ressignificação da velhice (BRASIL, 2006). Como salienta Celich et al., (2010) a política nacional de saúde do idoso tem como principal objetivo a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde.
O Estatuto do Idoso afirma que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e a convivência familiar e comunitária. (Lei nº 10.741, 1º de outubro de 2003, art. 3, p.8,) (BRASIL, 2003).
Essa breve análise do percurso político da construção e garantia dos direitos da pessoa idosa mostra que a sociedade brasileira ainda não equacionou satisfatoriamente a situação social do idoso, uma vez que a realidade em que este se encontra revela que as mínimas condições de sobrevivência nem sempre lhe são garantidas; o preconceito aliado à marginalização social e econômica faz com que o idoso transite num espaço restrito sem grandes possibilidades aparentes de mudança. (OLIVEIRA, 1999).
Quanto à institucionalização, grande parcela dos serviços de atenção aos idosos ainda é promovida por organizações da sociedade civil e não por parte do Estado. O sistema de seguridade social para idosos no Brasil, do ponto de vista socioeconômico, não permite o atendimento satisfatório das suas necessidades de sobrevivência, especialmente dos mais pobres que evidenciam um envelhecimento.
Conforme Carvalho & Dias, (2011), é importante considerar que além de um problema demográfico, o envelhecimento também envolve aspectos socioculturais, políticos e econômicos em interação dinâmica e permanente com a dimensão biológica e subjetiva dos indivíduos. Deste modo os autores destacam a necessidade de reestruturação dos sistemas de reforma, os regimes de previdência social e o aumento das instituições de apoio à velhice. 
Segundo Guimarães et al. (2005) citados por Lima et al. (2010), “as instituições asilares têm o compromisso de suprir as necessidades básicas dos idosos proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida”. Contudo, nem sempre são oferecidas atividades aos idosos, por falta de mão de obra especializada, problemas financeiros, ou até mesmo pela restrição de espaço físico. Assim os idosos ficam muito tempo ociosos, o que pode levar a problemas de angústia e depressão entre outras doenças e demandas de cuidados em saúde específicas da idade.
Neste sentido a institucionalização é uma das situações estressantes e desencadeadoras de depressão que levam o ancião a passar por transformações de todos os tipos. Este isolamento social, além da perda de identidade, de liberdade, de autoestima, ao estado de solidão e muitas vezes de recusa da própria vida, justifica a alta prevalência de doenças mentais nos asilos. “É urgente um envolvimento global para traçar estratégias e implementar alternativas, tanto para os idosos que ainda mantêm sua independência e autonomia, como para os fragilizados, com doenças incapacitantes e dependentes de cuidados” (POLLO & ASSIS, 2008).
Dentre os problemas de saúde comuns, encontram-se os transtornos mentais, que acometem cerca de um terço da população idosa (CLEMENTE et al., 2011). Depressão e demência são os mais frequentes na terceira idade. Há ocorrência de decréscimo na procura por serviços de saúde mental com o passar da idade devido a crenças e atitudes dos idosos frente aos transtornos mentais.
Segundo os referidos autores, idosos com transtornos mentais apresentam maiores taxas de consultas médicas primárias e de hospitalização, sem que o transtorno mental seja adequadamente investigado, identificado e tratado. Muitas vezes suas manifestações são interpretadas como parte inevitável do envelhecimento. Tudo isto leva a presumir uma situação de desassistência possivelmente agravada pela escassez de políticas de saúde e de formação profissional voltadas para a atenção à saúde mental do idoso.
Neste contexto o idoso nas Instituições de Longa Permanência (ILP), na maioria das vezes, é apenas integrante de um grupo que foi privado de seus projetos por encontrar-se afastado da família, da casa, dos amigos, das relações nas quais sua história de vida foi construída. A grande incidência de estados depressivos, sentimentos de solidão e limitações das possibilidades de uma vida ativa, representa muitas perdas. Neste cenário, as ILP ainda constituem um desafio pois, ao mesmo tempo em que cuidam, afastam o idoso de seu convívio familiar (MARIN et al., 2012). Portanto, identificando a importância da humanização que as instituições podem assumir, conseguiremos alcançar a qualidade necessária ao atendimento desse grupo etário “idoso”. 
ESCUTA: UMA PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO E RESPEITO À IDENTIDADE DO IDOSO
O processo da institucionalização é longo, supondo um conjunto de etapas e, por norma, difícil para o idoso. A saída do lar para a casa põe em causa a questão da integridade da privacidade e da independência do idoso bem como da sua ligação entre o passado e o presente. Além disso, altera todo um conjunto de rotinas e interações que modificam o estilo de vida do próprio idoso (PIMENTEL, 2001).
A longevidade traz consigo a necessidade de adaptação frente às perdas que ocorrem ao longo da vida. O indivíduo idoso é compelido a conviver com o desconhecido após longa trajetória de vida com aqueles com que mantinha laços de amizade e consanguinidade. Adequar-se à realidade da perda, na maior parte das vezes, leva-o a procurar as Instituições de Longa Permanência (BESSA & SILVA, 2008 apud BENTES et al., 2012)
Na fase de adaptação, a instituição deve acompanhar o idoso ajudando-o a integrar-se e a lidar com as modificações na sua vida e com o impacto emocional que pode ser muito forte para o mesmo e para a família. A história de vida, o relacionamento com os familiares e a comunidade, os hábitos e gostos, as angústias e as dificuldades dos idosos, devem ser identificados e considerados. No ambiente institucional, este acolhimento pressupõe a escuta das reais necessidades, medos, inseguranças, desejos e sonhos dos idosos, para que sinalizem os caminhos mais seguros de compreensão do processo de envelhecimento e suas particularidades reais e subjetivas.
