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CAPÍTULO 9- DA ESTRUTURA DA NORMA JURÍDICA- DAS NORMAS JURÍDICAS EM GERAL- Segundo Reale a ciência do direito tem por objeto a experiência social na medida em que esta é disciplinada por certos esquemas ou modelos de organização e de conduta denominados normas ou regras jurídicas. Sendo a norma um elemento constitutivo do direito como que a célula do organismo jurídico é natural que nele se encontrem as mesmas características já apontadas, quando do estudo daquele, a saber, a sua natureza objetiva ou heterônoma e a obrigatoriedade daquilo que ela enuncia. A norma jurídica é sempre redutível a um juízo ou proposição hipotética na qual se prevê um fato ao qual se ligue uma conseqüência. Se F é, deve ser C. Segundo essa concepção toda regra de direito contém a previsão genérica de um fato com a indicação que, toda vez que um comportamento corresponder a esse enunciado deverá advir uma conseqüência que segundo Kelsen corresponde sempre a uma sanção compreendida apenas como pena, mas Reale afirma que essa estrutura lógica corresponde apenas a certas categorias de normas jurídicas, exemplo: aquelas destinadas a reger os comportamentos sociais, mas não se estende a todas as espécies de normas como as normas de organização. A concepção formalista de Kelsen, segundo a qual direito é norma e nada mais se harmoniza com a compreensão da regra jurídica como simples enlace lógico que, de maneira hipotética, correlaciona através do verbo dever ser, uma conseqüência ao fato F. A mera conversão verbal extrínseca de uma proposição normativa que enuncia simplesmente um dever ou confere poderes em uma outra que apresenta esse dever sob forma condicional não é o bastante para conferir uma norma ao caráter hipotético. As regras que dispõem sobre a organização dos poderes do Estado, as que estruturam órgãos e distribuem competências e atribuições, bem como as que disciplinam a identificação, modificação, e aplicação de outras normas não se apresentam como juízos hipotéticos, sendo caracterizadas pela obrigação objetiva de algo que deve ser feito sem que o dever enunciado fique subordinado a ocorrência de um fato previsto do qual possam ou não resultar determinadas conseqüências. As normas jurídicas são caracterizadas pelo fato de serem estruturas proposicionais enunciativas de uma forma de organização ou de conduta que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória. Uma norma jurídica enuncia um dever ser, pois nenhuma regra descreve algo que é, mesmo quando, para facilidade de expressão emprega-se o verbo ser. Ex: O Brasil é uma república federativa. Na verdade a república não é visível embora o Brasil deva ser organizado e compreendido como uma república federativa que é uma realidade normativa, na qual fatos e valores se integram. Tipos primordiais de normas- A primeira distinção que se impõe é entre normas de organização e normas de conduta, essas normas disciplinam o comportamento humano ou atividades dos grupos e entidades sociais. São consideradas primárias. Normas de Organização- Possuem caráter instrumental visando a estrutura e o funcionamento de órgãos, são do tipo secundária. Bobbio faz uma distinção entre as duas normas: primárias e secundárias, tem o inconveniente de ter uma acepção cronológica e outra sociológica, razão pela qual prefere indicá-los como sendo de primeiro e de segundo graus. Kelsen fala que a norma primária enuncia sanção, ficando em segundo plano, quase que eliminada por supérflua a regra que fixa o que deve ser feito ou não. Herbert Hart fala que as expressões normas primárias e secundárias não coincidem com a distinção tradicional nem com a de Kelsen. Hart fala que as normas primárias- se distinguem por se referirem a ação ou criarem uma obrigação, as secundárias se reportam as primárias e delas são subsidiárias não se tentam a estabelecer sanções, mas são mais complexas. As normas secundárias de reconhecimento identificam as normas primárias, possibilitando a verificação de sua validade; as de modificação regulam o processo de transformação das normas primárias; e por fim, as de julgamento disciplinam da maneira mais precisa possível a aplicação das normas primárias. Essas discriminações tem o mérito de demonstrar o equívoco daqueles que em Kelsen vêem as regras do direito apenas sob seu aspecto sancionatório, ou penal, mas as três espécies de normas apontadas não representam ao nosso ver, senão modalidades das normas de organização, essas normas podem ser consideradas secundárias ou de segundo grau pelo fato de pressuporem as que estabelecem as formas de atividade ou de comportamento obrigatórios. As normas de organização não vem depois das normas que fixam as atividades administrativas, mas surgem com elas. As normas jurídicas sejam em forma de ação ou de formas de organização e garantia das ações não são modelos estáticos e isolados mas sim dinâmicos que se implicam e se correlacionam dispondo-se num sistema no qual umas são subordinantes e outras subordinadas, umas primárias e outras secundárias. Estrutura das regras jurídicas de conduta- As regras de conduta tem propriamente os indivíduos como destinatários. Do ponto de vista lógico se estruturam dessa forma: Se F é, C deve ser. Se estrutura de maneira binada articulando hipótese e dispositivo ou preceito. A previsão do legislador raro é de um fato ou evento particular e único, mas sim de uma espécie de fato, ou um fato tipo ao qual poderão corresponder com maior ou menor rigor múltiplos fatos concretos. Quando se verifica uma correspondência razoável entre um fato particular e o fato tipo. Benedetto fala que a lei é um ato volutivo que tem for conteúdo de uma classe ou série de ações. O legislador ao enunciar uma regra jurídica de comportamento: prefigura a ocorrência de um fato-tipo, isto é uma classe ou série de situações de fato, essa regra também é ligada com as características de objetividade e obrigatoriedade. A norma de conduta tem a estrutura de juízo hipotético. O direito enquanto ordenador dos comportamentos sociais, só pode fazê-lo partindo do pressuposto de liberdade do homem de cumprir ou descumprir o previsto na regra A hipoteticidade ou condicionalidade da regra de conduta não tem apenas aspecto lógico, mas apresenta também caráter axiológico, uma vez que nele se expressa a objetividade de um valor a ser atingido e, ao mesmo tempo, se salvaguardar o valor da liberdade do destinatário. SP significa sanção penal aplicada quando a norma é infringida a fim de preservar o valor de C objetivada pelo legislador, consagrado pela norma, segundo Kelsen a norma só é jurídica quando prevê a sanção penal. Reale fala que a concreta juricidade da norma só se realiza através da conjunção das duas normas que, a lei vier se integrar numa só, e natureza lógica e axiológica. Estrutura Trivalente da Norma Jurídica- A regra jurídica não pode deixar de ter uma estrutura tridimensional. A correlação entre fato e valor se dá em razão de um enlace deôntico, isto é, no dever ser, com que se instaura a norma. Reale afirma que quando dizemos que o direito se atualiza como fator, valor e norma, é preciso tomar essas palavras significando respectivamente, os momentos de referência fática, axiológica e lógica que marcam o processo da experiência jurídica, o terceiro momento representado que composição superadora dos outros dois, nele e por ele absorvido e integrado. Essa teoria é o hormativismo concreto. A norma jurídica, não obstante a sua estrutura lógica assinala o momento de integração de uma classe de fato segundo uma ordem de valores e não pode ser compreendida sem referência esses dois fatores que ela integra dialeticamente em si.
CAPÍTULO 10- DA VALIDADE NA NORMA JURÍDICA- DA VALIDADE FORMAL- A validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos: validade formal ou técnico jurídica (vigência)

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