Neste contexto, conforme Carvalho & Dias (2011), a qualidade de vida dos idosos institucionalizados depende, além do acolhimento na instituição, do convívio de pessoas próximas, com ligações afetivas, como amigos ou familiares, buscando formas de evitar o estado de solidão ou isolamento que muitos vivem devido ao afastamento. A qualidade de tais relações pode significar para o idoso o seu valor neste contexto. Como afirma Pimentel (2001), cuidar de um idoso requerpor parte do cuidador estar conscientizado para estas questões, recorrendo a informações e formações sobre o envelhecimento sendo esta uma das questões básicas para promover a humanização dos serviços.
Deste modo, a referência identitária dos idosos no contexto da institucionalização em que está sendo redefinida enquanto ponto de partida para reflexões e práticas que visem a autonomia, felicidade e cidadania ao idoso. Contudo, o êxito desta perspectiva também está relacionado à intervenção do psicólogo nas ILP junto à própria equipe de funcionários trabalhando suas crenças e angústias em relação à velhice, devido à influência que têm em suas vidas pessoais e à interferência que podem provocar no tipo de atendimento dado aos idosos. “O trabalho do psicólogo contribui para a estruturação da equipe de trabalho ao exercer a possibilidade de escutar a demanda grupal e intervir em questões relativas à instituição” (CORRÊAL et al., 2014).
Trata-se de uma escuta que pretende considerar a pessoa idosa “(...) na sua alteridade, independente do lugar (...)” (MORÉ & MACEDO, 2006, p. 22). Uma escuta que considera os aspectos do contexto e promove o desenvolvimento de uma postura clínica ampliada, deslocando o protagonismo para todos os envolvidos, profissionais, idosos, familiares, sociedade civil, entidades e órgãos públicos na reflexão, discussão e construção de novas formas de cuidado e acolhimento, buscando fomentar novos modelos de convivência social e familiar nas referidas instituições.
Assim, a realidade dos idosos que vivem nas instituições de longa permanência clama pela construção de um espaço para esta escuta e tem trazido à tona a necessidade de atuação da psicologia nesses locais para suprir a carência de apoio aos idosos na ressignificação indentitária frente aos desafios impostos pela institucionalização. A Psicologia, nesse contexto, aparece enquanto meio possível de produzir condições que acolham as necessidades dos idosos de forma individualizada e contextualizada, ao mesmo tempo em que apresenta ao profissional de psicologia a capacidade de atuação social e política na transformação dessa realidade. 
Portanto, há um desafio aos profissionais psicólogos a trabalharem na produção de conhecimento nas dimensões da complexidade e da intersubjetividade no âmbito das instituições asilares. Neste sentido, novos estudos devem ser feitos na busca de conhecimentos específicos acerca deste universo etário para orientarem meios de institucionalização que acolham e atendam o idoso de maneira integral, portanto humanizada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aumento da expectativa de vida da população tem influenciado efetivamente no aumento do número de idosos no Brasil e no mundo. Esta mudança sugere discussões acerca da nova realidade populacional. Diante desta situação e à medida que a população envelhece, aumenta a demanda por instituições de longa permanência. Contudo, o papel das ILP vai além dos cuidados, deve promover ações a fim de favorecer a autonomia, independência e valorização de redes sociais durante o processo de envelhecimento. Tais metas se configuram também fundamentais para cuidadores, profissionais de saúde e autoridades públicas, de modo que “os alicerces de uma sociedade mais inclusiva e mais adequada à população idosa” (CAMARANO, 2010) sejam fortalecidos. Tal condição, enquanto possibilidades de se envelhecer inclui a construção de espaços que promovam estímulos, suporte social e emocional além da assistência à saúde física. 
O significado simbólico brasileiro sobre as ILP, que ainda transita por diversas concepções, incluindo o abandono, como local de exclusão social, dominação ou simplesmente “depósito de idosos”, continua prevalecendo. Portanto, há modelos de pensamento que precisam ser modificados. O trabalho de aproximação com os sujeitos que vivem nessas instituições, o respeito às suas histórias de vida e às suas subjetividades, são condições indispensáveis para que essas mudanças ocorram.
Além disso, é preciso aprofundar a reflexão dos sentidos atribuídos às ILP e possibilitar a identificação dos reais anseios da população idosa visando superar a visão de um ambiente que exclui, normatiza, abandona e priva as subjetividades e promover uma compreensão do processo de envelhecimento com qualidade de vida.
Nesta perspectiva, a psicologia deve ter o compromisso de investir em práticas que alarguem os limites das relações que se estabelecem nas ILP, rompendo com paradigmas excludentes e afirmando seu compromisso sociopolítico com a humanização. 
Por meio de um acolhimento respeitoso e empático, atenção e, sobretudo, a escuta, o profissional psicólogo pode disparar possibilidades de criação e de retomada da autonomia do idoso, tendo a contribuição da referência identitária que está sendo redefinida no contexto da institucionalização, como ponto de partida para reflexões e práticas inovadoras. Ou seja, a participação da psicologia na produção de um processo que possa ressignificar a própria existência do idoso no contexto asilar, ou ainda, ressignificar a existência asilar.
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REFERÊNCIAS
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